Paes, Cunha, general, deputados: quem são as 69 testemunhas de defesa dos réus do caso Marielle

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Em meio ao início do recesso judiciário, as defesas dos réus do caso Marielle Franco apresentaram a lista de testemunhas que devem ser ouvidas no processo sobre crimes de homicídio e organização criminosa que tramitam no Supremo Tribunal Federal.

A lista contempla nomes como o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, ex-condenado da Operação Lava Jato, o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, o general de Exército Richard Nunes, além de deputados federais e vereadores.

As testemunhas arroladas pelos réus são circunstanciais ou de referência - não são testemunhas dos fatos. Entre elas há também policiais e promotores que participaram das investigações. Ainda não há data para que elas sejam ouvidas. Caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, acolher os nomes indicados pelos advogados e agendar as oitivas. Os réus do caso só devem ser ouvidos posteriomente.

Os nomes foram apresentados no bojo da ação ação penal aberta após a Primeira Turma do STF colocar os quatro acusados do caso Marrielle no banco dos réus:

- Chiquinho Brazão, deputado federal acusado de organização criminosa, homicídios qualificados (o de Marielle e o de Anderson Gomes) e tentativa de homicídio

- Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio acusado de organização criminosa

- Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio acusado de homicídios qualificados (o de Marielle e o de Anderson Gomes) e tentativa de homicídio

- Robson Calixto Fonseca, o Peixe, ex-assessor de Domingos Brazão no TCE, acusado de organização criminosa

Ronald Paulo Alves Pereira, o "Major Ronald", policial militar, acusado de homicídios qualificados (o de Marielle e o de Anderson Gomes) e tentativa de homicídio.

Rivaldo e os irmãos Brazão ainda são alvo de inquérito por suposta obstrução de investigação. A apuração mira também os policiais Giniton Lages e Marco Antônio de Barros Pinto. Rivaldo ainda também está na mira de inquérito do Ministério Público do Rio sobre suposta organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Como Moraes seguirá trabalhando em meio ao recesso judiciário, a expectativa é a de que o inquérito continue tramitando ao longo de julho. Os prazos processuais, no entanto, estão suspensos, então as partes do processo podem escolher se vão se manifestar somente após a retomada dos trabalhos do STF, em agosto.

O ministro deve decidir, por exemplo, sobre um pedido da Ordem dos Advogados do Brasil contra a determinação de monitoramento de todas as conversas do ex-PM Ronnie Lessa, delator do caso Marielle. Atualmente ele está custodiado na Penitenciária de Tremembé, em São Paulo. O vice-procurador-geral da República Hindemburgo Chateaubriand - que também seguirá trabalhando no recesso - se manifestou na segunda, 1, contra a solicitação.

Quem são as testemunhas

A maior lista de testemunhas foi arrolada pela defesa do deputado Chiquinho Brazão. Parte dos nomes coincide com os que foram apresentados à Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. São mencionados os deputados Reimont, Otoni de Paula e Washinton Quaquá, além do conselheiro vice-presidente do Tribunal de Contas do Município Thiago Kwiatowski.

Na relação há ainda nomes conhecidos do caso Marielle, inclusive investigadores diretos do crime: as promotoras Simone Sibilo do Nascimento e Letícia Petriz, além dos delegados Daniel Freitas Rosa e Fabrizio Romano. Também é citado o general de Exército Richard Nunes, que escolheu Rivaldo como chefe da Polícia Civil do Rio em 2018, e o delegado Giniton Lages, que foi responsável pelas investigações e hoje é investigado por obstrução de justiça.

Além deles, foram indicados os nomes de quatro vereadores do Rio, três tenentes-coronéis da Polícia Militar do Estado, outros três delegados de polícia e inspetores. Veja a lista na íntegra:

- Advogado Thiago Ventura da Silva (testemunha de Rivaldo)

- Alexandre Dumas da Silva Filho (testemunha de Chiquinho)

- Ana Costa - (testemunha de Domingos e de Chiquinho)

- Ana Maria dos Santos Silva (testemunha de Chiquinho)

- André Gustavo Pereira Corrêa da Silva (testemunha de Domingos)

- Angelo Monteiro Pinto (testemunha de Domingos)

- André Luiz Lazaroni de Moraes (testemunha de Domingos)

- Antônio de Lisboa Cardoso (testemunha de Chiquinho)

- Arlindo Barreiro Piles (testemunha de Chiquinho)

- Assessor Marcos Rodrigues Martins (testemunha de Chiquinho)

- Bruno Ambrust (testemunha de Domingos)

- Bruno Leonardo Neves Figueiredo (testemunha de Robson)

- Carlos Alberto Lavrado Cupello, o Tio Carlos (testemunha de Chiquinho)

- Carlos Eduardo do Nascimento Valadares (testemunha de Robson)

- Conselheiro vice-presidente do TCM Thiago Kwiatowski Ribeiro (testemunha de Chiquinho)

- Contador George Barros (testemunha de Rivaldo)

- Contador Marcos Pontes Melim (testemunha de Rivaldo)

- Delegado de Polícia Civil Fernando Antônio Paes de Andrade (testemunha de Ronald)

- Delegado de Polícia Daniel Freitas Rosa (testemunha de Rivaldo, Domingos e Chiquinho)

- Delegado de Polícia Fabrizio Romano (testemunha de Rivaldo e Domingos)

- Delegado de Polícia Gilson Soares (testemunha de Rivaldo)

- Delegado de Polícia Patrícia Aguiar (testemunha de Rivaldo)

- Delegado Giniton Lages (testemunha de Rivaldo, Domingos e Chiquinho)

- Deputado Federal Washington Luiz Cardoso Siqueira (testemunha de Domingos)

- Deputado Otoni Moura da Paulo Júnior (testemunha de Chiquinho)

- Deputado Reimont Luiz Otoni Santa Bárbara (testemunha de Chiquinho)

- Edson de Castro Montenegro (testemunha de Chiquinho)

- Eduardo Consentino Cunha (testemunha de Domingos)

- Elisabeth Mayumi Sone de Ribeiro (testemunha de Domingos)

- Engenheiro Fábio Almeida de Barros (testemunha de Rivaldo)

- Engenheiro Valmir Calegario (testemunha de Rivaldo)

- Ex-PM Marcus Vinicius Santos (testemunha de Rivaldo)

- General de Exército Richard Nunes (testemunha de Rivaldo e de Ronald)

- Gilberto Anchieta (testemunha de Domingos)

- Gilberto Silva Palmares (testemunha de Domingos)

- Gustavo de Carvalho Kalife (testemunha de Domingos)

- Inspetor Luismar Leite (testemunha de Rivaldo)

- Inspetor Eduardo Fonseca (testemunha de Rivaldo)

- Inspetor Rodrigo Santos (testemunha de Rivaldo)

- Ivan Moreira dos Santos (testemunha de Domingos)

- Jacqueline da Silva Martinelli Moreira (testemunha de Domingos)

- Janira da Rocha Silva Alves de Lima Inácio Silva (testemunha de Domingos)

- João Peixoto Cordeiro (testemunha de Domingos)

- Julicer da Silva Braga (testemunha de Domingos)

- Luiz Fernando de Souza (testemunha de Domingos)

- Marcelo Campos Dias (testemunha de Chiquinho)

- Marco Antônio Prates Júnior (testemunha de Domingos)

- Paulo Roberto Barreto Pinto (testemunha de Domingos)

- Paulo Roberto Peregrino (testemunha de Chiquinho)

- Paulo Sérgio Ramos Barboza (testemunha de Domingos)

- Pedro Paulo Figueiredo Pereira, o Dom Pepito - (testemunha de Chiquinho e de Domingos)

- Prefeito Eduardo Paes (testemunha de Chiquinho)

- Promotora de Justiça Letícia Petriz (testemunha de Rivaldo, Domingos e Chiquinho)

- Promotora de Justiça Simone Sibilo do Nascimento (testemunha de Rivaldo, Domingos e Chiquinho)

- Rafael Andrade Barbosa Silva (testemunha de Domingos)

- Reginaldo Rossi (testemunha de Chiquinho)

- Rudi Hilário Dalmora (testemunha de Chiquinho)

- Sandro Carneiro de Pádua (testemunha de Domingos)

- Sérgio José Carpinteiro (testemunha de Chiquinho)

- Técnica Pericial Dayse Barbosa de Araújo Goés - (testemunha de Chiquinho)

- Tenente Coronel da PMERJ Célio de Souza Campos (testemunha de Ronald)

- Tenente Coronel da PMERJ Luciano Henrique Alcântara Cunha (testemunha de Ronald)

- Tenente Coronel da PMERJ Marcelo da Cunha Pinto (testemunha de Ronald)

- Thiago Kwiatkowski Ribeiro (testemunha de Domingos)

- Vereador Alexandre Isquierdo Moreira (testemunha de Chiquinho)

- Vereador Jorge Miguel Felippe (testemunha de Chiquinho)

- Vereador José Renato Cardozo Moura (testemunha de Chiquinho)

- Vereadora Rosa Maria Orlando Fernandes (testemunha de Chiquinho)

- Wilian Carvalho dos Santos (testemunha de Chiquinho)

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Mais de 10 pessoas morreram nesta terça-feira, 29, após confrontos em um subúrbio da capital da Síria entre combatentes drusos e grupos pró-governo, disseram um monitor de guerra e um grupo ativista. Os dados de vítimas, no entanto, ainda são imprecisos.

Homens armados drusos sírios entraram em confronto nas últimas semanas com forças de segurança do governo e homens armados pró-governo no subúrbio de Jaramana, no sul de Damasco.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, afirmou que pelo menos 10 pessoas foram mortas, quatro delas agressores e seis moradores de Jaramana. O coletivo de mídia ativista Suwayda24 afirmou que 11 pessoas foram mortas e 12 ficaram feridas. Outros relatos indicam até 14 mortos.

Os confrontos começaram por volta da meia-noite de segunda-feira, 28, depois que uma mensagem de áudio circulou nas redes sociais em que um homem estaria criticando o profeta Maomé.

O áudio foi atribuído ao clérigo druso Marwan Kiwan. Mas ele afirmou em um vídeo postado nas redes sociais que não era responsável pelo áudio, o que irritou muitos muçulmanos sunitas.

"Nego categoricamente que o áudio tenha sido feito por mim", disse Kiwan. "Eu não disse isso, e quem o fez é um homem perverso que quer incitar conflitos entre partes do povo sírio."

Na terça-feira à noite do horário local, representantes do governo e autoridades de Jaramana chegaram a um acordo para encerrar os conflitos, indenizar as famílias das vítimas e trabalhar para levar os perpetradores à justiça, de acordo com uma cópia do acordo que circulou em Jaramana e foi vista pela Associated Press.

Não ficou imediatamente claro se a trégua será mantida por muito tempo, já que acordos semelhantes no passado fracassaram posteriormente.

O Ministério do Interior afirmou em comunicado que estava investigando o áudio, acrescentando que a investigação inicial demonstrou que o clérigo não era responsável. O ministério pediu à população que cumpra a lei e não aja de forma a comprometer a segurança.

A liderança religiosa drusa em Jaramana condenou o áudio, mas criticou duramente o "ataque armado injustificado" no subúrbio. Instou o Estado a esclarecer publicamente o ocorrido.

"Por que isso continua acontecendo de tempos em tempos? É como se não houvesse um Estado ou governo no comando. Eles precisam estabelecer postos de controle de segurança, especialmente em áreas onde há tensões", disse Abu Tarek Zaaour, morador de Jaramana.

No final de fevereiro, um membro das forças de segurança entrou no subúrbio e começou a atirar para o alto, o que levou a uma troca de tiros com homens armados locais, resultando na sua morte. Um dia depois, homens armados vieram do subúrbio de Mleiha, em Damasco, para Jaramana, onde entraram em confronto com homens armados drusos, resultando na morte de um combatente druso e no ferimento de outras nove pessoas.

Em 1º de março, o Ministério da Defesa de Israel disse que os militares foram instruídos a se preparar para defender Jaramana, afirmando que a minoria que prometeu proteger estava "sob ataque" pelas forças sírias.

Os drusos são um grupo minoritário que surgiu como um desdobramento do ismaelismo, um ramo do islamismo xiita, no século X. Mais da metade dos cerca de 1 milhão de drusos em todo o mundo vive na Síria. A maioria dos outros drusos vive no Líbano e em Israel, incluindo as Colinas de Golã, que Israel conquistou da Síria na Guerra do Oriente Médio de 1967 e anexou em 1981.

Desde janeiro de 2025, o poder na Síria está nas mãos de um governo de transição liderado pelo presidente interino Ahmed al-Sharaa, líder da coalizão islamista que em janeiro derrubou o regime do presidente Bashar al-Assad, agora no exílio. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira, 29, que seu governo está se preparando para conversas com os Estados Unidos sobre novas sanções à Rússia, afirmando que é importante continuar a exercer pressão sobre as redes de influência de Moscou, bem como sobre todas as suas operações de fabricação e comércio.

"Estamos identificando exatamente os pontos de pressão que empurrarão Moscou de forma mais eficaz para a diplomacia. Eles precisam tomar medidas claras para acabar com a guerra, e insistimos que um cessar-fogo incondicional e total deve ser o primeiro passo. A Rússia precisa dar esse passo", escreveu o canal oficial de Zelensky no Telegram.

Além disso, o líder ucraniano enfatizou que o país está se esforçando para sincronizar suas sanções da forma mais completa possível com todas as da Europa.

Divergências apresentadas pelo Egito e pela Etiópia à reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas impediram a divulgação de um comunicado conjunto após a reunião de ministros das Relações Exteriores do Brics. Em vez disso, foi divulgada nesta terça-feira, 29, uma declaração da presidência do grupo de ministros, ocupada atualmente pelo Brasil. Houve consenso nos demais temas debatidos.

O texto diz que os ministros presentes à reunião, que ocorreu nesta segunda e terça-feira no Palácio do Itamaraty, na região central do Rio de Janeiro, "apoiaram uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação de países em desenvolvimento nos quadros de membros do Conselho".

As mudanças teriam como objetivo uma resposta adequada "aos desafios globais prevalecentes" e apoiar "as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, incluindo Brasil e Índia, de desempenhar um papel mais relevante nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança".

"Reconheceram também as aspirações legítimas dos países africanos, refletidas no Consenso de Ezulwini e na Declaração de Sirte", acrescenta o texto, que trouxe uma observação mencionando ter havido objeções dos representantes do Egito e Etiópia ao comunicado.

Ambos os países se opõem à eleição da África do Sul como país representante do continente africano. Em coletiva de imprensa, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, negou que tenha havido desacordo ou discordância.

"Não houve nenhum desacordo entre os países com relação às questões do Conselho de Segurança. O que acontece é que cada país tem posições e compromissos assumidos", argumentou Vieira a jornalistas, quando questionado sobre o impacto das divergências regionais no documento final. "Não houve nenhuma discordância, apenas cada país e países membros de grupos regionais, alguns africanos no grupo, apenas declararam suas posições e nós estamos trabalhando para compatibilizar todas as necessidades de cada um desses grupos para a declaração dos chefes de Estado."