Nunes exibe 'frente ampla' contra Boulos em jantar com dirigentes de 9 partidos

Política
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição em 2024, reuniu dirigentes de nove partidos em um jantar em São Paulo esta semana para exibir uma "frente ampla" contra o seu principal adversário nas urnas, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). O encontro ocorreu na residência do ex-senador Luiz Pastore (MDB), no bairro Jardins, na segunda-feira, 22.

Segundo apurou o Estadão com políticos presentes, o evento serviu para avaliar a estratégia atual do prefeito e seu desempenho nas pesquisas e teve como efeito prático a designação do ex-governador Rodrigo Garcia, que recém deixou o PSDB, como coordenador do programa de governo do emedebista. Já a definição de vice teria ficado ausente das conversas neste momento, assim como o papel reservado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha.

Internamente, não se tem dúvidas de que o principal ganho político de Nunes consiste no fato de o encontro ter reunido caciques de MDB, PL, Republicanos, PSD, União Brasil, PRD, Avante, Podemos e Solidariedade, além do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Para o grupo, a foto materializa uma "frente ampla" de fato, termo que vem sendo objeto de disputa com Boulos - pelo lado do adversário, a composição seria necessária para barrar a vitória de um candidato apoiado por Bolsonaro em São Paulo.

Da lista, o partido de Antônio de Rueda (União Brasil) é o único que ainda não firmou apoio oficialmente ao prefeito, mas o acerto é visto por aliados como uma questão de tempo. O principal defensor da aliança é o presidente da Câmara, Milton Leite, que faz jogo duro pelo posto de vice na chapa de Nunes em outubro. Por outro lado, o Progressistas está na coligação, mas seu representante, o senador Ciro Nogueira, do Piauí, faltou ao encontro.

Boulos conta com o apoio do PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de Rede, PV, PCdoB e PDT na eleição pela Prefeitura de São Paulo. A disputa ainda envolve a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que tenta atrair o apoio do PSDB, além de Marina Helena (Novo), Altino (PSTU) e Pablo Marçal (PRTB). Kim Kataguiri (União Brasil) e Abraham Weintraub (PMB) tentam viabilizar candidaturas, mas dependem do apoio dos seus partidos.

A escolha de Garcia para coordenar o programa de governo, segundo fontes ouvidas pela reportagem, não enfrentou resistência mesmo no grupo ligado a Bolsonaro. O ex-governador paulista foi vice de João Doria, desafeto do ex-presidente durante o seu governo, mas ganha pontos por ter manifestado apoio ao candidato do PL e ajudado na campanha de Tarcísio no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

Aliados do prefeito paulistano acreditam que ele está numa trajetória de crescimento. Na visão deles, o governo Lula enfrenta uma crise de popularidade que transfere rejeição a Boulos e, faltando cerca de cinco meses para as eleições, não haveria mais tempo hábil de recuperação no plano federal.

Diante do cenário, houve no evento quem defendesse uma composição semelhante à de Nunes nas eleições de 2026, tendo Tarcísio como protagonista. Essa costura esbarra no fato de quatro partidos (PSD, Republicanos e Progressistas, além do próprio MDB) responderem por 11 ministérios em Brasília atualmente.

Quem é quem na foto de divulgação da pré-campanha de Nunes:

Aldo Rebelo (MDB), secretário municipal de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo

Pedro Nepomuceno Filho, presidente do Solidariedade da cidade de São Paulo

Carlos Marun (MDB), ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo

Rodrigo Garcia (sem partido), ex-governador do Estado de São Paulo

Fabio Wajngarten (PL), advogado de Jair Bolsonaro e ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social

Baleia Rossi, deputado federal e presidente nacional do MDB; coordena a campanha de Nunes

Enrico Misasi, presidente do Diretório Municipal do MDB de São Paulo e secretário municipal de Relações Institucionais da Prefeitura de São Paulo

Paulinho da Força, deputado federal e presidente nacional do Solidariedade

Ovasco Resende, presidente nacional do PRD

Luis Tibé, presidente nacional do Avante

Altineu Cortes, deputado federal (PL-RJ)

Antônio Imbassahy (PSDB), ex-governador da Bahia

Rodrigo Arenas, presidente estadual do MDB-SP

Gabriel Abreu, presidente municipal do Podemos

Fabrício Cobra (PSDB), secretário da Casa Civil da Prefeitura de São Paulo

Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara Municipal de São Paulo

Edson Aparecido (MDB), secretário municipal de Governo da Prefeitura de São Paulo

Luiz Pastore (MDB), ex-senador da República

Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL

Marcos Pereira, deputado federal e presidente nacional do Republicanos

Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo

Renata Abreu, deputada federal e presidente nacional do Podemos

Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo

*estiveram presentes, mas não estão na foto de divulgação da pré-campanha:

Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e secretário de Estado de Governo de São Paulo

Michel Temer (MDB), ex-presidente da República

Duda Lima, marqueteiro da campanha do prefeito à reeleição

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Em mais um esforço de sua agenda de deportação em massa, o governo de Donald Trump vai oferecer um auxílio em dinheiro e pagar a viagem de volta para os imigrantes ilegais que deixarem os EUA voluntariamente.

A política, que oferece US$ 1 mil (R$ 5,6 mil) e uma passagem aérea de volta, faz parte da iniciativa do governo para persuadir imigrantes a se deportarem para ajudar o presidente a cumprir suas ambiciosas promessas de imigração.

Autoridades disseram que um imigrante de Honduras já aceitou a oferta e voou de Chicago para seu país de origem. Nas últimas semanas, o governo tem aconselhado cada vez mais imigrantes a deixarem o país antes de serem alvos das autoridades. Também adotou políticas para tornar a vida desconfortável para aqueles sem status legal, como impedir o acesso a serviços financeiros.

O dinheiro oferecido aos imigrantes que partem por conta própria será pago após a confirmação da viagem de volta por meio de um aplicativo lançado pelo governo, chamado CBP Home. Autoridades afirmam que o programa economizará recursos, evitando os gastos de prender, deter e transportar pessoas para fora do país em aviões fretados.

Promessa

"Se você está aqui ilegalmente, a deportação voluntária é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os EUA e evitar ser preso", disse Kristi Noem, secretária de Segurança Interna, em comunicado.

O governo Trump anunciou na semana passada que havia deportado cerca de 140 mil imigrantes desde janeiro. Os números, até o momento, estão muito longe da promessa central de campanha : remover milhões de pessoas que estão ilegalmente nos EUA.

As deportações podem ser custosas e demoradas, visto que as autoridades americanas frequentemente precisam deter migrantes por um longo período, coordenar documentos de viagem e preparar voos fretados para diversos países.

Os retornos voluntários também não exigem negociações extensas entre governos para que um país aceite de volta seus cidadãos, o que pode ser um grande benefício. Há vários países que não aceitam de volta seus próprios cidadãos.

Mais barato

O custo médio para prender, deter e remover um imigrante é de US$ 17.121 (cerca de R$ 96,7 mil), segundo o Departamento de Segurança Interna dos EUA. A agência afirma que a "autodeportação" reduziria os encargos de uma deportação em cerca de 70%.

O governo retrata a deportação voluntária como uma forma de os migrantes preservarem sua capacidade de retornar aos EUA algum dia. No entanto, Aaron Reichlen-Melnick, membro do Conselho Americano de Imigração, que defende os imigrantes, disse que há muitos aspectos com os quais os estrangeiros devem ser cautelosos. Ele explicou que deixar o país sem defender o caso na Justiça significa desistir de pedidos de auxílio e até o de asilo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O gabinete de segurança de Israel aprovou nesta segunda-feira, 5, um plano para expandir as operações militares em Gaza, incluindo a conquista do território palestino e o deslocamento da população do norte para o sul dele. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que "chegou a hora de lançar as ações finais" contra o Hamas.

No domingo, 4, as forças armadas de Israel já haviam convocado dezenas de milhares de reservistas para ampliar a ofensiva. "A operação será intensificada para derrotar o Hamas e nos ajudar a resgatar os reféns. Não vamos desistir desse esforço, e não vamos abandonar ninguém", afirmou Netanyahu.

O plano de reocupação de Gaza foi aprovado por unanimidade no gabinete de segurança, uma estrutura que inclui Netanyahu e vários ministros. Uma fonte do governo israelense ouvida pela France-Presse confirmou que o plano inclui a ocupação do território palestino.

O plano prevê a ocupação contínua da Faixa de Gaza - até então os soldados de Israel realizavam operações militares e retornavam. Netanyahu não deu prazo para desocupar o território, o que deixa a porta aberta para uma ocupação permanente, um desejo da extrema direita israelense que sustenta a coalizão do primeiro-ministro.

Retomada

Israel vem intensificando os bombardeios aéreos e ampliando as operações terrestres na Faixa de Gaza desde que retomou a ofensiva, em 18 de março, após uma trégua que levou à troca de reféns israelenses por presos palestinos.

O governo aponta a campanha militar como o caminho para forçar o Hamas a libertar os reféns remanescentes, embora quase todos os resgatados com vida já tenham sido recuperados por meio de acordos políticos que provocaram divisão no gabinete.

Em comunicado, o Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos, organização que defende o retorno dos israelenses presos no cativeiro, afirmou que o anúncio do plano significa o "sacrifício" dos reféns". "O governo reconheceu que escolhe o território em vez dos reféns, ao contrário do desejado por mais de 70% da população", diz o texto.

Comemoração

A extrema direita israelense comemorou a decisão. O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, líder do partido Sionismo Religioso, afirmou que os israelenses deveriam aceitar a palavra "ocupação" de Gaza como algo positivo. "Finalmente vamos ocupar a Faixa de Gaza. Deixaremos de ter medo da palavra 'ocupação'", disse Smotrich ao Canal 12.

David Mencer, porta-voz do governo, descreveu o plano como um esforço para aumentar a pressão sobre o Hamas, libertar os reféns e destruir toda a infraestrutura do grupo. Ele afirmou que a campanha exige a manutenção do território por tempo indeterminado. A intenção, de acordo com ele, não é uma ocupação permanente, um cenário que provocaria protestos internacionais, nem a realocação forçada de palestinos para fora do território, o que poderia ser enquadrado como limpeza étnica.

Autoridades israelenses disseram que a ofensiva começaria lentamente, esperando algum resultado da viagem do presidente dos EUA, Donald Trump, ao Oriente Médio, na semana que vem. Mas, se um acordo não for alcançado, segundo membros do governo de Israel, a operação será intensificada.

Migração

Netanyahu continua apoiando a ideia de retirar a população palestina de Gaza, segundo fontes do governo de Israel, o mesmo plano anunciado por Trump no começou do ano - de transformar o território em uma "Riviera" no Oriente Médio e enviar os civis para países vizinhos, como Egito e Jordânia. Acusado de planejar uma limpeza étnica, o governo tem adotado o termo "migração voluntária".

O gabinete de segurança também determinou que haja distribuição de ajuda humanitária em Gaza, onde os relatos sobre fome generalizada ganham força desde o início do bloqueio israelense, em 2 de março. Apesar da previsão, o governo de Israel afirma que "há comida suficiente" no território, contrariando informações de organizações humanitárias e agências da ONU.

A retenção de ajuda humanitária também poderia ser enquadrada como punição coletiva, o que seria um crime de guerra previsto nas convenções de Genebra. Em caso de ocupação formal do território, o governo israelense poderia ser responsabilizado mais facilmente, por isso a relutância em adotar o termo "ocupação".

O general Eyal Zamir, chefe do Exército, vem resistindo à pressão para assumir a distribuição de ajuda humanitária em Gaza. Ontem, Trump disse que Israel e os EUA estão prontos para distribuir comida e remédio no território palestino, mas que o Hamas tem tornado a tarefa impossível.

Alertas

Nenhum carregamento de ajuda humanitária entra em Gaza há mais de 60 dias. Mesmo insumos considerados essenciais, como água, comida, medicamentos e combustível foram vetados, sob argumento de que o Hamas desvia os carregamentos e os usa em benefício próprio.

À medida que o fornecimento de água, alimentos e medicamentos diminui, doenças evitáveis aumentam. Grupos de ajuda humanitária alertam que Gaza está "à beira do colapso total". Nos últimos dias, jornalistas e autoridades de saúde palestinas publicaram fotos e vídeos de crianças doentes e esqueléticas.

A ONU afirma que 91% da população já enfrenta "insegurança alimentar", com a maioria permanecendo em níveis de "emergência" ou "catastróficos". Israel garante que o relatório contém "falhas factuais e metodológicas", algumas delas graves. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder conservador Friedrich Merz não conseguiu ser eleito o 10º chanceler da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial na primeira rodada de votação realizada no Parlamento alemão nesta terça-feira, 6. Merz, do partido União Democrata-Cristã (CDU, pela sigla em alemão), recebeu seis votos a menos que o mínimo necessário para se tornar o novo chanceler do país, frustrando expectativas de uma votação bem-sucedida.

Merz precisava de 316 de um total de 630 votos. Ele recebeu apenas 310 votos. Os partidos alemães deverão agora se reagrupar para discutir o próximo passo, mas ainda não há clareza de quanto tempo o processo poderá levar.

A câmara baixa do Parlamento, conhecida como Bundestag, tem 14 dias para eleger um candidato por maioria absoluta. Em caso de novo fracasso, a Constituição permite que o presidente alemão nomeie o candidato que obtiver mais votos para chanceler ou dissolva o Bundestag e convoque uma nova eleição nacional. Fonte: Associated Press.