Reviravolta leva Zema e Kalil, Rivais em MG, ao mesmo palanque na eleição municipal de BH

Política
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Duas articulações políticas costuradas na última semana alteraram o tabuleiro eleitoral em Minas Gerais. Dias depois do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, se filiar ao Republicanos para apoiar a pré-candidatura de Mauro Tramonte (Republicanos) a prefeito da capital mineira, o governador Romeu Zema (Novo) fechou acordo para indicar Luísa Barreto (Novo), sua ex-secretária de Planejamento, como vice na chapa.

 

Com isso, Zema e Kalil, que foram adversários na eleição para o governo mineiro em 2022 e têm longo histórico de divergências e troca de farpas, dividirão o palanque na eleição belo-horizontina.

 

Alianças improváveis não são novidade em Belo Horizonte. Em 2008, PT e PSDB, que polarizavam a política mineira naquele momento, apoiaram a eleição de Márcio Lacerda (então no PSB) para a Prefeitura. Ele reuniu no mesmo palanque Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Aécio Neves (PSDB) e Fernando Pimentel (PT), respectivamente presidente da República, governador e prefeito de Belo Horizonte naquele momento.

 

Zema selou o apoio a Tramonte em um almoço com o pré-candidato, Luísa e outros aliados nesta quarta-feira, 31, na Cidade Administrativa. A expectativa é que a chapa seja anunciada publicamente nos próximos dias e oficializada nas convenções dos dois partidos marcadas para o próximo sábado, 3.

 

"Não sou inimigo, sou adversário do governador e não mudo minha opinião sobre o governo dele", disse Kalil em entrevista à rádio Bandnews FM de Belo Horizonte nesta quarta-feira. "A Luísa é um grande quadro e eu dei parabéns para o pessoal por estar trazendo um quadro como ela", acrescentou, ao ser questionado se a aliança lhe causa incômodo.

 

Formada em políticas públicas e gestão governamental, Luísa Barreto deixou o PSDB em 2022 após o partido romper com Zema e se filiou ao Novo. Inicialmente, o governador a lançou como pré-candidata a prefeita, mas fazia a ressalva de que era preciso crescimento nas pesquisas para a candidatura se consolidar, o que não ocorreu.

 

Ainda como tucana, Luísa teve 1,4% dos votos para prefeita de Belo Horizonte em 2020. Ela assumiu o cargo de secretária de Planejamento do governo de Minas em 2021, posto que ocupou até junho, quando se desincompatibilizou para disputar a eleição.

 

Mauro Tramonte é deputado estadual e apresenta programa policial nas tardes da Record Minas. Ele lidera a disputa com 25% das intenções de voto, segundo pesquisa Quaest divulgada no dia 16 de julho. O bolsonarista Bruno Engler (PL) tem 12% e João Leite (PSDB), 11%.

 

Rivais de Zema e até semana passada colegas de partido de Kalil no PSD, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apoiarão o prefeito e candidato à reeleição Fuad Noman, que foi vice do ex-dirigente do Atlético e assumiu após Kalil deixar a Prefeitura para concorrer ao governo do Estado. Fuad aparece no levantamento da Quaest com 9%, mesma pontuação da federal Duda Salabert (PDT). O senador Carlos Viana (Podemos), com 8%, e o deputado federal Rogério Correia (PT), com 7%, estão tecnicamente empatados com eles.

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A China irá impor sanções a algumas autoridades dos Estados Unidos e chefes de organizações não governamentais (ONGs) por comportamentos flagrantes relacionados a Hong Kong, informou o Ministério das Relações Exteriores. As sanções são uma resposta às penalidades impostas pelos Estados Unidos em março contra seis autoridades chinesas e de Hong Kong, afirmou o porta-voz do ministério, Guo Jiakun, em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 21.

Pequim irá impor sanções a vários membros do Congresso americano, autoridades governamentais e chefes de ONGs por terem "se comportado mal em questões relacionadas a Hong Kong", disse Jiakun, sem revelar os nomes.

O porta-voz alertou que os Estados Unidos não têm permissão para interferir nos assuntos de Hong Kong. Pequim considera Hong Kong uma parte inalienável da China. "Quaisquer ações equivocadas tomadas pelos EUA em questões relacionadas a Hong Kong serão respondidas com firmes contra-ataques e medidas recíprocas da China", disse Guo.

A medida ocorre semanas após o Departamento de Estado dos EUA impor sanções a autoridades chinesas e de Hong Kong, citando a repressão política contínua em Hong Kong - e os esforços para estender essa repressão a cidadãos dos EUA - e as restrições ao acesso ao Tibete.

As seis autoridades citadas pelos EUA incluem Raymond Siu, comissário de polícia de Hong Kong, e Paul Lam, secretário de Justiça da cidade. Fonte: Dow Jones Newswires

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, propôs no domingo, 20, repatriar todos os presos venezuelanos enviados ao seu país pelos Estados Unidos em troca da libertação da mesma quantidade de "prisioneiros políticos" da Venezuela, incluindo figuras da oposição do país - que chamou a oferta de "cínica".

Em uma publicação no X (antigo Twitter), direcionada ao presidente da venezuelano, Nicolás Maduro, Bukele listou familiares de membros do alto escalão da oposição na Venezuela, jornalistas e ativistas detidos durante a repressão eleitoral do governo sul-americano no ano passado.

"A única razão pela qual estão presos é por terem se oposto a você e à sua fraude eleitoral", disparou Bukele se referindo a Maduro. "No entanto, quero propor um acordo humanitário que inclua a repatriação de 100% dos 252 venezuelanos que foram deportados, em troca da libertação e entrega de um número idêntico dos milhares de presos políticos que você mantém", completou.

Entre os listados está o genro do ex-candidato à presidência da Venezuela Edmundo González, vários líderes políticos que buscavam asilo na embaixada argentina na Venezuela e o que ele disse serem 50 cidadãos de pelo menos 23 nacionalidades diferentes.

O presidente também citou a mãe da líder da oposição María Corina Machado, cuja casa, segundo o líder político, foi cercada pela polícia venezuelana em janeiro.

Bukele encerrou afirmando que o Ministério das Relações Exteriores de El Salvador entrará em contato com o governo Maduro para formalizar a proposta.

Reação venezuelana

O Ministério Público da Venezuela respondeu na noite do mesmo dia, chamando as declarações de Bukele de "cínicas" e se referindo ao líder salvadorenho como um "neofascista".

O país pediu também que o governo de Bukele forneça ao governo venezuelano uma lista das pessoas detidas, bem como seu status legal e relatórios médicos.

"O tratamento recebido pelos venezuelanos nos Estados Unidos e em El Salvador constitui uma grave violação do direito internacional dos direitos humanos e constitui um crime contra a humanidade", afirmou o comunicado.

De olho em El Salvador

A proposta surge em um momento em que o mundo está atento a El Salvador por aceitar venezuelanos e salvadorenhos deportados pelo governo Trump, que os acusou de serem membros de gangues.

Os deportados são encarcerados em uma "megaprisão" conhecida como Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), construída pelo governo Bukele durante sua repressão às gangues do país.

A controvérsia só aumentou após a revelação de que um homem casado com uma cidadã americana foi deportado por engano. A Suprema Corte dos EUA ordenou que o governo facilitasse seu retorno, mas não há sinais de que a proposta será aceita.

Desde março, o governo dos EUA envia venezuelanos e salvadorenhos acusados de serem filiados às gangues Tren de Aragua e MS-13 para El Salvador, onde Bukele concordou em deter criminosos condenados para os Estados Unidos, mediante pagamento.

Os primeiros voos a chegar a El Salvador transportaram 238 venezuelanos, entre eles muitos que não tinham antecedentes criminais. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, acusou no domingo, 20, a Rússia de continuar os bombardeios, violando o cessar-fogo de Páscoa prometido por Vladimir Putin.

Moscou também acusou as forças ucranianas de violarem a trégua ao atacar posições russas na região de Donetsk.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.