Salles elogia tentativa de golpe na Bolívia; deputado pede afastamento por quebra de decoro

Política
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O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) publicou um elogio à tentativa de golpe de Estado na Bolívia, na quarta-feira, 26. Em seu perfil no X (ex-Twitter), o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) postou uma frase que seria referência à coragem dos militares ao tentar assumir o Poder no país vizinho: "En Bolívia las melancias tienen cojones" .

Na tradução literal seria: "na Bolívia, até as melancias têm culhões". Na direita, costuma-se usar o termo melancia para se referir a militar que é simpatizante da esquerda seguido do comentário irônico de que o fardado é "verde por fora, mas vermelho por dentro".

A publicação foi vista como uma apologia à insurreição militar frustrada. Em resposta, o deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) afirmou, na mesma rede social, que vai protocolar um pedido de cassação de Salles. "Até quando deputados golpistas não serão responsabilizados? O que fez o Sr Ricardo Salles foi apoiar um golpe na Bolívia e incentivar um golpe no Brasil! Que seja afastado cautelarmente!", afirmou.

Na última quarta-feira, tanques do Exército boliviano cercaram a Praça Murillo, sede do governo local, por algumas horas e tentaram invadir o prédio. Após horas de impasse, o chefe do Exército, Juan José Zúñiga, líder da intentona contra o presidente Luis Arce, foi preso e a cúpula militar do país, trocada. A quartelada, segundo analistas, evidencia a crise política e econômica que afeta o governo do afilhado político do ex-presidente Evo Morales.

Após a troca de comando nas Forças Armadas, os tanques e soldados que estavam cercando a sede do Executivo se desmobilizaram. O cerco não teve apoio nem da oposição de direita ao governo de Arce, nem da comunidade internacional. Aliados do presidente convocaram uma greve geral e o bloqueio de estradas em protestos aos militares.

Em seu perfil oficial no X, Glauber Braga pediu também que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), faça valer a nova regra da Casa que afasta cautelarmente deputados malcomportados. Segundo Braga, a comemoração de uma tentativa de ruptura institucional não pode passar impune.

"Eu vou apresentar uma representação, uma solicitação à mesa diretora da Câmara dos Deputados pelo afastamento cautelar do senhor Ricardo Salles. Ou quer dizer, agora, que o afastamento cautelar é só para os inimigos de Arthur Lira?", questionou.

Em 12 de junho, a Câmara aprovou a proposta de seu presidente que cria a suspensão cautelar de até seis meses de deputados que quebrem o decoro. Após a deliberação, a medida foi automaticamente promulgada pelo alagoano e entrou em vigor. O projeto foi aprovado por 400 votos a 29, com 83 ausências e apenas uma abstenção: a de Ricardo Salles.

A proposta é uma resposta política de Lira à coleção de baixarias que a Câmara dos Deputados presenciou no começo deste mês.

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A secretária de Segurança Interna (DHS) dos Estados Unidos, Kristi Noem, anunciou neste domingo, 9, novas lideranças na agência encarregada da fiscalização da imigração, além de prometer intensificar os testes de detector de mentiras em funcionários para identificar aqueles que podem estar vazando informações sobre operações para a mídia.

Todd Lyons, ex-diretor assistente de operações de campo do braço de fiscalização da agência, atuará como diretor interino da Imigração e Alfândega (ICE).

Madison Sheahan, secretária do Departamento de Vida Selvagem e Pesca da Louisiana e ex-assessora de Noem quando ela era governadora de Dakota do Sul, foi escolhida para ser a vice-diretora da agência.

"As autoridades que tenho sob o Departamento de Segurança Interna são amplas e extensas e planejo usar cada uma delas para garantir que estamos seguindo a lei, que estamos seguindo os procedimentos em vigor para manter as pessoas seguras e que estamos garantindo que estamos cumprindo o que o presidente Trump prometeu", disse Noem ao programa de televisão Face the Nation, da CBS.

Embora esses exames de polígrafo normalmente não sejam admissíveis em processos judiciais, eles são frequentemente usados por agências federais de segurança pública e para autorizações de segurança nacional.

"O Departamento de Segurança Interna é uma agência de segurança nacional", disse a porta-voz do DHS Tricia McLaughlin em uma declaração. "Podemos, devemos e faremos o polígrafo do pessoal."

Autoridades da Casa Branca já expressaram frustração com o ritmo das deportações, culpando em parte os vazamentos recentes que revelaram cidades onde as autoridades planejavam conduzir operações. Fonte: Associated Press

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou uma isenção de sanções que permitia ao Iraque comprar gás e energia elétrica do Irã, informaram autoridades norte-americanas neste final de semana, intensificando uma campanha de pressão sobre Teerã e complicando os laços com um importante parceiro dos EUA na região.

A isenção foi renovada pelo próprio Trump em seu primeiro mandato e pelo ex-presidente Joe Biden a cada quatro meses durante anos e permitiu que o Iraque atendesse às suas necessidades imediatas comprando eletricidade e gás usado para gerá-la de seu vizinho.

A decisão ilustra como o novo governo Trump está dispensando convenções de política externa que ele próprio havia seguido em anos anteriores, às vezes gerando ansiedade em aliados enquanto busca seus objetivos geopolíticos.

Em fevereiro, Trump restaurou o que ele chama de política de pressão máxima sobre o Irã, aplicando sanções econômicas severas em um esforço para impedir o país de desenvolver uma arma nuclear, restringir seu programa de mísseis balísticos e reduzir ainda mais sua influência na região.

"O presidente Trump deixou claro que o regime iraniano deve cessar suas ambições por uma arma nuclear ou enfrentar Pressão Máxima", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, James Hewitt, quando questionado sobre a decisão. "Esperamos que o regime coloque os interesses de seu povo e da região à frente de suas políticas desestabilizadoras."

O Irã diz que seu programa nuclear é pacífico e que não será forçado a negociar. Para o Iraque, a decisão chega num momento precário, quando o governo em Bagdá está lidando com a agitação no Oriente Médio.

O Iraque, rico em petróleo, melhorou sua infraestrutura elétrica nos últimos anos, diminuindo a dependência da eletricidade iraniana. Em 2023, as importações do Irã responderam por apenas 4% do consumo de eletricidade no Iraque, de acordo com a Embaixada dos EUA em Bagdá.

O presidente do Comitê Parlamentar de Finanças do Iraque, Atwan Al-Atwani, disse neste domingo que o Iraque pretende atingir a autossuficiência energética, mas que completar essa tarefa levará alguns anos.

Após uma reunião com o embaixador dos EUA em Bagdá, ele pediu a Washington que reconsiderasse suas políticas de pressão sobre o Irã, de acordo com a agência de notícias estatal iraquiana.

Uma porta-voz da Embaixada dos EUA em Bagdá disse que a decisão de rescindir a isenção de eletricidade estava alinhada à campanha de pressão sobre o Irã.

"Isso garante que não permitiremos ao Irã nenhum grau de alívio econômico ou financeiro", disse a porta-voz sobre a decisão. "Pedimos ao governo iraquiano que elimine sua dependência de fontes iranianas de energia o mais rápido possível", disse ela. Fonte: Dow Jones Newswires

Um avanço acelerado de forças russas e norte-coreanas ameaça a posição da Ucrânia em Kursk, a fatia de território russo cujo controle as autoridades ucranianas esperavam que traria vantagens em negociações de paz.

Tropas russas e norte-coreanas tomaram várias aldeias na região de Kursk nos últimos dias e usaram drones para cortar as rotas de abastecimento para a principal força ucraniana na cidade de Sudzha, de acordo com soldados que estão na área e analistas.

O avanço ocorre antes das negociações entre altos funcionários dos Estados Unidos e da Ucrânia na Arábia Saudita, marcadas para esta semana.

A ofensiva acontece após a decisão dos EUA de interromper o compartilhamento de inteligência e o fornecimento de armas para a Ucrânia. A medida reduziu imediatamente a capacidade da Ucrânia de realizar ataques de longo alcance, que dependem de dados precisos de alvos, e com o tempo privará a Ucrânia de munição e armas essenciais.

Desde o início do ano, a Ucrânia havia estabilizado grande parte da linha de frente de 800 milhas (quase 1,3 mil quilômetros) dentro de seu território, impedindo os avanços russos e contra-atacando em torno das cidades orientais de Toretsk e Pokrovsk, que a Rússia estava prestes a tomar.

Mas os avanços rápidos em Kursk ameaçam o resultado da incursão ucraniana ocorrida em agosto de 2024, que rapidamente sobrecarregou as defesas russas e tomou dezenas de cidades e vilas na região fronteiriça.

Um artilheiro ucraniano na frente de Kursk disse que estava dando cobertura aos soldados que recuavam da área. "Estou cobrindo a retirada deles para que não fiquem cercados", disse o soldado em uma mensagem telefônica.

A Rússia investiu vastos recursos na tentativa de retomar Kursk, sofrendo grandes perdas. O país mobilizou algumas de suas melhores unidades e, em dezembro, enviou mais de 10 mil soldados de tropas norte-coreanos.

As tropas norte-coreanas, despreparadas para o campo de batalha moderno, foram inicialmente eliminadas com relativa facilidade. Mas agora estão criando dificuldades porque, diferentemente de suas contrapartes russas, avançam em ondas, esgotando os recursos ucranianos, disse Roman Pohorily, cofundador do DeepState, um grupo ucraniano que analisa imagens e vídeos postados em mídias sociais e informações de tropas para produzir um mapa preciso da linha de frente.

"Esses últimos avanços, na maioria dos casos, são graças a eles", disse Pohorily.

Assim que os norte-coreanos avançam, as tropas russas os seguem para proteger as posições, repelindo as defesas ucranianas.

O exército russo vem preparando a ofensiva em Kursk desde janeiro, disse Pohorily. Foi quando operadores de drones e unidades de artilharia começaram a sondar uma rota de abastecimento ucraniana crítica em busca de fraquezas, para bombardeá-la.

O domínio aéreo significa que não apenas os equipamentos, mas os movimentos das tropas não passam despercebidos, disseram soldados.

Ainda não está claro se os ucranianos enviariam reforços para tentar estabilizar essa parte da frente ou se precisarão se retirar de Kursk completamente, já que batalhas acirradas estão acontecendo. Se os ucranianos se retirarem, isso deixaria os russos mais próximos da região ucraniana de Sumy, onde as tropas de Kiev precisarão continuar sua defesa.

A retirada criaria dificuldades não apenas militarmente, mas politicamente, já que a Ucrânia esperava trocar a região russa de Kursk por um pedaço da Ucrânia ocupada pelas forças de Moscou. Fonte: Dow Jones Newswires