Flávio Dino, do STF, notifica TCU e PGR sobre 'emendas Pix'

Política
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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), notificou o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) para que tomem providências, se entenderem necessário, sobre as chamadas "emendas Pix" - recurso indicado por deputados e senadores para Estados e municípios, sem transparência e sem vinculação com obras e serviços específicos.

O ministro entendeu que esse tipo de emenda não pode ser analisada na ação que declarou a inconstitucionalidade do orçamento secreto, da qual ele é relator. "Para analisar a conformidade constitucional das emendas Pix, é necessária a provocação desta Corte em ação própria, descabendo a reabertura da discussão de mérito desta ação", afirmou.

A determinação veio no mesmo despacho em que Dino marcou uma audiência de conciliação para assegurar o fim do orçamento secreto. O ministro enfatizou que "todas as práticas viabilizadoras do orçamento secreto devem ser definitivamente afastadas". A audiência será realizada no dia 1ª de agosto, às 10h.

Dino passou a ser relator do processo porque sucedeu a ministra Rosa Weber na Corte. O ministro foi provocado pela Associação Contas Abertas, pela Transparência Brasil e pela Transparência Internacional, que participam da ação como "amicus curie" (amigos da Corte). As entidades noticiaram "elementos que configuram a persistência do descumprimento da decisão" adotada pela Corte no final de 2022.

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O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, se declarou culpado nesta quarta-feira, 26 (horário local), perante um tribunal em uma ilha americana no Pacífico, de uma única acusação criminal por publicar segredos militares dos Estados Unidos. Assange fez um acordo com promotores do Departamento de Justiça americano, que garantiu sua liberdade e deu fim a uma longa saga legal.

A alegação foi apresentada na manhã de quarta-feira no tribunal federal de Saipan, capital das Ilhas Marianas do Norte, uma comunidade dos Estados Unidos no Pacífico. Assange se declarou culpado de "conspiração para obter e divulgar documentos confidenciais da defesa nacional dos EUA".

O acordo encerrou uma saga de quase 14 anos, que inclui sete anos de confinamento na embaixada do Equador em Londres, e permitirá que ele retorne à Austrália, sua terra natal. Ele esteve preso no Reino Unido durante os últimos cinco anos, lutando contra a extradição para os Estados Unidos devido a uma acusação na Lei de Espionagem que poderia ter acarretado uma longa pena de prisão em caso de condenação.

Com parte do acordo, Assange é obrigado a instruir o WikiLeaks a destruir a informação e a fornecer uma declaração juramentada de que o fez. Ele poderá ser condenado a 62 meses de prisão, mas tendo cumprido um período semelhante de prisão preventiva em Londres, a expectativa é de que ele possa voltar à Austrália sem cumprir pena em uma prisão americana.

O Departamento de Justiça dos EUA concordou em realizar a audiência na ilha do Pacífico porque Assange se opôs a ir para o território continental dos EUA e porque Saipan fica perto da Austrália, para onde voltará depois de se apresentar no tribunal. De acordo com o WikiLeaks, Assange deve viajar para a Austrália já nas próximas horas.

A confissão de culpa resolve um processo criminal movido pelo Departamento de Justiça do governo de Donald Trump em conexão com o recebimento e publicação de registros de guerra e telegramas diplomáticos que detalhavam irregularidades militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

Os promotores alegaram que ele conspirou com a ex-analista de inteligência do Exército Chelsea Manning para obter os registros e os publicou sem levar em conta a segurança nacional americana, inclusive divulgando os nomes de fontes que forneceram informações às forças dos EUA. Mas suas atividades atraíram uma onda de apoio de defensores da liberdade de imprensa, que anunciaram seu papel em trazer à tona condutas militares que, de outra forma, poderiam ter sido ocultadas.

A acusação foi revelada em 2019, mas os problemas jurídicos de Assange são muito anteriores ao processo criminal. O fundador do WikiLeaks foi preso pela polícia britânica em abril de 2019 depois de passar sete anos trancado na embaixada do Equador em Londres, de onde tentou evitar a extradição para a Suécia em uma investigação de violação de uma mulher, que foi arquivada nesse mesmo ano.

Ele permaneceu preso durante os últimos cinco anos enquanto o Departamento de Justiça tentava extraditá-lo, em um processo que encontrou ceticismo por parte dos juízes britânicos que se preocupavam com a forma como Assange seria tratado pelo sistema de justiça criminal americano.

Nos últimos anos, aumentaram os apelos para que o presidente dos EUA, Joe Biden, retirasse as acusações contra ele. A Austrália apresentou um pedido formal em fevereiro, que Biden disse que estava considerando. O governo australiano manifestou que o caso já havia se prolongado demais e que já não havia nenhum interesse na prisão de Assange.

Decisão celebrada

O WikiLeaks, o site de divulgação de segredos que Assange fundou em 2006, aplaudiu o anúncio do acordo, dizendo estar grato a "todos os que nos apoiaram, lutaram por nós e permaneceram totalmente empenhados na luta pela sua liberdade".

O ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, um dos advogados de Assange, comemorou que "ele pode finalmente ser um homem livre depois de quase 14 anos de luta, privado de liberdade nas condições mais adversas".

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos também saudou a sua libertação e "o progresso significativo no sentido de uma resolução definitiva deste caso", que "levantou uma série de preocupações em matéria de direitos humanos", segundo a porta-voz Elizabeth Throssell.

"Ele não deveria ter sido privado de liberdade nem por um dia por ter publicado informações de interesse público", disse Rebecca Vincent, diretora de campanha dos Repórteres Sem Fronteiras.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, comemorou "uma vitória democrática e a luta pela liberdade de imprensa". "O mundo está um pouco melhor e menos injusto hoje", acrescentou. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou que adotou sanções contra cerca de 50 entidades e indivíduos acusados de atuar como banco paralelo para o Ministério de Defesa e Logística das Forças Armadas do Irã. Estas instituições comercializavam petróleo e outros recursos e destinavam a verba para fins militares no Irã, afirma o Tesouro.

Segundo o Gabinete de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês), os recursos camuflados por redes de casas de cambio iranianas eram utilizados para o desenvolvimento de sistemas de armas avançados, como veículos aéreos não tripulados e explosivos. As armas, então, eram distribuídas para grupos regionais parceiros do Irã, como os Houthi, no Iêmen, diz o Ofac.

Uma mulher americana de 32 anos foi presa na manhã do sábado, 22, quando a polícia encontrou uma pessoa morta no banco de trás de seu carro, depois que o veículo se envolveu em um acidente próximo ao Condado de Olmsted, em Minnesota, nos Estados Unidos. A investigação sobre o caso está em andamento e nenhum detalhe adicional foi divulgado até o momento. As informações são da ABC News.

De acordo com um comunicado do Gabinete do Xerife do Condado de Olmstead divulgado na segunda-feira, 24, a polícia respondia à ocorrência do acidente quando encontrou a dona do veículo, identificada como Margot Lewis, sendo atendida por alguém que passava próximo à rodovia.

"Ao verificar se havia mais alguém no veículo, foi encontrada uma mulher de 35 anos já falecida no banco de trás", disse a polícia. "O estado da falecida era suspeito e ficou imediatamente evidente que a morte não foi resultado do acidente automobilístico", informou.

Segundo a ABC News, Lewis foi transportada para o hospital, onde foi liberada clinicamente. Em seguida, foi transferida para um centro de detenção e colocada sob prisão por interferência com um cadáver, disseram as autoridades. Espera-se que Lewis compareça ao tribunal nesta terça-feira, 25, de acordo com o Gabinete do Xerife do Condado de Olmsted.