'Criminoso', 'ditatorial': políticos monitorados pela Abin paralela reagem à operação da PF

Política
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Políticos que foram monitorados pela Abin durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) avaliam que os resultados da investigação da Polícia Federal (PF) refletem comportamentos ditatoriais por parte do ex-presidente. A lista de espionados inclui ex-aliados de Bolsonaro, como a ex-deputada Joice Hasselmann e o ex-prefeito de São Paulo, João Doria, e desafetos históricos, como o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e Alessandro Vieira (MDB-SE).

O parlamentar associou o hábito de monitorar inimigos políticos em segredo às autocracias. "Espionar opositores e independentes é um mantra de regimes autoritários. Continuamos com enormes problemas no Brasil, mas ao menos a ameaça de golpe de Estado foi afastada", disse, ao jornal O Globo.

Maia disse que a espionagem da Abin é criminosa e típica das "piores ditaduras". Para ele, é assustador imaginar que o então servidor público Alexandre Ramagem - hoje deputado federal - comandou o esquema. "Tomarei todas as medidas legais cabíveis contra ele e os outros envolvidos nas esferas cível e criminal", disse.

Já Joice Hasselmann disse não se surpreender com a revelação. "Eu sempre soube que era monitorada, porque isso era parte da mania de perseguição do governo. O meu monitoramento chegou a ser tão absurdo que eu via sempre o mesmo carro parado na frente da minha casa e sentia a necessidade de fechar as cortinas para que não vissem".

O senador Randolfe Rodrigues afirmou, segundo a Agência Senado, que a gestão anterior montou "um aparato repressivo com a intenção de romper o Estado democrático de direito".

"O fato de dirigentes da CPI da Covid terem sido monitorados traz à cena um caráter trágico. Enquanto brasileiros morriam, o governo anterior, ao invés de se preocupar em comprar vacina, se preocupava em perseguir e monitorar os adversários políticos", disse.

Pelas redes sociais, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) também comentou o caso. "Como democrata, lamento e repudio que estruturas do Estado tenham sido criminosamente capturadas para atuar como polícias políticas, com métodos da Gestapo, um pântano repugnante e sem fim. Sigo confiante nas instituições, na apuração, denúncia e julgamento dos culpados", disse.

Já Alessandro Vieira classificou citou que a ação é "típica de governos ditatoriais".

"A operação de hoje da PF mostra que fui vítima de espionagem criminosa e ataques on-line praticados por bandidos alojados no poder no governo passado. Isso é típico de governos ditatoriais. O Brasil segue cheio de problemas, mas ao menos do risco de volta da ditadura nos livramos", afirmou.

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Um ataque de drone russo em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, feriu 47 pessoas, disseram autoridades ucranianas. Segundo o prefeito de Kharkiv, Ihor Terekhov, os drones atingiram 12 locais da cidade na sexta-feira, 2, à noite. Edifícios residenciais, infraestrutura civil e veículos foram danificados no ataque, de acordo com o governador regional de Kharkiv, Oleh Syniehubov.

O ataque provocou um novo apelo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por apoio mais decisivo dos aliados do país. "Enquanto o mundo hesita com decisões, quase todas as noites na Ucrânia se transformam em um pesadelo, custando vidas. A Ucrânia precisa de uma defesa aérea reforçada. Decisões fortes e reais são necessárias de nossos parceiros - os Estados Unidos, a Europa, todos os nossos parceiros que buscam a paz", escreveu Zelensky, em publicação no X neste sábado.

O Ministério Público de Kharkiv disse que as forças russas usaram drones com ogivas termobáricas. Em uma declaração no mensageiro Telegram, o MP afirmou que armas termobáricas criam uma poderosa onda de explosão e uma nuvem quente de fumaça, causando destruição em larga escala. O promotor apontou que seu uso pode indicar uma violação deliberada do direito humanitário internacional.

A Rússia disparou um total de 183 drones explosivos e iscas durante a noite, disse a força aérea da Ucrânia. Desses, 77 foram interceptados e outros 73 perdidos, possivelmente tendo sido bloqueados de forma eletrônica. Moscou também lançou dois mísseis balísticos.

Enquanto isso, o Ministério da Defesa da Rússia disse que suas defesas aéreas derrubaram 170 drones ucranianos durante a noite. O ministério disse que oito mísseis de cruzeiro e três mísseis guiados também foram interceptados.

No sul da Rússia, cinco pessoas, incluindo duas crianças, ficaram feridas em um ataque de drone na cidade portuária de Novorossisk, que dá acesso ao Mar Negro, durante a noite, de acordo com o prefeito Andrey Kravchenko.

Uma mulher morreu na madrugada deste sábado, 03 (horário local), na cidade de Tessalônica, no norte da Grécia, quando uma bomba que carregava explodiu em suas mãos, informou a polícia.

A mulher, de 38 anos, aparentemente levava a bomba para a frente de um banco próximo por volta das 5h da manhã (23h da sexta, 02, no horário de Brasília), disseram os policiais.

Fachadas de lojas e veículos foram danificados pela explosão. Segundo a polícia, a mulher já era conhecida das autoridades por envolvimento em diversos assaltos anteriores e está sendo investigada por possíveis ligações com grupos extremistas de esquerda.

O Exército dos EUA confirmou nesta sexta-feira, 2, que haverá um desfile militar no aniversário do presidente Donald Trump em junho, como parte das comemorações do 250º aniversário do serviço.

Os planos para o desfile, conforme detalhado pela primeira vez pela The Associated Press na quinta-feira, preveem que cerca de 6.600 soldados marchem de Arlington, Virgínia, até o National Mall, juntamente com 150 veículos e 50 helicópteros. Até recentemente, os planos do festival de aniversário do Exército não incluíam um desfile maciço, que, segundo as autoridades, custará dezenas de milhões de dólares.

Trump há muito tempo deseja um desfile militar, e as discussões com o Pentágono sobre sua realização - em conjunto com o aniversário presidencial - começaram há menos de dois meses.

O desfile ocorre no momento em que o republicano e seu Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), dirigido por Elon Musk, cortaram departamentos, pessoal e programas do governo federal para economizar custos.

Na tarde de hoje, as autoridades do Exército comentaram que prosseguirão com o desfile, mas que ainda não há uma estimativa de custo.