Primo de Arthur Lira é exonerado do Incra de Alagoas após pressão do MST

Política
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O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) exonerou Wilson César de Lira Santos do cargo de superintendente regional de Alagoas após cobranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). César Lira é primo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que acumula divergências com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

A decisão publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira, 16, ainda dispensou Andressa Torres do cargo de substituta, nomeando José Ubiratan Rezende Santana para a Superintendência Regional da autarquia. O nome do engenheiro agrônomo foi indicado pelo MST.

Durante o "Abril Vermelho" do ano passado, integrantes do MST invadiram o prédio do Incra em Maceió para reivindicar a exoneração de César Lira, considerado por eles um "bolsonarista raiz". Ele foi nomeado para o órgão em 2017, durante o governo de Michel Temer (MDB) e, com o apadrinhamento do deputado, permaneceu no cargo durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Procurado pelo Estadão, o Incra informou que a exoneração "se trata de uma troca de cargo de confiança que já estava prevista na gestão da autarquia". Já o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, responsável pelo órgão, disse que o cargo exige "articulação com os movimentos e a adequação das ações do governo federal para as necessidades dos trabalhadores do campo e das bases da reforma agrária".

Ainda segundo o ministério, em Alagoas houve a troca no cargo "para um melhor fluxo das necessidades de ambos os lados serem atendidas". A reportagem tenta contato com César Lira e o espaço segue aberto para manifestação.

César Lira é considerado pelo MST um "inimigo da reforma agrária". À época das invasões, os militantes, em nota, exigiam "que o comando do órgão" saísse das mãos dele, "que representa a continuidade da gestão bolsonarista".

A nomeação de Santana ocorre ao mesmo tempo em que o MST realiza novas invasões que fazem parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária no "Abril Vermelho" de 2024. O movimento tem pressionado o governo Lula e anunciou a invasão de 24 áreas em dez Estados e no Distrito Federal nesta segunda-feira, 15.

A exoneração também se dá durante a crise entre o presidente da Câmara e Padilha. Os dois romperam relações no início deste ano após divergências sobre o repasse de emendas parlamentares do Ministério da Saúde. A ministra da pasta, Nísia Trindade, é apadrinhada pelo ministro das Relações Institucionais que, neste mês, foi chamado de "desafeto pessoal" e "incompetente" pelo deputado.

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O Partido Liberal, que governa o Canadá, anunciará o próximo primeiro-ministro do país no dia 9 de março, após uma votação, disseram líderes da agremiação na quinta-feira, 9 de janeiro. O atual primeiro-ministro, Justin Trudeau, que pediu renúncia, permanecerá no cargo até a decisão.

Os principais candidatos são o ex-banqueiro central Mark Carney e a ex-ministra da Fazenda Chrystia Freeland, cuja renúncia abrupta no mês passado forçou a saída de Trudeau.

O próximo líder poderá ser o primeiro-ministro com o mandato mais curto da história do país, já que os três partidos de oposição prometeram derrubar o governo minoritário dos liberais assim que o Parlamento retomar as atividades, no dia 24 de março. Fonte: Associated Press.

Militantes da oposição e do governo mediram forças nesta quinta, 9, nas ruas de Caracas, na véspera da posse do ditador Nicolás Maduro para um terceiro mandato de seis anos. Enquanto os chavistas puderam circular pela capital, os opositores foram alvo de bloqueios.

No principal ato, a líder opositora, María Corina Machado, reapareceu em público após 5 meses para discursar sobre um caminhão em Chacao, região nobre de Caracas. Ao deixar o comício, opositores afirmam que ela foi interceptada "violentamente" e cercada por cerca de 15 motocicletas. Após alguns disparos, cuja direção foi esclarecida, ela teria sido derrubada da moto e levada à força.

Não ficou claro quem teria detido María Corina, embora o lugar estivesse lotado de policiais. Ainda conforme os opositores, durante a breve detenção, ela foi forçada a gravar vídeos. Fotos divulgadas pela oposição mostram ela de capacete na garupa de uma moto, sendo filmada por um agente com um colete onde se lê "divisão motorizada".

A própria María Corina tentou esclarecer o episódio em um vídeo em que aparece encapuzada, com a mesma roupa que usava sobre a moto. Ela fala baixo e garante estar bem : "Estou segura. Hoje, saímos para uma manifestação maravilhosa, me perseguiram. Deixei cair minha carteira, a carteirinha azul onde tinha meus pertences. Caiu na rua e estou viva e salva. A Venezuela será livre", afirmou.

Precedente

O ex-candidato González Urrutia também protestou contra a detenção de María Corina - ela foi impedida de disputar a eleição contra Maduro em julho de 2024. "Como presidente eleito, exijo a liberação imediata de María Corina. Às forças de segurança que a sequestraram, digo: não brinquem com fogo", disse o ex-diplomata, considerado pelos EUA como presidente eleito, que prometeu voltar a Caracas para assumir o cargo.

Durante a semana, dezenas de detenções foram denunciadas na Venezuela. Na quarta-feira, a ditadura anunciou a captura de dois americanos. No mesmo dia, uma coalizão de oposição relatou a detenção de Enrique Márquez, candidato nanico nas eleições de julho.

O regime negou relato de detenção da opositora. "Uma invenção, uma mentira", disse o ministro do Interior e Justiça da Venezuela, Diosdado Cabello, o número 2 do chavismo. As ruas de Caracas amanheceram ontem tomadas por forças de segurança fortemente armadas. Dezenas de policiais e de agentes de inteligência foram mobilizados em pontos de concentração da oposição, onde o chavismo também instalou palcos com música alta.

A posse de Maduro reúne hoje uma camarilha de aliados internacionais, em uma festa para cerca de 2 mil convidados. Alguns presidentes não irão, mas devem enviar diplomatas, como Brasil, Colômbia e México.

Outros países sequer enviaram representantes, como o Chile. Ontem, o presidente chileno, Gabriel Boric, pediu a volta da democracia no país. "Sou de esquerda, mas digo: o governo de Maduro é uma ditadura. Temos de fazer todos os esforços para restaurar a lei e a democracia na Venezuela." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O parlamento do Líbano votou nesta quinta-feira, 9, para eleger o comandante do exército Joseph Aoun como chefe de estado, preenchendo um vácuo presidencial de mais de dois anos.

A votação ocorreu semanas depois que um tênue acordo de cessar-fogo interrompeu um conflito de 14 meses entre Israel e o grupo militante libanês Hezbollah, e em um momento em que os líderes do Líbano buscam assistência internacional para reconstrução.

Aoun, sem parentesco com o ex-presidente Michel Aoun, era amplamente visto como o candidato preferido dos Estados Unidos e da Arábia Saudita. A sessão foi a 13ª tentativa da legislatura de eleger um sucessor para Michel Aoun, cujo mandato terminou em outubro de 2022.