Senador José Maranhão morre aos 87 anos, vítima de covid-19

Política
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O senador José Maranhão (MDB-PB) morreu nesta segunda-feira, 8, vítima da covid-19. Ele tinha 87 anos e estava internado desde o início de dezembro no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. O corpo será levado para sua terra natal, Araruna, na Paraíba, onde o parlamentar será enterrado. Maranhão é a segunda vítima da doença no Senado. Em outubro, Arolde de Oliveira (PSD-RJ), de 83 anos, morreu após ser infectado com o novo coronavírus.

O senador do MDB era o mais velho da atual legislatura e estava em sua segunda passagem pelo cargo, que já havia exercido entre 2003 e 2009. Ele começou sua carreira política em 1955 como deputado estadual. Desde então, foi deputado federal, vice-governador e governador da Paraíba por três vezes.

Em 2019, comandou a sessão do Senado que elegeria Davi Alcolumbre (DEM-AP) presidente da Casa. Na ocasião, a primeira votação precisou ser anulada após serem depositados 82 votos na urna, um a mais do que o número total de senadores.

Com a morte de Maranhão, a senadora Nilda Gondim (MDB-PB), mãe do também senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), assume a vaga de forma definitiva. Ela já estava no cargo como suplente desde o mês passado.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decretou luto oficial de 24 horas no Congresso Nacional em homenagem ao senador. As reuniões internas de trabalho, como a reunião de líderes, serão mantidas durante o período de luto, informou o Congresso em nota.

Maranhão deixa a mulher, a desembargadora Maria de Fátima Bezerra, do Tribunal de Justiça da Paraíba, três filhos e dois netos.

Leia abaixo a nota oficial da assessoria do senador:

Com o mais profundo pesar, comunicamos o falecimento do senador José Maranhão (MDB/PB), na noite desta segunda-feira, 8 de fevereiro, em São Paulo. O senador, presidente do MDB da Paraíba, lutava contra as complicações decorrentes da COVID-19 desde o dia 29 de novembro, segundo turno das eleições municipais, quando foi internado em João Pessoa. No dia 3 de dezembro, ele foi transferido para a UTI do Hospital Vila Nova Star, em São Paulo.

O corpo será levado para sua terra natal, Araruna, na Paraíba, onde será enterrado.

José Targino Maranhão nasceu no dia 6 de setembro de 1933. Graduou-se em Direito pela UFPB. Casado com a desembargadora Maria de Fátima Bezerra, deixa três filhos (Maria Alice, Leônidas e Letícia) e dois netos (José Neto e Maria de Fátima).

O senador José Maranhão foi eleito para o segundo mandato no Senado Federal em 2014. Já havia sido senador, governador da Paraíba por três vezes, vice-governador, deputado Constituinte, deputado federal e deputado estadual. Iniciou sua carreira política em 1955 na Assembleia Legislativa da Paraíba. Teve os direitos políticos cassados pelo regime militar, mas voltou à atividade parlamentar com a redemocratização do País. Político com forte apreço popular na Paraíba, tornou-se conhecido pela alcunha de \\"Mestre de Obras\\" ao dar prioridade à construção de açudes e adutoras para levar água aos sertanejos e populações carentes de infraestrutura hídrica e projetos sociais. Orgulhava-se de ter trabalhado para levar água às torneiras de milhares de lares paraibanos e de ter sido \\"pioneiro da transposição\\" na Paraíba, antevendo e preparando o Estado para receber as águas do São Francisco. Filiado ao MDB desde 1967, José Maranhão era um dos quadros mais fiéis e perseverantes no Partido, defensor da fidelidade partidária, da independência entre os Poderes republicanos e da política como meio fundamental de conciliação e entendimento democrático.

Era também piloto e nutria grande paixão pela aviação. Foi relator no Congresso Nacional do atual Código Brasileiro de Aeronáutica e dedicou-se nos últimos anos à reforma e elaboração do Novo Código, ainda aguardando votação. No Senado, foi presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania no biênio 2015/16.

José Maranhão licenciou-se do Senado Federal no dia 12 de janeiro. Em sua vaga, tomou posse a primeira suplente, senadora Nilda Gondim, também do MDB.

Assessoria Senador José Maranhão.

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Mais de 10 pessoas morreram nesta terça-feira, 29, após confrontos em um subúrbio da capital da Síria entre combatentes drusos e grupos pró-governo, disseram um monitor de guerra e um grupo ativista. Os dados de vítimas, no entanto, ainda são imprecisos.

Homens armados drusos sírios entraram em confronto nas últimas semanas com forças de segurança do governo e homens armados pró-governo no subúrbio de Jaramana, no sul de Damasco.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, afirmou que pelo menos 10 pessoas foram mortas, quatro delas agressores e seis moradores de Jaramana. O coletivo de mídia ativista Suwayda24 afirmou que 11 pessoas foram mortas e 12 ficaram feridas. Outros relatos indicam até 14 mortos.

Os confrontos começaram por volta da meia-noite de segunda-feira, 28, depois que uma mensagem de áudio circulou nas redes sociais em que um homem estaria criticando o profeta Maomé.

O áudio foi atribuído ao clérigo druso Marwan Kiwan. Mas ele afirmou em um vídeo postado nas redes sociais que não era responsável pelo áudio, o que irritou muitos muçulmanos sunitas.

"Nego categoricamente que o áudio tenha sido feito por mim", disse Kiwan. "Eu não disse isso, e quem o fez é um homem perverso que quer incitar conflitos entre partes do povo sírio."

Na terça-feira à noite do horário local, representantes do governo e autoridades de Jaramana chegaram a um acordo para encerrar os conflitos, indenizar as famílias das vítimas e trabalhar para levar os perpetradores à justiça, de acordo com uma cópia do acordo que circulou em Jaramana e foi vista pela Associated Press.

Não ficou imediatamente claro se a trégua será mantida por muito tempo, já que acordos semelhantes no passado fracassaram posteriormente.

O Ministério do Interior afirmou em comunicado que estava investigando o áudio, acrescentando que a investigação inicial demonstrou que o clérigo não era responsável. O ministério pediu à população que cumpra a lei e não aja de forma a comprometer a segurança.

A liderança religiosa drusa em Jaramana condenou o áudio, mas criticou duramente o "ataque armado injustificado" no subúrbio. Instou o Estado a esclarecer publicamente o ocorrido.

"Por que isso continua acontecendo de tempos em tempos? É como se não houvesse um Estado ou governo no comando. Eles precisam estabelecer postos de controle de segurança, especialmente em áreas onde há tensões", disse Abu Tarek Zaaour, morador de Jaramana.

No final de fevereiro, um membro das forças de segurança entrou no subúrbio e começou a atirar para o alto, o que levou a uma troca de tiros com homens armados locais, resultando na sua morte. Um dia depois, homens armados vieram do subúrbio de Mleiha, em Damasco, para Jaramana, onde entraram em confronto com homens armados drusos, resultando na morte de um combatente druso e no ferimento de outras nove pessoas.

Em 1º de março, o Ministério da Defesa de Israel disse que os militares foram instruídos a se preparar para defender Jaramana, afirmando que a minoria que prometeu proteger estava "sob ataque" pelas forças sírias.

Os drusos são um grupo minoritário que surgiu como um desdobramento do ismaelismo, um ramo do islamismo xiita, no século X. Mais da metade dos cerca de 1 milhão de drusos em todo o mundo vive na Síria. A maioria dos outros drusos vive no Líbano e em Israel, incluindo as Colinas de Golã, que Israel conquistou da Síria na Guerra do Oriente Médio de 1967 e anexou em 1981.

Desde janeiro de 2025, o poder na Síria está nas mãos de um governo de transição liderado pelo presidente interino Ahmed al-Sharaa, líder da coalizão islamista que em janeiro derrubou o regime do presidente Bashar al-Assad, agora no exílio. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira, 29, que seu governo está se preparando para conversas com os Estados Unidos sobre novas sanções à Rússia, afirmando que é importante continuar a exercer pressão sobre as redes de influência de Moscou, bem como sobre todas as suas operações de fabricação e comércio.

"Estamos identificando exatamente os pontos de pressão que empurrarão Moscou de forma mais eficaz para a diplomacia. Eles precisam tomar medidas claras para acabar com a guerra, e insistimos que um cessar-fogo incondicional e total deve ser o primeiro passo. A Rússia precisa dar esse passo", escreveu o canal oficial de Zelensky no Telegram.

Além disso, o líder ucraniano enfatizou que o país está se esforçando para sincronizar suas sanções da forma mais completa possível com todas as da Europa.

Divergências apresentadas pelo Egito e pela Etiópia à reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas impediram a divulgação de um comunicado conjunto após a reunião de ministros das Relações Exteriores do Brics. Em vez disso, foi divulgada nesta terça-feira, 29, uma declaração da presidência do grupo de ministros, ocupada atualmente pelo Brasil. Houve consenso nos demais temas debatidos.

O texto diz que os ministros presentes à reunião, que ocorreu nesta segunda e terça-feira no Palácio do Itamaraty, na região central do Rio de Janeiro, "apoiaram uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente, e a aumentar a representação de países em desenvolvimento nos quadros de membros do Conselho".

As mudanças teriam como objetivo uma resposta adequada "aos desafios globais prevalecentes" e apoiar "as aspirações legítimas dos países emergentes e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, incluindo Brasil e Índia, de desempenhar um papel mais relevante nos assuntos internacionais, em particular nas Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança".

"Reconheceram também as aspirações legítimas dos países africanos, refletidas no Consenso de Ezulwini e na Declaração de Sirte", acrescenta o texto, que trouxe uma observação mencionando ter havido objeções dos representantes do Egito e Etiópia ao comunicado.

Ambos os países se opõem à eleição da África do Sul como país representante do continente africano. Em coletiva de imprensa, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, negou que tenha havido desacordo ou discordância.

"Não houve nenhum desacordo entre os países com relação às questões do Conselho de Segurança. O que acontece é que cada país tem posições e compromissos assumidos", argumentou Vieira a jornalistas, quando questionado sobre o impacto das divergências regionais no documento final. "Não houve nenhuma discordância, apenas cada país e países membros de grupos regionais, alguns africanos no grupo, apenas declararam suas posições e nós estamos trabalhando para compatibilizar todas as necessidades de cada um desses grupos para a declaração dos chefes de Estado."