5 vezes que Elon Musk contrariou a liberdade de expressão e leis de países

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Protagonista de um embate envolvendo críticas ao ministro Alexandre de Moraes e ameaça de descumprir decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), o bilionário Elon Musk já entrou em conflito com legislações e princípios constitucionais de outros países anteriormente.

 

Neste domingo, 7, empresário prometeu reativar perfis bloqueados por determinação da Suprema Corte e deu a entender que poderia encerrar as operações no Brasil por "princípios". O dono do X (antigo Twitter) disse ainda que vai publicar decisões judiciais que determinaram o bloqueio de perfis na plataforma, alegando que elas promovem censura - o que pode ser enquadrado como vazamento indevido, uma vez que há determinações em sigilo.

 

Confira cinco vezes que o bilionário contrariou a liberdade de expressão e leis de países:

 

Golpe de Estado na Bolívia

 

Em 24 de julho de 2020, o empresário desencadeou controvérsias ao responder a críticas em uma discussão sobre a política de estímulo do governo dos EUA no então Twitter. Ao ser questionado por um internauta sobre ter sido beneficiado pelo suposto golpe de Estado organizado pelos Estados Unidos contra Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, Musk disse: "Vamos dar um golpe em quem quisermos! Lide com isso".

 

Morales renunciou ao cargo em 2019 sob pressão por alegações de fraude eleitoral, em um cenário amplamente contestado. O contexto da crise política envolvia o controle sobre os vastos depósitos de lítio da Bolívia, metal crucial para a indústria de baterias de íon-lítio. O material é fundamental para a fabricante de carros elétricos Tesla, liderada pelo bilionário.

 

Jornalistas suspensos

 

Logo após assumir o controle do X, em dezembro de 2022, mais de seis jornalistas que faziam reportagens críticas sobre ele foram suspensos da rede social sem aviso. Entre eles, estavam repórteres de The New York Times, The Washington Post, CNN, The Intercept e Voice of America.

 

Os jornalistas cobriam assuntos relacionados à rede social e ao novo proprietário da rede, muitas vezes em tom crítico. No dia anterior, a plataforma havia banido uma conta que rastreava os voos do jato particular de Musk com dados publicamente disponíveis, a ElonJet. O empresário afirmou que os repórteres haviam violado as políticas do Twitter ao compartilhar o que ele chamou de "coordenadas de assassinato" e que isso colocava a família dele em risco.

 

Mais jornalistas suspensos

 

Em janeiro deste ano, outra vez, jornalistas foram suspensos sem explicações prévias: dois repórteres dos veículos Texas Observer e The Intercept tiveram suas contas - com 72 mil e quase 500 mil seguidores - derrubadas. Na mesma tarde, após uma onda de críticas de outros profissionais da imprensa, que afirmavam ser "irônica" tal atitude vir de alguém que se diz defensor da liberdade de expressão, as contas foram restabelecidas - embora sem qualquer explicação da plataforma para as suspensões.

 

Direitos humanos na Arábia Saudita

 

A rede social chefiada pelo bilionário foi formalmente acusada em setembro de 2023 na Justiça dos Estados Unidos por supostamente contribuir com a Arábia Saudita para cometer graves infrações de direitos humanos contra usuários da plataforma naquele país - de onde é um dos maiores acionistas da empresa.

 

O processo civil, movido pela irmã de um apoiador humanitário que foi condenado a 20 anos de prisão, aponta que a rede social contribuiu para a detenção e tortura de usuários críticos ao governo saudita, compartilhando seus dados a pedido das autoridades daquele país num volume muito maior do que com outros. A empresa nega as alegações e afirma que sempre cooperou com as autoridades competentes.

 

Processos trabalhistas

 

A rede social do bilionário prometeu, em agosto do ano passado, pagar as despesas legais para processar empregadores de pessoas que foram tratadas "injustamente" por postarem ou curtirem algo no antigo Twitter.

 

No último dia 29, o X anunciou estar financiando uma ação movida por uma mulher chamada Chloe Happe contra seu ex-empregador, Block. "Block demitiu Chloe por causa das opiniões políticas que ela expressou no X", diz a plataforma.

 

Segundo a apuração do jornal The Guardian, nas duas postagens que estão no centro do processo, Chloe faz comentários capacitistas e transfóbicos, além de fazer piadas com refugiados.

Em outra categoria

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou neste domingo, 2, em entrevista coletiva, que a nação insular ajudará a Ucrânia com 1,6 bilhão de libras (cerca de US$ 2 bilhões) para a compra de mais de 5 mil mísseis aéreos. Segundo ele, o apoio criará empregos na defesa britânica, além de ser "vital" para proteger infraestruturas críticas da Ucrânia. A declaração ocorreu após a cúpula organizada por Starmer com líderes globais para discutir a guerra na Ucrânia.

Entre os pontos discutidos na reunião, o líder britânico disse que os líderes concordaram em manter a ajuda militar à Ucrânia e aumentar a pressão econômica sobre a Rússia, além de garantir que a Ucrânia participe das decisões. Starmer acrescentou, ainda, que as capacidades de defesa ucranianas continuariam tendo apoio, mesmo em caso de um acordo de paz, a fim de deter "qualquer invasão futura".

Starmer também destacou que, para dar suporte à paz no continente de forma efetiva, os esforços precisam do apoio dos Estados Unidos, reforçando que conversou com o presidente norte-americano, Donald Trump, no dia anterior, antes da cúpula. Em resposta aos jornalistas, o primeiro-ministro disse que "ninguém quer ver o que aconteceu na sexta-feira", se referindo ao bate-boca entre os presidentes da Ucrânia e dos Estados Unidos, mas ele rejeitou que os EUA não sejam um aliado. Starmer afirmou que os EUA têm sido, nas últimas décadas, um aliado de confiança do Reino Unido.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou neste domingo (2) que apresentará na próxima semana um plano para "rearmamento da Europa", para reforçar a segurança do bloco.

Ao fim da cúpula sobre defesa e segurança da Ucrânia, realizada neste domingo em Londres, a chefe do poder executivo da União Europeia (UE) disse que revelará o plano aos chefes de Estado e governo europeus durante uma cúpula da UE em Bruxelas.

"Todos nós entendemos que, após um longo período de subinvestimento, agora é de extrema importância aumentar o investimento em defesa por um período prolongado. É para a segurança da União Europeia", disse.

Von der Leyen acrescentou que o plano poderia, por exemplo, ajudar a desenvolver escudos aéreos avançados.

Quanto ao futuro da Ucrânia, ela afirmou que as garantias de segurança são de extrema importância para o país devastado pela guerra. "Temos que colocar a Ucrânia em uma posição de força, para que ela tenha os meios para se fortalecer e se proteger", disse. "É transformar a Ucrânia em um porco-espinho de aço que é indigesto para invasores em potencial."

A jornalistas, no fim da Cúpula de Londres, Von der Leyen também disse que eles querem que os EUA vejam que estão preparados para defender a democracia.

A cúpula deste domingo, organizada pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, incluiu mais de 19 líderes, em sua maioria europeus, mas também incluiu o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte. Fonte: Associated Press.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse neste domingo (2) aos líderes europeus que eles precisam intensificar o apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia e agir diante de um "momento único em uma geração" para a segurança da Europa. Starmer afirmou na cúpula, sediada em Londres, que alcançar um bom resultado para a Ucrânia era "vital para a segurança de cada nação aqui e muitas outras também".

Na chegada à Lancaster House, local do encontro, Starmer recebeu o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, com um abraço, assim como ocorreu no dia anterior, quando o ucraniano chegou em Londres.

Já no começo da reunião, Starmer e Zelenski se sentaram lado a lado, acompanhados pelo presidente francês Emmanuel Macron. Starmer disse aos líderes que os três concordaram em trabalhar em um plano para encerrar os combates e apresentá-lo aos Estados Unidos, que discutem intermediar um acordo de paz. "Precisamos concordar com os passos a serem dados a partir dessa reunião para entregar paz por meio da força para o benefício de todos", afirmou.

Nos bastidores, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, se encontrou com Zelenski neste domingo, reafirmando o apoio da Itália à Ucrânia. O escritório de Meloni disse que ela expressou apoio, junto aos parceiros europeus e ocidentais e aos Estados Unidos, "para construir uma paz justa e duradoura, que garanta um futuro de soberania, segurança e liberdade para a Ucrânia". Na véspera da reunião, Meloni conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas o conteúdo da ligação não foi divulgado.

Também presente no encontro, o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, declarou aos jornalistas na manhã deste domingo, antes de embarcar para Londres, que iria para a cúpula com uma mensagem de que a Europa deve acreditar que pode ser uma grande potência militar. No aeroporto, ele destacou que a Europa tem 2,6 milhões de soldados, mais do que os EUA, China ou Rússia. "A Europa tem uma vantagem sobre todos aqui", afirmou.

Participam da cúpula, ainda, o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau e a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, também estão presentes. Fonte: Associated Press.