Rui Costa minimiza ato de Bolsonaro em SP e diz que ex-presidente confessou crimes cometidos

Política
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O ministro da Casa Civil, Rui Costa, avaliou que o ato do ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista no domingo, 25, ficou aquém do que foi divulgado pelos organizadores. Em sua avaliação, contudo, a surpresa foi em relação ao conteúdo das falas do ex-chefe do Executivo, o que o ministro analisa como uma confissão de Bolsonaro dos crimes cometidos.

"O ato foi muito aquém do que os próprios organizadores estavam divulgando que teria de presença. Não teve surpresa nenhuma", disse o ministro a jornalistas após evento de apresentação do Programa de Democratização dos Imóveis da União nesta segunda-feira, 26, no Palácio do Planalto. "Diante do que eles tinham divulgado e diante, eventualmente, da força que eles tiveram no passado, não tem nenhuma surpresa."

"A surpresa se refere apenas ao conteúdo, da confissão dos crimes praticados, o que todos ficaram, não só nós, eu acho que o Brasil inteiro ficou surpreso", acrescentou. Em sua avaliação, talvez seja a primeira vez "que pessoas que cometeram atos criminosos chamam o evento em praça pública e na praça pública, em frente à multidão, confessam o crime. E vão além disso: pedem perdão, pedem anistia pelos crimes cometidos".

No evento de ontem, o ex-presidente pediu anistia aos presos por participação nos ataques antidemocráticos contra as sedes dos Três Poderes no 8 de Janeiro ao dizer que busca uma "pacificação" do País.

"O que eu busco é uma pacificação. É passar uma borracha no passado, é buscar uma maneira de nós vivermos em paz, não continuarmos sobressaltados. É, por parte do parlamento brasileiro, uma anistia para aqueles pobres coitados presos em Brasília. Não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. A conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Agora, pedimos a todos os 513 deputados e 81 senadores um projeto de anistia para que seja feita Justiça no nosso Brasil", declarou Bolsonaro.

O chefe da Casa Civil disse que a fala de Bolsonaro foi algo "inusitado". "É algo inusitado confessar que fez a prática criminosa", comentou.

Rui Costa, porém, reconheceu que o Brasil ainda se encontra em um "grau de polarização grande e pregação do ódio". Para ele, aos poucos, o governo federal vai conseguir distensionar o País e promover o "bom senso".

Ao minimizar o ato do ex-presidente, o ministro disse que utilizou o domingo de forma "mais nobre" do que se informar sobre o ato. "Uso meu domingo para coisa mais nobre do que ficar olhando, com todo respeito ao trabalho de vocês imprensa, que é informar, mas confesso que não uso meu tempo para ficar lendo eventualmente quem foi, quem deixou de ir, os detalhes da manifestação", comentou, dizendo ter ficado com seus filhos ontem.

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Autoridades de Israel e do Hamas disseram nesta terça-feira, 25, que chegaram a um acordo para trocar os corpos de reféns israelenses mortos pela libertação de centenas de prisioneiros palestinos, mantendo o frágil cessar-fogo intacto por pelo menos mais alguns dias.

Israel havia adiado a libertação de 600 prisioneiros palestinos desde sábado para protestar contra o que diz ser o tratamento cruel dos reféns durante sua libertação pelo Hamas. O grupo militante afirmou que o atraso é uma "grave violação" do cessar-fogo e que as negociações sobre uma segunda fase não seriam possíveis até que eles fossem libertados.

O enviado da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkoff, disse que deseja que as partes iniciem negociações sobre a segunda fase, durante a qual todos os reféns restantes mantidos pelo Hamas deverão ser libertados e um fim para a guerra deverá ser negociado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou, nesta terça-feira, 25, que também pretende comprar minerais de territórios da Rússia.

O comentário do republicano, em entrevista aos jornalistas no Salão Oval, ocorreu após ele afirmar que se o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, quiser vir à Washington para tratar do acordo com os EUA, seria bem recebido. "O acordo é sobretudo sobre minerais raros."

O presidente americano assinou ainda nesta terça-feira uma ordem executiva que restabelece a exigência de publicação online por hospitais de custos de serviços médicos.

A juíza do Tribunal Distrital dos EUA, Loren AliKhan, bloqueou na terça-feira, 25, indefinidamente a administração do presidente Donald Trump de congelar o financiamento federal anteriormente concedido.

A decisão afeta organizações sem fins lucrativos, grandes e pequenas, nos EUA, que financiam desde a mitigação de inundações até cuidados a idosos e pré-escolas.

A decisão do tribunal federal de Washington foi em resposta a um pedido de liminar contra o governo, solicitado pela organização sem fins lucrativos Democracy Forward em nome de várias outras organizações sem fins lucrativos e proprietários de pequenas empresas.

As organizações sem fins lucrativos procuraram uma ação mais enérgica por parte dos tribunais depois de a Casa Branca ter indicado que ainda planejava prosseguir com um congelamento do financiamento, mesmo depois de o Escritório de Gestão e Orçamento (OMB, na sigla em inglês) ter revogado um memorando que originalmente bloqueava os recursos e à medida que aumentavam as provas de que agências como a Fundação Nacional de Ciência, a Agência de Proteção Ambiental e a Agência Federal de Gestão de Emergências não tinham retomado totalmente o financiamento, de acordo com o processo judicial do Democracy Forward.

Depois que o memorando do OMB foi revogado no final de janeiro, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse nas redes sociais que a ação "NÃO era uma rescisão do congelamento do financiamento federal. É simplesmente uma rescisão do memorando do OMB".

A Casa Branca não respondeu aos pedidos de comentários na terça-feira.