Parlamento deu sinais de que quer trabalhar e não ficar refém, diz Bolsonaro

Política
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Com a vitória de aliados do governo nas eleições no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 4, que o parlamento "deu sinais de que quer trabalhar" e que "não quer ficar refém de uma pessoa". Sem citar diretamente o nome do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaro disse que apenas uma pessoa "criava alguns óbices para nós".

"Eu acredito em especial após essas últimas eleições (no Congresso), que começaram dia 1º de fevereiro, (que) o parlamento deu sinais de que quer trabalhar, não quer ficar refém de uma só pessoa e era uma só pessoa que criava alguns óbices para nós", declarou em evento em Florianópolis (SC) no período da tarde desta quinta-feira.

O deputado Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de Maia, foi o principal adversário do nome apoiado pelo governo na disputa pelo comando da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL). Na reta final das eleições, Maia intensificou as críticas ao governo e tentou formar uma frente ampla de centro-direita e com partidos de oposição para vencer a disputa. A vitória, contudo, foi de Lira, que recebeu 302 votos contra 145 de Baleia.

O placar com folga na Câmara e também no Senado, onde Rodrigo Pacheco (DEM-MG) saiu vitorioso, foi comemorado por Bolsonaro. O chefe do Executivo disse ter ficado na torcida pelos candidatos governistas. Com a troca no comando das Casas legislativas, o governo espera destravar a agenda econômica e emplacar projetos de interesse do Executivo, como a pauta de costumes.

"Tenho certeza que a partir do dia 1º - em especial pelo placar, no qual eu torci por ele, fui simpático aos dois candidatos -, os números bem comprovaram que a maioria do parlamento quer também cada vez mais ter a liberdade para fazer o melhor pelo nosso Brasil", disse o presidente.

Na quarta, Bolsonaro entregou uma lista de prioridades para Pacheco e Lira, que incluíam as reformas tributária e administrativa, além das propostas para equilíbrio das contas públicas. Após fazer elogios à bancada catarinense no Congresso, Bolsonaro afirmou que "aos poucos vamos mudando o Brasil com a participação do nosso Congresso Nacional".

Entrega de veículos

Nesta quinta-feira, Bolsonaro participou da entrega, em Florianópolis, de novos veículos para o Programa de Mobilidade de Assistência Social (MOB-SUAS), do Ministério da Cidadania. Foram entregues 225 veículos, entre carros e micro-ônibus, que serão distribuídos para 135 municípios catarinenses.

Os veículos foram adquiridos com recurso de emenda parlamentar de bancada.

Prefeitos, parlamentares e o governador do Estado, Carlos Moisés, participaram do evento. Os ministros Onyx Lorenzoni, da Cidadania, Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, também prestigiaram o ato de entrega.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.