Para barrar Datena, tucano lança pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo

Política
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O tucano Fernando Alfredo, ex-presidente do diretório municipal do PSDB na capital paulista, lançou nesta quinta-feira, 25, sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. O objetivo de Alfredo é obstruir a indicação do jornalista José Luiz Datena como candidato a prefeito da sigla. A convenção do PSDB, na qual serão decididas as candidaturas do partido a prefeito e vereador, está marcada para este sábado, 27.

O movimento parte de uma ala do PSDB favorável a um acordo com o prefeito Ricardo Nunes (MDB). O lançamento da pré-candidatura de Alfredo ocorre após Datena dizer, em entrevista, que a possibilidade de desistir da pré-campanha não estava totalmente descartada. "Se o (Joe) Biden pode desistir a qualquer momento, por que eu não posso?", disse o apresentador de TV, afirmando que, se fosse alvo de "sacanagens" do partido, desistiria de ser candidato. Entre as condições que estipulou para que seguisse na pré-campanha, o jornalista afirmou que gostaria de ser "aclamado" durante a convenção do PSDB.

"Ele se nega a dialogar com a militância do PSDB sobre o que ele acha dos três bons governos tucanos que tivemos na cidade de São Paulo. Não sabemos o que, de fato, ele pensa sobre os principais temas da cidade", diz Fernando Alfredo ao Estadão.

Alfredo foi destituído do diretório paulistano do PSDB em meio a um imbróglio na Justiça com a executiva estadual tucana. Removido do cargo, retirou-se da sede partidária levando consigo móveis, documentos e até os livros do local.

Como mostrou a Coluna do Estadão, o lançamento da pré-candidatura de Alfredo ganhou força após a proposta de um debate entre ele e o apresentador de TV. A ala pró-Nunes do PSDB avalia que o lançamento de uma pré-candidatura rival a de Datena pode elevar a pressão para que o apresentador desista de concorrer.

O impasse entre ter um candidato próprio, se aliar a Ricardo Nunes ou fazer coligação com a pré-candidata e deputada federal Tabata Amaral (PSB) marcou o primeiro semestre do PSDB. Durante a janela partidária, o partido perdeu todos os seus integrantes com mandato na Câmara Municipal de São Paulo. Os vereadores tucanos preferiram seguir com o projeto de Nunes e migraram para outras legendas, como o MDB e o União Brasil.

Em dezembro de 2023, Datena se filiou ao PSB. No mês seguinte, o jornalista participou do lançamento da pré-campanha de Tabata, indicando que estaria próximo de anunciar um acordo com a pré-candidata.

Em abril, às vésperas do fechamento da janela partidária, migrou para o PSDB e lançou a própria pré-candidatura à Prefeitura. O apresentador, por enquanto, só fez uma agenda de pré-campanha: uma visita ao Mercadão no último dia 17.

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Os Estados Unidos votaram junto com a Rússia, Coreia do Norte, Belarus e outros 14 países próximos a Moscou nesta segunda-feira, 24, contra uma resolução que condena a agressão russa na Ucrânia e pede a devolução do território ocupado. Apesar da rara aliança entre Washington e Moscou, o documento, apresentado pelos ucranianos, foi aprovado por ampla maioria na Assembleia-Geral da ONU.

A delegação americana tentou aprovar uma resolução alternativa, de autoria própria, que foi votada em separado e pedia o fim negociado para a guerra. Após países europeus incluírem emendas no texto, os próprios americanos desistiram de apoiá-lo e se abstiveram. Este texto, no entanto, foi aprovado pela maioria dos membros da Assembleia-Geral.

Ao contrário das resoluções aprovadas no Conselho de Segurança, as da Assembleia-Geral têm caráter simbólico e servem como termômetro do sentimento dos países-membros sobre determinado tema. A aproximação entre EUA e Rússia, no entanto, é rara, assim como o afastamento entre europeus e americanos.

Desde que chegou ao cargo, o presidente Donald Trump tem se aproximado de Vladimir Putin e indicado que pretende negociar um fim da Guerra na Ucrânia em termos que beneficiam Moscou. O alinhamento tem preocupado países da Europa Ocidental.

Uma autoridade do Departamento de Estado, falando sob condição de anonimato sobre as negociações, disse que os Estados Unidos apresentariam sua resolução em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, composto por 15 membros, na segunda-feira, e vetariam quaisquer emendas.

"Embora nossos parceiros no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral queiram debater toda a situação agora, estamos muito mais concentrados em levar as partes à mesa de negociações para que o próximo passo possa ser dado", disse o funcionário.

Richard Gowan, especialista em ONU do International Crisis Group, disse que a divisão entre os Estados Unidos e a Europa marcou "a maior divisão entre as potências ocidentais na ONU desde a Guerra do Iraque - e provavelmente ainda mais fundamental". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu o presidente da França, Emmanuel Macron, na Casa Branca, nesta segunda-feira, e disse que o país está "muito perto" de alcançar um acordo de paz para a guerra entre Ucrânia e Rússia. Na ocasião, o republicano afirmou que países europeus estarão envolvidos nas negociações para o conflito.

"Meu trabalho é fazer com que a guerra seja resolvida", defendeu Trump, que disse que a Europa garantirá a segurança dos ucranianos. "Ainda não sei quando encontrarei Putin, mas isso vai acontecer", ressaltou o líder americano ao falar sobre uma visita à Moscou "quando for apropriado".

Macron disse que os dois países têm o mesmo objetivo, que é alcançar a paz do conflito no Leste da Europa e que os ativos congelados da Rússia farão parte das negociações. "O envolvimento dos EUA através de um acordo sobre minerais críticos é algo positivo", disse ao mencionar que "tudo está na mesa".

Trump ressaltou que os Estados Unidos e a França possuem "uma relação especial" e indicou que pretende mantê-la. Ao ser questionado sobre tarifas recíprocas, ele disse que é como "uma troca". "Quem nos taxa, será taxado", explicou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta segunda, 24, que as conversas sobre paz na Ucrânia "estão indo bem", em publicação na Truth Social, após o término da reunião do G7. O encontro marcou o aniversário de três anos da invasão da Rússia em território ucraniano.

"Todos expressaram o desejo de ver a guerra terminar e enfatizei a importância vital do acordo de minerais críticos e terras raras entre EUA e Ucrânia, que esperamos que seja assinado em breve!", escreveu o republicano. Segundo ele, o acordo garantirá que os EUA recuperem "bilhões de dólares e equipamento militar" enviado para a Ucrânia, enquanto também contribuí para o crescimento da economia ucraniana.

O presidente americano também comentou que está em "discussões sérias" com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre o término da guerra e sobre o desenvolvimento de "grandes transações econômicas" bilaterais com os Estados Unidos.

Trump participou da reunião do G7 ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, no Salão Oval da Casa Branca. Os líderes se reuniram novamente nesta tarde para uma reunião bilateral, que será seguida por coletiva de imprensa conjunta.

Reino Unido

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse que o G7 deve estar pronto para "assumir mais riscos" na guerra entre Ucrânia e Rússia, o que sanções contra gigantes do petróleo da Rússia. Em discurso realizado nesta segunda-feira, ele ressaltou a importância de aumentar a pressão econômica, para que o presidente russo, Vladimir Putin, "faça concessões".

"Hoje estamos anunciando o maior pacote de sanções do Reino Unido desde os primeiros dias da guerra. Estamos indo atrás da frota fantasma da Rússia e das empresas na China e em outros lugares que estão enviando componentes militares", disse.

Starmer defendeu uma "força coletiva para o esforço de paz" e disse que é preciso "acertar os fundamentos" criados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Se quisermos que a paz dure, a Ucrânia deve ter um assento à mesa. Um apoio dos EUA será vital para impedir a Rússia de lançar outra invasão em apenas alguns anos", explicou.