Tabata diz que conversas com PSDB e Datena para vice estão 'muito avançadas'

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) afirmou em entrevista à Rádio Eldorado nesta segunda-feira, 29, que as tratativas com o PSDB para receber apoio nas eleições municipais deste ano estão "muito avançadas". Se o acordo se concretizar, os tucanos serão encarregados de indicar o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pela pessebista.

 

Terceira colocada nas pesquisas de intenção de voto, Tabata busca o apoio do PSDB para conquistar o eleitorado que, na última eleição municipal de 2020, concedeu a vitória ao então candidato tucano Bruno Covas, morto em 2021. Outra estratégia da parlamentar para impulsionar a sua candidatura à Prefeitura é capitalizar a popularidade do apresentador José Luiz Datena (PSDB), principal cotado para a vice em sua chapa.

 

"Eu tenho conversas muito avançadas com o PSDB para que eles indiquem a vice", afirmou Tabata ao ser questionada sobre o assunto. "Por isso, o PSDB convidou o Datena para se filiar ao partido, para que eles possam indicá-lo ao escolher a vice", acrescentou.

 

Depois de uma curta passagem pelo PSB, Datena se juntou ao PSDB no início deste ano. Ele mencionou que a mudança foi coordenada por Tabata e expressou seu desejo de estar ao lado da deputada. Porém, não confirmou se será seu vice na disputa pela Prefeitura. O PSDB também não decidiu entre uma aliança com Tabata ou uma candidatura própria liderada por Datena.

 

No último dia 24, lideranças do PSDB se reuniram para debater a situação na capital paulista. Durante o encontro, uma ala do partido defendeu uma candidatura própria, enquanto outra tende a apoiar uma aliança com Tabata Amaral. Ao mesmo tempo, um terceiro grupo ainda está a favor de apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), embora essa opção seja considerada improvável.

 

Questionada sobre uma eventual candidatura de Datena à Prefeitura, Tabata afirmou que mudanças fazem parte da vida, mas ressaltou que as negociações não apontam nessa direção. "Trabalho com a realidade e o que existe é uma conversa muito avançada em que o PSDB e o Datena me sinalizam que estaremos juntos (na eleição). (Caso isso não ocorra), eles estariam voltando atrás", afirmou.

 

Tabata afirmou ainda que vê em Datena um "antídoto" para o fracasso da chamada terceira via. Ela explicou que as candidaturas desse tipo falharam por adotarem discursos excessivamente técnicos, perdendo a conexão com a população. "Ele é um cara popular - falo isso como um elogio -, que entende as principais dores da população", disse, acrescentando que a definição da vice deverá ocorrer antes das convenções partidárias.

 

Tabata lança grupos de trabalhos com Geraldo Alckmin

 

Durante a entrevista na Rádio Eldorado, Tabata confirmou que o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), estará presente no lançamento dos grupos de trabalho que serão responsáveis pela elaboração de seu plano de governo. O evento está marcado para esta quarta-feira, 1º, no Teatro Corinthians, na zona leste da capital.

 

Segundo a parlamentar, Alckmin deverá aproveitar os feriados e finais de semana para participar da campanha eleitoral na capital paulista. Nos bastidores, porém, existem dúvidas sobre o tamanho da presença do vice-presidente na disputa em São Paulo. A ausência física de Alckmin no evento de lançamento da pré-campanha de Tabata é exemplo disso.

 

No evento, serão anunciados os membros da equipe que irão colaborar com Tabata no desenvolvimento do plano de governo nos próximos meses. Entre eles estão: Cláudia Costin, ex-diretora de Educação do Banco Mundial; Ludhmila Abrahão Hajjar, professora da USP; Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta; Floriano Pesaro, ex-deputado; e o coronel José Roberto, ex-secretário de Segurança Urbana de São Paulo.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse em um comunicado que o país "apoia totalmente o direito de Israel se defender contra o Hezbollah, o Hamas, os Houthis, e qualquer outro grupo terrorista apoiado pelo Irã".

A manifestação do presidente americano ocorre em meio à escalada das tensões no Oriente Médio, após um bombardeio de Israel resultar na morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em Beirute, no Líbano. "Sua morte em um ataque aéreo israelense é uma medida de justiça para suas muitas vítimas, incluindo milhares de americanos, israelenses e civis libaneses", disse.

Biden destacou que ontem instruiu o Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, a aprimorar ainda mais a postura de defesa das forças militares dos EUA na região do Oriente Médio para reduzir o risco de uma guerra regional mais ampla.

"Em última análise, nosso objetivo é diminuir a escalada dos conflitos em andamento tanto em Gaza quanto no Líbano por meios diplomáticos", salientou Biden, que disse buscar um acordo na ONU para um cessar-fogo e a libertação de reféns em Gaza.

No Líbano, acrescentou, os EUA têm negociado um acordo que permitiria que as pessoas retornassem com segurança para suas casas em Israel e no sul do Líbano. "É hora de esses acordos serem concluídos, para que as ameaças a Israel sejam removidas e para que a região mais ampla do Oriente Médio ganhe maior estabilidade", frisou.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, teve encontro neste sábado, 28, com o chanceler do Líbano, Abdallah Rashid Bou Habib, em Nova York (EUA). O Itamaraty informou há pouco que as autoridades falaram sobre os ataques aéreos israelenses e o impacto para a população civil libanesa. A situação da comunidade brasileira no país também foi tratada.

Israel lançou uma série de ataques aéreos em regiões do Líbano, tendo como alvos integrantes do Hezbollah, grupo político e paramilitar do país. A ofensiva resultou na morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e também atingiu a população civil - o Itamaraty confirmou ontem a segunda morte de um adolescente brasileiro no Líbano após os bombardeios israelenses.

Os ataques já atingiram diferentes pontos no Líbano, incluindo a capital Beirute. O Brasil condenou "nos mais fortes termos" os ataques aéreos israelenses contra zonas civis no Líbano, pedindo também o fim imediato das hostilidades.

Cerca de 21 mil brasileiros vivem na região. A primeira orientação foi que os brasileiros deixassem a zona de conflito por meios terrestres.

Hasan Nasrallah é o líder do Hezbollah, a milícia xiita apoiada pelo Irã com ampla influência política no Líbano. Neste sábado, 28, Israel disse que matou Nasrallah, no que seria o golpe mais significativo contra a milícia xiita após meses de conflito. Não houve confirmação imediata do Hezbollah.

Nasrallah se torna o mais recente, e de longe o mais poderoso, alvo a ser morto por Israel em semanas de lutas intensificadas contra o Hezbollah. O exército disse que vários comandantes da milícia xiita libanesa foram mortos junto com Nasrallah no ataque aéreo na sexta-feira, 27. Ali Karki, o comandante da Frente Sul do Hezbollah, também estaria entre os mortos de acordo com os militares israelenses.

Nasrallah nasceu em Beirute em 1960. Estudou para se tornar um clérigo em seminários xiitas no Irã e no Iraque. Ele teria se juntado ao Hezbollah no início da década de 1980, após a invasão israelense do Líbano em 1982. Tornou-se líder do grupo em 1992, após o assassinato de seu antecessor, Sayyad Abbas Musawi, pelas forças israelenses.

Nasrallah, de 63 anos, liderou o Hezbollah durante a segunda metade da ocupação israelense do Líbano, que durou formalmente 15 anos no final do século XX.

Hasan Nasrallah, o líder do Hezbollah, um grupo militante apoiado pelo Irã com ampla influência política no Líbano, deve fazer um discurso na quarta-feira que pode indicar como o grupo responderá ao assassinato de um líder sênior do Hamas.

Saleh Arouri era hóspede de Nasrallah quando foi morto em uma explosão em um subúrbio de Beirute na terça-feira. O Hezbollah culpou Israel, embora Israel não tenha reivindicado a responsabilidade pelo ataque.

Nasrallah havia alertado anteriormente que "qualquer assassinato em solo libanês que tenha como alvo um libanês, palestino, sírio, iraniano ou outros certamente terá uma forte reação".

A retaliação do Hezbollah poderia levar a um conflito regional mais amplo que, até agora, Israel, Irã e outros países têm evitado.

Aqui está o que você deve saber sobre o papel de Nasrallah no Hezbollah e suas opiniões sobre a guerra entre Israel e Gaza.

Quem é Hasan Nasrallah?

Nasrallah nasceu em Beirute em 1960. Estudou para se tornar um clérigo em seminários xiitas no Irã e no Iraque.

Ele teria se juntado ao Hezbollah no início da década de 1980, após a invasão israelense do Líbano em 1982. Tornou-se líder do grupo em 1992, após o assassinato de seu antecessor, Sayyad Abbas Musawi, pelas forças israelenses.

Nasrallah, 63 anos, liderou o Hezbollah durante a segunda metade da ocupação israelense do Líbano, que durou formalmente 15 anos no final do século XX.

Embora não seja tecnicamente um funcionário público no Líbano, Nasrallah é uma das figuras políticas mais importantes do país. O Hezbollah e seus aliados perderam a maioria nas eleições parlamentares do ano passado, mas ainda detêm a maior parte das cadeiras, em uma época de crise econômica e descontentamento generalizado.

Nasrallah é conhecido por seus discursos longos e bombásticos e por seu ceceio pronunciado. Seus seguidores o chamam de "The Sayyed" ou "Abu Hadi" - em árabe, pai de Hadi, seu filho que foi morto em confrontos com tropas israelenses em 1997.

Um de seus momentos de maior triunfo foi durante a guerra de um mês que os militantes do Hezbollah e Israel travaram em 2006: Três dias após o início do conflito, ele estava falando no ar com o canal Al-Manar do Hezbollah e disse que as surpresas que havia prometido estavam prestes a começar. Um navio de guerra israelense foi alvejado na ocasião. "Vejam-no queimar", disse ele.

Walid Phares, um comentarista político nascido no Líbano, disse ao Conselho de Relações Exteriores em 2010 que Nasrallah é visto por alguns no Líbano como uma "figura messiânica".

Em uma reportagem de 2006 do Líbano, Robin Wright, então repórter do Washington Post que visitou Nasrallah em Beirute, escreveu que o rosto de Nasrallah era exibido em protetores de tela de computador, pôsteres e chaveiros. "Os táxis tocam seus discursos em vez de música", relatou Wright.

Quais são seus pontos de vista?

Um dos principais objetivos do Hezbollah, de acordo com seu manifesto de 1985, é a destruição de Israel. Sob o comando de Nasrallah, o Hezbollah continuou a se envolver em conflitos com Israel.

Embora o Hamas seja sunita e o Hezbollah seja xiita, e os dois grupos militantes tenham discordado em outros conflitos na região, eles encontraram recentemente uma causa comum na oposição a Israel; destruir Israel também é um objetivo declarado do Hamas. Ambos os grupos foram classificados como organizações terroristas pelos Estados Unidos. Ambos recebem apoio do Irã, segundo especialistas e autoridades.

A ocupação israelense do Líbano parece ter sido um fator de formação das motivações de Nasrallah. Ele disse a Wright em 2006 que ele e seus colegas testemunharam "o que aconteceu na Palestina, na Cisjordânia, na Faixa de Gaza, em Golã, no Sinai".

Isso lhe ensinou que, no Líbano, "não podemos contar com os estados da Liga Árabe nem com as Nações Unidas", disse ele. "A única maneira que temos é pegar em armas e lutar contra as forças de ocupação."

O que Nasrallah disse sobre a guerra entre Israel e Gaza?

Desde o início do conflito, em 7 de outubro, quando o Hamas atacou Israel, o Hezbollah e Israel trocaram tiros perto da fronteira entre Israel e Líbano. No entanto, não está claro até que ponto o Hezbollah se envolverá na guerra entre o Hamas e Israel, em meio a temores de uma escalada regional mais ampla.