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Nunes diz que Milton Leite 'não é favorito' para vice e que não fará pesquisa para escolher

Política
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta sexta-feira, 26, que não vê necessidade em realizar uma pesquisa qualitativa para avaliar os possíveis candidatos a vice nas eleições de 2024, contrariando a direção do partido, e que o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil), corre por fora entre os indicados para a vaga.

"Não é o favorito", declarou Nunes em entrevista à rádio Bandeirantes, em um momento em que o MDB se aproxima de um acerto com o União Brasil, um dos recordistas de fundo eleitoral este ano. O prefeito, no entanto, acenou a Leite dizendo que é indicação de um "partido importante" na sua base e reconhecendo o seu trabalho entre os parlamentares para sustentação do governo. "Ele conseguiu votar tudo o que eu quis."

O União Brasil negocia o embarque oficial na coligação de Nunes. Na segunda-feira, 22, o presidente nacional do partido, Antônio Rueda, além do próprio Leite, estiveram em um jantar organizado pelo MDB em São Paulo para tratar da campanha. Um eventual acerto rifaria o deputado federal Kim Kataguiri da disputa e ampliaria ainda mais os recursos do emedebista na campanha, como o tempo de propaganda gratuita em rádio e TV.

O próprio presidente da Câmara é quem tem tentado se cacifar publicamente para a vaga. Leite vem afirmando, desde o começo do ano, que não tem intenção de disputar mais um mandato de vereador, mas está interessado no posto de vice. Nesta terça, 23, durante o colégio de líderes, Leite anunciou que pedirá licença do cargo quando Nunes viajar ao Vaticano, em maio; caso assuma a prefeitura, mesmo que interinamente, não poderia concorrer em outubro.

A respeito da realização de uma pesquisa para avaliar o apelo dos vices em potencial, o assunto foi mencionado publicamente pelo deputado federal Baleia Rossi (MDB), em entrevista para a CNN Brasil, na semana passada. O emedebista também é presidente nacional do partido e coordenador da campanha de Nunes em São Paulo.

Segundo o prefeito, a ideia é anunciar a escolha perto das convenções partidárias, em julho. "É um desafio ter tantos nomes e conseguir conciliar nessa grande frente ampla", alega Nunes, citando agendas conjuntas dele e da esposa, Regina Nunes, com outros cotados nos últimos dias.

A pré-campanha encaminhou ao Estadão, na quarta-feira, 24, uma nota em que nega que o assunto tenha sido tratado no jantar do MDB, mas afirma que cinco políticos estão no páreo: o coronel da PM Ricardo Mello Araújo e as vereadoras Sonaira Fernandes e Rute Costa, pelo PL; o deputado estadual Tomé Abduch, pelo Republicanos; e o secretário municipal de Relações Internacionais, Aldo Rebelo, recém filiado ao MDB.

Polêmicas com Boulos

Na entrevista, Nunes ainda se defendeu a respeito da um inquérito aberto pelo Ministério Público para investigar um contrato para a compra de armadilhas contra o mosquito da dengue. Os produtos foram adquiridos pela prefeitura, de uma empresa privada, por R$ 400, enquanto uma versão similar pode ser produzida pela Fiocruz ao custo de R$ 10. O assunto foi explorado por opositores recentemente. Segundo o prefeito, o Ministério da Saúde não produz o material comercialmente e não poderia fornecê-lo.

Em outro trecho do programa, Nunes acusou o seu principal adversário na disputa, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), de fazer críticas "irresponsáveis" sobre os contratos da prefeitura com empresas de ônibus da capital que foram alvo de uma operação por suspeita de elo com o PCC. "Na minha gestão, o MP está atuando. Estamos apoiando, e qualquer pessoa que tenha qualquer tipo de envolvimento com o crime organizado deve ser presa e responsabilizada", disse o prefeito.

A Transwolff e a UPBus, alega Nunes, apresentaram os documentos necessários para a licitação e nenhuma irregularidade, do ponto de vista administrativo, foi constatada à época. Ele também afirma que entrou em contato com o MP, há dois anos, para colocar a prefeitura à disposição para colaborar com a investigação e, após a Operação Fim da Linha, decretou intervenção em ambas imediatamente. "Não temos compromisso nenhum com o erro."

Citando o nome de Boulos apenas indiretamente por apelidos como "invasor dissimulado", Nunes buscou contrapor o histórico do oponente como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ao programa habitacional da prefeitura em parceria com entidades que tem milhares de contratos assinados. Ele defende a reeleição prometendo os "melhores quatro anos da história da cidade" em razão dos indicadores financeiros atuais.

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Mais de 10 pessoas morreram nesta terça-feira, 29, após confrontos em um subúrbio da capital da Síria entre combatentes drusos e grupos pró-governo, disseram um monitor de guerra e um grupo ativista. Os dados de vítimas, no entanto, ainda são imprecisos.

Homens armados drusos sírios entraram em confronto nas últimas semanas com forças de segurança do governo e homens armados pró-governo no subúrbio de Jaramana, no sul de Damasco.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, afirmou que pelo menos 10 pessoas foram mortas, quatro delas agressores e seis moradores de Jaramana. O coletivo de mídia ativista Suwayda24 afirmou que 11 pessoas foram mortas e 12 ficaram feridas. Outros relatos indicam até 14 mortos.

Os confrontos começaram por volta da meia-noite de segunda-feira, 28, depois que uma mensagem de áudio circulou nas redes sociais em que um homem estaria criticando o profeta Maomé.

O áudio foi atribuído ao clérigo druso Marwan Kiwan. Mas ele afirmou em um vídeo postado nas redes sociais que não era responsável pelo áudio, o que irritou muitos muçulmanos sunitas.

"Nego categoricamente que o áudio tenha sido feito por mim", disse Kiwan. "Eu não disse isso, e quem o fez é um homem perverso que quer incitar conflitos entre partes do povo sírio."

Na terça-feira à noite do horário local, representantes do governo e autoridades de Jaramana chegaram a um acordo para encerrar os conflitos, indenizar as famílias das vítimas e trabalhar para levar os perpetradores à justiça, de acordo com uma cópia do acordo que circulou em Jaramana e foi vista pela Associated Press.

Não ficou imediatamente claro se a trégua será mantida por muito tempo, já que acordos semelhantes no passado fracassaram posteriormente.

O Ministério do Interior afirmou em comunicado que estava investigando o áudio, acrescentando que a investigação inicial demonstrou que o clérigo não era responsável. O ministério pediu à população que cumpra a lei e não aja de forma a comprometer a segurança.

A liderança religiosa drusa em Jaramana condenou o áudio, mas criticou duramente o "ataque armado injustificado" no subúrbio. Instou o Estado a esclarecer publicamente o ocorrido.

"Por que isso continua acontecendo de tempos em tempos? É como se não houvesse um Estado ou governo no comando. Eles precisam estabelecer postos de controle de segurança, especialmente em áreas onde há tensões", disse Abu Tarek Zaaour, morador de Jaramana.

No final de fevereiro, um membro das forças de segurança entrou no subúrbio e começou a atirar para o alto, o que levou a uma troca de tiros com homens armados locais, resultando na sua morte. Um dia depois, homens armados vieram do subúrbio de Mleiha, em Damasco, para Jaramana, onde entraram em confronto com homens armados drusos, resultando na morte de um combatente druso e no ferimento de outras nove pessoas.

Em 1º de março, o Ministério da Defesa de Israel disse que os militares foram instruídos a se preparar para defender Jaramana, afirmando que a minoria que prometeu proteger estava "sob ataque" pelas forças sírias.

Os drusos são um grupo minoritário que surgiu como um desdobramento do ismaelismo, um ramo do islamismo xiita, no século X. Mais da metade dos cerca de 1 milhão de drusos em todo o mundo vive na Síria. A maioria dos outros drusos vive no Líbano e em Israel, incluindo as Colinas de Golã, que Israel conquistou da Síria na Guerra do Oriente Médio de 1967 e anexou em 1981.

Desde janeiro de 2025, o poder na Síria está nas mãos de um governo de transição liderado pelo presidente interino Ahmed al-Sharaa, líder da coalizão islamista que em janeiro derrubou o regime do presidente Bashar al-Assad, agora no exílio. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira, 29, que seu governo está se preparando para conversas com os Estados Unidos sobre novas sanções à Rússia, afirmando que é importante continuar a exercer pressão sobre as redes de influência de Moscou, bem como sobre todas as suas operações de fabricação e comércio.

"Estamos identificando exatamente os pontos de pressão que empurrarão Moscou de forma mais eficaz para a diplomacia. Eles precisam tomar medidas claras para acabar com a guerra, e insistimos que um cessar-fogo incondicional e total deve ser o primeiro passo. A Rússia precisa dar esse passo", escreveu o canal oficial de Zelensky no Telegram.

Além disso, o líder ucraniano enfatizou que o país está se esforçando para sincronizar suas sanções da forma mais completa possível com todas as da Europa.

Divergências apresentadas pelo Egito e pela Etiópia à reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas impediram a divulgação de um comunicado conjunto após a reunião de ministros das Relações Exteriores do Brics. Em vez disso, foi divulgada nesta terça-feira, 29, uma declaração da presidência do grupo de ministros, ocupada atualmente pelo Brasil. Houve consenso nos demais temas debatidos.

O texto diz que os ministros presentes à reunião, que ocorreu nesta segunda e terça-feira no Palácio do Itamaraty, na região central do Rio de Janeiro, "apoiaram uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação de países em desenvolvimento nos quadros de membros do Conselho".

As mudanças teriam como objetivo uma resposta adequada "aos desafios globais prevalecentes" e apoiar "as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, incluindo Brasil e Índia, de desempenhar um papel mais relevante nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança".

"Reconheceram também as aspirações legítimas dos países africanos, refletidas no Consenso de Ezulwini e na Declaração de Sirte", acrescenta o texto, que trouxe uma observação mencionando ter havido objeções dos representantes do Egito e Etiópia ao comunicado.

Ambos os países se opõem à eleição da África do Sul como país representante do continente africano. Em coletiva de imprensa, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, negou que tenha havido desacordo ou discordância.

"Não houve nenhum desacordo entre os países com relação às questões do Conselho de Segurança. O que acontece é que cada país tem posições e compromissos assumidos", argumentou Vieira a jornalistas, quando questionado sobre o impacto das divergências regionais no documento final. "Não houve nenhuma discordância, apenas cada país e países membros de grupos regionais, alguns africanos no grupo, apenas declararam suas posições e nós estamos trabalhando para compatibilizar todas as necessidades de cada um desses grupos para a declaração dos chefes de Estado."