Governador de MG volta a solicitar encontro com Lula para discutir dívidas do estado e repactuação de Mariana

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), voltou a pedir uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir a repactuação do acordo de Mariana (MG), onde uma barragem se rompeu em 2015, e a proposta de acordo para a renegociação da dívida do Estado com a União. O governador já havia solicitado uma reunião no dia 31 de janeiro.

 

Lula e Zema se encontraram durante evento do governo federal em Belo Horizonte (MG) no início de fevereiro, mas ainda não tiveram uma reunião mais longa desde que o petista voltou à Presidência. Os dois conversaram enquanto outros políticos discursavam no evento na capital mineira. O presidente indicou que receberia o governador após a viagem internacional aos países do Caribe. A reportagem procurou a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, mas ainda não houve resposta.

 

Lula embarca ainda nesta quinta-feira, 29, para São Vicente e Granadinas, onde participará da abertura da 8ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo das Comunidades dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Zema participa a partir de hoje até sábado, em Porto Alegre, da 10ª edição do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), onde governadores de direita que aspiram herdar o legado político de Jair Bolsonaro (PL), inelegível e acossado por investigações, se reunirão pela primeira vez desde a manifestação na Avenida Paulista no último domingo. O governador mineiro esteve presente.

 

O rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da Samarco, em novembro de 2015 matou 19 pessoas e deixou um rastro de destruição na região do Rio Doce, em Minas Gerais, e no Espírito Santo. São 2,5 milhões de atingidos em 49 cidades, segundo o governo mineiro.

 

Inicialmente, o poder público firmou acordo para que a mineradora executasse as ações de reparação de danos ambientais, sociais e econômicos por meio da Fundação Renova, que foi criada exclusivamente para este fim. Porém, a execução das ações foi considerada insatisfatória pelos governos estaduais e federal, além de instituições como o Ministério Público e Defensoria Pública, o que levou à discussão sobre a repactuação dos termos.

 

Desde que Lula assumiu o governo, Zema tem cobrado celeridade na assinatura do acordo e chegou a afirmar que há uma "má vontade enorme" do governo federal sobre o tema. As negociações emperraram no final do ano passado, mas por outro motivo: a Vale e a BHP Billiton, que são sócias da Samarco, ofereceram R$ 42 bilhões para as ações de reparação, enquanto as autoridades públicas querem R$ 126 bilhões, como mostrou o Estadão/Broadcast.

 

O outro tema que Zema quer discutir com Lula é a renegociação da dívida de R$ 160 bilhões de Minas Gerais com a União. O governador sempre defendeu a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que implicaria na privatização de estatais e corte de gastos públicos.

 

Porém, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou uma alternativa: a federalização das estatais mineiras, como Cemig, Copasa e Codemig, para abater parte da dívida; a utilização de parte dos recursos que o Estado irá receber na repactuação do acordo de Mariana para também pagar a dívida; e a criação de um "Refis dos Estados", com condições mais vantajosas para quitar o débito com a União.

 

Zema aceitou a proposta de Pacheco, mas os detalhes estão sendo discutidos entre as equipes técnicas do Ministério da Fazenda e da Secretaria da Fazenda de Minas Gerais. No último dia 20, o pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) ratificou a liminar do ministro Nunes Marques que estendeu até abril a suspensão do pagamento da dívida mineira com a União. Na prática, este é o prazo final para que os governos Lula e Zema cheguem a um entendimento.

 

"É de conhecimento mútuo a importância de um diálogo franco e construtivo entre os entes federativos, para a resolução de questões de interesse coletivo. Com esse propósito, solicitamos a reunião em comento, para que possamos apresentar e discutir detalhadamente os temas acima expostos, visando o bem-estar da população mineira", escreveu Zema em ofício enviado ao gabinete de Lula na quarta-feira, 28.

 

No evento em Belo Horizonte, o presidente declarou que quer manter uma "relação civilizada" com Zema, mesmo que ele faça oposição a seu governo. "Eu nunca vou pedir para um governador ou prefeito gostar mais ou gostar menos de mim. O que eu quero é que a gente construa no País uma relação civilizada", discursou Lula na ocasião.

Em outra categoria

A milícia houthi prometeu neste domingo, 16, retaliar os EUA após uma série de bombardeios ordenados pelo presidente Donald Trump no sábado, 15, no Iêmen. A maior ação militar desde o retorno do republicano à Casa Branca, envolvendo ataques aéreos e navais, matou 31 pessoas, segundo o grupo iemenita, incluindo mulheres e crianças.

Mohamed al-Bukhaiti, um dos principais líderes houthis, afirmou que os ataques foram "injustificados" e prometeu responder na mesma proporção. "Responderemos à escalada com escalada", escreveu Bukhaiti na rede social X.

Pouco depois, a milícia reivindicou um ataque contra ao porta-aviões americano USS Harry Truman no Mar Vermelho. Os rebeldes afirmaram que dispararam 18 mísseis e um drone. O Pentágono não comentou a alegação.

Repetição

Os houthis, uma milícia xiita que conta com apoio do Irã, vêm realizando ataques contra Israel e ameaçando a navegação comercial no Mar Vermelho há mais de um ano, em solidariedade ao Hamas.

Os ataques americanos destruíram radares, defesas antiaéreas e sistemas de mísseis e drones, reduzindo a capacidade do grupo de interferir em rotas marítimas no Mar Vermelho. A estratégia é a mesma usada pelo governo de Joe Biden, embora Trump tenha dito que seu antecessor agiu de forma "fraca".

O Comando Central dos EUA, que publicou um vídeo mostrando a destruição de um complexo no Iêmen, afirmou que os ataques do fim de semana foram realizados com precisão para "defender os interesses americanos, dissuadir inimigos e restaurar a liberdade de navegação".

Os ataques atingiram a capital, Sana, além das províncias de Saada, al-Bayda, Hajjah e Dhamar. Segundo autoridades americanas, a pressão militar deve continuar por mais algumas semanas. No sábado, Trump exigiu que o Irã interrompa o apoio ao grupo.

Rússia

O conflito ganhou ramificações globais. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, pediu ao chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, em uma ligação telefônica, a suspensão dos ataques.

"Lavrov enfatizou a necessidade de um cessar imediato do uso da força e a importância de que todas as partes participem do diálogo político para encontrar uma solução que evite um maior derramamento de sangue", disse a chancelaria russa, em comunicado.

No ano passado, a Rússia condenou os ataques dos EUA e do Reino Unido contra o Iêmen e tem mantido conversas com os iranianos, que estão cada vez mais próximos de Moscou. Na semana passada, China, Rússia e Irã realizaram um exercício naval conjunto no Golfo de Omã. Na sexta-feira, diplomatas dos três países se reuniram em Pequim e pediram o fim das sanções ao Irã. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após acusar o ex-presidente Joe Biden de assinar documentos oficiais do governo americano utilizando uma auto pen, uma caneta automática para assinaturas em série, o presidente dos EUA, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, uma montagem com a foto oficial de Biden substituída por uma imagem do nome do democrata sendo assinado por uma máquina.

A provocação foi compartilhada numa publicação conjunta feita pelos perfis oficiais da Casa Branca e do POTUS (sigla em inglês para President of the United States) no Instagram.

"O verdadeiro presidente durante os anos Biden foi a pessoa que controlou a auto pen", disparou o magnata em publicação na sexta-feira, 14, à noite.

Na quinta, 13, durante entrevista para a rede de televisão americana Fox News, Trump já havia chamado Biden de "incompetente" ao acusá-lo de usar o dispositivo feito para duplicar assinaturas e comumente usados por celebridades para distribuição de produtos autografados.

"Se você observar, ele assina com auto pen", disparou. "São documentos importantes, você tem orgulho de assiná-los", mas "quase tudo foi assinado com auto pen". "Nunca deveria ter acontecido", finalizou.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, devem conversar nesta terça-feira, 18, sobre as negociações pelo fim da guerra na Ucrânia. A discussão tratará da divisão de "certos ativos", como terras e usinas de geração de energia.

"Veremos se temos algo a anunciar talvez até terça-feira. Falarei com o presidente Putin na terça-feira", disse Trump a repórteres em coletiva a bordo do Air Force One durante um voo da Flórida, onde mora, para Washington, na noite do domingo, 16.

"Muito trabalho foi feito no fim de semana. Queremos ver se podemos dar um fim a essa guerra", continuou. A nova conversa entre os dois líderes nesta semana foi revelada pelo enviado especial da Casa Branca à Ucrânia, Steve Witkoff, no domingo.

O enviado disse que teve uma reunião positiva com Putin na semana passada que durou de três a quatro horas. Apesar de não dar detalhes da conversa, Witkoff afirma que ambos os lados "diminuíram as diferenças entre eles".

A Ucrânia já concordou em apoiar o cessar-fogo proposto pelos EUA. Mas o presidente Volodmir Zelenski acusa Putin de atrasar propositalmente as negociações enquanto tenta prender as forças ucranianas para melhorar sua posição nas discussões de cessar-fogo. (Com informações de agências internacionais).