Líderes bolsonaristas pressionam Ricardo Nunes e Tarcísio a irem a ato na Paulista

Política
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O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a Avenida Paulista, no próximo dia 25 de fevereiro, em São Paulo, rende cobranças nos bastidores ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ao prefeito Ricardo Nunes (MDB). Ambos são esperados no evento, mas nenhum deles confirmou presença até agora. Os dois foram procurados pelo Estadão por meio de suas assessorias e não responderam.

 

O comparecimento seria uma demonstração pública de apoio em meio a investigações que atingem o ex-presidente. Na semana passada, Bolsonaro e pessoas de seu entorno foram alvos de uma operação da Polícia Federal que apura suspeitas de participação em uma trama de golpe de Estado antes e depois das eleições presidenciais de 2022, vencida pelo opositor Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Apesar de ser denominado pelo ex-presidente como um "ato pacífico em defesa do nosso Estado Democrático de Direito", existe o risco de a manifestação adotar tom golpista. Bolsonaro pediu a apoiadores que não levem faixas e cartazes "contra quem quer que seja". Outros eventos em defesa do ex-presidente tiveram materiais pedindo o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), prisão de ministros como Alexandre de Moraes e intervenção militar, por exemplo.

 

Por outro lado, a ausência no ato da Paulista pode impulsionar a pecha de "traidor" a Tarcísio, algo que se repete desde o debate sobre a reforma tributária, e comprometer a aliança de Nunes com o PL e o potencial de transferência de votos de Bolsonaro em outubro. O governador tem recebido críticas por agendas com o presidente Lula. O prefeito de São Paulo, da mesma forma, enfrenta resistência na ala bolsonarista do PL que não observa nele um seguidor fiel e identificado com os seus valores.

 

O Estadão confirmou com lideranças do bolsonarismo em São Paulo que os dois serão cobrados a tomarem partido em favor do ex-presidente. Fala-se em "perda de apoio da direita" em caso de omissão. Oficialmente, no entanto, ainda não há definição sobre o assunto. Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, limitou-se a dizer que "não surgiu esse tema ainda" nas conversas internamente.

 

A reportagem procurou o governo do Estado e a prefeitura de São Paulo questionando se Tarcísio e Nunes têm previsão de agendas no dia 25 de fevereiro e se pretendem comparecer ao ato convocado por Bolsonaro na Paulista, mas não houve resposta.

 

Nesse meio tempo, as especulações crescem nas redes sociais. Usuários interpretaram uma foto de Jair Bolsonaro com uma "traíra de uns 12 kg" postada em sua conta na terça-feira, 13, como um recado político.

 

Outro que foi às redes sociais reclamar da falta de apoio foi o coronel da PM Ricardo de Mello Araújo, cotado para ser vice do PL na chapa de Nunes. Ele criticou a ausência de posicionamento de "governadores eleitos nas costas do presidente Bolsonaro" após a apreensão do passaporte do ex-presidente e a prisão em flagrante de Valdemar Costa Neto. "Cadê o povo da direita se manifestando?", declarou ele.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), Elon Musk, "pode ficar o quanto quiser no governo" e que ele "tem ajudado o país de maneira tremenda, mas quer voltar para casa, para seus carros" na Tesla.

As declarações foram feitas durante uma reunião de gabinete com a equipe do governo republicano.

Trump também afirmou que Musk tem feito "sacrifícios" pelo país e voltou a agradecer ao CEO da Tesla. "Esse cara tem sido tratado de maneira muito maldosa ultimamente. Mas saiba que os americanos estão do seu lado", declarou.

Musk, por sua vez, agradeceu a Trump, mas não comentou se continuará à frente do Doge.

O Paquistão afirmou nesta quarta-feira, 30, que possui "informações confiáveis" de que a Índia planeja realizar um ataque militar no país nas próximas 24 a 36 horas "sob o pretexto de alegações infundadas e inventadas de envolvimento" e prometeu responder "com muita veemência".

Não houve comentários imediatos de autoridades indianas, mas representantes do governo da Índia disseram que o primeiro-ministro do país, Narendra Modi, "deu total liberdade operacional às forças armadas para decidir sobre o modo, os alvos e o momento da resposta da Índia ao massacre de Pahalgam".

A tensões entre Índia e Paquistão têm aumentado, após um ataque mortal a turistas na Caxemira - região que é dividida entre Índia e Paquistão e reivindicada por ambos em sua totalidade - na semana passada. O lado indiano busca punir o Paquistão e acusa-o de apoiar o ataque em Pahalgam, o que o lado paquistanês nega.

Um incêndio atingiu um hotel em Calcutá, na Índia, matando pelo menos 15 pessoas, informou a polícia local nesta quarta-feira, 30. "Várias pessoas foram resgatadas dos quartos e do telhado do hotel", disse o chefe de polícia de Calcutá, Manoj Verma.

O policial disse a repórteres que o fogo começou na noite de terça-feira no hotel Rituraj, no centro de Calcutá, e foi controlado após uma operação que envolveu seis caminhões dos bombeiros. Ainda não se sabe a causa do incêndio.

A agência Press Trust of India, que gravou imagens das chamas, relatou que "várias pessoas foram vistas tentando escapar pelas janelas do prédio". O jornal The Telegraph, de Calcutá, noticiou que pelo menos uma pessoa morreu ao pular do terraço tentando escapar.

O primeiro-ministro Narendra Modi publicou na rede X que estava "consternado" com a perda de vidas no incêndio.

Incêndios são comuns no país

Incêndios são comuns na Índia devido à falta de equipamentos de combate às chamas e desrespeito às normas de segurança. Ativistas dizem que empreiteiros muitas vezes ignoram medidas de segurança para economizar e acusam as autoridades municipais de negligência.

Em 2022, pelo menos 27 pessoas morreram quando um grande incêndio atingiu um prédio comercial de quatro andares em Nova Délhi. (Com agências internacionais).