Lula: 'acho que é a 1ª vez que um presidente começa a governar antes da posse'

Política
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O presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez um aceno ao Congresso Nacional nesta quinta-feira, 22, e iniciou seu discurso agradecendo aos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes partidários pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição na quarta-feira, 21.

"Acho que é a primeira vez que um presidente da República toma posse e começa a governar antes da posse. Tivemos a responsabilidade de fazer uma PEC e todo mundo sabia que não era nossa; era para cobrir a irresponsabilidade do governo que vai sair que não tinha colocado dinheiro no Orçamento para cumprir as promessas que ele fez", disse Lula em evento que marca a entrega de relatórios pelos 32 grupos temáticos da transição - com posterior anúncio de novos ministros do governo.

O presidente eleito disse que o que parecia impossível "aconteceu" e destacou a votação expressiva da proposta. Segundo Lula, partidos que não são da base do governo votaram pela aprovação do texto, o que ele disse ter sido uma "demonstração de solidariedade ao povo", sobretudo aos mais vulneráveis.

Lula recebeu hoje o relatório final dos grupos técnicos do governo de transição - afirmando que não pretende fazer show e pirotecnia com o diagnóstico e que há quatro anos que todos esperavam o momento de restabelecer a democracia.

"Não pretendo fazer pirotecnia e escândalo com material da transação. Quero que a sociedade saiba que País encontramos em dezembro de 2022. Depois de quatro anos de mandato, recebemos governo em situação de penúria, coisas mais simples não foram feitas de forma responsável, porque o presidente preferia contar mentiras no cercadinho em vez de governar o País", disse.

O presidente diplomado também disse que irá entregar ao fim de seu mandato, em 2026, um relatório sobre cada área do governo para que a sociedade, deputados e senadores possam comparar com o diagnóstico feito pelo gabinete de transição sobre atual gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Se eu pudesse transformar em dinheiro o trabalho de vocês, o Banco Central não teria todo o dinheiro para pagar. Vamos pagar com política social, recuperando a Saúde, recuperando a Educação e dando comida para as pessoas. A partir do dia 1º de janeiro, iremos ao trabalho, não haverá tempo para descanso nos próximos quatro anos", afirmou.

Lula disse que quer que todos ganhem em seu governo, mas voltou a destacar que a prioridade será dada aos mais pobres. "Se eu terminar meu mandato com cada brasileiro tomando café, almoçando e jantando todo dia, se as pessoas não estiverem dormindo na rua, sinceramente eu serei o homem mais feliz do planeta. É para isso que vou trabalhar", repetiu.

O presidente diplomado ainda pediu que seus colaboradores continuem cobrando e criticando o governo quando detectarem ineficiências na gestão. "Não deixem de cobrar, porque se vocês não cobram, a gente acha que está acertando. Nós não precisamos de puxa-saco ou tapinha nas costas. O governo tem que ser cobrado todo santo dia, para que possamos aprimorar nossa capacidade de trabalho. Cobrem, cobrem e cobrem para que a gente faça, faça e faça", encerrou.

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Grande parte da população de Cuba ficou sem energia entre sexta-feira, 14 e sábado, dia 15, após a ilha sofrer o quarto apagão em seis meses. Autoridades informaram que a queda foi provocada por uma avaria em uma subestação em Havana. O fornecimento começou a ser restabelecido lentamente no sábado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, defendeu neste sábado, 15, manter a pressão para que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, aceite um cessar-fogo na Ucrânia. O premiê promoveu uma reunião virtual com 25 líderes dispostos a garantir uma eventual trégua no conflito.

Starmer reafirmou o compromisso de apoiar a Ucrânia na luta contra invasão russa e assegurar o cumprimento de um cessar-fogo, que tem sido negociado pelos EUA. Céticos sobre qualquer promessa de Putin, os europeus têm discutido como garantir a segurança dos ucranianos no cenário de trégua, mas os russos apresentam resistências.

PRESSÃO

"Concordamos em continuar a pressão sobre a Rússia, manter a ajuda militar para a Ucrânia e continuar a restringir a economia russa, para enfraquecer a máquina de guerra de Putin e levá-lo à mesa de negociações", disse o premiê.

Starmer convocou o encontro virtual após afirmar que o Putin "não leva a paz a sério". A Ucrânia aceitou uma proposta de trégua dos EUA, mas a Rússia disse que era preciso discutir os termos do acordo e exigiu um série de concessões ucranianas.

"A ideia, em si, é correta, e certamente a apoiamos. Mas há questões que precisamos discutir", disse Putin. A resposta foi interpretada como uma forma de atrasar o cessar-fogo, sem desagradar Donald Trump.

O encontro de sábado reuniu líderes de 25 países da Europa, além de Comissão Europeia, Canadá Austrália, Nova Zelândia e Ucrânia. A ideia, segundo Londres é criar uma coalizão disposta a apoiar uma "paz justa e duradoura".

"Minha sensação é que, mais cedo ou mais tarde, Putin terá de sentar à mesa e negociar", disse Starmer. "Se Putin não negociar, devemos fazer todo o possível para aumentar a pressão sobre a Rússia, para que ela acabe com esta guerra."

MACRON

Starmer e o presidente francês, Emmanuel Macron, lideram os esforços por garantias de segurança para Ucrânia desde que Trump abriu negociações diretas com a Rússia, no mês passado. As primeiras conversas, sem a participação dos ucranianos, acenderam o alerta na Europa, preocupada com a guinada na política externa americana.

Sob Trump, os EUA votaram com a Rússia contra uma resolução da ONU que condenava a guerra. O presidente americano repetiu falsas alegações de Putin sobre o conflito e chegou a suspender o apoio militar e o compartilhamento de informações da inteligência americana com a Ucrânia.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que discutiu com Macron os aspectos técnicos sobre como o cessar-fogo poderia ser aplicado. "Nossas equipes continuam trabalhando em garantias de segurança claras, e estarão prontas em breve", afirmou Zelenski.

Starmer e Macron, que conversaram por telefone na véspera da reunião virtual deste sábado, expressaram a disposição de enviar tropas britânicas e francesas à Ucrânia, mas não está claro se outros países estão dispostos a fazer o mesmo e, mais importante, se Putin aceitará. (Com agências internacionais).

Mais 135 brasileiros repatriados dos Estados Unidos chegaram neste sábado, 15, ao País. Em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), o quarto voo com imigrantes deportados desde o começo do ano pousou em Fortaleza e depois desembarcou no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte.

Minas Gerais costumava ser o destino dos voos com deportados dos Estados Unidos, mas o governo decidiu mudar a rota para reduzir o tempo que os brasileiros passam algemados depois que o tratamento dado aos imigrantes abriu uma crise diplomática entre Brasília e Washington. As algemas foram retiradas já na parada em Fortaleza.

De volta à Casa Branca, Donald Trump fechou o certo contra os 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente nos Estados Unidos e intensificou as prisões como parte da operação para deportação em massa. Estima-se que 230 mil brasileiros estão em situação irregular nos Estados Unidos. Desses, 38 mil estão sob ordem de deportação, sem possibilidade de recurso.

No primeiro voo de deportação da era Trump, as imagens de brasileiros algemados em território nacional e as denúncias de maus tratos por parte das autoridades americanas levaram o governo a pedir explicações sobre o tratamento considerado degradante.

Depois do episódio, o chefe da embaixada americana, Gabriel Escobar, pediu desculpas em reunião a portas fechadas. E autoridades dos dois países se reuniram para discutir os próximos voos com deportados.

José Maria Ferreira da Costa, um dos deportados, afirmou que a tentativa de imigrar para os Estados Unidos não valeu a pena. Ele ficou detido por quatro meses após cruzar a fronteira. "A gente nos Estados Unidos é tratado muito mal dentro da prisão. Passa muita fome, é muito maltratado. É uma situação muito desagradável para um pai de família, uma mãe de família, com suas crianças. Não desejo para ninguém", relatou no desembarque em Minas Gerais.

Em Fortaleza, os deportados receberam os primeiros atendimentos antes de seguir para Minas Gerais, origem de boa parte dos imigrantes. A operação envolve os ministérios de Direitos Humanos e Cidadania, Relações Exteriores, Justiça e Segurança Pública e Defesa, além da Polícia Federal.

De acordo com o governo brasileiro, os repatriados recebem alimentação, água, orientações para regularizar os documentos e apoio logístico para retornar a suas cidades de origem. No aeroporto de Confins, uma equipe multidisciplinar com assistentes sociais e psicólogos estava à disposição dos deportados.

Com o voo deste sábado, o total de repatriados dos Estados Unidos desde o começo do ano chega a 498, segundo informações do governo. O País tem recebido deportados com frequência desde 2018, em acordo com os EUA para reduzir o tempo que os brasileiros ficam detidos por imigração ilegal.

Dentre os deportados, dois foram presos pela Polícia Federal já na parada em Fortaleza por estarem com mandado de prisão em aberto no Brasil: um, de Rondonópolis (MT), foi condenado por homicídio e porte ilegal de arma; outro, de Contagem (MG), cometeu um roubo e havia fugido da prisão.