As 6 ameaças golpistas que Bolsonaro e aliados fizeram na reunião ministerial - e cumpriram

Política
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Os assuntos tratados na reunião ministerial do dia 5 de julho de 2022 estão entre as principais provas da Operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe de Estado conduzida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), generais e aliados. Naquele dia, Bolsonaro falou abertamente a seus ministros sobre suas intenções: descredibilizar as urnas eleitorais e atuar de forma incisiva antes das eleições. "A gente tem que ser mais contundente", esbravejou. As discussões antecipavam ações que viriam a ser tomadas durante o processo pelo presidente da República, pela Polícia Federal e pelo Ministério da Defesa. E muito daquilo se concretizou.

A seguir, veja seis pontos:

1. Reunião com os embaixadores em tentativa de descredibilizar as urnas

O que foi dito: "Vou fazer uma reunião quinta-feira com embaixadores e semana que vem com mais. Vou convidar autoridades do judiciário para outra reunião para mostrar o que está acontecendo. [...] A guerra de papel e caneta, a gente não vai ganhar essa guerra. A gente tem que ser mais contundente, como eu vou começar a ser com os embaixadores" (Jair Bolsonaro)

O que foi feito: A reunião com embaixadores ocorreu pouco menos de um mês depois, no dia 18 de julho, no Palácio do Planalto. No encontro, Bolsonaro atacou o processo eleitoral brasileiro, reproduzindo, sem provas, suspeitas já desmentidas sobre as urnas eletrônicas, e criticou os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. A reunião originou um processo no TSE que findou, em junho passado, na inelegibilidade de Bolsonaro, por oito anos, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

2. Bolsonaro diz que é preciso atuar antes das eleições

O que foi dito: "Nós sabemos que se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira o Brasil. [...] Não podemos, pessoal, deixar chegar as eleições e acontecer o que está pintado, está pintado. [...] A guerra de papel e caneta, a gente não vai ganhar essa guerra. A gente tem que ser mais contundente" (Jair Bolsonaro)

O que foi feito: Uma série de ações foram tomadas por Bolsonaro e aliados para tentar descredibilizar as urnas e promover um golpe de Estado, segundo investigação da Polícia Federal. Além de disseminar informações falsas sobre o processo eleitoral, o grupo elaborou minutas de decretos golpistas e incitou militares a aderirem ao golpe.

3. Torres diz que PF vai questionar processo eleitoral

O que foi dito: "Nós montamos um grupo na Polícia Federal com uma equipe completa, com delegados, peritos e agentes, para acompanhar, realmente, o passo a passo das eleições, para fazer os questionamentos necessários que têm de ser feito, e não só as observações. A gente vai atuar de forma incisiva" (Anderson Torres, então ministro da Justiça e Segurança Pública)

O que foi feito: A Polícia Federal foi usada pelo então ministro da Justiça, Anderson Torres, para tentar descredibilizar as urnas eletrônicas. Em ofício enviado pouco dias antes da reunião, Torres afirmou ao presidente do TSE, Edson Fachin, que a PF participaria de todo o processo de fiscalização e que isso era importante para "resguardar o Estado democrático de Direito". O ministro da Justiça avisou ainda sobre a possibilidade de desenvolvimento de programas próprios de verificação.

4. Ministério da Defesa em 'linha de contato com o inimigo' na Comissão Eleitoral

O que foi dito: "Senhores, a Comissão [Eleitoral] é para inglês ver. Nunca essa Comissão sentou na mesa e discutiu uma proposta. [...] O que eu sinto nesse momento é apenas na linha de contato com o inimigo. Na guerra, a gente tem linha de contato, linha de partida. Eu vou romper aqui e iniciar minha operação. E eu vejo as Forças Armadas e o Ministério da Defesa nessa linha de contato. Nós temos que intensificar e ajudar nesse sentido para que a gente não fique sozinhos no processo" (Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, então ministro da Defesa)

O que foi feito: O Ministério da Defesa participou tempestivamente da Comissão de Transparência das Eleições (CTE) do TSE. Foi realizada uma série de questionamentos à Justiça Eleitoral que acabaram sendo usadas por bolsonaristas no processo de descredibilizar as urnas eletrônicas. Ao final, a Defesa não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência. No entanto, os militares relataram não terem tido condições de verificar o funcionamento dos códigos que fazem a urna funcionar. Em setembro do ano passado, o TSE excluiu as Forças Armadas da lista das entidades que fiscalizam as eleições.

5. Heleno diz que GSI vai monitorar "os dois lados"

O que foi dito: "O problema da inteligência... Eu já conversei ontem com o Vitor, novo diretor da Abin, nós vamos montar um esquema para acompanhar o que os dois lados estão fazendo. O problema todo disso é se vazar, a gente se conhece nesse meio. Se houver acusação de infiltração em qualquer dos lados" (General Augusto Heleno, então chefe do GSI)

O que foi feito: Ainda não se sabe se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada, de fato, para monitorar o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como indica a fala de Heleno. No entanto, uma outra operação da Polícia Federal deflagrada no fim de janeiro investiga o uso de sistemas da Abin para fazer espionagem ilegal contra adversários políticos de Bolsonaro.

6. Bolsonaro exige que aliados repliquem seus discursos

O que foi dito: "Daqui pra frente, quero que todo ministro fale o que eu vou falar aqui e vou mostrar. Se o ministro não quiser falar, ele vai ter que falar pra mim por que que ele não quer falar." (Jair Bolsonaro)

O que foi feito: A Polícia Federal aponta, no âmbito da Operação Tempus Veritatis, a existência de um núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral. Entre os integrantes estavam o então ajudante de Ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. Essa frente era responsável pela produção, divulgação e amplificação de notícias falsas sobre a lisura das eleições com o objetivo de tentar legitimar uma intervenção das Forças Armadas.

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A Casa Branca confirmou nesta quarta-feira, 5, que autoridades dos Estados Unidos estão envolvidas em "conversas e discussões contínuas" com o Hamas, rompendo com uma política de longa data da diplomacia americana de não manter negociações diretas com grupos que consideram terroristas.

Questionada sobre as conversas, que foram reveladas pelo site Axios, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se recusou a fornecer detalhes sobre as negociações, mas disse que Donald Trump autorizou seus enviados a "falar com qualquer pessoa".

"Veja, dialogar e conversar com pessoas ao redor do mundo para fazer o que é do melhor interesse do povo americano é algo que o presidente... acredita ser um esforço de boa-fé para fazer o que é certo para o povo americano", disse.

De acordo com a porta-voz, Israel foi consultado sobre as tratativas. "Durante consultas com os Estados Unidos, Israel expressou sua opinião sobre negociações diretas com o Hamas ", disse o gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Autoridades do Hamas também confirmaram as reuniões.

De acordo com a Axios, o enviado especial dos EUA, Adam Boehler, se encontrou com membros do Hamas nas últimas semanas em Doha, no Catar, para discutir a libertação dos cinco reféns americanos ainda mantidos pelo grupo terrorista na Faixa de Gaza, quatro dos quais estão mortos.

As negociações também incluíram discussões sobre a libertação de todos os reféns que permaneceram em Gaza, bem como a possibilidade de um cessar-fogo permanente, acrescentou o Axios, citando duas fontes anônimas familiarizadas com as negociações.

A confirmação das negociações na capital do Catar acontece enquanto o cessar-fogo Israel-Hamas permanece em jogo. Este é o primeiro envolvimento direto conhecido entre os EUA e o Hamas desde que o Departamento de Estado designou o grupo como uma organização terrorista estrangeira em 1997.

Trump sinalizou que não tem intenções de afastar Netanyahu de um retorno ao combate se o Hamas não concordar com os termos de uma nova proposta de cessar-fogo, que os israelenses anunciaram como sendo elaborada pelo enviado dos EUA Steve Witkoff.

O novo plano exigiria que o Hamas libertasse metade dos reféns restantes - a principal moeda de troca do grupo terrorista - em troca de uma extensão do cessar-fogo e uma promessa de negociar uma trégua duradoura. Israel não fez menção de libertar mais prisioneiros palestinos, um componente-chave da primeira fase.

Trump ameaça Gaza

Trump ameaçou nesta quarta-feira a população de Gaza se os reféns restantes não forem libertados, e alertou os dirigentes do grupo terrorista para que deixem o território enquanto podem.

"Para a população de Gaza: um lindo futuro os espera, mas não se retiverem os reféns. Se o fizerem, estão MORTOS! Tomem uma decisão INTELIGENTE. LIBERTEM OS REFÉNS AGORA, OU HAVERÁ UM INFERNO A PAGAR DEPOIS!", escreveu o republicano em sua rede Truth Social.

Na mesma publicação, Trump exigiu ao Hamas que "devolva imediatamente todos os corpos das pessoas que assassinou" durante o ataque desse grupo contra Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.

"Este é seu último aviso! Para os dirigentes [do Hamas], agora é a hora de sair de Gaza, enquanto ainda têm oportunidade", acrescentou. "Estou enviando a Israel tudo o que se necessita para terminar o trabalho, nem um único membro do Hamas estará a salvo." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Um caça sul-coreano lançou acidentalmente oito bombas em uma área civil durante um treinamento nesta quinta-feira, 6, ferindo sete pessoas. As bombas MK-82 lançadas "anormalmente" pelo caça KF-16 caíram fora do alcance de tiro, causando danos civis não especificados, disse a força aérea em comunicado.

A nota informa ainda que a força aérea estabelecerá um comitê para investigar por que o acidente aconteceu e examinar a escala dos danos. O jato estava participando de exercícios de tiro real conjuntos junto ao Exército.

A Força Aérea pediu desculpas por causar danos civis e expressou esperanças por uma rápida recuperação dos feridos além de oferecer ativamente indenização e outras medidas necessárias para as vítimas.

O comunicado não detalhou onde o acidente aconteceu, mas a mídia sul-coreana relatou que as bombas foram lançadas em Pocheon, uma cidade perto da fronteira com a Coreia do Norte.

A agência de notícias Yonhap relatou que cinco civis e dois soldados ficaram feridos. A agência disse que as condições de dois dos feridos eram sérias, mas não fatais.

A afirmação de Donald Trump, em seu discurso ao Congresso, na terça-feira, 4, de que a Groenlândia será dos EUA "de uma forma ou de outra", foi criticada ontem pelos líderes políticos groenlandeses. Naaja Nathanielsen, ministra de Recursos Naturais e Justiça da ilha, que pertence à Dinamarca, disse que as falas mostram uma "falta de respeito" com as pessoas.

O premiê Mute Egede voltou a dizer que a ilha não está à venda. "Os americanos e seu presidente deveriam entender isso", disse. De acordo com uma pesquisa encomendada pelo jornal dinamarquês Berlingske, em janeiro, 85% dos groenlandeses não querem que a Groenlândia faça parte dos EUA.