Lula critica fiança oferecida a jogador Daniel Alves e volta a falar em 'genocídio' em Gaza

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a decisão do Tribunal de Barcelona (Espanha) de conceder liberdade provisória ao ex-jogador Daniel Alves se ele pagar fiança de 1 milhão de euros, ou R$ 5,4 milhões, para se livrar da condenação por estupro. Daniel Alves ficou preso 14 meses por violentar uma mulher de 23 anos em uma boate. Ele foi condenado a quatro anos e meio de prisão.

"O dinheiro que o Daniel Alves tem, o dinheiro que alguém possa emprestar para ele, não pode comprar a dignidade da ofensa que um homem faz a uma mulher praticando estupro. O sexo é algo feito a dois e tem que ser permitido", afirmou o presidente, durante festa de celebração dos 44 anos do PT, na noite desta quarta-feira, 20.

"Nós estamos vendo agora que o Daniel Alves pode ser libertado se pagar alguma coisa. Aprendi lá em Pernambuco, quando eu era pequeno: as pessoas diziam que, no Nordeste, quem tem 20 contos de réis não é preso. Essa máxima continua", protestou Lula. Ao lado do presidente, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, soprou um "Isso é crime". Lula repetiu em seguida: "Isso é crime".

O PT comemorou seus 44 anos, nesta quarta-feira, com uma festa no Centro Internacional de Convenções de Brasília. Estiveram presentes ministros como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Margareth Menezes (Cultura), Esther Dweck (Gestão), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Anielle Franco (Igualdade Racial), além de deputados, senadores, governadores, prefeitos e vereadores. O vice-presidente Geraldo Alckmin também subiu ao palco.

Antes de cantar "Parabéns a você" ao lado de Janja e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, Lula fez um "apelo" para o grupo terrorista Hamas libertar os reféns israelenses, presos desde o ato terrorista de 7 de outubro do ano passado, mas também cobrou o Estado de Israel para cessar o que chama de "genocídio" na Faixa de Gaza.

"Chega de matar mulheres e crianças!", exclamou o presidente, em tom enfático. "Chega! Aquilo não é guerra, é genocídio. Temos que ter coragem de dizer essas coisas, ou não vale a pena nossa passagem pelo planeta Terra", disse Lula, aplaudido pela plateia. O presidente chegou a ficar com a voz embargada. "Não é possível que estejamos assistindo a essa carnificina. Cadê a ONU, que deveria existir para evitar que essas coisas acontecessem?", perguntou.

Aos militantes, Lula agradeceu pela vitória em 2022 e pediu a todos que defendam a democracia. "A democracia precisa de instituições fortes, de carreiras fortes para o Estado funcionar atendendo aos interesses do povo, independentemente de quem está na Presidência. E precisa de imprensa forte", afirmou o petista.

Em seguida, Lula voltou a defender a libertação do jornalista Julian Assange, que está sob a custódia da polícia de Londres após o caso WikiLeaks. Para o presidente, a democracia mundial está fragilizada com a prisão de Assange. "Ele publicou um fato. O jornal dele está livre e ele, preso".

Antes do discurso do presidente, Gleisi observou que a frente ampla formada na campanha de 2022 ao Palácio do Planalto precisa ser fortalecida nas disputas municipais deste ano. "Queremos que seja eleito quem defende o campo progressista e democrático. Quem está contra a democracia não terá anistia", insistiu ela, numa referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Federal fechou o cerco contra Bolsonaro e militares acusados de patrocinar uma tentativa de golpe de Estado para se manter no poder, em 8 de janeiro de 2023.

Gleisi ressalvou, porém, que o PT terá de abrir mão da cabeça de chapa em algumas cidades. "Vamos apoiar muitos companheiros de outros partidos", avisou. Em São Paulo, por exemplo, pela primeira vez o PT deixou de apresentar candidatura própria à Prefeitura. De volta ao partido, Marta Suplicy será a vice de Guilherme Boulos (PSOL), que também compareceu à festa petista nesta quarta-feira.

A secretária de Finanças e Planejamento do PT, Gleide Andrade, lançou ali o mote "Em cada canto um Brasil mais feliz", que consiste em um plano de mobilização para as campanhas municipais, com uma plataforma virtual.

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O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, optou nesta segunda-feira, 3, por pausar toda a ajuda militar à Ucrânia. A pausa ocorre dias depois de um bate-boca entre Trump e o presidente ucraniano na Casa Branca.

Um funcionário da Casa Branca afirmou à Associated Press que a pausa na ajuda deve continuar até que Zelenski esteja disposto a negociar um acordo de paz com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Segundo o funcionário, trata-se de uma "revisão" para entender se a ajuda a Kiev estava "contribuindo para que a solução seja encontrada".

De acordo com informações da Agência Bloomberg, todo o equipamento militar dos EUA que estiver a caminho de Kiev não seria entregue aos ucranianos, incluindo armas em trânsito.

Pausa foi decidida depois de reunião com gabinete

Segundo informações do jornal Washington Post, a decisão foi tomada em uma reunião na Casa Branca nesta segunda-feira, 3, que incluiu o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Defesa Pete Hegseth, a diretora de Inteligência Nacional Tulsi Gabbard e o enviado para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

A medida segue uma ordem dada na semana passada por Hegseth para que o Comando Cibernético dos EUA suspendesse as operações ofensivas de informação e cibernética contra a Rússia enquanto as negociações para encerrar a guerra estiverem em andamento.

A decisão sobre a ajuda militar ocorre no mesmo dia em que Trump afirmou durante uma entrevista coletiva que Zelenski deveria "apreciar mais" a ajuda econômica e militar que Washington forneceu a Kiev ao longo dos três anos da guerra da Ucrânia. O republicano também acusou Zelenski de não querer realizar um acordo para acabar com a guerra.

"Se uma pessoa não quer fazer um acordo, ela não vai ficar muito tempo em evidência. O povo ucraniano quer um acordo, eles sofreram mais do que qualquer um", apontou Trump.

Mais cedo, Trump voltou criticar Zelenski após o presidente ucraniano afirmar que a guerra entre Ucrânia e Rússia estava "muito longe de acabar".

Discussão

Este é mais um capitulo da polemica entre os dois líderes que começou na sexta-feira, 28, após uma discussão no Salão Oval da Casa Branca. O bate-boca foi iniciado por discordâncias envolvendo um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Durante o encontro, o presidente dos Estados Unidos pediu que a Ucrânia aceitasse "concessões".

Zelenski, por sua vez, exigiu que não houvesse condescendência com o presidente russo, a quem chamou de "assassino", e mostrou fotos da guerra iniciada há três anos, após a invasão de seu país. De repente, o tom mudou. O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, interveio, defendendo a "diplomacia" - o pontapé da discussão.

Após o diálogo tenso, Trump publicou um comunicado em suas redes sociais no qual disse que o ucraniano Volodmir Zelenski não está pronto para uma paz que envolva a participação americana. "Tivemos uma reunião muito significativa na Casa Branca hoje. Aprendemos muito que jamais poderia ser entendido sem uma conversa sob tanto fogo e pressão", escreveu o presidente em sua plataforma de mídia social, o Truth Social.

O presidente ucraniano havia viajado a Washington para assinar um acordo que permitiria que os Estados Unidos explorassem terras raras da Ucrânia. Mas após a briga, o acordo foi cancelado e Zelenski foi expulso da Casa Branca.

Ajuda dos EUA a Ucrânia

Em diversas ocasiões, Trump reclamou que os EUA forneceram cerca de US$ 350 bilhões em ajuda econômica e militar à Ucrânia ao longo dos três anos de guerra, mas na realidade os números são bem mais baixos.

O valor da ajuda de Washington para a Ucrânia até agora foi de US$ 120 bilhões (cerca de R$ 693 bilhões na cotação atual), segundo dados do Instituto Kiel para a Economia Mundial (IfW Kiel).

A ajuda militar fornecida por Washington consistiu em mísseis Patriot, mísseis Atacms, HIMARS (Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade), munições antidrones e minas terrestres antipessoal.(Com agências internacionais)

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, optou nesta segunda-feira, 3, por pausar toda a ajuda econômica e militar à Ucrânia. A pausa ocorre dias depois de um bate-boca entre Trump e o presidente ucraniano na Casa Branca.

Um funcionário da Casa Branca afirmou à Associated Press (AP) que a pausa na ajuda deve continuar até que Zelenski esteja disposto a negociar um acordo de paz com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O oficial apontou que todo o equipamento militar dos EUA que estiver a caminho de Kiev não seria entregue aos ucranianos, incluindo armas em trânsito. Segundo o funcionário, trata-se de uma "revisão" para entender se a ajuda a Kiev estava "contribuindo para que a solução seja encontrada".(Com AP)

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou no domingo, 2, que a guerra entre Rússia e Ucrânia "ainda está muito, muito longe de acabar". As declarações de Zelenski ocorreram depois de um bate-boca com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira, 28, sobre o futuro do conflito. O presidente ucraniano também afirmou que está confiante em uma manutenção do relacionamento entre Kiev e Washington.

"Acho que nosso relacionamento com os EUA continuará, porque é mais do que um relacionamento ocasional", disse Zelenski no domingo à noite, referindo-se ao apoio de Washington nos últimos três anos de guerra. "Acredito que a Ucrânia tem uma parceria forte o suficiente com os Estados Unidos para manter a ajuda militar e econômica", disse ele em um briefing em ucraniano.

O presidente ucraniano se mostrou otimista, apesar da briga diplomática entre países ocidentais que têm ajudado a Ucrânia com equipamentos militares e ajuda financeira. A reviravolta dos eventos é indesejável para a Ucrânia, cujo Exército está tendo dificuldade na luta contra os russos.

Zelenski participou de uma cúpula com líderes europeus em Londres no final de semana. O consenso é que a Europa terá que aumentar o seu financiamento militar e econômico a Ucrânia.

A Europa desconfia dos motivos e da estratégia de Trump para acabar o conflito. Friedrich Merz, o provável próximo chanceler da Alemanha, disse nesta segunda-feira, 3, que não acreditava que a discussão no Salão Oval fosse espontânea.

Merz apontou que assistiu à cena repetidamente. "Minha avaliação é que não foi uma reação espontânea às intervenções de Zelenski, mas aparentemente uma escalada induzida nesta reunião no Salão Oval", disse Merz. "Eu defenderia que nos preparássemos para ter que fazer muito, muito mais pela nossa própria segurança nos próximos anos e décadas", disse ele.

O político alemão afirmou que estava "surpreso" com o tom da discussão, mas que houve "uma certa continuidade no que estamos vendo de Washington no momento".

Trump rebate Zelenski

Após a declaração de Zelenski, Trump rebateu o presidente ucraniano. "Esta é a pior declaração que poderia ter sido feita por Zelenski e os EUA não vão tolerar isso por muito mais tempo!", disse o presidente americano em uma publicação em sua plataforma Truth Social.

"É o que eu estava dizendo, esse cara não quer que haja Paz enquanto ele tiver o apoio dos Estados Unidos", destacou Trump. O presidente americano também afirmou que a Europa não tem capacidade de fornecer ajuda militar suficiente para dar uma chance a Kiev em sua luta contra Moscou. "A Europa, na reunião que teve com Zelenski, declarou categoricamente que não pode fazer o trabalho sem os EUA. Está não é uma grande declaração para ser feita em termos de demonstração de força contra a Rússia".

Discussão

O bate-boca entre Trump e Zelenski começou durante uma reunião aberta para a imprensa no Salão Oval na sexta-feira. O republicano cumprimentou o presidente ucraniano com um aperto de mãos antes de fazer uma piada sobre seu traje de estilo militar. Durante o encontro, o presidente dos Estados Unidos pediu que a Ucrânia aceitasse "concessões".

Zelenski, por sua vez, exigiu que não houvesse condescendência com o presidente russo, a quem chamou de "assassino", e mostrou fotos da guerra iniciada há três anos, após a invasão de seu país. De repente, o tom mudou. O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, interveio, defendendo a "diplomacia" - o pontapé da discussão.

Após o diálogo tenso, Trump publicou um comunicado em suas redes sociais no qual disse que o ucraniano Volodmir Zelenski não está pronto para uma paz que envolva a participação americana. "Tivemos uma reunião muito significativa na Casa Branca hoje. Aprendemos muito que jamais poderia ser entendido sem uma conversa sob tanto fogo e pressão", escreveu o presidente em sua plataforma de mídia social, o Truth Social.

"É incrível o que se revela por meio da emoção, e determinei que o presidente Zelenski não está pronto para a paz se os Estados Unidos estiverem envolvidos, porque ele acha que nosso envolvimento lhe dá uma grande vantagem nas negociações. Não quero vantagem, quero PAZ. Ele desrespeitou os Estados Unidos da América em seu estimado Salão Oval. Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz."

Em meio à discussão, a planejada assinatura de um acordo entre os Estados Unidos e Ucrânia sobre minerais raros não aconteceu, segundo um assessor de imprensa da Casa Branca. O acordo que seria assinado permitiria que os Estados Unidos tivessem acesso recursos do subsolo ucraniano, como exigiu Trump, em compensação pela ajuda militar e financeira desembolsada nos últimos três anos.(Com AP)