Lula defende lei Rouanet e volta a atacar Bolsonaro ao sancionar Sistema Nacional de Cultura

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quinta-feira, 4, a política de Cultura do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Quando a ignorância comandava o nosso País, falavam que artista era vagabundo", disse o presidente durante o evento de sanção ao projeto que institui o Sistema Nacional de Cultura (SNC).

O governo tem se referido ao sistema como o "SUS da Cultura", em referência ao Sistema Único de Saúde. No discurso, Lula saudou o SUS e comparou a importância do sistema com o novo instrumento de fomento à cultura. "Ninguém que vai poder acabar com a cultura do País" ao extinguir o Ministério da Cultura, como ocorreu durante a gestão Bolsonaro, disse o presidente.

O sistema existe desde 2012, mas ainda não estava regulamentado. A medida foi aprovada pelo Congresso em março e, desde então, aguardava o aval do presidente para entrar em vigor. A cerimônia para a sanção do dispositivo ocorreu no Teatro Luiz Mendonça, em Recife (PE), e contou com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e do prefeito da capital pernambucana, João Campos (PSB).

O presidente também saiu em defesa de outro dispositivo de captação para o setor cultural, a Lei Rouanet, alvo frequente de críticas de Jair Bolsonaro e apoiadores do ex-presidente. Lula criticou a ideia de que a Rouanet serve como "desfalque dos cofres do Tesouro para sustentar 'vagabundo'".

"A Lei Rouanet não é favor, a Lei Rouanet não dá dinheiro. A Lei Rouanet aprova um projeto. O artista que teve o projeto aprovado vai ter que correr atrás de dinheiro", disse o petista, que pediu por mais diversidade social nos editais fomentados pela Rouanet. "Se ele for negro e pobre, da periferia, ninguém quer dar dinheiro para ele. As pessoas querem dar dinheiro para outros tipos de artistas."

Para que o sistema de cultura fosse aprovado no Congresso, a base do governo Lula teve que fazer concessões aos setores conservadores do Legislativo. No Senado, a relatora do projeto foi Augusta Brito (PT-CE). A petista aceitou uma emenda de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, para que o financiamento de projetos via SNC obedecesse a critérios como "moralidade pública" e "zelo aos valores religiosos".

"Para fins desta Lei, o pleno exercício dos direitos culturais não deverá possuir caráter político-partidário ou personalista, tampouco afrontar a dignidade e a moralidade pública ou incitar a prática de crimes", diz o texto aprovado pelos congressistas e sancionado na quinta pelo presidente.

Para assistir ao vídeo com a declaração de Lula, é só clicar aqui.

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O presidente russo, Vladimir Putin, presidiu nesta quinta-feira, 24, a sessão de encerramento da Cúpula do Brics de economias em desenvolvimento. Ele enalteceu o papel da Rússia como contrapeso dos EUA, e disse que todos os integrantes do bloco econômico "compartilham aspirações e valores semelhantes e uma visão de uma nova ordem global democrática".

A cúpula contou com a presença de 36 países, destacando o fracasso dos esforços liderados pelos EUA para isolar a Rússia. O Kremlin elogiou a cúpula como "o maior evento de política externa já realizado" pela Rússia.

O governo russo pressionou especificamente pela criação de um novo sistema de pagamento que ofereceria uma alternativa à rede global de mensagens bancárias SWIFT, e permitiria que Moscou driblasse as sanções ocidentais e negociasse com parceiros.

O presidente da China, Xi Jinping, enfatizou o papel do bloco em garantir a segurança global. Xi observou que a China e o Brasil apresentaram um plano de paz para a Ucrânia e buscaram reunir apoio internacional mais amplo. A Ucrânia rejeitou a proposta.

Putin, que realizou uma série de reuniões bilaterais à margem da cúpula, deve se reunir nesta quinta com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que está fazendo sua primeira visita à Rússia em mais de dois anos. A viagem de Guterres a Kazan não agradou as lideranças ucranianas. Fonte: Associated Press.

Inundações e deslizamentos de terra provocados por uma tempestade tropical no nordeste das Filipinas, nesta quinta-feira, 24, deixaram pelo menos 24 mortos. A situação levou as autoridades a correrem para conseguir barcos motorizados a fim de resgatar moradores presos, alguns em telhados.

O governo fechou escolas e escritórios - exceto aqueles urgentemente necessários para a reação ao desastre - pelo segundo dia em toda a ilha de Luzon, para proteger milhões de pessoas depois que a tempestade tropical Trami atingiu a província de Isabela, no nordeste do país.

Possibilidade de tufão

A tempestade começou a se afastar da costa da província de Ilocos Sur, no noroeste, em direção ao Mar da China Meridional na tarde de quinta-feira, com ventos de até 95 km/h e rajadas de até 115 km/h. A tempestade estava se movendo em direção ao sudoeste e poderia se intensificar em um tufão sobre o Mar da China Meridional, segundo previsões meteorológicas do governo.

O número de mortos deve aumentar à medida que vilarejos isolados por enchentes e estradas bloqueadas por deslizamentos de terra e árvores caídas conseguirem enviar relatórios, disseram policiais e autoridades provinciais.

A maioria das mortes foi relatada na região de Bicol, composta por seis províncias e situada ao sudeste de Manila, onde pelo menos 21 pessoas morreram, incluindo 8 residentes na cidade de Naga, que foi inundada por enchentes repentinas enquanto a tempestade Trami se aproximava na terça-feira, despejando mais de dois meses de chuva em apenas 24 horas, disseram o chefe regional da polícia, Andre Dizon, e outros oficiais.

Embora milhares de moradores, que ficaram presos nas enchentes, tenham sido resgatados pelas forças do governo, muitos mais precisavam ser salvos na quinta-feira na região de Bicol, incluindo alguns que estavam em telhados.

Cerca de 1.500 policiais foram mobilizados para trabalhos de mitigação de desastres, disse Dizon. "Não podemos resgatar todos de uma vez porque são muitos e precisamos de mais barcos motorizados", disse Dizon à Associated Press por telefone. "Estamos buscando maneiras de entregar comida e água para aqueles que estão presos, mas que não podem desocupar imediatamente."

As enchentes arrastaram e submergiram carros em algumas partes da cidade de Naga, enquanto fluxos de lama do vulcão Mayon, um dos 24 vulcões ativos do país, na província vizinha de Albay, engoliram vários veículos, disse Dizon. O tempo tempestuoso continuava na região, dificultando os esforços de socorro, disseram as autoridades.

A agência do governo de mitigação de desastres disse que mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas pela tempestade, incluindo 75.400 moradores que foram deslocados de suas casas e estão abrigados em áreas seguras. Mais de 1.000 casas foram danificadas, principalmente na região de Bicol, e quase 300 estradas e pontes estavam intransitáveis devido a inundações, deslizamentos de terra ou árvores caídas, informou a agência.

A tempestade também provocou a suspensão dos serviços de balsa entre ilhas em mais de 120 portos, deixando quase 7.000 passageiros e trabalhadores de carga retidos, informou a guarda costeira das Filipinas.

Cerca de 20 tempestades e tufões atingem as Filipinas a cada ano. Em 2013, o tufão Haiyan, um dos ciclones tropicais mais fortes já registrados no mundo, deixou mais de 7.300 pessoas mortas ou desaparecidas e destruiu vilarejos inteiros. Fonte: Associated Press.

O ataque às instalações da empresa turca aeroespacial e de defesa Turkish Aerospace Industries (TUSAS) deixou quatro mortos e pelo menos 14 feridos nesta quarta-feira, 23.

"Temos quatro mártires. Temos 14 feridos. Condeno este hediondo ataque terrorista e desejo misericórdia aos nossos mártires", disse o presidente turco, Recep Erdogan, durante uma reunião com o presidente russo Vladimir Putin nos bastidores do encontro do Brics em Kazan, Rússia. Putin manifestou condolências pelo ataque.

Agressores detonaram explosivos e abriram fogo nas instalações. O prefeito do distrito de Kahramankazan, Selim Cirpanoglu, disse que o ataque à empresa nos arredores da capital, Ancara, havia diminuído, mas não forneceu mais detalhes.

Não estava claro quem pode estar por trás dos ataques. Militantes curdos, o grupo Estado Islâmico e extremistas de esquerda realizaram ataques no país no passado.

Imagens de câmeras de segurança do ataque, exibidas na televisão, mostraram um homem à paisana carregando uma mochila e segurando um fuzil de assalto. Fonte: Associated Press.