Tragédia no RS vira motivo para homenagem a Hang e ironia à Madonna e Felipe Neto na Câmara

Política
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A tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul virou palco para discussão e ironias entre parlamentares na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 7. A controvérsia começou com a discussão de proposta de moção de aplausos ao empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan e um dos principais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A inclusão do tema na pauta do colegiado foi alvo de protesto da oposição.

Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) afirmou que era uma tentativa de "politização em cima da dor". Ele cobrou que há artistas e celebridades da esquerda e da direita ajudando as vítimas no Rio Grande do Sul e não faria sentido homenagear apenas um empresário.

Quando o nome do influenciador Felipe Neto foi mencionado pelo psolista, demais integrantes do colegiado majoritariamente bolsonarista ironizaram. "E a Madonna?", perguntaram outros deputados.

"Essa interrupção (falando de Madonna) é exemplar para demonstrar a baixeza de espírito e a espetacularização diante do sofrimento humano", afirmou o deputado. Homenagear especificamente Luciano Hang é fazer espetáculo para seu próprio campo se beneficiar diante da dor. Não é caso de esquerda ou direita, são pessoas morrendo."

O requerimento foi rejeitado por falta de votos. O placar terminou com 18 votos favoráveis a três contra. Eram necessários 20 apoios, em razão de ser uma matéria que seria incluída na pauta durante a sessão. O autor da iniciativa, deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) menciona ações feitas por Hang para ajudar os vitimados e afirma que ele é "perseguido pela esquerda".

Ele não foi a única pessoa a ser alvo de moção de aplausos pela Comissão de Segurança da Câmara. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também foi elogiado pela "atuação exemplar" em apoio ao Rio Grande do Sul.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de outro lado, foi alvo de moção de repúdio pela "demora em mobilizar o Exército Brasileiro para atuar no resgate e apoio no Estado".

"Empresários e civis se uniram para ajudar no regate das vítimas enquanto o Estado não age", escreveu Bilynskyj, também autor do requerimento. Ele passou então, na justificativa a fazer elogios pela ação de Luciano Hang.

A Comissão ainda poderá votar nesta terça-feira um requerimento que pede a instauração de inquérito à Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar "eventuais crimes ocorridos" no show da cantora Madonna em Copacabana, realizado no último sábado, 11.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), Elon Musk, "pode ficar o quanto quiser no governo" e que ele "tem ajudado o país de maneira tremenda, mas quer voltar para casa, para seus carros" na Tesla.

As declarações foram feitas durante uma reunião de gabinete com a equipe do governo republicano.

Trump também afirmou que Musk tem feito "sacrifícios" pelo país e voltou a agradecer ao CEO da Tesla. "Esse cara tem sido tratado de maneira muito maldosa ultimamente. Mas saiba que os americanos estão do seu lado", declarou.

Musk, por sua vez, agradeceu a Trump, mas não comentou se continuará à frente do Doge.

O Paquistão afirmou nesta quarta-feira, 30, que possui "informações confiáveis" de que a Índia planeja realizar um ataque militar no país nas próximas 24 a 36 horas "sob o pretexto de alegações infundadas e inventadas de envolvimento" e prometeu responder "com muita veemência".

Não houve comentários imediatos de autoridades indianas, mas representantes do governo da Índia disseram que o primeiro-ministro do país, Narendra Modi, "deu total liberdade operacional às forças armadas para decidir sobre o modo, os alvos e o momento da resposta da Índia ao massacre de Pahalgam".

A tensões entre Índia e Paquistão têm aumentado, após um ataque mortal a turistas na Caxemira - região que é dividida entre Índia e Paquistão e reivindicada por ambos em sua totalidade - na semana passada. O lado indiano busca punir o Paquistão e acusa-o de apoiar o ataque em Pahalgam, o que o lado paquistanês nega.

Um incêndio atingiu um hotel em Calcutá, na Índia, matando pelo menos 15 pessoas, informou a polícia local nesta quarta-feira, 30. "Várias pessoas foram resgatadas dos quartos e do telhado do hotel", disse o chefe de polícia de Calcutá, Manoj Verma.

O policial disse a repórteres que o fogo começou na noite de terça-feira no hotel Rituraj, no centro de Calcutá, e foi controlado após uma operação que envolveu seis caminhões dos bombeiros. Ainda não se sabe a causa do incêndio.

A agência Press Trust of India, que gravou imagens das chamas, relatou que "várias pessoas foram vistas tentando escapar pelas janelas do prédio". O jornal The Telegraph, de Calcutá, noticiou que pelo menos uma pessoa morreu ao pular do terraço tentando escapar.

O primeiro-ministro Narendra Modi publicou na rede X que estava "consternado" com a perda de vidas no incêndio.

Incêndios são comuns no país

Incêndios são comuns na Índia devido à falta de equipamentos de combate às chamas e desrespeito às normas de segurança. Ativistas dizem que empreiteiros muitas vezes ignoram medidas de segurança para economizar e acusam as autoridades municipais de negligência.

Em 2022, pelo menos 27 pessoas morreram quando um grande incêndio atingiu um prédio comercial de quatro andares em Nova Délhi. (Com agências internacionais).