'Se Biden pode desistir, por que eu não posso?', diz Datena sobre disputa em SP

Política
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O apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, que acumula um histórico de desistências em pré-campanhas anteriores, não cravou que seguirá na disputa para comandar a capital paulista. O tucano não descartou a possibilidade de renunciar à pré-candidatura, a exemplo de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, que desistiu da reeleição no domingo, 21.

"Se o Biden pode desistir a qualquer momento, por que eu não posso? Desde o começo, falei: se me sacanearam, eu desisto mesmo", disse o apresentador ao jornal Folha de S. Paulo, reforçando que, para ser candidato, precisa de respaldo no PSDB, ao qual ele está filiado desde abril. É a 11ª sigla na ficha de filiações do jornalista.

Durante a entrevista, Datena elogiou o gesto de Joe Biden, afirmando que a postura do presidente norte-americano foi virtuosa, pois colocou "o povo" acima de seus interesse eleitorais e pessoais.

"A virtude do homem é fazer o que o Biden fez, quando desistiu de ser candidato: é saber que numa eleição o povo é sempre o mais importante", disse. "Se o 'cara' que é o presidente da maior nação econômico-militar do mundo acha que o povo é mais importante do que ele, por que eu não posso achar?", questionou.

Relembre as desistências de Datena

Datena já desistiu de quatro pré-campanhas, incluindo eleições a prefeito. Até o pleito de 2014, o nome do jornalista era apenas especulado como candidato a cargos eletivos, mas ele próprio não levava os planos adiante. Até então, mesmo filiado a partidos políticos, o apresentador de TV não demonstrava vontade de se lançar como candidato.

O cenário mudou a partir das eleições de 2016, quando Datena passou a tratar sobre as chances na política de forma mais enfática, chegando a admitir a possibilidade de estar nas urnas. Em todos os casos até o momento, porém, acabou recuando.

Em 2016, Datena estava filiado ao PP e era cotado para disputar a Prefeitura de São Paulo. No dia seguinte à publicação de uma reportagem do Estadão que revelou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) estimava em mais de R$ 300 milhões o total em propinas obtidas pelo PP entre 2006 e 2014, a partir do esquema de corrupção na Petrobras, desistiu da pré-campanha. "Não posso permanecer em um partido que tomou mais de R$ 300 milhões da Petrobras", afirmou o apresentador.

O valor mencionado consta em uma denúncia apresentada por Rodrigo Janot, então procurador-geral da República, em denúncia contra o deputado Nelson Meurer (PP-PR).

Dois anos depois, o nome do jornalista voltou a ser cotado para as eleições, sendo cogitada uma candidatura ao Senado. Doze dias após a filiação ao Democratas, contudo, desistiu da pré-campanha. "Achei que não era a hora de participar dessa política do jeito que ela está aí", disse, na ocasião.

Ele voltou a ser sondado como candidato na eleição seguinte, em 2020. Pelo MDB, era especulado como vice-prefeito na chapa à reeleição de Bruno Covas (PSDB). Também recuou, afirmando que a TV Bandeirantes pediu para que ele permanecesse na emissora. Na ocasião, afirmou que não voltaria a recuar na próxima eleição municipal de São Paulo, dali a quatro anos: "Na próxima, eu vou".

Em 2022, Datena chegou a figurar em levantamentos de intenções de voto para o cargo de senador. O apresentador liderava as pesquisas, indicando boas perspectivas para uma campanha ao cargo, mas recuou novamente. "Eu pensei bem e resolvi seguir o meu caminho", disse, às vésperas do prazo legal para que deixasse de apresentar programas no rádio e na televisão e seguisse com a pré-campanha.

Cotado a vice de Tabata

Em dezembro de 2023, Datena se filiou ao PSB. O jornalista era uma aposta do PSB para impulsar a pré-campanha da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) ao Executivo paulistano. A entrada na legenda foi um convite da própria pré-candidata, que manifestou publicamente que gostaria de tê-lo como companheiro de chapa.

Filiado ao PSB, Datena participou do lançamento da pré-campanha de Tabata, indicando que estaria próximo de anunciar um acordo com a pré-candidata. Contudo, em abril, às vésperas do fechamento da janela partidária, migrou para o PSDB e lançou a própria pré-candidatura à Prefeitura. O apresentador, por ora, só fez uma agenda de pré-campanha: uma visita ao Mercadão na última quarta-feira, 17.

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O magnata da tecnologia Elon Musk, que é a pessoa mais rica do mundo, investiu mais de US$ 70 milhões (o equivalente a R$ 400 milhões) na campanha do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e de outros republicanos, tornando-se um dos maiores doadores das eleições americanas, de acordo com informações de financiamento divulgadas nesta semana.

Desde o meio do ano, Musk fez uma doação para o America PAC, um super comitê de ação política que ele lançou em maio para ajudar Trump na disputa pela Casa Branca. Rapidamente, o bilionário se tornou um ator central no esforço eleitoral de Trump.

"O America PAC está apenas buscando o senso comum e valores centristas", disse Musk, que é o fundador da Space X e da Tesla, na última terça-feira em sua rede social X, logo após a quantia de dinheiro que ele contribuiu ser tornada pública em um registro de financiamento de campanha.

Super comitês como o America PAC de Musk podem arrecadar e gastar quantias ilimitadas de dinheiro, mas são normalmente proibidos de coordenar seus esforços com os candidatos que apoiam. Uma decisão recente da Comissão Eleitoral Federal, que regula campanhas políticas federais, permitiu que candidatos e esses grupos de grandes gastos trabalhem juntos em chamadas operações de "campo", que são os exércitos de pessoas enviados para bater de porta em porta e ajudar a mobilizar os eleitores.

Embora os candidatos e partidos políticos tradicionalmente organizem e paguem por tais esforços, a campanha de Trump tem lutado para arrecadar dinheiro este ano e recorreu a alguns grupos externos para realizar o trabalho, com o America PAC de Musk sendo o principal deles.

Mas, ao fazer isso, a campanha terceirizou uma função central para um grupo de organizações inexperientes que operam de forma independente. A decisão do governador da Flórida, Ron DeSantis, de contar com um grupo externo para fazer a campanha de porta em porta é apontada como uma das razões para o fracasso de sua candidatura presidencial.

Até agora, o America PAC gastou mais de US$ 38 milhões (R$ 215 milhões) em esforços de campanha de porta a porta, de acordo com divulgações de financiamento de campanha.

Grande parte do dinheiro do America PAC foi pago a um punhado de empresas de consultoria, incluindo várias ligadas a Phil Cox, ex-assessor de campanha presidencial de Ron DeSantis e ex-diretor executivo da Associação de Governadores Republicanos. Empresas sob o guarda-chuva das diversas companhias de Cox já receberam pelo menos US$ 21 milhões (R$ 119 milhões) desde agosto, mostram os registros.

O fato de Trump terceirizar grande parte de seus esforços para mobilizar eleitores não é a única estratégia não convencional que sua campanha adotou este ano. Sua campanha e aliados também abandonaram a abordagem tradicional de conquistar eleitores independentes ou moderados. Em vez disso, estão tentando impulsionar a participação de apoiadores de Trump que raramente votam, uma abordagem nova, mas arriscada.

Os Estados Unidos e um grupo de dez países planejam estabelecer uma equipe de monitoramento de sanções multilaterais para acompanhar e relatar violações e evasões das medidas de sanções estipuladas contra a Coreia do Norte.

"Estamos alinhados em nosso compromisso de manter a paz e a segurança internacionais e de salvaguardar o regime global de não proliferação, além de enfrentar a ameaça decorrente dos programas de armas de destruição em massa e mísseis balísticos da República Popular Democrática da Coreia, que violam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU", diz um comunicado conjunto divulgado nesta quarta-feira, 16.

O texto foi elaborado em conjunto com a Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Holanda, Nova Zelândia, República da Coreia e Reino Unido.

A intenção de estabelecer uma equipe de monitoramento ocorre à luz do veto que dissolveu o painel de peritos do Comitê 1718 do Conselho de Segurança da ONU este ano, segundo o comunicado.

A campanha da vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata, Kamala Harris, disse que os programas listados na "Agenda para Homens Negros" estarão abertos a todos os americanos em uma base racialmente neutra.

A vice-presidente tem "percepção clara sobre como há muito que são negadas aos homens negros as ferramentas que lhes permitiriam aumentar a sua riqueza, conseguir um emprego bem remunerado e apoiar os seus entes queridos - ela está defendendo soluções que beneficiarão todos os americanos e abordar essas barreiras específicas às oportunidades econômicas", disse um assessor de campanha não identificado.

Embora os programas da "Agenda para Homens Negros" sejam abertos a todos, a campanha de Harris insistiu que não estava enganando o público-alvo.

A vice-presidente reuniu as ideias depois de ouvir "histórias potentes de homens negros sobre os maiores obstáculos que ainda lhes dificultam o lançamento dos seus negócios", diz um folheto de campanha. Algumas propostas certamente beneficiarão o grupo, como o aumento dos esforços federais para combater a doença falciforme. De acordo com os Institutos Nacionais de Saúde, 90% dos afetados são negros.