Agenda do STF: Marco Temporal e licença-maternidade na pauta da semana

Política
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O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a semana com a primeira audiência que buscará um acordo sobre a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas. A tentativa de conciliação ocorre em meio ao impasse entre os três Poderes sobre o tema e ao desinteresse de representantes dos povos indígenas em negociar.

No plenário virtual que vai até sexta-feira, 9, os ministros analisam ação que pede que as regras para a licença-maternidade e paternidade sejam iguais para pais biológicos e adotivos, tanto na iniciativa privada quanto no serviço público.

Também estão na pauta uma lei alagoana que obriga os planos de saúde a cobrir exames solicitados por nutricionistas e uma norma do Amazonas que diz que empresas de energia devem notificar o consumidor antes de realizar vistoria ou troca do medidor. Outra ação discute se é necessário obter licenciamento ambiental antes de instalar antenas de telecomunicações.

Já no plenário virtual que termina nesta terça-feira, 6, o Supremo pode decidir se empresas do mesmo grupo econômico podem ser incluídas na fase de cobrança de sentenças trabalhistas. Ainda não foi formada maioria. A Corte também define até amanhã se reconhece a repercussão geral de uma ação que trata da incidência de PIS/Cofins sobre reservas técnicas de empresas seguradoras.

Nas sessões presenciais de quarta e quinta-feira, o Supremo pode julgar ação que questiona se é possível quebrar o sigilo de um grupo não identificado de usuários do Google que tenham feito uma determinada pesquisa na internet.

Plenário físico

Quebra de sigilo - Entre os dias 7 e 8, a Corte pode definir limites para a quebra de sigilo de dados de um conjunto não identificado de usuários que tenham feito uma pesquisa na internet. O Google recorre de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que mandou a plataforma entregar dados de pessoas que haviam pesquisado o nome da vereadora Marielle Franco na semana do seu assassinato, em 2018.

Plenário virtual

Licença-maternidade - Os ministros analisam ação da Procuradoria-Geral da República (PGR) que busca uniformizar as regras para concessão da licença-maternidade para gestantes e adotantes no setor privado e no setor público. Hoje, as servidoras públicas que adotam têm direito a um tempo de licença menor, de 90 dias, enquanto as empregadas no setor privado têm direito a 120 dias. O relator, Alexandre de Moraes, votou pela equiparação.

Em julgamento anterior, a Corte já decidiu que a licença-maternidade deve ser igual para mães biológicas e adotantes. A PGR argumenta que as decisões não teriam alcançado a administração pública e atingiram apenas categorias específicas, como as Forças Armadas e celetistas.

Exames pedidos por nutricionistas - Já há quatro votos para acolher ação da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) contra lei de Alagoas que obriga os planos de saúde a cobrirem exames prescritos por nutricionista. O relator, Luiz Fux, citou que o Supremo já declarou a inconstitucionalidade de norma semelhante do Rio Grande do Norte, por entender que a competência para legislar sobre a cobertura obrigatória de planos é da União.

Licença ambiental para antenas - O Supremo também discute um pedido da Associação Nacional das Operadoras Celulares (Acel) para invalidar norma de Santa Catarina que exige licenciamento ambiental para a instalação e operação de antenas de telecomunicações. O relator, Dias Toffoli, votou para declarar a inconstitucionalidade da lei estadual.

Medidor de energia - Os ministros ainda decidem se é constitucional uma lei amazonense que impõe às empresas fornecedoras de energia elétrica a obrigação de notificar previamente o usuário a respeito de intervenções no medidor de energia, como vistorias e troca dos equipamentos. A ação foi ajuizada pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). Há dois votos para acolher o pedido, sob a justificativa de que o tema já é disciplinado pela União.

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O Departamento do Tesouro americano confirmou nesta quarta-feira, 30, a assinatura de um acordo para estabelecer o Fundo de Investimento para a Reconstrução da Ucrânia.

"Esta parceria econômica posiciona nossos dois países para trabalhar em colaboração e investir juntos para garantir que nossos ativos, talentos e capacidades mútuos possam acelerar a recuperação econômica da Ucrânia", diz o comunicado do departamento americano.

"Como disse o Presidente, os Estados Unidos estão comprometidos em ajudar a facilitar o fim desta guerra cruel e sem sentido. Este acordo sinaliza claramente à Rússia que o Governo Trump está comprometido com um processo de paz centrado em uma Ucrânia livre, soberana e próspera a longo prazo", afirma o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, no comunicado.

"E para deixar claro, nenhum Estado ou pessoa que financiou ou forneceu a máquina de guerra russa poderá se beneficiar da reconstrução da Ucrânia", pontua Bessent.

O Tesouro disse que tanto os Estados Unidos quanto o governo da Ucrânia estão ansiosos para operacionalizar rapidamente a parceria econômica histórica para os povos ucraniano e americano.

O acordo concederá aos EUA acesso privilegiado a novos projetos de investimento para desenvolver os recursos naturais ucranianos, incluindo alumínio, grafite, petróleo e gás natural, segundo informou a Bloomberg.

Acordo ocorre após semanas de negociações e tensões entre Washington e Kiev. Em 28 de fevereiro, o presidente e vice-presidente dos EUA, Donald Trump e JD Vance, discutiram, publicamente e em tom muito duro, com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em uma transmissão ao vivo do Salão Oval da Casa Branca. O encontro frustrou a expectativa de assinatura de um acordo na ocasião. Após a discussão, o presidente ucraniano deixou o local.

No último fim de semana, em encontro paralelo ao funeral do papa Francisco, em Roma, Trump e Zelensky tiveram uma reunião.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), Elon Musk, "pode ficar o quanto quiser no governo" e que ele "tem ajudado o país de maneira tremenda, mas quer voltar para casa, para seus carros" na Tesla.

As declarações foram feitas durante uma reunião de gabinete com a equipe do governo republicano.

Trump também afirmou que Musk tem feito "sacrifícios" pelo país e voltou a agradecer ao CEO da Tesla. "Esse cara tem sido tratado de maneira muito maldosa ultimamente. Mas saiba que os americanos estão do seu lado", declarou.

Musk, por sua vez, agradeceu a Trump, mas não comentou se continuará à frente do Doge.

O Paquistão afirmou nesta quarta-feira, 30, que possui "informações confiáveis" de que a Índia planeja realizar um ataque militar no país nas próximas 24 a 36 horas "sob o pretexto de alegações infundadas e inventadas de envolvimento" e prometeu responder "com muita veemência".

Não houve comentários imediatos de autoridades indianas, mas representantes do governo da Índia disseram que o primeiro-ministro do país, Narendra Modi, "deu total liberdade operacional às forças armadas para decidir sobre o modo, os alvos e o momento da resposta da Índia ao massacre de Pahalgam".

A tensões entre Índia e Paquistão têm aumentado, após um ataque mortal a turistas na Caxemira - região que é dividida entre Índia e Paquistão e reivindicada por ambos em sua totalidade - na semana passada. O lado indiano busca punir o Paquistão e acusa-o de apoiar o ataque em Pahalgam, o que o lado paquistanês nega.