OAB vai contestar decisão de Moraes de aplicar multa a advogado de Daniel Silveira

Política
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A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou, nesta sexta-feira, 5, que vai enviar uma contestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre decisão do ministro Alexandre de Moraes de aplicar uma multa de R$ 2 mil ao advogado Paulo Faria, que atua na defesa do ex-deputado Daniel Silveira. Segundo presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, cabe apenas ao órgão da categoria profissional a responsabilidade de punir estes profissionais.

"Assim como o CNMP é responsável por punir os membros do Ministério Público e o CNJ é responsável por punir os juízes, cabe à OAB a responsabilidade de punir um advogado. Nesse tipo de caso, o procedimento adequado é enviar um ofício à Ordem para que ela avalie e, se necessário, tome medidas disciplinares em relação à conduta do profissional. Mas isso não compete ao magistrado", disse Simonetti.

Na decisão, Morais alegou que o profissional repetiu em recursos pedidos que já haviam sido negados anteriormente. O ministro ainda justificou a aplicação da multa "em razão da litigância de má-fé" e alegou que decisão é admitida "pacificamente" pela jurisprudência da Corte. Já em nota divulgada nesta quinta-feira, 4, Faria, afirmou que a multa foi aplicada "sob falsas acusações de má-fé" e que exige "o mínimo de respeito ao seu trabalho técnico, pois está no exercício pleno de suas funções constitucionais."

O procurador nacional de Defesa de Prerrogativas, Alex Sarkis, explicou que os precedentes citados pelo ministro para justificar a multa à Farias são anteriores a uma lei que eliminou a multa anteriormente prevista no artigo 265 do Código de Processo Penal. Ele lembrou que, em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a legislação, conferindo exclusivamente à OAB a competência de discutir infração ética da advocacia.

Além da multa ao advogado, Moraes negou o pedido de progressão de pena de Silveira, condenado, em abril de 2022, a oito anos e nove meses de prisão por ataques ao Estado Democrático de Direito. Em petição à Corte, o advogado havia alegado que 16% da pena já foi cumprida, baseando-se na carga horária que o sentenciado dedicou aos estudos e trabalho.

O ministro, no entanto, indeferiu o pedido e apenas homologou a remição da carga horária, que equivale a 140 dias da peba de Silveira. A decisão foi fundamentada no inciso III do artigo 112 da Lei de Execuções Penais, que estabelece que a transferência para regime menos rigoroso vai ocorrer quando o preso tiver cumprido 25% da pena.

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O ataque às instalações da empresa turca aeroespacial e de defesa Turkish Aerospace Industries (TUSAS) deixou quatro mortos e pelo menos 14 feridos nesta quarta-feira, 23.

"Temos quatro mártires. Temos 14 feridos. Condeno este hediondo ataque terrorista e desejo misericórdia aos nossos mártires", disse o presidente turco, Recep Erdogan, durante uma reunião com o presidente russo Vladimir Putin nos bastidores do encontro do Brics em Kazan, Rússia. Putin manifestou condolências pelo ataque.

Agressores detonaram explosivos e abriram fogo nas instalações. O prefeito do distrito de Kahramankazan, Selim Cirpanoglu, disse que o ataque à empresa nos arredores da capital, Ancara, havia diminuído, mas não forneceu mais detalhes.

Não estava claro quem pode estar por trás dos ataques. Militantes curdos, o grupo Estado Islâmico e extremistas de esquerda realizaram ataques no país no passado.

Imagens de câmeras de segurança do ataque, exibidas na televisão, mostraram um homem à paisana carregando uma mochila e segurando um fuzil de assalto. Fonte: Associated Press.

O ex-chefe de gabinete durante o governo de Donald Trump, John Kelly, disse nesta quarta-feira, 23, que vê o candidato republicano à presidência dos EUA governando "como um ditador" se eleito para outro mandato na Casa Branca. A fala foi publicada em uma entrevista feita pelo The New York Times.

Kelly, um ex-general e chefe de gabinete que foi próximo do ex-presidente, lembrou que Trump disse que Adolf Hitler "fez algumas coisas boas" e que o ex-presidente chamou os membros feridos do exército de "perdedores e otários". Kelly disse que os comentários recentes de Trump sobre tomar medidas contra um "inimigo interno" o levaram a vir a público, dados os riscos à democracia.

Kelly não declarou apoio a nenhum candidato. "Em muitos casos, eu concordaria com algumas de suas políticas", disse ele. "Mas, novamente, é muito perigoso ter a pessoa errada eleita para um alto cargo", afirma.

Jatos israelenses atingiram vários prédios na cidade costeira de Tiro, no sul do Líbano, nesta quarta-feira, dia 23, levantando grandes nuvens de fumaça preta. A Agência Nacional de Notícias (NNA, em inglês), estatal libanesa, relatou que um ataque israelense na cidade vizinha de Maarakeh matou três pessoas. Não houve relatos de vítimas em Tiro, onde o exército israelense emitiu alertas de evacuação antes dos ataques.

Enquanto isso, o Hezbollah disparou outra onda de foguetes contra Israel, incluindo dois que dispararam sirenes de ataque aéreo em Tel Aviv antes de serem interceptados. Uma nuvem de fumaça podia ser vista no céu do hotel onde o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, estava hospedado em sua última visita à região para tentar renovar as negociações de cessar-fogo.

O grupo confirmou nesta quarta-feira que Hashem Safieddine foi morto, um dia depois de Israel dizer que havia matado Safieddine em um ataque no início deste mês nos subúrbios ao sul de Beirute. Safieddine era um alto funcionário do Hezbollah e amplamente cotado para ser o próximo líder do grupo militante. Fonte: Associated Press.