Pablo Marçal diz que Ricardo Nunes é 'homem fraco' e convoca apoiadores para 'guerra'

Política
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Pré-candidato a prefeito de São Paulo, o coach Pablo Marçal (PRTB) convocou seus apoiadores para o que classificou como uma "guerra contra milícias digitais". Com 16,1 milhões de seguidores nas redes sociais, o influenciador busca se posicionar como o principal representante da direita nas eleições, o que tem gerado confrontos com o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e seus aliados.

 

No início da tarde deste domingo, 23, Marçal reuniu um grupo de pessoas em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, em um ato de pré-campanha à Prefeitura. "Já tem um monte de milícia digital me atacando. Preciso que todos vocês que estão me assistindo entrem nessa guerra comigo", afirmou no evento, que foi transmitido ao vivo no Instagram. Mais de 10 mil pessoas acompanharam a transmissão.

 

O discurso do pré-candidato do PRTB ainda foi marcado por referências a Deus e ao conservadorismo. Ele também aproveitou a oportunidade para atacar alguns de seus adversários na disputa pelo comando da capital, como Nunes e o deputado Guilherme Boulos (PSOL). "O prefeito atual é um homem fraco. Ricardo Nunes, com todo respeito, você chegou ao seu limite. Esse é seu último mandato", bradou

 

As pesquisas eleitorais mais recentes mostram o coach na terceira posição. A última pesquisa AtlasIntel, divulgada na quarta-feira, 19, trouxe Boulos como líder na corrida pela Prefeitura com 35,7% das intenções de voto. O atual prefeito está em segundo lugar com 23,4%, seguido por Marçal com 12,6%.

 

Como mostrou o Estadão, o desempenho de Pablo Marçal nas pesquisas e nas redes sociais após o lançamento de sua pré-candidatura gerou preocupação entre bolsonaristas e aliados de Nunes. Eles temem que Marçal divida o campo da direita na capital paulista, potencialmente fortalecendo a campanha de Boulos.

 

A principal preocupação é que o deputado de esquerda, apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, avance ao segundo turno à frente de Nunes, o que, na avaliação de aliados do prefeito, poderia fortalecer a campanha do PSOL e ameaçar a reeleição. No entanto, não se prevê, neste momento, um cenário em que Marçal consiga tirar Nunes do segundo turno.

 

Outra preocupação se refere às eleições de 2026. Bolsonaristas no Estado temem que Marçal possa atrapalhar os planos do grupo para a eleição ao Senado. Avaliam que ele busca utilizar o pleito municipal para se consolidar como candidato a uma das duas vagas em disputa nas próximas eleições majoritárias. Marçal, contudo, tem afirmado a seus aliados que seu foco é o Executivo municipal e que não deseja ser senador.

 

Neste mês, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) foi lançado como pré-candidato ao Senado por Valdemar Costa Neto em um evento em Campos do Jordão (SP). O outro candidato bolsonarista seria o atual secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), apoiado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

 

Nesse contexto, Marçal se tornou alvo dos bolsonaristas. Um exemplo disso é o volume de críticas que recebeu após se encontrar com o ex-governador de São Paulo João Doria (sem partido). Além disso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desautorizou que parlamentares do PL apoiem a candidatura do influenciador.

Em outra categoria

A Suprema Corte dos EUA rejeitou nesta quarta-feira, 5, o pedido de Donald Trump para congelar US$ 2 bilhões em ajuda externa, parte dos esforços do governo para cortar gastos. Foi a primeira grande decisão do tribunal contra a Casa Branca desde a volta do presidente ao poder. Isso ocorreu apesar de Trump ter indicado três dos nove juízes, formando uma maioria conservadora de 6 a 3.

Ontem, o recurso de Trump foi negado por 5 votos a 4 - os conservadores John Roberts e Amy Coney Barrett se juntaram às três magistradas progressistas para manter a decisão de uma instância inferior exigindo que o governo fizesse pagamentos em contratos que já foram concluídos, invalidando o decreto assinado em 20 de janeiro, que suspendia a ajuda internacional por 90 dias.

Na decisão, a Suprema Corte determina que o juiz federal Amir Ali, que ordenou o restabelecimento dos pagamentos pela Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e pelo Departamento de Estado, esclareça "quais obrigações o governo deve cumprir".

"Um único juiz de um tribunal distrital, que provavelmente não tem jurisdição, tem o poder irrestrito de obrigar o governo dos EUA a pagar (e provavelmente perder para sempre) US$ 2 bilhões dos contribuintes?", argumentou o conservador Samuel Alito, na declaração dissidente, assinada pela minoria. "A resposta a essa pergunta deveria ser um enfático 'não', mas a maioria deste tribunal, aparentemente, pensa o contrário. Estou chocado."

Cortes de gastos

O governo suspendeu a ajuda externa no dia da posse de Trump. Beneficiários e ONGs entraram com duas ações judiciais contestando o congelamento dos fundos, alegando inconstitucionalidade - as dotações orçamentárias são um poder do Congresso e cabe ao Executivo apenas cumpri-las.

Os grupos que contestaram o governo argumentaram que os fundos congelados causariam uma série de crises, ameaçando cuidados médicos essenciais ao redor do mundo, deixando alimentos apodrecendo em armazéns, arruinando negócios, colocando em risco a propagação de doenças e causando instabilidade política.

"É devastador o impacto dessa conduta ilegal em empresas grandes e pequenas, forçadas a encerrar seus programas e demitir funcionários; em crianças famintas ao redor do mundo que ficarão sem nada; em populações ao redor do mundo enfrentando doenças mortais; e em nossa ordem constitucional", escreveram os advogados do Global Health Council, organização que representa grupos de saúde, em um dos processos.

O juiz Amir Ali, do Tribunal Distrital Federal em Washington, nomeado pelo presidente Joe Biden, emitiu uma ordem de restrição temporária, em 13 de fevereiro, proibindo funcionários do governo de suspender os pagamentos alocados antes de Trump assumir o cargo. Na decisão, ele disse que o governo não ofereceu nenhuma explicação para a suspensão total da ajuda que o Congresso havia determinado.

A Casa Branca alegou que tinha o direito de analisar caso a caso as doações e contratos de ajuda e interromper ou aprovar os gastos. Em uma decisão de 25 de fevereiro, o juiz Ali ordenou que o governo pagasse US$ 1,5 bilhão em trabalhos de ajuda já concluídos. Ele estabeleceu um prazo até meia-noite do dia seguinte. Em resposta, o Departamento de Justiça entrou com um recurso de emergência na Suprema Corte, alegando que o juiz havia excedido sua autoridade - argumento rejeitado ontem.

Campanha

O presidente está decidido a cortar gastos do governo federal com a ajuda do homem mais rico do mundo e maior doador de sua campanha, Elon Musk. Um dos seus objetivos é cortar a ajuda da Usaid, que tem programas de saúde e emergência em cerca de 120 países e é responsável por mais de 40% da ajuda humanitária mundial.

Em decreto assinado em 20 de janeiro, Trump suspendeu temporariamente milhares de programas para avaliar se eles estão "totalmente alinhados com a política externa do presidente dos EUA". No passado, ele já disse que a Usaid é "administrada por lunáticos radicais", enquanto Musk descreveu a agência como uma "organização criminosa". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (6) que está trabalhando com o Partido Republicano da Câmara em uma resolução contínua para financiar o governo até setembro e dar o "tempo necessário" para trabalhar a agenda do governo.

"Os conservadores vão adorar esse projeto de lei, pois ele nos prepara para cortar impostos e gastos na conciliação, ao mesmo tempo em que efetivamente CONGELA os gastos neste ano e nos permite continuar nosso trabalho. Vamos aprovar esse projeto de lei!", escreveu Trump na rede Truth Social.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve assinar nesta quinta-feira, 6, um decreto com o objetivo de eliminar o Departamento de Educação. Um rascunho do documento, obtido pelo Wall Street Journal, ordena que a secretária de Educação, Linda McMahon, "tome todas as medidas necessárias para facilitar o fechamento do Departamento de Educação".

O fim do Departamento de Educação está em discussão desde a transição da gestão de Joe Biden para o governo Trump. Segundo especialistas, porém, a eliminação completa da pasta depende da aprovação do Congresso. Fonte: Dow Jones Newswires.