O que é o 'Gilmarpalooza', evento jurídico realizado por Gilmar Mendes em Portugal

Política
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O Fórum Jurídico de Lisboa, evento realizado na capital de Portugal pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e por isso batizado de "Gilmarpalooza" irá para sua 12ª segunda edição e reunirá representantes dos Três Poderes do Brasil, empresários do País e figuras notáveis lusitanas em painéis variados para discutir temas pertinentes ao Direito entre os dois países.

O "Gilmarpalooza" é organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) - que tem como sócio o próprio Gilmar -, pelo Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (ICJP) e pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo a organização do próprio evento, trata-se de um fórum jurídico anual "para dialogar sobre desafios, visões e diferentes modelos de sistemas jurídicos presentes em ambos continentes a partir de perspectivas variadas".

Neste ano também estarão o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), líderes das duas Casas do Congresso Nacional, ministros do presidente Luiz Inácio Lula Silva, do Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal de Contas da União (TCU), governadores, entre outros.

Também são discutidos múltiplos temas pertinentes ao presente e futuro do Brasil. Entre os dias 26, 27 e 28 de junho, empresários, pensadores e políticos discutirão, entre outros temas, a separação dos Poderes, transição energética, conflitos globais, desinformação, inteligência artificial e a judicialização da política.

Autoridades brasileiras costumam usar recursos públicos para participar do Fórum em Portugal. Quatro ministros de Lula - Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Anielle Franco (Igualdade Racial), Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) - confirmaram para o Estadão que estarão nos seminários. As viagens serão custeadas com verba pública dos ministérios.

Do lado da Suprema Corte, seis ministros estarão presentes, segundo informa o Fórum. São estes Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Flávio Dino e Alexandre de Moraes. Os três últimos não confirmaram presença em resposta ao Estadão.

O STF explicou que somente o presidente ou quem estiver na representação da Presidência pode ter passagens e diárias internacionais custeadas pelo Tribunal. Barroso, porém terá seus custos pagos pela organização do evento e não receberá diárias. A Corte será responsável pela viagem de seguranças dos magistrados.

Como mostrou o Estadão em maio, o STF pagou R$ 39 mil a segurança em viagem de Dias Toffoli à final da Champions League no estádio de Wembley, Londres, entre Real Madrid e Borussia Dortmund.

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Os promotores de Manhattan informaram nesta terça-feira, 2, que não vão se opor ao pedido do ex-presidente dos EUA Donald Trump para adiar a sentença no julgamento sobre pagamentos ilegais de campanha, enquanto ele busca anular a condenação após uma decisão da Suprema Corte que concedeu amplas proteções de imunidade aos presidentes.

Em carta apresentada ao tribunal de Nova York, os integrantes do gabinete do promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, disseram que estariam abertos a um adiamento de duas semanas na sentença marcada para 11 de julho, a fim de apresentar uma resposta às moções de Trump.

"Embora acreditemos que os argumentos do réu não têm mérito, não nos opomos ao seu pedido" para adiar a sentença enquanto se aguarda a determinação da moção, escreveram os promotores.

A carta chegou um dia depois de o advogado de Trump ter solicitado ao juiz que adiasse a sentença enquanto avaliava a decisão do tribunal superior e como esta poderia influenciar o caso de Nova York.

Os advogados argumentam que a decisão do Supremo Tribunal confirmou uma posição levantada anteriormente pela defesa no caso de que os promotores deveriam ter sido impedidos de apresentar algumas provas que a equipe de Trump disse que constituíam atos presidenciais oficiais, de acordo com a carta. Fonte: Associated Press.

O porta-voz adjunto principal do Departamento de Estado americano, Vedant Patel, afirmou nesta segunda, 1º, que o país compreende e tomou nota do número de pontos de vista que surgiram nos últimos dias sobre a tentativa de golpe na Bolívia, e acolhe com "satisfação análises independentes dos acontecimentos de 26 de junho". As declarações foram feitas em coletiva de imprensa após uma pergunta sobre os relatos de que o ex-presidente Evo Morales está acusando o presidente Luis Arce de "encenar um autogolpe para ganhar popularidade".

"Continuamos monitorando a situação na Bolívia, como imagino que muitos na comunidade internacional estejam fazendo. O que quero dizer em termos gerais é que estes acontecimentos na Bolívia deixam claro que a democracia continua frágil em algumas partes do nosso hemisfério, e que os Estados Unidos pretendem trabalhar em conjunto, em conformidade com a Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Carta Democrática Interamericana, para proteger as instituições democráticas dos nossos países e de outros países", afirmou.

Morales acusou neste domingo, 30, o atual presidente da Bolívia, Luis Arce, de enganar o povo e orquestrar um "autogolpe" esta semana para ganhar apoio político em meio a disputas dentro da ala governista, como preparação para as próximas eleições. "Lucho Luis Arce desrespeitou a verdade, nos enganou, mentiu, não apenas ao povo boliviano, mas ao mundo inteiro, disse Morales em seu programa dominical transmitido pela rádio Kausachun Coca.

Steve Bannon, o aliado de longa data de Donald Trump, foi preso nesta segunda-feira, 1º, após se entregar em uma prisão federal em Connecticut. Ele cumprirá uma pena de 4 meses por sua condenação por obstruir a investigação parlamentar sobre o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

Bannon, de 70 anos, chegou à Instituição Correcional Federal por volta do meio-dia e foi formalmente levado sob custódia federal, disse o Bureau of Prisons. Em declarações aos repórteres que estavam no local, Bannon chamou a si mesmo de "prisioneiro político" e disse que Trump o "apoiava muito".

Ele foi recebido do lado de fora da prisão por uma pequena multidão de apoiadores com bandeiras "Trump 2024". Embora não trabalhe mais oficialmente para Trump, Bannon voltou manifestar seu apoio nesta segunda-feira ao republicano e prometeu que usaria toda a sua influência para promover sua vitória, principalmente por meio do seu podcast "War Room", que continuará mesmo sem ele.

Steve Bannon foi condenado em outubro de 2022 a quatro meses de prisão por obstruir a investigação realizada pelo Congresso e pela sua recusa em cooperar com a investigação parlamentar sobre o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, sentença confirmada em recurso em 10 de maio de 2024.

Na véspera do 6 de janeiro, Bannon afirmou que "o inferno iria explodir". No dia em que centenas de apoiadores de Donald Trump invadiram a sede do Congresso dos Estados Unidos, ele tinha falado por telefone com o presidente em fim de mandato. Por conta disso, parlamentares quiseram questioná-lo sobre o seu papel.

Bannon foi considerado culpado de duas acusações de desacato ao Congresso: uma por se recusar a prestar depoimento ao Comitê da Câmara em 6 de janeiro e uma segunda por se recusar a fornecer documentos relacionados ao seu envolvimento nos esforços do ex-presidente republicano para reverter sua derrota eleitoral de 2020 para Biden.

Um juiz permitiu que Bannon ficasse livre por quase dois anos enquanto ele apelava, mas ordenou que ele se apresentasse à prisão nesta segunda-feira depois que um painel do tribunal de apelações confirmou seu desacato às condenações do Congresso. A Suprema Corte rejeitou na sexta-feira, 28, sua tentativa de última hora para adiar sua sentença.

Outro assessor de Trump, o conselheiro comercial Peter Navarro, também foi condenado por desacato ao Congresso. Ele se apresentou à prisão em março para cumprir sua sentença de quatro meses após a Suprema Corte ter recusado sua tentativa de adiar a sentença.

Bannon também está enfrentando acusações criminais no tribunal estadual de Nova York, alegando que ele enganou doadores que deram dinheiro para construir um muro ao longo da fronteira EUA-México. Bannon se declarou inocente de lavagem de dinheiro, conspiração, fraude e outras acusações, e o julgamento foi adiado até pelo menos o final de setembro.

Em março, Peter Navarro, que uma vez trabalhou como assessor de comércio para Trump, se apresentou à prisão federal em Miami para começar a cumprir sua própria pena de prisão de quatro meses após um júri considerá-lo culpado de desacato ao Congresso por ignorar uma das intimações do comitê. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)