Morador da cidade de SP é mais de direita do que de esquerda, aponta Datafolha

Política
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Uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira, 3, revelou que o morador da cidade de São Paulo se identifica mais com a direita do que com a esquerda. Mesmo assim, os paulistanos apoiam mais a linha ideológica do Partido dos Trabalhadores do que as ideias do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o levantamento, 28% dos paulistanos se dizem direitistas, enquanto 21% se intitulam como seguidores da esquerda política. Somados com aqueles que se identificam como centro-direita e centro-esquerda, o número de paulistanos de direita corresponde a 40% dos eleitores, enquanto 31% são esquerdistas.

O estudo também apontou que 31% dos paulistanos se dizem petistas e outros 12% se declaram próximos à linha adotada pelo PT. Já 19% dos moradores da capital se identificam como apoiadores de Bolsonaro e 6% estão mais perto do bolsonarismo no espectro ideológico, enquanto outros 23% se classificaram como neutros diante da polarização.

O Datafolha ouviu 1.092 pessoas entre os dias 27 e 28 de maio. A pesquisa tem uma margem de erro de três pontos percentuais para mais e para menos e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-08145/2024.

O número de paulistanos que se alinham mais às pautas da direita é o maior desde 2003, quando o Datafolha começou a série histórica no início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e no fim da gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) na capital paulista. À epoca, 27% se disseram de direita e 13% de esquerda.

Em 2006, quando a primeira gestão de Lula se encaminhava para o fim e o prefeito de São Paulo era José Serra (PSDB), 20% dos moradores de São Paulo disseram que eram de direita e 16% se identificavam com a linha de pensamento da esquerda.

O último estudo realizado pelo Datafolha foi divulgado em 2013, quando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) caminhava para o fim do primeiro mandato e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) estava no início da sua gestão. No levantamento, os paulistanos autodeclarados de direita se mantiveram em 20% e os esquerdistas recuaram dois pontos percentuais, chegando em 14%.

Em um ano, número de petistas ficou estagnado e o de bolsonaristas cresceu em São Paulo

Em agosto do ano passado, o Datafolha perguntou aos moradores do município se eles se identificavam mais com o petismo ou com o bolsonarismo, sendo que 32% afirmaram que eram apoiadores do PT e outros 13% responderam que estavam próximos da linha ideológica da sigla. Outros 15% se declararam bolsonaristas e 6% disseram que pensam de forma parecida com o ex-presidente.

Comparado com o novo levantamento, o número de paulistanos que se consideram petistas oscilou um ponto percentual para cima, enquanto a quantidade de bolsonaristas aumentou quatro pontos percentuais.

Lula e Haddad venceram na capital paulista nas eleições de 2022

Na eleição presidencial de 2022, Lula venceu Bolsonaro por uma estreita margem de 500 mil votos. O petista recebeu 3.677.921 votos (53,5% dos votos válidos) e o ex-presidente obteve 3.191.484 votos (46,5% dos votos válidos).

Na disputa para o governo do Estado, Haddad venceu o candidato bolsonarista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por 3.565.920 votos (54,4% dos votos válidos) a 2.987.298 votos (45,6% dos votos válidos). Ao contrário do resultado final do pleito presidencial, o eleito foi o governador Tarcísio, que obteve um apoio maciço no interior paulista.

Neste ano, Lula e Bolsonaro apoiam os candidatos que estão nas primeiras colocações nas pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo. O presidente apadrinha o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) enquanto o ex-chefe do Executivo endossa a candidatura do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).

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O presidente dos EUA, Donald Trump, o vice-presidente americano, JD Vance, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, discutiram na tarde desta sexta-feira, 28, no Salão Oval da Casa Branca, ameaçando o acordo de minerais previsto para ser assinado entre os dois países nesta sexta-feira.

Trump acusou Zelensky de estar "jogando com a terceira guerra mundial" e de ser ingrato com os EUA. "Sem nós, você não tem carta nenhuma contra a Rússia. Ou você faz um acordo ou estamos fora", disse.

O republicano ainda afirmou que não está alinhando com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e que a Ucrânia precisa da ajuda americana, pois "estão ficando sem soldados e recursos, e diz que não quer cessar-fogo". "Americanos precisam ter seus bilhões de volta", acrescentou.

Enquanto isso, Zelensky disse aos repórteres que Putin "tem que pagar" pelo início da guerra e que o acordo sobre os minerais, por si só, não é suficiente para seu país.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu vice, J.D. Vance, bateram boca com o ucraniano Volodmir Zelenski, chamado por eles de "desrespeitoso" durante encontro na Casa Branca.

Zelenski foi a Washington com a expectativa para assinatura do acordo para exploração de minerais na Ucrânia. Durante reunião no Salão Oval da Casa Branca, Zelenski disse a Trump que não se pode confiar nas promessas de paz de Vladimir Putin, observando o histórico de promessas não cumpridas do líder russo. Trump disse que Putin não quebrou acordos com ele.

"Você precisa ser mais grato", disse Trump a Zelenski. Ele disse que o líder ucraniano está "apostando com a Terceira Guerra Mundial".

Trump repreendeu Zelenski depois que o vice-presidente JD Vance, uma das vozes mais céticas do governo em relação à Ucrânia, disse que o presidente estava sendo desrespeitoso por debater com Trump no Salão Oval na frente da imprensa americana.

"Você já disse 'obrigado' uma vez?" perguntou Vance a Zelenski.

Rose Girone, considerada a mais velha sobrevivente do Holocausto e uma forte defensora do compartilhamento de histórias de sobreviventes, morreu aos 113 anos na última segunda-feira, 24, em Nova York (EUA), de acordo com a Claims Conference, uma conferência sediada em Nova York sobre reivindicações materiais judaicas contra a Alemanha.

"Rose foi um exemplo de coragem, mas agora somos obrigados a continuar em sua memória", disse Greg Schneider, vice-presidente executivo da Claims Conference, em um comunicado na quinta-feira, 27. "As lições do Holocausto não devem morrer com aqueles que suportaram o sofrimento."

Rose nasceu em 13 de janeiro de 1912, em Janow, na Polônia. Sua família se mudou para Hamburgo, Alemanha, quando ela tinha 6 anos, disse ela em uma entrevista filmada em 1996 com a USC Shoah Foundation. Quando questionada pelo entrevistador se ela tinha algum plano de carreira específico antes de Hitler, ela disse: "Hitler chegou em 1933 e então acabou para todos".

Rose Girone era um dos cerca de 245 mil sobreviventes que ainda vivem em mais de 90 países, de acordo com um estudo divulgado pela Claims Conference no ano passado. Seus números estão diminuindo rapidamente, pois a maioria é muito velha e frequentemente de saúde frágil, com uma idade média de 86 anos. Seis milhões de judeus europeus e pessoas de outras minorias foram mortos pelos nazistas e seus colaboradores durante o Holocausto.

"Essa morte nos lembra da urgência de compartilhar as lições do Holocausto enquanto ainda temos testemunhas em primeira mão conosco", disse Schneider. "O Holocausto está escorregando da memória para a história, e suas lições são importantes demais, especialmente no mundo de hoje, para serem esquecidas."

Rose se casou com Julius Mannheim em 1937 por meio de um casamento arranjado. Ela estava grávida de 9 meses e morava em Breslau, que agora é Wroclaw, Polônia, quando os nazistas chegaram para levar Mannheim para o campo de concentração de Buchenwald. A família deles tinha dois carros, então ela pediu ao marido que deixasse as chaves.

Ela disse que se lembra de um nazista dizendo: "Levem essa mulher também". O outro nazista respondeu: "Ela está grávida, deixem-na em paz". Na manhã seguinte, seu sogro também foi levado e ela foi deixada sozinha com a governanta.

Depois que sua filha Reha nasceu em 1938, Girone conseguiu vistos chineses de parentes em Londres e garantiu a libertação de seu marido. Em Gênova, Itália, quando Reha tinha apenas 6 meses de idade, eles embarcaram em um navio para Xangai ocupada pelo Japão com pouco mais do que roupas e alguns lençóis. Seu marido primeiro ganhou dinheiro comprando e vendendo produtos de segunda mão. Ele economizou para comprar um carro e começou um negócio de táxi, enquanto Rose tricotava e vendia suéteres.

Mas, em 1941, os refugiados judeus foram presos em um gueto. A família de três foi forçada a se amontoar em um banheiro em uma casa enquanto baratas e percevejos rastejavam em seus pertences.

O sogro dela veio pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial, mas ficou doente e morreu. Eles tiveram que esperar na fila para comer e viveram sob o governo de um japonês implacável que se autodenominava "Rei dos Judeus".

"Eles fizeram coisas realmente horríveis com as pessoas", disse Rose Girone sobre os caminhões militares japoneses que patrulhavam as ruas. "Um dos nossos amigos foi morto porque não se movia rápido o suficiente."

As informações sobre a guerra na Europa só circularam na forma de boatos, já que rádios britânicas não eram permitidas.

Quando a guerra acabou, eles começaram a receber correspondência da mãe, avó e outros parentes de Rose nos EUA. Com a ajuda deles, eles embarcaram em um navio para São Francisco (EUA) em 1947 com apenas US$ 80, que Rose escondeu dentro de botões. Eles chegaram à cidade de Nova York em 1947. Mais tarde, ela abriu uma loja de tricô com a ajuda de sua mãe.

Rose Girone também se reuniu com seu irmão, que foi para a França para estudar e acabou obtendo sua cidadania americana ao se juntar ao Exército. Quando ela foi ao aeroporto para buscá-lo em Nova York, foi a primeira vez que o viu em 17 anos.

Rose mais tarde se divorciou de Mannheim. Em 1968, ela conheceu Jack Girone, no mesmo dia em que sua neta nasceu. No ano seguinte, eles se casaram. Ele morreu em 1990.

Quando questionada em 1996 sobre a mensagem que gostaria de deixar para sua filha e neta, ela disse: "Nada é tão ruim que algo bom não deva sair disso. Não importa o que seja."

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.