Lula e Jair Bolsonaro não comentam sobre os 60 anos do golpe militar nas redes sociais

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) silenciaram sobre o golpe militar de 1964 nas redes sociais neste domingo, 31, e nesta segunda-feira, dia 1º. Páscoa, redução de fila de espera para cirurgia de quadril no Sistema Único de Saúde (SUS) e visita a Balneário Camboriú (SC) dominaram as publicações nos perfis dos dois adversários políticos.

 

Preso pela ditadura na década de 1980 e deputado constituinte, Lula já havia afirmado não querer "ficar remoendo o passado". Em fevereiro, o presidente disse estar mais preocupado com os atos golpistas de 8 de janeiro do ano passado do que com o golpe de 1964.

 

A retirada do presidente João Goulart do poder, que envolveu civis e militares e iniciou a ditadura de 21 anos que cassou direitos políticos, torturou e matou adversários e censurou a imprensa, foi ignorada pelo presidente. No lugar, Lula fez uma postagem sobre a Páscoa.

 

No X (antigo Twitter), o presidente lembrou no sábado, 30, os valores do feriado cristão e também a cirurgia no quadril que realizou há seis meses. Em vídeo, ele cobrou da ministra da Saúde, Nísia Trindade, a redução da fila de espera para o procedimento no SUS.

 

"Queria desejar para vocês uma boa Páscoa, para os avós, para as mães e para os pais, para os filhos, para as crianças, e dizer para vocês que vamos juntos construir uma nação moderna, solidária, fraterna e uma nação justa para todos os 203 milhões de brasileiros e brasileiras que moram aqui", disse Lula no vídeo.

 

No domingo, o presidente compartilhou, nos stories do Instagram, a resposta da ministra da Saúde sobre a fila de cirurgia no sistema público. Nísia Trindade disse que "seguir reduzindo a espera nas filas do SUS" é a "prioridade". Lula também compartilhou uma publicação da Casa Civil sobre resultados positivos da economia do País.

 

Além de não se posicionar publicamente sobre o golpe, o presidente desautorizou ações do governo que relembrem a data para evitar atritos com as Forças Armadas. Dos 38 ministros, sete repudiaram a ditadura e homenagearam as pessoas que morreram no período, em publicações nas redes sociais.

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que considera a data um "grande dia da liberdade" e já fez manifestações de apoio ao golpe militar de 1964, também não postou sobre o tema nas redes sociais. O ex-chefe do Executivo é investigado pela Polícia Federal (PF) por suposta organização de tentativa de golpe de Estado, para evitar a posse de Lula, eleito em 2022.

 

Ele desejou feliz Páscoa aos seus seguidores nas redes sociais e compartilhou um vídeo de sua estadia em Balneário Camboriú. Ele foi recebido no sábado por apoiadores na cidade em que o filho dele, Jair Renan (PL), se lançou como pré-candidato ao cargo de vereador.

 

Na sua trajetória política, Bolsonaro já exaltou figuras da ditadura diversas vezes em pronunciamentos e entrevistas, entre eles, Carlos Alberto Brilhante Ustra, primeiro militar condenado por sequestro e tortura durante o período. Chamado de "herói nacional" pelo ex-presidente, Ustra esteve à frente do DOI-Codi no período em que foram registradas ao menos 45 mortes e desaparecimentos forçados no local, de acordo com relatório elaborado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV).

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Em mais um esforço de sua agenda de deportação em massa, o governo Donald Trump vai oferecer um auxílio em dinheiro e pagar as viagens de volta para casa aos imigrantes indocumentados que deixarem os Estados Unidos voluntariamente, disseram autoridades nesta segunda-feira, 5.

A política, que oferecerá US$ 1.000 (R$ 5.600) e uma passagem aérea de volta, faz parte da iniciativa do governo Trump para persuadir imigrantes a se deportarem como forma de ajudar o presidente a cumprir suas ambiciosas promessas de imigração. Autoridades disseram que um imigrante de Honduras já aceitou a oferta do governo e voou de Chicago de volta ao seu país de origem.

Nas últimas semanas, o governo americano tem aconselhado cada vez mais certos imigrantes a deixarem o país antes de serem alvos das autoridades. Também adotou políticas para tornar a vida desconfortável para aqueles que estão no país sem status legal, como impedir o acesso de certos migrantes a serviços financeiros.

O dinheiro oferecido aos imigrantes que partem por conta própria será pago após a confirmação da viagem de volta por meio de um aplicativo lançado pelo governo Trump no início deste ano, chamado CBP Home. Autoridades afirmam que o programa economizará recursos do governo, evitando os custos necessários para prender, deter e transportar pessoas para fora do país em aviões fretados pelo governo.

"Se você está aqui ilegalmente, a autodeportação é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os Estados Unidos e evitar ser preso", disse Kristi Noem, secretária de segurança interna, em um comunicado.

O governo Trump anunciou na semana passada que havia deportado cerca de 140.000 imigrantes dos EUA desde janeiro. Os números, até o momento, estão muito longe da promessa central de campanha de Trump: remover milhões de pessoas que estão ilegalmente no país.

O número não é muito diferente da quantidade de deportações do governo Biden no mesmo período de tempo. Porém, as expulsões do republicano tem sido muito mais controvertidas, com uso de aviões militares, deportação sem o devido processo legal - em violação à Constituição americana - e com imigrantes legais sendo deportados erroneamente, como foi o caso do salvadorenho Kilmar Abrego Garcia.

As deportações podem ser custosas e demoradas, visto que as autoridades americanas frequentemente precisam deter migrantes por um longo período de tempo, coordenar documentos de viagem e preparar voos fretados para diversos países.

São frequentes também os problemas envolvendo migrantes de países que não aceitam seus cidadãos ou tornam o processo tão complexo que a remoção demora ainda mais.

O custo médio para o Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA prender, deter e remover um imigrante ilegalmente nos Estados Unidos é de US$ 17.121 (R$ 96,7 mil), segundo o Departamento de Segurança Interna. A agência afirma que, mesmo com o custo do auxílio, uma "autodeportação" reduziria o encargo de uma deportação em cerca de 70%.

Trump sugeriu uma política de incentivo a viagens em uma entrevista recente à Fox News.

"Mas o que queremos fazer é ter um programa de autodeportação, que ainda nem anunciamos", disse ele à emissora em meados de abril. "A única coisa que ainda não decidi é: o que vamos fazer? Vamos dar a eles um estipêndio, algum dinheiro e uma passagem de avião, e então vamos trabalhar com eles, se forem bons, se os quisermos de volta, vamos trabalhar com eles para trazê-los de volta o mais rápido possível."

Trump prometeu deportar pelo menos 1 milhão de pessoas no primeiro ano de seu segundo mandato e tem usado agências federais, ordens executivas e até mesmo a centenária Lei de Inimigos Estrangeiros para facilitar sua promessa, muitas vezes com ramificações legais questionáveis.

"Fui eleito para tirá-los daqui", disse ele no domingo, 4, em uma entrevista no programa "Meet the Press" da NBC onde admitiu não saber se precisava obedecer à Constituição no caso dos direitos de não-cidadãos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira, 5, ter mantido uma "boa e produtiva" conversa por telefone com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Em publicação na Truth Social, Trump citou discussões sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, a situação na Síria, Gaza e outros temas.

"Acabei de ter uma conversa telefônica muito boa e produtiva com Erdogan sobre muitos assuntos, incluindo a guerra com a Rússia/Ucrânia, tudo sobre a Síria, Gaza e mais", escreveu Trump.

O presidente revelou ainda que Erdogan o convidou para visitar a Turquia em uma data futura e que o líder turco também irá a Washington.

Trump destacou seu relacionamento próximo com Erdogan durante seu primeiro mandato.

O republicano também expressou otimismo em relação a uma possível mediação para encerrar o conflito na Ucrânia. "Estou ansioso para trabalhar com o presidente Erdogan para acabar com a guerra ridícula, mas mortal, entre a Rússia e a Ucrânia - AGORA!", escreveu.

A presidente da Comissão Europeia, braço administrativo da União Europeia, Ursula Von der Leyen, afirmou que o bloco protegerá cientistas estrangeiros que se mudarem para a região, em meio ao esforço europeu para alcançar Estados Unidos e China em tecnologias inovadoras como a inteligência artificial. "Acredito que a ciência é a chave para o nosso futuro aqui na Europa. Sem ela, simplesmente não poderemos enfrentar os desafios globais de hoje, da saúde às novas tecnologias, do clima aos oceanos", disse em uma conferência em Paris nesta segunda-feira, 5.

Von der Leyen usou seu discurso para promover uma série de políticas que a Comissão pretende adotar para atrair pesquisadores ao continente.

Entre as medidas estão a proposta de uma Lei da Área Europeia de Pesquisa, para reforçar a livre circulação de conhecimento e dados no bloco, um pacote de 500 milhões de euros de apoio a pesquisadores, novas bolsas e incentivos direcionados a cientistas que atuam em tecnologias de fronteira, como a IA. "Queremos que a Europa lidere em tecnologias prioritárias - de IA à computação quântica, do espaço a semicondutores e microeletrônica, da saúde digital à genômica e biotecnologia", afirmou.

No mesmo evento, o presidente francês, Emmanuel Macron, também fez um apelo para que cientistas venham ao país.

O plano europeu surge enquanto universidades nos EUA enfrentam cortes propostos pelo presidente Donald Trump no financiamento federal à pesquisa. Uma proposta orçamentária americana datada de 2 de maio prevê cortes de bilhões de dólares em programas voltados ao ensino superior.

"O papel da ciência no mundo de hoje está sendo questionado. O investimento em pesquisa fundamental, livre e aberta está sendo questionado. Que gigantesco erro de cálculo", disse Von der Leyen em Paris. Fonte: Dow Jones Newswires.