Nunes usa restrição imposta a Bolsonaro para isolar ex-presidente na escolha do vice

Política
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A campanha à reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), vai aproveitar a restrição imposta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a Jair Bolsonaro (PL) para abrir novas negociações sobre o vice da chapa e isolar a indicação do ex-presidente.

Alvo de operação da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe no País, Bolsonaro foi proibido por Moraes de conversar com outros citados no inquérito, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o general Braga Netto.

A situação do PL se complicou porque, durante operação de busca e apreensão da Polícia Federal, nesta quinta-feira, 8, Valdemar foi preso em flagrante por posse ilegal de arma. A PF também encontrou com ele uma pepita de ouro com origem em garimpo e valor estimado de R$ 12 mil. O presidente do PL já havia sido preso em 2013, condenado no caso do mensalão.

Valdemar dirige o partido com mão de ferro e é quem cuida das alianças municipais. A meta do PL é eleger mil prefeitos neste ano para conseguir fazer uma bancada federal mais forte em 2026.

Até agora, Bolsonaro tem condicionado o apoio a Nunes à indicação do vice na chapa. Antes de ser alvo de busca e apreensão da PF, o ex-presidente escolheu o coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo Ricardo Mello Araújo para fazer dobradinha com Nunes.

Araújo comandou a Rota e a indicação foi feita levando em conta que segurança é uma das principais preocupações do eleitor. Apesar da pressão de Bolsonaro, o prefeito disse que não há decisão tomada sobre a vaga de vice.

"Temos uma frente ampla e precisamos ver com os demais partidos os outros nomes que estão postos", afirmou Nunes, numa referência a dez partidos que o apoiam atualmente, como o PP, o PSD e o Republicanos. Todas essas legendas integram a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso.

A estratégia traçada pelo prefeito para rebater a tentativa do candidato do PSOL, Guilherme Boulos, de nacionalizar a disputa - como se fosse um terceiro turno entre Lula e Bolsonaro - é mostrar que a "frente ampla" está a seu lado. A expressão foi usada pela campanha do petista, em 2022.

Plano é manter 'distância regulamentar'

O Estadão apurou que nem Nunes nem seus aliados gostaram do vice indicado por Bolsonaro e a ideia é procurar outro nome, na esteira da crise que atinge o ex-presidente.

A questão da vice ganhou destaque depois que a ex-prefeita Marta Suplicy deixou a Secretaria Municipal de Relações Internacionais e retornou ao PT para compor a chapa de Boulos.

Na prática, a equipe de Nunes quer manter "distância regulamentar" do ex-presidente, mas depende do PL. Antes mesmo das diligências da Polícia Federal, porém, uma série de pesquisas em poder da Prefeitura mostrava que, quando Bolsonaro aparecia ao lado de Nunes, tirava dele dois votos e dava apenas um.

Mesmo assim, o prefeito precisa dos votos dos eleitores do ex-presidente, além do apoio do PL. Por ter feito a maior bancada de deputados federais em 2022, o partido tem como dote a mais gorda fatia de recursos do fundo eleitoral e o maior tempo de TV no horário eleitoral gratuito.

Investigações ameaçam sobrevivência do PL

Agora, no entanto, o resultado das investigações sobre o planejamento para um golpe no País ameaça não apenas levar Bolsonaro à prisão como a sobrevivência do próprio PL.

O senador Humberto Costa (PT-PE) pediu à Procuradoria-Geral da República que apure se o PL de Bolsonaro usou recursos partidários para financiar a abolição do Estado Democrático de Direito no País.

"São gravíssimos os fatos dessa operação da Polícia Federal", argumentou Costa. "As revelações mostram que havia a proposição de prisão de dois ministros do Supremo e do presidente do Congresso, o senador Rodrigo Pacheco. Isso caracterizaria a implantação de uma ditadura. É inaceitável que um partido que participa do jogo democrático se mobilize para acabar com a democracia no Brasil", emendou.

Para o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), segundo vice-presidente da Câmara, o partido enfrenta "perseguição implacável" do governo Lula, do PT e do ministro Alexandre de Moraes. "Ditadura é o que estão querendo fazer. Querem acabar com o único partido de oposição do Brasil para implantar a ditadura da esquerda, aliada ao Supremo Tribunal Federal", disse Sóstenes.

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O novo líder do Partido Liberal do Canadá e primeiro-ministro do país, Mark Carney, disse que o presidente do Estados Unidos, Donald Trump, está tentando enfraquecer a economia canadense. "Tem alguém que está tentando enfraquecer nossa economia: Donald Trump. Ele colocou tarifas injustificadas no que construímos, no que vendemos e em como vivemos", afirmou, em discurso durante a cerimônia do Partido Liberal para divulgar os resultados das eleições.

Carney reafirmou o compromisso em construir "a economia mais forte no G7" e elogiou a atitude do governo de seu antecessor, Justin Trudeau, de reagir com tarifas próprias às imposições de Trump. "Vamos manter as tarifas até que os americanos nos mostrem respeito", disse.

Ele defendeu ainda que o Canadá "jamais será parte dos Estados Unidos, de maneira alguma".

O premiê eleito fez menção a uma frase dita por um colega chamado "Bob", que segundo ele frequenta a sua igreja. Ele concorda com o colega no sentido de que, até agora, as pessoas estão vendo as tarifas de Trump como a maior ameaça, mas que o maior desafio é, na verdade, "promover a unidade no sentido do bem comum".

"O Partido Liberal é unido, forte e pronto para lutar e construir um país ainda melhor", disse Carney.

Ele prometeu eliminar imediatamente o imposto sobre o carbono que incide sobre famílias, agricultores e pequenas e médias empresas. Afirmou também que irá parar o aumento no imposto sobre ganhos de capital. "Nós achamos que os construtores devem ser incentivados a assumir riscos e recompensados quando obtêm sucesso", disse também.

Além de Trump, Carney criticou o líder do partido conservador, Pierre Poilievre. "Ele vai deixar nosso planeta queimar", comentou.

Escritórios de advocacia de elite formaram uma parte orgulhosa da oposição à primeira administração de Donald Trump nos Estados Unidos. Desta vez, porém, setor está com medo de enfrentar um presidente que não se esquiva de punir seus inimigos.

Trump assinou na quinta-feira, 6, um decreto orientando órgãos públicos a retirarem autorizações de segurança, contratos governamentais e acesso a prédios públicos de um importante escritório de advocacia com laços com os democratas, o Perkins Coie. Uma ordem semelhante foi dada no final do mês passado contra advogados da Covington & Burling que representam o ex-conselheiro especial Jack Smith, que supervisionou a investigação e os processos federais de Trump.

As medidas da Casa Branca causaram arrepios no mundo do Direito em um momento em que os processos judiciais surgem como um dos poucos freios ao presidente.

Em conversas privadas, sócios de alguns dos principais escritórios do país expressaram indignação com as ações do presidente. O que eles não estavam dispostos a fazer era dizer isso publicamente. Esforços secretos para persuadir grandes escritórios de advocacia a assinar declarações públicas criticando as ações de Trump até agora fracassaram, em parte por causa de temores de retaliação, disseram fontes.

Grupos de defesa de direitos e escritórios de advocacia menores dizem que tem sido mais difícil recrutar escritórios maiores para ajudar em casos contra Trump, que agora somam mais de cem.

"Obviamente, há uma energia diferente desta vez", disse Jin Hee Lee, diretor de iniciativas estratégicas do NAACP Legal Defense Fund, que está envolvido em ações judiciais que desafiam as iniciativas antiinclusão de Trump e a tentativa de limitar a cidadania por direito de nascença. "Os escritórios de advocacia não são tão vocais e tão zelosos [quanto antes]."

O círculo interno de Trump sinalizou que está prestando muita atenção em quais empresas estão levando a administração aos tribunais. Elon Musk republicou uma história no X (antigo Twitter) sobre ações judiciais contestando os cortes da administração no financiamento dos Institutos Nacionais de Saúde, perguntando: "Quais escritórios de advocacia estão promovendo esses casos antidemocráticos para impedir a vontade do povo?"

O decreto do Perkins Coie perturbou ainda mais um setor já ansioso.

"Isso é perigoso pra caramba", disse o deputado democrata Jamie Raskin, membro graduado do Comitê Judiciário da Câmara. "Se você defender os direitos de outras pessoas, mesmo que seja seu trabalho, o presidente dos Estados Unidos retaliará."

Há alguns escritórios de renome envolvidos em litígios contra a administração, embora não tenham buscado publicidade para isso. Cleary Gottlieb, Gibson Dunn, WilmerHale, Munger Tolles e Jenner & Block têm casos ativos, incluindo contra aos esforços da Casa Branca para demitir funcionários federais e reverter os direitos de transgêneros.

Os escritórios não quiseram fazer comentários.

Especialistas dizem que parte da cautela é por preocupação com a perda de clientes corporativos, muitos dos quais se aproximaram de Trump. Advogados disseram também que estão preocupados em tomar medidas públicas que podem minar sua capacidade de fornecer representação legal eficaz.

"Ninguém processa o governo levianamente", disse Stuart Singer, sócio-gerente da Boies Schiller. "Você precisa ter certeza de que está fazendo isso por razões fundamentalmente importantes para o seu negócio."

Ex-promotores federais recentemente fizeram circular uma carta para se opor à escolha de Ed Martin por Trump para ser procurador dos EUA em Washington, pois ele apoiou os réus da invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e apoiou as alegações de Trump de que a eleição de 2020 foi roubada. Mas alguns destes advogados, que agora trabalham em grandes escritórios, se recusaram a adicionar seus nomes por preocupação de que seus clientes pudessem ter um tratamento mais severo em investigações em andamento ou futuras, disseram fontes.

As batalhas sobre as políticas de imigração de Trump também demonstram a abordagem mais relutante dos grandes escritórios.

Durante a primeira administração Trump, uma dúzia de grandes escritórios de advocacia representaram clientes que intervieram em um caso da Suprema Corte envolvendo uma proibição de entrada de pessoas nos EUA vindas de países de maioria muçulmana. Os escritórios forneceram também assistência jurídica a famílias imigrantes que foram separadas na fronteira sul dos EUA e criticaram publicamente a política de separação de famílias do governo.

Em contraste, ações judiciais contra a iniciativa de janeiro de limitar a cidadania por direito de nascença quase não atraíram grandes escritórios. Uma exceção: Arnold & Porter, que está litigando num dos casos em nome de uma organização sem fins lucrativos que defende asiáticos-americanos e habitantes das ilhas do Pacífico.

No campo do Direito Trabalhista, a escala das demissões de funcionários federais pela administração Trump sobrecarregou as empresas menores que lidam com esses tipos de casos. Advogados dizem que algumas empresas maiores não estão dispostas a assumir o trabalho.

"Os advogados têm diferentes níveis de conforto ou imperativos comerciais que dificultam o envolvimento", disse Christopher Mattei, advogado da Koskoff Koskoff & Bieder, um escritório de Connecticut com cerca de 20 advogados.

O escritório representa agentes do FBI, a polícia federal americana, que entraram com ações judiciais para impedir o governo de reunir e disseminar uma lista de autoridades policiais que trabalharam nas investigações de Trump e na invasão do Capitólio.

"Este não é um momento em que advogados e escritórios de advocacia podem ser intimidados", disse Mattei. "Há uma força nos números (na quantidade)." Fonte: Dow Jones Newswires

Mark Carney, ex-presidente dos bancos centrais da Inglaterra e do Canadá, foi escolhido neste domingo, 9, como o novo líder do Partido Liberal e primeiro-ministro do Canadá. Ele sucederá Justin Trudeau, que renunciou ao cargo no dia 6 de janeiro.

Carney venceu a disputa com 85,9% dos votos.

Ele concorreu contra Chrystia Freeland, ex-ministra das Finanças e vice-primeira-ministra (8% dos votos); Karina Gould, que foi líder da Câmara (3,2% dos votos); e Frank Baylis, ex-membro do parlamento (3% dos votos).

As informações foram divulgadas no período da noite (de Brasília) deste domingo durante transmissão ao vivo do Partido Liberal.