TCE-SP completa 100 anos nesta segunda com entrega do 'colar do centenário'

Política
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O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) completa 100 anos nesta segunda-feira, 6. Para comemorar a data, o tribunal realiza, a partir das 10h, no auditório Simón Bolívar, no Memorial da América Latina, na Barra Funda, solenidade para entrega do "colar do centenário" para autoridades públicas.

 

A condecoração foi criada para marcar a comemoração do centenário do tribunal neste ano. Os homenageados receberão o colar, miniatura, roseta e diploma assinado pelo presidente do TCE, Renato Martins Costa, com registro em livro próprio. O colar do centenário homenageia o presidente do Estado de São Paulo (cargo que equivale ao de governador atualmente), Washington Luís Pereira de Sousa, que, por meio de uma lei organizou o Tribunal de Contas em dezembro de 1923 e nomeou os primeiros cinco integrantes do órgão.

 

"Entendemos como pertinente a criação de uma comenda para marcar como registro permanente o nosso centenário. Essa outorga é limitada a 100 agraciados, para que esse recebimento ganhe a dimensão, a importância e a relevância que a ocasião impõe", disse Martins Costa, ao outorgar o colar aos membros do tribunal em abril.

 

De acordo com o tribunal, confirmaram presença no evento desta segunda-feira o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-presidente Michel Temer (MDB) e os ex-governadores tucanos João Doria, José Serra e Rodrigo Garcia. Há também confirmação da presença dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, André Mendonça, Cristiano Zanin e Dias Toffoli.

 

São esperados ainda os ministros do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), e da Justiça e Segurança, Ricardo Lewandowski, além do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, o presidente do Tribunal de Contas de Portugal, José Tavares e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

 

Tribunal ficou fechado de 1930 a 1947

 

A história do Tribunal de Contas paulista começou, de fato, em 6 de maio de 1924, e acompanhou diversos acontecimentos políticos da capital, do Estado e do mundo. Apenas dois meses depois do começo dos trabalhos dos conselheiros, São Paulo amanheceu sob bombardeio do Movimento Tenentista, que, durante a década de 1920, mobilizou jovens oficiais do Exército contra as oligarquias políticas e deflagrava na capital paulista sua segunda revolta. A primeira ocorreu dois anos antes, no Rio de Janeiro.

 

O pior momento do TCE, no entanto, ocorreu nas duas décadas seguintes. Por meio do decreto 4793, de 1930, o tribunal foi extinto por determinação do então interventor João Alberto Lins de Barros. À época, os servidores com mais de 20 anos de contribuição ao governo estadual puderam requisitar aposentadoria. Os outros, com menos de duas décadas de trabalho, foram remanejados para a Secretaria Estadual da Fazenda.

 

"Como desdobramento da Revolução de 1930, Washington Luís foi deposto em outubro daquele ano, e Júlio Prestes, que iria sucedê-lo na Presidência, foi impedido de tomar posse. Getúlio Vargas, um dos líderes da revolução, permaneceu no poder até 1945, atuando como chefe do governo provisório, presidente eleito de forma indireta e, a partir de 1937, como ditador. O Tribunal de Contas, por sua vez, sofreu interrupção em suas atividades devido aos anos de autoritarismo, sendo extinto em 1930 e retomando suas funções somente em 1947?, registra o TCE em sua página histórica.

 

Ao retornar os serviços no pós-guerra, o Tribunal de Contas paulista conseguiu se fortalecer como instituição e ampliar suas funções. Hoje, "compete atuar na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Estado de São Paulo e de seus municípios, exceto o da Capital, bem como na das respectivas entidades de administração direta ou indireta e na das fundações por eles instituídas ou mantidas, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas", de acordo com a legislação.

 

Contratos fiscalizados pelo TCE não chegam ao MP ou à PGR

 

Em dezembro do ano passado, o Estadão mostrou com exclusividade que de 193 contratos com irregularidades apontadas pelo TCE-SP ao longo dos anos de 2021 a 2023, apenas 19 foram enviados pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) ao Ministério Público ou à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para abertura de investigação.

 

Os processos são referentes aos contratos e aditivos firmados entre o Governo de São Paulo e seus órgãos com entidades, associações, fundações e empresas nos últimos 15 anos. De acordo com levantamento do Estadão, apenas os processos que chegaram no ano passado à Alesp somam R$ 2,7 bilhões em possíveis irregularidades.

 

A regra, hoje, diante da inércia dos parlamentares, é o próprio TCE, depois de 90 dias do começo de tramitação no Poder Legislativo, notificar as partes envolvidas e acionar o Ministério Público e a PGE para, caso necessário, abram investigações.

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Em resposta ao anúncio de um cessar-fogo de três dias feito pela Rússia para marcar o aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou nesta segunda-feira, 28, o Kremlin de manipulação e exigiu um fim imediato e duradouro à guerra Rússia-Ucrânia.

"Agora, mais uma vez, vemos uma nova tentativa de manipulação: por alguma razão, todos deveriam esperar até 8 de maio e apenas então cessar o fogo, para garantir silêncio para Putin durante o desfile de comemoração do fim da Segunda Guerra", afirmou Zelensky. "Nós valorizamos a vida das pessoas, não desfiles."

O líder ucraniano destacou que qualquer trégua deve ser incondicional e prolongada, não apenas simbólica. "O fogo deve ser interrompido não por alguns dias, para depois voltar a matar, mas sim de forma imediata, completa e incondicional. E por no mínimo 30 dias, para que seja garantido e confiável. Só assim será possível criar uma base para uma diplomacia real", disse.

Zelensky também denunciou novos ataques russos contra civis, mesmo diante dos apelos internacionais pelo fim da guerra. "Mais uma vez, a Rússia atacou um alvo que não tem relação com a guerra, mas com as pessoas. E isso aconteceu em meio às exigências do mundo para que a Rússia encerre esta guerra", afirmou. "Cada novo dia é uma nova e clara prova de que é necessário aumentar a pressão sobre a Rússia, pressionar de forma significativa, para que, em Moscou, sejam obrigados a pôr fim a esta guerra, uma guerra que apenas a própria Rússia quer."

O presidente ucraniano reiterou a disposição do país em buscar a paz, mas acusou a Rússia de sabotar os esforços diplomáticos. "Sempre deixamos claro que estamos prontos para trabalhar o mais rapidamente possível com todos os parceiros que possam ajudar a estabelecer a paz e garantir a segurança. A Rússia rejeita constantemente essas iniciativas, manipula o mundo e tenta enganar os Estados Unidos", afirmou.

O Kremlin afirmou nesta segunda-feira, 28, que as relações com a Coreia do Norte continuarão a se desenvolver "dinamicamente em todas as áreas", após a participação de tropas norte-coreanas no combate a uma incursão ucraniana na região russa de Kursk. Em comunicado oficial, o governo russo destacou que suas Forças Armadas "derrotaram completamente" os grupos ucranianos que invadiram o território, encerrando o que classificou como uma "provocação criminosa" de Kiev.

A Rússia expressou confiança de que os laços entre Moscou e Pyongyang, "aprofundados no campo de batalha", seguirão se fortalecendo. "Estamos certos de que a amizade, a boa vizinhança e a cooperação entre nossas nações se desenvolverão com sucesso e dinamismo em todas as direções", afirmou o texto.

Segundo o Kremlin, unidades do exército da Coreia do Norte participaram ativamente da operação, em conformidade com o "Tratado de Parceria Estratégica Abrangente" assinado entre os dois países em junho de 2024. O comunicado citou o artigo 4 do acordo, que prevê "assistência militar imediata em caso de ataque armado" a uma das partes.

"Os amigos coreanos agiram com base em um senso de solidariedade, justiça e verdadeira camaradagem", destacou o Kremlin, acrescentando que a Rússia está "profundamente grata" ao líder Kim Jong Un, ao governo e ao povo norte-coreano. Moscou também elogiou o "heroísmo, treinamento e dedicação" dos soldados da Coreia do Norte, que lutaram "ombro a ombro" com as tropas russas.

"O povo russo nunca esquecerá o feito dos combatentes de elite coreanos. Honraremos eternamente seus heróis, que deram suas vidas pela Rússia e por nossa liberdade comum, assim como nossos irmãos de armas", concluiu o comunicado.

O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, afirmou neste domingo, 27, que Pequim está acompanhando de perto o desenvolvimento da situação entre a Índia e o Paquistão, reiterando que a China entende as preocupações e apoia a segurança paquistanesa, mas que o conflito não atende aos interesses fundamentais dos países e nem é propício à paz e estabilidade regional.

Wang teve uma conversa telefônica com o vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Ishaq Dar. "Esperamos que ambos os lados consigam exercer moderação, chegar a um acordo e trabalhar para acalmar a situação", disse ele em comunicado.

O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Muhammad Asif, declarou hoje que uma incursão militar da Índia é iminente após um ataque mortal a turistas na Caxemira na semana passada, que resultou na morte de 26 pessoas.

Nesta segunda-feira, 28, pelo menos mais sete pessoas foram mortas e 16 ficaram feridas depois que uma bomba potente explodiu do lado de fora do escritório de um comitê de paz pró-governo em um antigo reduto do Talibã paquistanês, informou a polícia.