Gleisi diz que Rosângela Moro tem 'desprezo pela população paranaense'

Política
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A presidente do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann criticou a transferência de domicílio eleitoral da colega de Câmara Rosângela Moro (União Brasil-SP), mulher do ex-juiz e senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). A mudança de Rosângela foi oficializada na Justiça Eleitoral na sexta-feira, 8, antes do julgamento que pode cassar o mandato do marido. Em publicação no X (antigo Twitter), a petista diz que a decisão simboliza um "desprezo pela população paranaense" e acusa o casal de serem "moralistas sem moral". "Chora, Gleisi", rebateu Rosângela em sua rede social.

 

Natural de Curitiba (PR), Rosângela alterou seu domicílio eleitoral para São Paulo às vésperas da eleição de 2022 e foi eleita deputada federal pelos paulistas. Com a possível cassação de Moro, acusado por PT e PL por abuso de poder econômico, Rosângela mudou de domicílio eleitoral mais uma vez, retornando ao Paraná. Com a mudança, que a deputada afirma ser "um direito de todo cidadão", ela ficará disponível para uma possível disputa suplementar para a vaga do marido no Senado. Além dela, outros atores estão de olho no espólio do ex-juiz, incluindo a própria Gleisi, cotada no PT para a eventual eleição.

 

Julgamento de Moro já tem data

O julgamento das ações que podem levar à cassação do mandato de Sérgio Moro serão pautadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) na semana do dia 1º de abril. O argumento dos autores é que Moro, apresentando-se como possível candidato à Presidência, despendeu gastos durante a pré-campanha que o colocaram em condição desigual diante de seus adversários. A procuradoria eleitoral no Estado se manifestou favorável à cassação.

 

Moro era cotado como presidenciável, mas mudou de planos repentinamente e, às vésperas dos prazos legais, decidiu disputar uma cadeira no Senado pelo Paraná. O ex-juiz tentou, inclusive, se habilitar para disputar o pleito de 2022 junto ao eleitorado de São Paulo, assim como fez Rosângela. O seu pedido de transferência de domicílio eleitoral, no entanto, foi negado.

 

'Vergonha sem precedentes', diz petista

Gleisi ironizou as transferências de Sérgio e Rosângela. "Quando pensavam estar na crista da onda, mudaram para São Paulo, porque achavam o Paraná pequeno demais pra eles", afirmou a petista no X. "Agora que vai ser cassado", segundo Gleisi, "traz a mulher de novo, para ser candidata na vaga dele. Desrespeito também com a população de São Paulo que a elegeu deputada".

 

O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), também sondado para disputar uma possível vaga em aberto com a cassação do ex-ministro da Justiça, disse que a transferência de Rosângela é um "tapa na cara" de paulistas e paranaenses. "Vergonha sem precedentes", disse Zeca. "Não tem cabimento uma atitude destas. É desprezar os eleitores em troca de um projeto pessoal", afirmou o petista.

 

Rosângela rebateu as críticas de Gleisi com uma postagem curta. Ela compartilhou uma reportagem que mostrava as críticas da petista e respondeu apenas: "Chora Gleisi". Em nota à imprensa, a assessoria da deputada afirmou que a transferência de domicílio é um "direito" e que, a despeito da mudança, irá manter seu escritório de apoio no território paulista, bem como as agendas de rua.

 

Transferência está dentro da lei, dizem especialistas

Especialistas consultados pelo Estadão destacam que a transferência de domicílio é uma prerrogativa do eleitor. "Apesar de demonstrar falta de compromisso com o eleitor de São Paulo, não há fundamento jurídico para uma consequência como a cassação do mandato, por exemplo", disse Alberto Rollo, advogado especializado em Direito Eleitoral.

 

Movimentos como o de Rosângela ocorrem pois há na legislação eleitoral uma definição ampla do que é "domicílio". "Domicílio eleitoral pode ser onde você mora, onde trabalha, lugar onde você tenha algum vínculo social, patrimonial, afirmou Eduardo Damian, professor de Direito Eleitoral da Escola da Magistratura do Rio de Janeiro.

 

Cotados para a eleição suplementar

Mesmo após a decisão dos magistrados do TRE-PR, o trânsito em julgado do caso Moro só deve ocorrer na instância superior, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além de decidir se o ex-juiz perderá mesmo o mandato, a Justiça Eleitoral deve definir, no caso de uma cassação, quando seria realizada a eleição suplementar: de forma concomitante ao pleito para prefeitos e vereadores ou em data apartada.

 

Além de Rosângela, Gleisi e Zeca Dirceu, outros cotados para uma eleições suplementar no Paraná são o ex-senador Álvaro Dias (Podemos) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). Dias era o principal entusiasta do projeto presidencial de Sérgio Moro, que seria empreendido por sua sigla. Porém, o ex-juiz deixou o Podemos e migrou para o União Brasil, sigla pela qual venceu o próprio Álvaro na eleição para o Senado em 2022.

 

Já Michelle, esposa de Jair Bolsonaro, é citada como herdeira do espólio do ex-presidente enquanto o marido permanece inelegível. Questionado sobre os planos eleitorais da companheira, Bolsonaro disse nesta sexta-feira que, "na política, tem que começar devagar", referindo-se a uma possível disputa ao Senado. Porém, segundo o ex-presidente, Michelle gostaria de disputar uma cadeira pelo Distrito Federal, em 2026, e não pelo Paraná.

 

Outro candidato do pleito passado cotado para a possível eleição suplementar é Paulo Martins, pelo PL, sigla pela qual obteve a segunda colocação na disputa de 2022. Também é sondado o nome de Ricardo Barros (PP), atual secretário estadual de Indústria e Comércio.

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A Casa Branca confirmou nesta quarta-feira, 5, que autoridades dos Estados Unidos estão envolvidas em "conversas e discussões contínuas" com o Hamas, rompendo com uma política de longa data da diplomacia americana de não manter negociações diretas com grupos que consideram terroristas.

Questionada sobre as conversas, que foram reveladas pelo site Axios, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se recusou a fornecer detalhes sobre as negociações, mas disse que Donald Trump autorizou seus enviados a "falar com qualquer pessoa".

"Veja, dialogar e conversar com pessoas ao redor do mundo para fazer o que é do melhor interesse do povo americano é algo que o presidente... acredita ser um esforço de boa-fé para fazer o que é certo para o povo americano", disse.

De acordo com a porta-voz, Israel foi consultado sobre as tratativas. "Durante consultas com os Estados Unidos, Israel expressou sua opinião sobre negociações diretas com o Hamas ", disse o gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Autoridades do Hamas também confirmaram as reuniões.

De acordo com a Axios, o enviado especial dos EUA, Adam Boehler, se encontrou com membros do Hamas nas últimas semanas em Doha, no Catar, para discutir a libertação dos cinco reféns americanos ainda mantidos pelo grupo terrorista na Faixa de Gaza, quatro dos quais estão mortos.

As negociações também incluíram discussões sobre a libertação de todos os reféns que permaneceram em Gaza, bem como a possibilidade de um cessar-fogo permanente, acrescentou o Axios, citando duas fontes anônimas familiarizadas com as negociações.

A confirmação das negociações na capital do Catar acontece enquanto o cessar-fogo Israel-Hamas permanece em jogo. Este é o primeiro envolvimento direto conhecido entre os EUA e o Hamas desde que o Departamento de Estado designou o grupo como uma organização terrorista estrangeira em 1997.

Trump sinalizou que não tem intenções de afastar Netanyahu de um retorno ao combate se o Hamas não concordar com os termos de uma nova proposta de cessar-fogo, que os israelenses anunciaram como sendo elaborada pelo enviado dos EUA Steve Witkoff.

O novo plano exigiria que o Hamas libertasse metade dos reféns restantes - a principal moeda de troca do grupo terrorista - em troca de uma extensão do cessar-fogo e uma promessa de negociar uma trégua duradoura. Israel não fez menção de libertar mais prisioneiros palestinos, um componente-chave da primeira fase.

Trump ameaça Gaza

Trump ameaçou nesta quarta-feira a população de Gaza se os reféns restantes não forem libertados, e alertou os dirigentes do grupo terrorista para que deixem o território enquanto podem.

"Para a população de Gaza: um lindo futuro os espera, mas não se retiverem os reféns. Se o fizerem, estão MORTOS! Tomem uma decisão INTELIGENTE. LIBERTEM OS REFÉNS AGORA, OU HAVERÁ UM INFERNO A PAGAR DEPOIS!", escreveu o republicano em sua rede Truth Social.

Na mesma publicação, Trump exigiu ao Hamas que "devolva imediatamente todos os corpos das pessoas que assassinou" durante o ataque desse grupo contra Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.

"Este é seu último aviso! Para os dirigentes [do Hamas], agora é a hora de sair de Gaza, enquanto ainda têm oportunidade", acrescentou. "Estou enviando a Israel tudo o que se necessita para terminar o trabalho, nem um único membro do Hamas estará a salvo." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Um caça sul-coreano lançou acidentalmente oito bombas em uma área civil durante um treinamento nesta quinta-feira, 6, ferindo sete pessoas. As bombas MK-82 lançadas "anormalmente" pelo caça KF-16 caíram fora do alcance de tiro, causando danos civis não especificados, disse a força aérea em comunicado.

A nota informa ainda que a força aérea estabelecerá um comitê para investigar por que o acidente aconteceu e examinar a escala dos danos. O jato estava participando de exercícios de tiro real conjuntos junto ao Exército.

A Força Aérea pediu desculpas por causar danos civis e expressou esperanças por uma rápida recuperação dos feridos além de oferecer ativamente indenização e outras medidas necessárias para as vítimas.

O comunicado não detalhou onde o acidente aconteceu, mas a mídia sul-coreana relatou que as bombas foram lançadas em Pocheon, uma cidade perto da fronteira com a Coreia do Norte.

A agência de notícias Yonhap relatou que cinco civis e dois soldados ficaram feridos. A agência disse que as condições de dois dos feridos eram sérias, mas não fatais.

A afirmação de Donald Trump, em seu discurso ao Congresso, na terça-feira, 4, de que a Groenlândia será dos EUA "de uma forma ou de outra", foi criticada ontem pelos líderes políticos groenlandeses. Naaja Nathanielsen, ministra de Recursos Naturais e Justiça da ilha, que pertence à Dinamarca, disse que as falas mostram uma "falta de respeito" com as pessoas.

O premiê Mute Egede voltou a dizer que a ilha não está à venda. "Os americanos e seu presidente deveriam entender isso", disse. De acordo com uma pesquisa encomendada pelo jornal dinamarquês Berlingske, em janeiro, 85% dos groenlandeses não querem que a Groenlândia faça parte dos EUA.