No debate em Fortaleza, candidatos trocam insultos; PT de Lula e PDT de Ciro alimentam rusgas

Política
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O debate da Band com os candidatos à prefeitura de Fortaleza foi marcado por troca de insultos na noite da quinta-feira, 8. Enquanto alguns concorrentes apostaram na polarização entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o PT e o PDT, do ex-governador do Ceará Ciro Gomes, trocaram farpas e evidenciaram o conflito político que a esquerda trava no Estado.

 

Na primeira pergunta do debate, o deputado estadual Evandro Leitão (PT) afirmou que o senador Eduardo Girão (Novo) passa mais tempo em Miami, nos Estados Unidos, do que na capital cearense.

 

Em resposta, Girão afirmou que Leitão estava "baixando o nível" com mentiras e chamou o governo Lula de "uma tragédia sem precedentes.

 

"Durante os últimos anos, o senhor passou mais tempo morando em Miami, nos Estados Unidos, do que aqui em Fortaleza. O senhor é um aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é contra a vacina e contra o isolamento social", disse Leitão. "A gente já começa aqui em alto estilo mostrando a cara do PT, com inverdade e mentira", respondeu Girão.

 

Leitão também travou um embate com o prefeito José Sarto (PDT). O pedetista afirmou que o deputado estadual "covardemente" se negou a assinar o pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) voltada a investigar a segurança pública do Estado. Leitão, por sua vez, respondeu que a CPI tinha "caráter eleitoreiro" e afirmou que "covardia" é a relação de Sarto com os eleitores de Fortaleza.

 

"Covarde é o que o senhor faz com a população fortalezense, Sarto. Covarde são os pais e as mães que ficam anos em uma fila de creche", afirmou Leitão.

 

Em 2022, o PT e o PDT romperam uma aliança firmada em 2006. A sigla de Lula decidiu apoiar o governador Elmano de Freitas (PT) para o comando do Estado, enquanto Ciro Gomes, principal nome pedetista, defendeu a candidatura do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio.

 

O rompimento fez o irmão de Ciro, o senador Cid Gomes, deixar o PDT e se filiar ao PSB em fevereiro deste ano.

 

Candidato do PL trouxe à tona mágoa por falta de apoio

 

Durante o debate, o deputado federal André Fernandes (PL), que é o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro, levou ao público uma mágoa do candidato Capitão Wagner (União).

 

Fernandes disse que apoiou Wagner em três eleições e esperava firmar uma aliança com ele neste ano. "Tem um candidato aqui que eu apoiei por três vezes, e ele deveria neste momento estar me apoiando e me retribuir. Mas, além de não fazer isso, agora me tem como adversário. Ele já esteve no palanque do Ciro, do Elmano, do Lula e também do Bolsonaro. Estou falando do candidato Capitão Wagner, que sempre esteve ao seu lado por oportunismo", afirmou.

 

Ele foi visado pelos outros concorrentes no debate e foi chamado de "desequilibrado emocionalmente" pelo candidato George Lima (Solidariedade). Em resposta, Fernandes chamou George de "assessor do PT".

 

Também estava presente no debate da Band o produtor cultural Técio Nunes, candidato do PSOL.

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O plano proposto pelo Egito como alternativa à solução desejada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para Gaza visa reconstruir a região até 2030 mantendo a população local e a um custo de US$ 53 bilhões.

O documento de 112 páginas descreve um plano faseado, sendo a primeira etapa o início da remoção de munições não detonadas e a limpeza de mais de 50 milhões de toneladas de escombros deixados pelos bombardeios e ofensivas militares de Israel. Líderes do Oriente Médio estão reunidos no Cairo (Egito) para estabelecer o contraponto a Trump, que planeja a despovoação de Gaza para transformá-la em destino de praia.

Segundo o plano egípcio, centenas de milhares de unidades habitacionais temporárias seriam instaladas em Gaza e a população poderia viver enquanto a reconstrução acontece. Os escombros seriam reciclados e parte deles seria usada como preenchimento para criar terras expandidas na costa mediterrânea de Gaza.

Nos anos seguintes, o plano prevê a remodelação completa da faixa, construindo moradias e áreas urbanas "sustentáveis, verdes e caminháveis", com energia renovável. A ideia é renovar terras agrícolas, criar zonas industriais e, também, áreas amplas de parques.

Infraestrutura

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De fato, o acordo de paz de Oslo, da década de 1990, já exigia a abertura de um aeroporto e um porto comercial em Gaza. Esses projetos murcharam quando o processo de paz entrou em colapso.

A cúpula organizada pelo presidente egípcio, Abdel-Fattah El-Sissi, teria incluído líderes da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, cujo apoio é essencial para qualquer plano pós-guerra. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, chefe da autoridade apoiada pelo Ocidente e oponente do Hamas, participou.

Comando

O Hamas cederia o poder a uma administração interina de políticos independentes até que uma Autoridade Palestina reformada pudesse assumir o controle.

De sua parte, Israel descartou qualquer atuação da Autoridade Palestina em Gaza e, junto com os Estados Unidos, exigiu o desarmamento do Hamas. O Hamas, que não aceita a existência de Israel, disse que está disposto a ceder o poder em Gaza a outros palestinos, mas não desistirá de suas armas até que haja um Estado Palestino. Fonte: Associated Press.

O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou cortar o financiamento federal a "qualquer faculdade, escola ou universidade que permita protestos ilegais". Em sua conta na Truth Social, Trump afirmou que "agitadores serão presos ou enviados permanentemente de volta ao país de onde vieram. Estudantes americanos serão expulsos permanentemente ou, dependendo do crime, presos."

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs nesta terça-feira, 4, um plano de 800 bilhões de euros, nomeado "REARM Europe", para fortalecer as defesas das nações da União Europeia (UE), visando diminuir o impacto de um possível "desengajamento" dos Estados Unidos e fornecer à Ucrânia força militar para negociar com a Rússia, após a pausa da ajuda americana aos ucranianos.

O pacote ainda será apresentado aos 27 líderes da união. Na quinta-feira, 6, os representantes europeus realizarão uma reunião de emergência em Bruxelas para tratar sobre o assunto. "Não preciso descrever a grave natureza das ameaças que enfrentamos", disse von der Leyen. Fonte: Associated Press.