Boulos espera presença 'forte' de Lula e participação de Haddad na campanha

Política
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Com a promessa de contar com "quase a Esplanada dos Ministérios" durante a convenção que vai confirmar sua candidatura à corrida pela Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) espera uma ampla participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros na sua campanha. A agenda ao longo da corrida eleitoral, porém, ainda terá de ser acertada, já que, segundo ele, o chefe do Executivo tem limitações para participar de certos eventos e só deve fazê-lo "fora do expediente" do Palácio do Planalto. O ex-prefeito da capital e atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também deve ser um nome de destaque durante as agendas.

Somente neste sábado, 20, quando será realizada a convenção partidária do atual pré-candidato, Boulos disse em entrevista coletiva nesta tarde que deve se encontrar com pelo menos sete dos 37 ministros que trabalham em Brasília. Além do titular da Fazenda, estão na relação de convidados Marina Silva (Meio Ambiente), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) e Marcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência).

De acordo com o dirigente municipal do PT, Laércio Ribeiro, a expectativa é de uma presença "forte e intensa" do chefe do Executivo, mas o tema ainda deve ser debatido ao longo das próximas semanas. "Estamos discutindo quais os melhores momentos para chamar o presidente", pontuou.

O deputado licenciado Rui Falcão, que foi designado por Lula para ajudar na coordenação da campanha, afirmou que existe a expectativa de agendas que contem apenas com a presença de Haddad ou outros ministros ou lideranças petistas, e que a participação desses na campanha não depende exclusivamente da presença do presidente. "Mais tem que ver a agenda deles", pontuou.

Como ex-prefeito e atual ministro da Fazenda, a imagem de Haddad será amplamente utilizada na campanha, como demonstrou nesta tarde o pré-candidato Boulos. Um vídeo aprestando nesta tarde usa como destaque gestões de esquerda na capital para construir uma narrativa de continuação de projeto. No filme, são destacadas as gestões de Luiza Erundina, Marta Suplicy e do agora ministro da Fazenda como exemplos.

"A partir de agora, acaba o treino e começa o jogo, e isso vai significar uma nova etapa", pontuou Boulos a jornalistas durante coletiva de imprensa realizada nesta tarde na região central da capital. "A partir deste sábado, vamos começar a apresentar programa e falar mais diretamente de propostas", disse.

O pré-candidato apresentou os eixos iniciais de seu plano de governo. Sem entrar em detalhes, Boulos se comprometeu a zerar a fila de exames na capital paulista e a criar um programa municipal semelhante ao 'Mais Médicos', mas focado em especialidades médicas. Também prometeu dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana de forma gradual e criar centros de capacitação profissional para jovens em bairros periféricos. Na educação, Boulos planeja criar escolas de tempo integral. No meio ambiente, propõe ampliar as áreas verdes da cidade e reduzir pela metade a frota de ônibus movidos a combustível fóssil.

"Lamentavelmente, na contramão do que tem sido feito no governo estadual, queremos implementar câmeras corporais na guarda municipal", afirmou também, em crítica a política de segurança pública implementada na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Questionado sobre o financiamento dos projetos anunciados, Boulos afirmou que a prioridade será usar recursos próprios da prefeitura. Na defesa de que a capital teria dinheiro para realizar os projetos, Boulos afirmou que a expectativa é que no próximo ano a capital tenha cerca de 119 a 120 bilhões de reais em caixa. "O paralelo que se tem com isso é só nos anos 60", afirmou. "Não é que haja falta de dinheiro, falta qualidade no gasto", continuou. O deputado federal, no entanto, não descartou parcerias com os governos federal e estadual para tirar os projetos do papel.

A única coisa fora de questão, segundo ele, é a criação de taxas. Para o pré-candidato, o recurso só faria sentido se a capacidade financeira da capital estivesse ruim, o que não é o caso, segundo ele.

PT-SP nega divergências sobre aplicação de recursos

Laércio Ribeiro afirmou que houve um "exagero" ao tratar como uma divergência as discussões referentes à aplicação de recursos do fundo do partidário na campanha do pré-candidato do PSOL Guilherme Boulos na corrida pela Prefeitura de São Paulo. A resolução do partido veta a aplicação de recursos em candidaturas de outras legendas, mas, como Boulos tem a petista Marta Suplicy na chapa como vice, Laércio garantiu o repasse.

"Não tem nenhum problema e houve um exagero por parte de alguns em tratar como uma divergência, um impeditivo do PT destinar recursos a um candidato majoritário", disse. Segundo ele, apesar do veto da sigla, nada impede o PT de destinar recursos "para a candidata vice que é do PT".

"Ao final de tudo isso é a mesma campanha, a mesma chapa. Isso está sendo encaminhado nos próximos dias sem grandes transtornos. Nós vamos ter recursos, sim, para essa chapa do PT e do PSOL", afirmou em entrevista coletiva nesta tarde, sem detalhar quanto será aplicado em cada legenda na campanha.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou que não pretende aliviar as sanções que o país impõe sobre a Rússia antes da obtenção de um acordo de paz.

"Temos sanções sobre a Rússia", disse o presidente norte-americano, durante a primeira reunião de membros do gabinete de seu segundo mandato nesta quarta-feira, 26. "Primeiro preciso ver um acordo com a Rússia antes de falar sobre afrouxamento das sanções."

Os pilotos de um voo da Southwest Airlines que tentavam pousar no Aeroporto Midway, em Chicago nos Estados Unidos, foram forçados a subir de volta ao céu para evitar outra aeronave que cruzava a pista na manhã de terça-feira, 25.

Um vídeo da câmera do aeroporto postado no X mostra o avião da Southwest se aproximando da pista pouco antes das 9h, horário local, antes de arremeter abruptamente. Um jato menor é visto cruzando a pista que a aeronave de passageiros deveria usar.

O voo Southwest 2504 pousou com segurança "depois que a tripulação realizou uma arremetida preventiva para evitar um possível conflito com outra aeronave que entrou na pista", disse um porta-voz da companhia aérea em um e-mail. "A tripulação seguiu os procedimentos de segurança, e o voo pousou sem incidentes."

"Suas instruções foram para aguardar"

Uma gravação de áudio da comunicação entre o jato menor e a torre de controle registrou o piloto errando as instruções de um funcionário da torre de solo, que repetiu que o piloto deveria "aguardar antes" da pista. Cerca de 30 segundos depois, a torre ordenou que o piloto "mantivesse sua posição." Em seguida, o controlador disse: "FlexJet560, suas instruções foram para aguardar antes da pista 31 central".

Separadamente, uma gravação da comunicação entre a tripulação da Southwest e outro funcionário da torre de controle capturou o piloto relatando: "Southwest 2504 arremetendo" e seguindo as instruções para subir de volta a 3.000 pés. Segundos depois, o piloto perguntou à torre: "Southwest 2504, como isso aconteceu?"

O segundo avião, descrito como um jato executivo, entrou na pista sem autorização, segundo a Administração Federal de Aviação (FAA). A Flexjet, dona da aeronave, afirmou estar ciente do ocorrido em Chicago.

"Flexjet segue os mais altos padrões de segurança e estamos conduzindo uma investigação minuciosa", disse um porta-voz em comunicado. "Qualquer ação necessária para garantir os mais altos padrões de segurança será tomada." Tanto a FAA quanto o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) afirmaram estar investigando o incidente.

"A tripulação estava distraída?"

O voo da Southwest partiu de Omaha, Nebraska, com destino ao Aeroporto Midway, segundo o site FlightAware. O áudio do controle de tráfego aéreo deixa claro que o jato executivo não seguiu a instrução clara de não cruzar a pista, afirmou Jeff Guzzetti, ex-membro do NTSB e ex-investigador da FAA.

Guzzetti classificou o caso como uma "incursão de pista muito grave", mas acrescentou: "no entanto, o céu não está caindo, pois o ano passado registrou o menor número de incursões graves em uma década". Em 2023, ocorreram 22 desses eventos, mas apenas sete em 2024, segundo dados da FAA. Diversos fatores podem contribuir para esses incidentes, disse Guzzetti: "A tripulação estava distraída? O controlador estava sobrecarregado?"

O Secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, afirmou na tarde de terça-feira no X que, enquanto NTSB e FAA investigam, uma coisa está clara: "É imperativo que os pilotos sigam as instruções dos controladores de tráfego aéreo. Se não o fizerem, suas licenças serão revogadas".

John Goglia, ex-membro do NTSB, disse que o quase acidente mostrou que "o sistema funcionou exatamente como foi projetado". Isso porque o piloto da Southwest percebeu que o outro avião não pararia a tempo, afirmou.

Os investigadores provavelmente examinarão fatores como a equipe presente na torre de controle e se as instruções foram claras. "Essas coisas acontecem", disse ele, mencionando possíveis falhas de comunicação, como um piloto ouvindo errado as instruções.

Nas últimas semanas, quatro grandes desastres aéreos ocorreram na América do Norte, incluindo:

- 6 de fevereiro: Queda de um avião comercial no Alasca, matando todas as 10 pessoas a bordo.

- 26 de janeiro: Colisão aérea entre um helicóptero do Exército e um voo da American Airlines no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington, matando todas as 67 pessoas a bordo.

- 31 de janeiro: Queda de um jato de transporte médico em um bairro da Filadélfia, matando sete pessoas, incluindo uma criança paciente, sua mãe e quatro tripulantes.

- 17 de fevereiro: Um voo da Delta tombou e pousou de cabeça para baixo no Aeroporto Pearson, em Toronto, deixando 21 feridos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou a visita do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca na sexta-feira.

O republicano fez os comentários durante abertura de seu primeiro encontro de gabinete do seu segundo mandato, que conta com a presença do empresário Elon Musk, que lidera o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês) em meio a polêmicas e críticas sobre métodos para reduzir as despesas do governo federal.

Trump afirmou ainda que a Europa está disposta a ampliar a ajuda à Ucrânia.

Mais cedo, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o acordo de extração de minerais entre EUA e Ucrânia deve ser assinado até sexta-feira e que o evento será um grande passo para o acordo de paz.