Bolsonaro posta vídeo rezando em Angra dos Reis após ser alvo de operação da Polícia Federal

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) postou nas suas redes sociais um vídeo rezando com apoiadores dois dias após se tornar alvo da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF), que investiga o planejamento de um golpe de Estado por ele e seus apoiadores após a derrota nas eleições de 2022. Na legenda da postagem, feita em sua casa de veraneiro em Angra dos Reis (RJ), o ex-presidente diz a oração é "pelo Brasil".

A publicação foi feita na tarde deste sábado, 10. Bolsonaro não fala no vídeo, que registra uma apoiadora conduzindo uma oração sobre "momentos difíceis" que o ex-chefe do Executivo estaria passando. Durante a deflagração da operação da PF nesta quinta, 8, o ex-presidente teve o passaporte apreendido e está proibido de deixar o País.

"Nosso presidente está passando por um momento difícil (...) Que os inimigos tenham olhos e não possam vê-los, tenham mãos e não possam tocá-lo, tenham pernas e não possam alcançá-lo", afirma a apoiadora.

Entenda as provas contra Bolsonaro reveladas pela PF

A operação tornou alvos o próprio Bolsonaro e alguns de seus principais aliados, como ex-ministros, ex-assessores e militares de alta patente. As investigações apontam que o ex-presidente teria "redigido e ajustado" uma minuta que previa a decretação de um estado de sítio e motivou a sua cúpula a espalharem desinformações sobre o processo eleitoral.

As suspeitas sobre a autoria de Bolsonaro na minuta surgiram após a PF encontrar conversas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, com o general Marco Antônio Freire Gomes, que era o então comandante do Exército, em dezembro de 2022. De acordo com Cid, Bolsonaro "enxugou" o texto. "Fez um decreto muito mais resumido", afirmou o tenente-coronel. "Algo muito mais direto, objetivo e curto, e limitado."

Com Cid também foi encontrada uma gravação de uma reunião ministerial realizada em junho de 2022 no Palácio do Planalto. Nela, o ex-presidente motivou a equipe a questionar o sistema eleitoral, sugeriu um golpe sem armas e atacou o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em nota publicada após o início da Tempus Veritatis, a defesa de Bolsonaro afirmou que ele "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam".

Na reunião gravada, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno, que também foi alvo da operação e um dos aliados mais próximos do ex-presidente, afirmou que era preciso "virar a mesa" antes das eleições de 2022.

"O problema todo disso é se vazar", afirmou Heleno. "Não tem VAR nas eleições. Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito, tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições.", afirmou Heleno.

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Um avião de passageiros pegou fogo neste domingo, 29, após derrapar na pista de um aeroporto sul-coreano e bater em um muro de concreto quando seu trem de pouso dianteiro aparentemente não foi acionado. Pelo menos 176 pessoas morreram, em um dos piores desastres aéreos do país.

O avião de passageiros da Jeju Air colidiu ao pousar na cidade de Muan, cerca de 290 quilômetros ao sul de Seul. O Ministério dos Transportes informou que o jato Boeing 737-800 voltava de Bangcoc, com 181 pessoas a bordo.

Equipes de emergência conseguiram retirar duas pessoas, ambas membros da tripulação, para um local seguro. Autoridades de saúde disseram que eles estão conscientes e não correm risco de vida. Três pessoas continuavam desaparecidas cerca de nove horas após o acidente.

Imagens do acidente transmitidas por canais de televisão sul-coreanos mostraram o avião da Jeju Air derrapando pela pista de pouso em alta velocidade, aparentemente com o trem de pouso ainda fechado, ultrapassando a pista e colidindo de frente com um muro de concreto, o que causou uma explosão.

O chefe do corpo de bombeiros de Muan, Lee Jeong-hyeon, afirmou em um comunicado que o avião foi completamente destruído, com apenas a cauda permanecendo reconhecível entre os destroços. Ele disse que várias possibilidades sobre as causas do acidente estavam sendo analisadas, incluindo se a aeronave foi atingida por pássaros.

Autoridades do Ministério dos Transportes disseram mais tarde que a avaliação inicial dos registros de comunicação mostra que a torre de controle do aeroporto emitiu um alerta de colisão com pássaros para a aeronave pouco antes da intenção de pousar e deu permissão ao piloto para pousar em uma área diferente. O piloto enviou um sinal de socorro pouco antes de o avião passar pela pista e derrapar em uma zona tampão, antes de atingir o muro.

Um alto funcionário do Ministério dos Transportes, Joo Jong-wan, disse que dados de voo e os gravadores de voz da cabine da caixa preta foram recuperados e serão examinados por especialistas do governo.

A Jeju Air expressou em comunicado "profundo pedido de desculpas" pelo acidente e disse que fará "o máximo para gerenciar as consequências do acidente". Em entrevista coletiva, o presidente da Jeju Air, Kim E-bae, curvou-se com outros altos funcionários da empresa enquanto pedia desculpas às famílias enlutadas e disse que sente "total responsabilidade".

Kim disse que a empresa não identificou nenhum problema mecânico na aeronave após exames regulares e que aguardaria os resultados das investigações do governo sobre a causa do acidente.

A Boeing disse em comunicado no X que estava em contato com a Jeju Air e está pronta para apoiar a empresa no tratamento do acidente.

O ex-jogador de futebol Mikheil Kavelashvili foi formalmente empossado como presidente da Georgia neste domingo, consolidando o controle do partido no poder, no que a oposição chama de um golpe nas aspirações do país de entrar na União Europeia.

A presidente de saída pró-Ocidente, Salome Zourabichvili, disse na manhã deste domingo que desocuparia o Palácio Orbeliani, em Tbilisi, mas insistiu que ainda era a legítima titular do cargo. "Sairei daqui, irei até você e estarei com você. ... Esta residência presidencial foi um símbolo enquanto aqui existiu uma presidente legítima. Trago legitimidade comigo", disse a uma multidão de apoiadores do lado de fora do palácio. Ela chamou a posse de Kavelashvili de "paródia" e defende novas eleições.

Kavelashvili era o único candidato nas eleições e venceu facilmente a votação no início de dezembro, dado o controle do partido Georgian Dream do colégio eleitoral de 300 assentos, que substituiu as eleições presidenciais diretas em 2017. O colegiado é composto por membros do Parlamento, conselhos municipais e legislaturas regionais.

Em seu discurso, Kavelashvili prometeu ser "o presidente de todos, independentemente de gostarem de mim ou não". Ele apelou à nação para se unir em torno dele em torno de "valores partilhados, princípios de respeito mútuo e o futuro que devemos construir juntos".

O Georgian Dream manteve o controle do Parlamento na nação do Sul do Cáucaso nas eleições de 26 de outubro, que a oposição alega terem sido fraudadas com a ajuda de Moscou. O partido prometeu continuar a pressionar pela adesão à União Europeia, mas também quer "reiniciar" os laços com a Rússia.

A presidente de saída da Georgia e os principais partidos pró-Ocidente boicotaram as sessões parlamentares pós-eleitorais e exigiram que os partidos repetissem a votação.

Os críticos acusaram o Georgian Dream - estabelecido por Bidzina Ivanishvili, um bilionário obscuro que fez fortuna na Rússia - de se tornar cada vez mais autoritário e inclinado para Moscou, acusações que o partido nega. O partido aprovou recentemente leis semelhantes às utilizadas pelo Kremlin para reprimir a liberdade de expressão e os direitos LGBTQ+. A decisão do Georgian Dream, no mês passado, de suspender as negociações sobre a candidatura do seu país à adesão à UE aumentou a indignação da oposição e galvanizou os protestos.

Zourabichvili rejeita alegações do governo de que a oposição estava a fomentar a violência. "Não estamos demandando uma revolução", disse. "Pedimos novas eleições, mas em condições que garantam que a vontade do povo não será deturpada ou roubada novamente."

O líder norte-coreano Kim Jong Un prometeu implementar uma política anti-EUA "mais dura", informou a mídia estatal neste domingo, 29, menos de um mês antes de Donald Trump tomar posse como presidente dos Estados Unidos.

Durante seu primeiro mandato, Trump encontrou-se três vezes com Kim para conversas sobre o programa nuclear norte-coreano. Muitos especialistas, no entanto, dizem ser improvável uma rápida retomada da cúpula Kim-Trump, uma vez que o futuro presidente dos EUA deve se concentrar primeiro nos conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente. O apoio da Coreia do Norte à guerra da Rússia contra a Ucrânia também representa um desafio aos esforços para reavivar a diplomacia, dizem os especialistas.

Durante uma reunião plenária de partido que terminou na última sexta-feira, 27, Kim chamou os EUA de "o estado mais reacionário, que considera o anticomunismo como sua política de estado invariável". Kim também disse que a parceria de segurança EUA-Coreia do Sul-Japão está se expandindo para se tornar "um bloco militar nuclear para agressão".

"Esta realidade mostra claramente em que direção devemos avançar, o que devemos fazer e como", disse Kim, segundo a Agência Central de Notícias oficial da Coreia. De acordo com o relato, o discurso de Kim "deixou clara a estratégia para ações anti-EUA mais duras a ser lançada agressivamente" pela Coreia do Norte no que diz respeito a seus interesses e segurança nacionais de longo prazo.

A agência de notícias não deu detalhes sobre a estratégia anti-EUA, mas disse que Kim estabeleceu tarefas para reforçar a capacidade militar através de avanços na tecnologia de defesa e enfatizou a necessidade de melhorar a resistência mental dos soldados norte-coreanos.

As reuniões anteriores entre Trump e Kim não só puseram fim às inflamadas trocas de retórica e ameaças de destruição, como também desenvolveram ligações pessoais. Trump chegou a dizer que ele e Kim "se apaixonaram". Mas as negociações fracassaram em 2019, enquanto discutiam sobre as sanções lideradas pelos EUA à Coreia do Norte.

Desde então, a Coreia do Norte aumentou drasticamente o ritmo das atividades de testes de armas para construir mísseis nucleares mais confiáveis que possam atingir os EUA e seus aliados. Os EUA e a Coreia do Sul responderam expandindo os exercícios militares bilaterais e também trilaterais envolvendo o Japão, atraindo fortes repreensões dos norte-coreanos, que veem tais exercícios liderados pelos EUA como ensaios de invasão.

Para complicar ainda mais os esforços para convencer a Coreia do Norte a abandonar as armas nucleares em troca de benefícios econômicos e políticos, o país está aprofundando sua cooperação militar com a Rússia.

Segundo avaliações dos EUA, Ucrânia e Coreia do Sul, a Coreia do Norte enviou mais de 10 mil soldados e sistemas de armas convencionais para apoiar a guerra de Moscou contra a Ucrânia. Há preocupações de que a Rússia possa dar em troca tecnologia armamentista avançada à Coreia do Norte, incluindo ajuda para construir mísseis nucleares mais poderosos.