Veja quem entra e quem sai no Senado com as movimentações às vésperas da campanha eleitoral

Política
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Com a proximidade das eleições municipais e a necessidade de empenho local nas campanhas de aliados, ao menos quatro senadores deixaram temporariamente seus mandatos nas últimas semanas para dar lugar a suplentes. A troca de cadeiras deve mexer pouco com o xadrez partidário no Senado, mas os novatos terão alguns meses para aprovar seus próprios projetos e catapultar seus nomes para voos maiores.

Algumas das substituições foram combinadas previamente entre os titulares e suplentes, para garantir que os "reservas" ganhassem experiência com mandato. Como o Senado passa por um "recesso branco" durante o período eleitoral, quando não há sessões deliberativas, na prática não há atividade formal na Casa, o que permite ao senadores viajarem aos Estados para ajudar nas campanhas - e aos suplentes assumir as vagas sem grandes prejuízos aos titulares.

Eliziane Gama (PSD-MA), por exemplo, deu lugar em 16 de julho a Bene Camacho (PSD-MA) para assumir a Secretaria da Juventude no governo do Maranhão, a convite do governador Carlos Brandão (PSB). Ela deve ficar no cargo estadual até o começo de outubro, quando retoma o mandato.

Durante o discurso de posse, Camacho afirmou que a pauta ambiental será a prioridade da sua passagem na Casa. "Como senador do Maranhão, que faz parte da Amazônia Legal, empenharei todos os meus esforços para colocar em evidência a emergência climática atual. Quero registrar a importância de ser instalada uma Comissão da Amazônia na Casa", disse o novo senador.

Camacho é o segundo suplente de Eliziane, e só tomou posse porque o primeiro suplente, Pedro Fernandes, é prefeito na cidade maranhense de Arame e decidiu deixar de lado a vaga no Senado pela sua cadeira municipal, para a qual vai tentar a reeleição. Ele enviou uma carta ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recusando o cargo por "motivos pessoais".

Nomeado secretário-geral do PL, Rogério Marinho (RN) passou o bastão para Flávio Azevedo (PL-RN), em 19 de junho, para se concentrar por 120 dias na formação de chapas em seu Estado. Com isso, ele também passa a função de líder da oposição para o colega Marcos Rogério (PL-RO) enquanto estiver fora.

Empresário e senador de primeira viagem, Azevedo prometeu respeitar a Constituição no rito de posse, mas aproveitou para acenar ao bolsonarismo e fazer críticas ao Poder Judiciário. "Quando a Justiça é injusta, nós temos todo o direito de desobedecê-la. Eu faço dessa frase a minha inspiração para os quatro meses que vou passar aqui", afirmou num breve pronunciamento.

Na mesma toada, Efraim Filho (União-PB) tirou licença até outubro para se dedicar às articulações eleitorais na Paraíba, e seu conterrâneo André Amaral (União-PB) assumiu seu lugar. Enquanto Efraim se elegeu com votos da base bolsonarista, Amaral tem publicado em suas redes sociais fotos com ministros do governo Lula, como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Fernando Haddad (Fazenda) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional).

Em seu discurso de posse, Amaral agradeceu ao titular pela oportunidade de assumir o mandato por 120 dias. "Muito obrigado ao senador Efraim Filho pelo gesto político de me permitir ascender ao Senado. Continuarei honrando nossos princípios de trabalho em defesa de nosso Estado, levando esperança ao nosso povo", declarou.

Já Carlos Viana (Podemos-MG), que vai disputar a prefeitura de Belo Horizonte, pode nem mesmo voltar para a a sua vaga caso se consagre vitorioso, e Castellar Neto (PP-MG) poderá ocupá-la em definitivo. Viana se licenciou em 17 de julho para se dedicar à campanha eleitoral.

Por outro lado, o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) foi oficializado na semana passada vice na chapa do prefeito de Maceió, JHC (PL), mas de última hora decidiu não se licenciar. Com isso, ele vai manter o mandato no Senado ao mesmo tempo em que faz campanha na capital alagoana.

"Temos muito trabalho em Brasília e vamos conciliar as agendas. Sei que o povo de Alagoas e de Maceió confia no meu trabalho e que vai estar ao nosso lado nesta nova jornada", diz, em nota.

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Pouco efeito na correlação de forças e pauta esvaziada

O saldo dessa troca de cadeiras não deve afetar a composição de forças no Senado, uma vez que a maioria das substituições é entre parlamentares da mesma sigla. O PSD, o PL e o União Brasil mantêm a bancada, enquanto o Podemos perde uma vaga com a saída de Carlos Viana, e o Progressistas ganha uma, com a chegada de Castellar Neto.

Durante a ausência desses senadores, o Congresso terá baixa atividade, mas algumas matérias de grande importância devem ser apreciadas na Casa presidida por Pacheco. A previsão é que os senadores tenham duas ou três semanas de esforço concentrado, a partir de desta semana, para dar tempo de votar ao menos quatro projetos de lei.

O governo federal e o Senado tentam prorrogar no Supremo Tribunal Federal (STF) o prazo, até 30 de agosto, para definir uma solução para a compensação financeira da desoneração da folha de pagamento. O presidente da Casa também quer urgência para apreciar a renegociação da dívida dos Estados.

Além disso, há entre as prioridades a proposta de emenda à Constituição (PEC) que reabre o prazo para que os municípios parcelem suas dívidas com a Previdência e define limites para o pagamento de precatórios. E os senadores devem votar a proposta que regulamenta o uso da inteligência artificial, após vários adiamentos.

Por fim, existe uma discussão se o Senado vai apreciar a regulamentação da reforma tributária em regime de urgência ou não, mas as lideranças devem bater o martelo sobre o assunto nos próximos dias.

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Com o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, a caminho de Washington para assinar nesta quinta, 27, um acordo de exploração de minerais com os EUA, Donald Trump disse nesta quarta, 26, que cabe aos europeus fornecer garantias de segurança aos ucranianos, após a guerra. Em reunião de gabinete, ele também vetou a adesão da Ucrânia à Otan.

Obter garantias de segurança de Washington era a principal exigência de Zelenski, cuja maior preocupação é ser forçado a aceitar um cessar-fogo, enquanto a Rússia usa o tempo para reconstruir suas forças armadas, reagrupar-se e tentar tomar o país novamente.

Ontem, Zelenski insistiu nas garantias. "Elas são vitais", disse. Segundo ele, o acordo é apenas "um marco". "Esse compromisso pode se converter em um grande êxito ou simplesmente desaparecer", afirmou.

Suspense

As declarações do ucraniano parecem colocar em dúvida a assinatura do acordo e divergem do discurso de Trump, que repetiu ontem que qualquer tipo de segurança deve vir da Europa. "Não vou fornecer garantias", disse o americano. "A Europa terá de fazer isso."

Trump ainda não deu detalhes sobre o papel dos EUA em uma Ucrânia pós-guerra, para impedir que a Rússia um dia reinicie o conflito. Na segunda-feira, 24, o presidente americano permaneceu em silêncio quando o francês Emmanuel Macron mencionou repetidamente a necessidade de garantias de segurança em um encontro na Casa Branca.

A declaração de Trump de que os EUA não dariam garantia de segurança pode acelerar o fim da guerra, mas também encorajar o presidente russo, Vladimir Putin. Ele pode concordar mais facilmente com um cessar-fogo se souber que os EUA não intervirão caso ele ataque novamente a Ucrânia.

Com isso, Trump aumenta a impressão na Europa de que os EUA mudaram de lado na guerra e buscam a normalização das relações com a Rússia. O afastamento abalou os aliados da Otan e levou o novo chanceler alemão, Friedrich Merz, a declarar que a Alemanha deve buscar "independência dos EUA".

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, argumentou que a existência de um interesse financeiro americano nas reservas de titânio, lítio, urânio e minerais de terras raras da Ucrânia é a melhor garantia de segurança que o país pode ter. "Eu chamo isso de garantia econômica", disse Bessent, que participou da negociação do acordo de minerais.

Restituição

Para Trump, o acordo envolve uma compensação pelo que os EUA gastaram na Ucrânia até agora. Ele exigiu US$ 500 bilhões, um valor inflado, já que os gastos em três anos foram de pouco mais de US$ 100 bilhões. Zelenski rejeitou a oferta e passou a ser alvo do presidente americano, que o chamou de "ditador" e de "comediante fracassado".

A pressão sobre Zelenski parece ter dado certo. Uma versão do acordo, obtida pelo New York Times, continha apenas referências vagas à proteção dos ucranianos. "Os EUA apoiam o esforço da Ucrânia para obter uma paz duradoura", diz o texto. Ontem, Trump explicou o que isso significa: franceses e britânicos podem enviar o que ele chamou de "supostas forças de paz", mas ele não terá nada a ver com isso.

Autoridades europeias ainda discutem o que fazer - a Rússia já rejeitou a ideia de ter tropas da Europa e da Otan na Ucrânia. Uma força de paz, como mencionou Trump, exigiria 100 mil soldados - mais do que Reino Unido, França e Alemanha podem reunir sem retirar forças cruciais de outras missões da Otan.

Garantia

Acordos desvantajosos são comuns no passado recente da Ucrânia. Em 1994, o país assinou o Memorando de Budapeste, abrindo mão de suas armas nucleares - herdadas da União Soviética -, em troca do respeito à independência e às fronteiras ucranianas. Os fiadores do tratado eram britânicos, americanos e russos.

O acordo foi inútil quando a Rússia tomou a Crimeia, em 2014. Embora o pacto tenha proporcionado armas e apoio, após a invasão de 2022, nem Reino Unido nem EUA enviaram tropas à Ucrânia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Fonte: Market News International.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Argentina, Javier Milei, aproveitou uma brecha na Constituição e preencheu duas vagas da Suprema Corte por decreto durante o recesso do Congresso. A manobra controvertida foi publicada em Diário Oficial nesta quarta-feira, 26, e enfrenta o primeiro desafio legal. Em petição apresentada à Justiça, uma organização da sociedade civil pede a nulidade das nomeações.

Sem força para aprovar as indicações de Manuel García Mansilla e Ariel Lijo à mais alta Corte de Argentina, a Casa Rosada se utilizou do artigo da Constituição que prevê a nomeação "em comissão", ou seja, de forma interina durante o recesso do Congresso. Para os críticos, contudo, o mecanismo deveria ser usado em casos excepcionais.

Em petição à Justiça, o Centro de Estudos para a Promoção da Igualdade e da Solidariedade (CEPIS) solicitou a anulação do decreto, além de medida cautelar que anule os seus efeitos. No caso, encaminhado a tribunal federal em La Plata, a organização denuncia a "arbitrariedade e ilegalidade" do decreto e aponta para violação de "disposições constitucionais, bem como tratados internacionais que garantem a independência do Poder Judiciário".

No campo político, o líder da União Pela Pátria, José Mayans, ameaçou que a oposição peronista no Senado derrubaria as indicações de Milei no retorno do Legislativo, mês que vem. E até mesmo o PRO, de Mauricio Macri, que tem ministério no governo, se posicionou contra o nome de Ariel Lijo para Suprema Corte. Após reunião da alta cúpula, o partido sinalizou que a maior parte dos seus senadores votaria contra a nomeação, embora tenha decidido não emitir uma declaração pública sobre o encontro.

A Casa Rosada, se defende dizendo que o decreto visa normalizar os trabalhos da Suprema Corte e acusa o Senado de politizar as escolhas de Javier Milei para o Judiciário. "O Senado, em vez de ter realizado uma análise séria e objetiva da adequação dos candidatos propostos, optou repetidamente por adiar seu pronunciamento com base em considerações motivadas por conveniência política", acusou o governo no decreto.

As indicações de Javier Milei para ocupar duas das cinco vagas existentes na Corte enfrentam resistência tanto dos peronistas, quanto de aliados ocasionais do governo. O impasse se arrasta há quase um ano. As críticas recaem especialmente sobre a escolha de Ariel Lijo, acusado de atrasar investigações sobre corrupção envolvendo empresários e políticos. O juiz nega.

Sem conseguir os dois terços do Senado necessários para aprovar as indicações, a Casa Rosada apelou para o decreto. Nesse caso, as nomeações são interinas. Para garantir a vaga na Corte, os juízes precisam ser confirmados pelo Senado até o fim da próxima legislatura, em março de 2026. Antes disso, os argentinos renovam parte do Congresso nas eleições de meio de mandato e espera-se que o partido de Milei, A Liberdade Avança, amplie a sua bancada.

Em meio às críticas, o governo argumenta que está amparado pela Constituição e promete manter as negociações para garantir aprovação de Manuel García Mansilla e Ariel Lijo no Senado. O último presidente argentino a nomear juízes da Suprema Corte por decreto foi Mauricio Macri, que acabou recuando diante da repercussão negativa e agora critica publicamente a escolha de Lijo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje a revogação das concessões concedidas ao regime de Nicolás Maduro, da Venezuela, por meio de um acordo sobre petróleo firmado durante o governo de Joe Biden. Assinado em 26 de novembro de 2022, o acordo tinha como objetivo principal a retomada parcial das atividades de exploração de petróleo na Venezuela, com a Chevron, uma das maiores petroleiras dos EUA, entre as beneficiadas. Em contrapartida, o regime de Maduro se comprometeria a implementar reformas políticas, incluindo a realização de eleições livres e justas, além da libertação de prisioneiros políticos.

"Estamos, por meio deste, revertendo as concessões que o desonesto Joe Biden fez a Nicolás Maduro", escreveu Trump em seu perfil na Truth Social. De acordo com o republicano, o regime venezuelano não cumpriu as condições estabelecidas, especialmente no que diz respeito à realização de eleições democráticas e à devolução de "criminosos violentos enviados ao nosso país". Trump afirmou que Maduro não tem cumprido a promessa de retornar esses "criminosos com a rapidez com que haviam acordado".

Em sua publicação, Trump também anunciou a decisão de encerrar o que chamou de "ineficaz e não cumprido 'Acordo de Concessão' de Biden". O presidente americano determinou que o acordo será encerrado na data da opção de renovação prevista para 1º de março de 2025.