PT repassa R$ 30 mi para Boulos como cota para mulheres por causa de Marta

Política
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A candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo, com Marta Suplicy (PT) como vice, receberá R$ 30 milhões do fundo eleitoral do PT. Essa quantia será contabilizada na cota de 30% reservada para candidaturas femininas, devido à presença de Marta na chapa. No entanto, petistas afirmam que o partido deve destinar mais do que o mínimo legal às candidaturas femininas. O PT foi procurado, mas não se manifestou.

Considerada uma prioridade pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a disputa na capital paulista quebra duas tradições do PT. Pela primeira vez, o partido não lançará um candidato próprio na cidade e destinará recursos para uma chapa que não é liderada por um petista. Inicialmente, membros do PT de São Paulo resistiram a ambas as decisões, mas acabaram cedendo sob a pressão do chefe do Executivo.

Em meados de julho, o presidente municipal do PT, Laércio Ribeiro, já havia revelado que o partido não teria problemas em repassar recursos para Boulos. Na ocasião, ele esclareceu que o repasse seria feito por meio de Marta. "O PT decidiu, em eleições anteriores, não fazer repasses para outros partidos. Essa decisão foi mantida agora. No entanto, isso não impede o PT de destinar recursos para a candidata a vice", disse.

A decisão mencionada por Ribeiro refere-se a uma resolução aprovada pela Executiva Nacional no mês passado. O texto proíbe a transferência de recursos para candidatos de outros partidos, mas autoriza o uso da verba para candidatos a vice que sejam do PT. Além disso, a resolução estabelece que, nas cidades com mais de 100 mil habitantes, o valor que cada candidato receberá será definido pela Executiva Nacional.

Enquanto o PSOL dispõe de R$ 127 milhões do fundo eleitoral, o PT conta com R$ 620 milhões, quase cinco vezes mais. Integrantes da campanha do PSOL consideram o repasse do PT essencial para o sucesso da campanha. Na última eleição municipal, Boulos contou com R$ 7,6 milhões em recursos. Neste ano, o objetivo é captar o teto legal de R$ 67 milhões. A informação do repasse para Marta foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão.

Cota para mulheres

O professor de Direito Eleitoral Fernando Neisser, da Fundação Getulio Vargas (FGV), explica que é comum entre os partidos destinar recursos para chapas majoritárias lideradas por homens, mas com uma mulher como vice, contabilizando isso como parte da cota feminina. Segundo ele, essa prática está amparada tanto pela lei quanto pela jurisprudência da Justiça Eleitoral.

"Não há hierarquia entre pessoas que compõem uma chapa majoritária. Titular e vice são, juridicamente, iguais. Ajudar a chapa a ter mais condições de disputa beneficia, igualmente, ambos", conta, acrescentando que "trata-se de prática que muitos partidos usam, não tendo havido, até o momento, qualquer questionamento quanto à sua legalidade".

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O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato do Partido Republicano, Donald Trump, afirmou que não falaria se conversou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, desde que deixou a Casa Branca, após ser questionado se teve contato com o mandatário russo.

Em entrevista à Bloomberg News TV realizada no Clube de Economia de Chicago nesta terça-feira, 15, o candidato republicano comentou ainda que o dólar está sob ameaça, mas declarou que ainda é seguro como moeda reserva.

O candidato do Partido Republicano também comentou sobre o Google, afirmando que a companhia tem muito poder e que sempre o tratou "muito mal". O republicano sinalizou que pode apoiar uma divisão da empresa de buscas.

O Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos considerou uma possível divisão da Alphabet, controladora do Google, como um "remédio" para o monopólio de buscas.

Quando era presidente dos EUA, Donald Trump criticava regularmente o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, primeiro por aumentar as taxas e depois por não reduzi-las o suficiente.

Questionado nesta terça, 15, no Clube Econômico de Chicago se manteria Powell por mais um mandato, Trump não respondeu diretamente à pergunta, mas deixou claro que continuaria tentando influenciar o Fed, que toma suas decisões independentemente da Casa Branca.

"Olha, acho que é o melhor trabalho do governo. Você aparece no escritório uma vez por mês e diz: 'Vamos ver, cara ou coroa', e todo mundo fala sobre você como se você fosse um deus?"

Ele acrescentou: "Acho que sou melhor do que ele seria. Acho que sou melhor do que a maioria das pessoas seria nessa posição. Acho que tenho o direito de dizer que acho que ele deveria aumentar ou diminuir as taxas um pouco. Não acho que eu deveria ter permissão para ordenar isso, mas acho que tenho o direito de fazer comentários sobre se as taxas de juros devem aumentar ou diminuir", afirmou.

Um comício do ex-presidente dos Estados Unidos e candidato presidencial republicano, Donald Trump, virou um concerto de música após duas pessoas na plateia precisarem de atendimento médico. Trump respondia questões sobre como ajudaria pequenos negócios em Oaks, na Pensilvânia, quando a interrupção fez com que ele decidisse usar a sua playlist para agitar a plateia.

"Não vamos fazer mais perguntas. Vamos apenas ouvir música. Vamos transformar isso em música. Quem diabos quer ouvir perguntas, certo?", apontou Trump. Por 39 minutos o republicano ergueu os braços, dançou e apontou para pessoas na plateia.

Nove músicas da playlist de Trump foram tocadas Alguns na multidão começaram a sair. Outros ficaram e filmaram o concerto. Os apoiadores de Trump muitas vezes esperam horas para ver seus comícios, e pode haver longas filas para obter comida, água e também nos banheiros. Em vários eventos ao ar livre, os participantes precisaram de atenção médica devido ao calor.

Trilha sonora

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Durante todo o comício, o republicano esteve ao lado da governadora da Dakota do Sul, Kristi Noem.

A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata presidencial democrata, Kamala Harris, criticou Trump e questionou o seu estado mental após o episódio. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)