Datena se filia ao PSDB ao lado de Tabata, faz elogios a ela, mas não crava que será vice

Política
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O apresentador de TV José Luiz Datena deixou o PSB e se filiou ao PSDB nesta quinta-feira, 4. Ele disse que o movimento foi articulado por Tabata Amaral (PSB), que sua vontade é estar ao lado da deputada, mas não cravou que será vice dela na disputa pela Prefeitura de São Paulo em outubro.

"Não depende só de nós", disse. "A minha vontade é estar ao lado da Tabata. Agora, estou em um partido que está conversando com o partido que era meu partido", disse o apresentador, acrescentando que "o futuro a Deus pertence". Mais cedo, afirmou aos jornalistas que seu desejo é disputar o Senado em 2026 e também não descartou expressamente que pode encabeçar uma chapa tucana.

Datena deixou claro que a filiação ocorre para aproximar os tucanos do PSB em vista de uma coligação partidária, disse ser fã de Tabata e tê-la no "fundo do coração". A deputada acenou aos tucanos, afirmando que o partido tem os melhores quadros de São Paulo e que sempre que busca se aprofundar em algum assunto se depara com especialistas ligados ao PSDB.

"A gente sabe, como você falou, que esse é um movimento coletivo, pensando em São Paulo e é só por isso que a gente deixou e não brigou um pouquinho mais por você.", disse Tabata a Datena. "A maior prova que ela adora o PSDB é que ela me colocou aqui", emendou o apresentador.

A equipe da deputada entende que a presença do jornalista na chapa ajudaria Tabata a ser mais conhecida, principalmente entre as classes C e D, e também traria autoridade perante aos eleitores ao falar sobre segurança pública, tema que os assessores da deputada acreditam que será mais importante nesta eleição do que em pleitos anteriores.

Além disso, uma eventual aliança com o PSDB significaria que a candidatura da deputada deixaria de ser um voo solo - atualmente ela não tem o apoio de outra legenda - e aumentaria o tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

Havia expectativa entre aliados de Tabata que Datena cravasse que seria o vice, mas isso não ocorreu. A avaliação é que o jornalista reforçou que apoia Tabata, como já havia feito em janeiro em evento na casa dela, mas que pessoalmente ainda não decidiu se quer disputar uma eleição.

Recuos

Datena coleciona uma série de recuos eleitorais. Ele disse se arrepender, por exemplo, de não ter prosseguido como vice do tucano Bruno Covas em 2020 porque a cidade agora é governada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), de quem é crítico. Ao mesmo tempo, declarou que políticos e partidos usam sua popularidade para conseguir votos e que acredita que este também é o caso do PSDB e de Tabata.

Uma ala do PSDB ligada à direção nacional quer que o apresentador seja candidato a prefeito para que Eduardo Leite (PSDB), que referendou a filiação, tenha um palanque em São Paulo em uma eventual candidatura a presidente daqui a dois anos. Questionado se alguma liderança tucana tratou com ele sobre candidatura própria, Datena não negou e se limitou a responder que, se as conversas tivessem ocorrido, ele não diria aos jornalistas.

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, e o estadual, Paulo Serra, não compareceram ao evento de filiação. José Aníbal, presidente municipal, declarou que o partido pretende quebrar a polarização que hoje predomina na eleição paulistana. Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Nunes, apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), lideram as pesquisas neste momento.

"Nós queremos fazer diferente. Queremos fazer com esse campo democrático de São Paulo uma ação combinada, quanto mais melhor, para que tenhamos um grande protagonismo nessas eleições municipais e sejamos um fator disruptivo no quadro de polarização preliminar que está colocado", afirmou.

Datena permaneceu menos de quatro meses no PSB antes de entrar em seu no 11° partido. A primeira legenda em que ele esteve associado foi o PT, de 1992 a 2015. Desde então, passou por oito siglas em um intervalo de oito anos: PP, PRP (extinto), DEM (hoje, União Brasil), MDB, PSL (fundido ao União), PSC, União Brasil e PDT.

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A matéria publicada anteriormente tinha um equívoco no primeiro parágrafo. O líder do partido União Democrática Cristã (CDU), Friedrich Merz, é o provável próximo chanceler da Alemanha. Seu partido foi o mais votado na eleição deste domingo e, portanto, deve ocupar a liderança do país num governo de coalizão. Segue a nota corrigida:

O líder do partido União Democrática Cristã (CDU) e provável próximo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, afirmou que espera convencer os representantes dos Estados Unidos de que há um interesse mútuo ter boas relações transatlânticas, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 24. Na ocasião, ele disse que conversou com o presidente da França, Emmanuel Macron, no domingo, 23, e os líderes discutiram o que será conversado com o presidente americano, Donald Trump.

"Temos que considerar o pior cenário possível para as relações com os Estados Unidos", defendeu.

Merz também disse que será "chanceler de toda a Alemanha" e não apenas para os eleitores de seu partido, e que quer construir uma coligação com o Partido Social-Democrata (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz, que ficou em terceiro lugar após a apuração, atrás do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita.

O chanceler conservador eleito na Alemanha, Friedrich Merz, do partido União Democrática Cristã (CDU), afirmou que espera convencer os representantes dos Estados Unidos de que há um interesse mútuo em ter boas relações transatlânticas, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 24. Na ocasião, ele disse que conversou com o presidente da França, Emmanuel Macron, no domingo, 23, e os líderes discutiram o que será conversado com o presidente americano, Donald Trump.

"Temos que considerar o pior cenário possível para as relações com os Estados Unidos", defendeu.

Merz também disse que será "chanceler de toda a Alemanha" e não apenas para os eleitores de seu partido, e que quer construir uma coligação com o Partido Social-Democrata (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz, que ficou em terceiro lugar após a apuração, atrás do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumprimentou Friedrich Merz e a União Democrática Cristã (CDU), partido conservador tradicional, pela vitória no pleito eleitoral de domingo, 23, na Alemanha. Em nota divulgada na manhã desta segunda-feira, 26, Lula disse estar "convencido" de que Brasil e Alemanha seguirão trabalhando juntos para ampliar convergências e complementaridades. Friedrich Merz é o provável próximo chanceler da Alemanha

"Quero cumprimentar Friedrich Merz e seu partido pela vitória no pleito eleitoral de ontem. Sua eleição ocorre em momento de grande sensibilidade geopolítica e geoeconômica global, mas também em momento de grandes esperanças e oportunidades de ganhos conjuntos", disse Lula em nota.

O brasileiro disse que a Alemanha é um "país amigo e parceiro crucial do Brasil" na defesa da democracia e do multilateralismo, na promoção do desenvolvimento sustentável e na proteção dos direitos humanos. "Nossos países têm forte histórico de atuação conjunta por reformas na governança global", citou.

"Estou convencido de que seguiremos trabalhando juntos para ampliar as convergências e complementaridades em prol de uma inserção internacional cada vez mais competitiva de ambos", afirmou. O petista citou que a implementação do Acordo entre o Mercosul e a União Europeia e a realização da COP 30 no Brasil são "caminhos facilitadores desse processo".

Em segundo lugar no pleito de ontem, ficou o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), e o Partido Social-Democrata (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz, ficou em terceiro. Com isso, a AfD alcançou o melhor resultado para a extrema direita alemã desde a 2ª Guerra Mundial.

A grande fatia de votos recebida pelo Alternativa para a Alemanha deve prejudicar as negociações para a formação de um governo, já que todos os principais partidos do país se recusam a formar uma coalizão com a AfD - uma estratégia criada desde o fim da 2ª Guerra para impedir o retorno de extremistas ao poder após a derrota do nazismo. Apesar de descartar formar um governo com a AfD, Merz já mostrou que pode dialogar com o partido.