Empresário da mineração é indiciado por ameaçar secretária de Zema para agilizar licença

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou, no último dia 23, o presidente da Associação de Mineradoras de Ferro do Brasil (AMF), João Alberto Paixão Lages, por enviar mensagens com ofensas e ameaças a Marília Carvalho de Melo, secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável na gestão do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). As mensagens foram enviadas na véspera do Natal do ano passado, devido ao adiamento de uma audiência pública de licenciamento ambiental de interesse da empresa Fleurs Global Mineração.

 

"Marília, tentei ser cordial com você, você viu a mensagem, depois o Pablito falou com você e não respondeu. Então minha amiga, bora lá uai, pra guerra, continuar sempre… Prepara-te", disse ele à secretária em áudio enviado por meio do aplicativo WhatsApp.

 

Procurada, a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais afirmou, em nota, que a decisão de publicar a audiência na segunda quinzena de janeiro, e não na última semana de dezembro, durante recesso de final de ano, foi tomada com o objetivo de garantir a transparência e devida visibilidade que o assunto requer. "Uma pessoa, inconformada com a decisão, através de áudios via WhatsApp, questionou o procedimento e ameaçou a secretária que, em razão do ocorrido, tomou as providências legais necessárias", disse o órgão. O Estadão procurou Paixão Lages, mas não obteve resposta. A Fleurs Global também não se manifestou.

 

João Alberto Paixão Lages é ex-deputado estadual pelo MDB. Em setembro do ano passado, o Estadão mostrou que ele desembolsou R$ 100 mil para a campanha ao Senado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, adversário de Zema no Estado. Na época, Silveira disse que a doação foi feita para o primeiro suplente da coligação para o Senado Federal, Virgílio Guimarães, e que não havia nenhuma relação do recebimento do recurso para a campanha com o trabalho no Ministério de Minas e Energia. Procurado novamente, o ministro ainda não se manifestou.

 

Aos policiais que o interrogaram, o empresário João Alberto Paixão Lages admitiu ser o autor da mensagem e que a enviou com o objetivo de interferir no licenciamento ambiental. Afirmou ainda estar sob pressão de associados da AMF para agilizar os trâmites do procedimento.

 

No dia anterior à ameaça, ele enviou xingamentos a Marília, a quem se referiu como "secretária de merda nenhuma", pediu para parar com "bandidagem" e acusou de extorquir a Fleurs Global. Depois, desculpou-se. A secretária entregou seu telefone à Polícia Civil para a realização de uma perícia do Laboratório de Crimes Cibernéticos, que extraiu as mídias e as anexou ao inquérito.

 

"Os elementos informativos produzidos evidenciam que o Senhor João Alberto Paixão, enquanto presidente da Associação das Mineradoras de Ferro do Brasil, ameaçou a Senhora Marília Carvalho de Melo, atual Secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, devido à não realização, no mês de dezembro, de uma audiência pública, fase do Processo de Licenciamento Ambiental SLA 284/2022 envolvendo a empresa Fleurs Global Mineração LTDA, com o intuito de coagi-la, a fim de que o aludido processo tramitasse de forma mais rápida, interferindo no regular andamento do processo", diz o delegado Arthur Martins da Costa Benício ao indiciar Paixão Lages por injúria.

 

O adiamento da audiência, que seria realizada no dia 23 de dezembro do ano passado, ocorreu por orientação do governo de Minas com o objetivo de conferir maior transparência e publicidade aos atos do Executivo. Uma nova convocação foi publicada no Diário Oficial do Estado no último dia 16 de janeiro.

 

A Fleurs Global e a mineradora de Paixão Lages, a Gute Sicht, são alvo de uma ação do Ministério Público Federal por extração ilegal de minério da Serra do Curral, cartão-postal de Belo Horizonte, e que fica na divisa com as cidades de Nova Lima e Sabará. A região que exploravam faz parte de uma Área de Proteção Ambiental (APA) e das Zonas de Amortecimento do Parque Estadual Serra do Rola Moça, do Parque Estadual da Baleia e do Parque Municipal Mangabeiras.

 

De acordo com o inquérito da Polícia Federal em que a ação do MPF se baseou, ambas as empresas teriam extraído ilegalmente minerais de um terreno arrendado. No caso da Fleurs Global, haveria ainda indícios de lavagem de dinheiro "ao comercializar o minério de ferro usurpado sem mencionar sua origem ilícita".

 

As investigações identificaram um controlador em comum das duas empresas, o empresário Alan Cavalcante do Nascimento. Também apontaram para uma operação combinada entre elas para a extração de minério.

Em outra categoria

A presidente da Comissão Europeia, braço administrativo da União Europeia, Ursula Von der Leyen, afirmou que o bloco protegerá cientistas estrangeiros que se mudarem para a região, em meio ao esforço europeu para alcançar Estados Unidos e China em tecnologias inovadoras como a inteligência artificial. "Acredito que a ciência é a chave para o nosso futuro aqui na Europa. Sem ela, simplesmente não poderemos enfrentar os desafios globais de hoje, da saúde às novas tecnologias, do clima aos oceanos", disse em uma conferência em Paris nesta segunda-feira, 5.

Von der Leyen usou seu discurso para promover uma série de políticas que a Comissão pretende adotar para atrair pesquisadores ao continente.

Entre as medidas estão a proposta de uma Lei da Área Europeia de Pesquisa, para reforçar a livre circulação de conhecimento e dados no bloco, um pacote de 500 milhões de euros de apoio a pesquisadores, novas bolsas e incentivos direcionados a cientistas que atuam em tecnologias de fronteira, como a IA. "Queremos que a Europa lidere em tecnologias prioritárias - de IA à computação quântica, do espaço a semicondutores e microeletrônica, da saúde digital à genômica e biotecnologia", afirmou.

No mesmo evento, o presidente francês, Emmanuel Macron, também fez um apelo para que cientistas venham ao país.

O plano europeu surge enquanto universidades nos EUA enfrentam cortes propostos pelo presidente Donald Trump no financiamento federal à pesquisa. Uma proposta orçamentária americana datada de 2 de maio prevê cortes de bilhões de dólares em programas voltados ao ensino superior.

"O papel da ciência no mundo de hoje está sendo questionado. O investimento em pesquisa fundamental, livre e aberta está sendo questionado. Que gigantesco erro de cálculo", disse Von der Leyen em Paris. Fonte: Dow Jones Newswires.

Dez pessoas morreram e outras 70 ficaram feridas após dois barcos com turistas naufragarem na China, informou a imprensa estatal nesta segunda-feira, 5. O acidente aconteceu na tarde de domingo, 4, depois que uma tempestade súbita de chuva e granizo atingiu as partes altas do rio Wu, um afluente do Yangtzé, o maior curso d'água da China, e afetou as condições de navegação cobrindo a superfície do rio com uma névoa densa.

Ao todo, 84 pessoas caíram na água; quatro ficaram ilesas e os feridos foram hospitalizados. Os barcos tinham capacidade máxima de cerca de 40 pessoas cada e não estavam superlotados, segundo o relato de testemunhas.

O incidente foi na cidade de Qianxi, no sudoeste da província de Guizhou. As montanhas e os rios dessa região são grandes atrações turísticas, e foram o destino de muitos chineses durante o feriado nacional de cinco dias, que termina nesta segunda.

Além dos dois barcos turísticos, outras duas embarcações foram afetadas; eles não transportavam passageiros, e os sete tripulantes conseguiram se salvar.

O presidente chinês, Xi Jinping, pediu "esforços totais" nas operações de busca e resgate dos feridos, segundo a agência estatal Xinhua.

Xi também destacou a importância de "reforçar as medidas de segurança em locais turísticos" e outros lugares com grandes aglomerações de pessoas. (Com agências internacionais).

Ministros do governo de Israel aprovaram planos para intensificar as operações militares na Faixa de Gaza, disse uma autoridade israelense nesta segunda-feira, 5, sob condição de anonimato.

De acordo com a fonte, os planos envolvem a reivindicação de mais áreas no enclave palestino, onde metade do território já está sob controle israelense.

A aprovação ocorreu um dia depois de o país anunciar a convocação de dezenas de milhares de soldados da reserva para as operações em Gaza, que teriam como objetivo aumentar a pressão sobre o Hamas pela negociação de um cessar-fogo. Fonte: Associated Press.