De quem Pablo Marçal está tirando mais votos em SP, segundo as pesquisas?

Política
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De acordo com a última rodada de pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo, o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB) foi o único candidato a crescer em menções de voto nas últimas duas semanas.

Nesta semana, foram divulgados os levantamentos de AtlasIntel, Datafolha e Paraná Pesquisas sobre o panorama eleitoral na capital paulista. Cada instituto utiliza metodologias próprias, e os índices obtidos por cada organização não são comparáveis entre si. Contudo, o prognóstico sobre o ex-coach é o mesmo nas três pesquisas: levando-se em conta as respectivas margens de erro dos levantamentos, o candidato do PRTB foi o único entre os postulantes a prefeito a obter ganho real de intenção de voto, ou seja, crescer em citações num índice acima da respectiva margem de erro.

Outra conclusão comum às três pesquisas é que, com o ganho obtido nos índices de intenção de voto, Marçal já figura em empate técnico com os líderes dos levantamentos. Na pesquisa AtlasIntel, o empate técnico é apenas com Ricardo Nunes (MDB), enquanto Guilherme Boulos (PSOL) figura na liderança, isoladamente; no levantamento do Datafolha e do Paraná Pesquisas, o empate dentro da margem de erro é triplo, entre Nunes, Boulos e Marçal.

Os institutos de pesquisa não concluem, por si só, qual candidato está perdendo intenções de voto em detrimento de outros. A segmentação realizada é feita por critérios como gênero, faixa etária, ocupação econômica, religião e, em alguns casos, até por ideologia política. Como o objetivo da pesquisa é estimar o comportamento do eleitorado, a demografia é importante para a obtenção de uma amostra fiel ao perfil da população.

Feita a ressalva, no caso de Pablo Marçal, a série histórica das pesquisas demonstra que o candidato do PRTB está ocupando espaços deixados pela retração nos índices de Ricardo Nunes e do apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB). Essa conclusão é compartilhada pela própria campanha do emedebista, na qual vigora a discussão pelo rumo que o prefeito da capital paulista adotará a partir daqui. Assessores de Jair Bolsonaro (PL) sugeriram a Nunes mais acenos ao ex-presidente, mas o mandatário resiste.

A tendência ascendente de Marçal pode ser explicada com os cruzamentos demográficos de cada levantamento, que indicam que o ex-coach cresce em ritmo mais acelerado que os demais postulantes à Prefeitura entre eleitores homens, evangélicos, de classe média e que possuem preferência política por Jair Bolsonaro e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Marçal cresce no espaço de quem? Veja as pesquisas:

AtlasIntel

No âmbito geral, a pesquisa AtlasIntel divulgada em 21 de agosto atestou que, com 16,3% de menções, Pablo Marçal cresceu 4,9 pontos porcentuais desde a última medição. No mesmo período, Guilherme Boulos, que tinha 32,7%, caiu 4,2 pontos porcentuais, e Ricardo Nunes, com 24,9%, recuou 3,1 pontos.

Segundo o levantamento AtlasIntel, portanto, Marçal está ganhando votos diante da retração de Boulos e de Nunes. Por meio da segmentação da pesquisa, é possível observar em quais estratos do eleitorado a migração de votos foi mais intensa.

No dia 8 de agosto, o ex-coach tinha 13,6% de intenções de voto na faixa etária de 35 a 44 anos, enquanto Boulos liderava o segmento, com 33,2% de menções. Em duas semanas, Marçal cresceu 9,9 pontos porcentuais no grupo, indo a 25,5%; o candidato do PSOL, por sua vez, recuou 11,8 pontos porcentuais, indo a 21,4%.

Em desfavor de Ricardo Nunes, houve forte crescimento de Marçal entre os evangélicos: em duas semanas, o ex-coach saiu de 22,1% para 36,8% de intenções de voto no grupo, e o prefeito caiu de 36,6% para 23,0%. Movimento semelhante ocorreu no eleitorado de classe média, composto, segundo o instituto AtlasIntel, por indivíduos com renda familiar de R$ 3 mil a R$ 5 mil mensais: Marçal foi de 15,4% a 30,4% e o prefeito, de 29,3% a 14,1%.

O levantamento AtlasIntel questionou, de forma online, 1.803 paulistanos de 16 anos ou mais entre os dias 15 e 20 de agosto. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais, e o índice de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a identificação SP-02504/2024.

Datafolha

A pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, 22, também atesta o crescimento de Marçal. O prognóstico de quem está perdendo espaço para o ex-coach, contudo, é distinto: segundo o âmbito geral do levantamento, Guilherme Boulos mantém seus índices de intenção de voto estacionários, enquanto o influenciador digital ganha diante da retração de Nunes e de Datena.

Desde o último levantamento, Marçal elevou em sete pontos percentuais suas intenções de voto, indo de 14% a 21%, enquanto o prefeito caiu de 23% para 19% e o tucano, de 14% para 10%.

Entre os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro no último pleito, em 2022, 44% afirmaram ao Datafolha que pretendem votar em Marçal, enquanto outros 30% disseram que escolherão Nunes. O cenário inverte o que foi constatado pela última pesquisa do instituto, divulgada em 8 de agosto: naquele momento, o ex-coach tinha 29% entre bolsonaristas, enquanto o prefeito era a opção de 38% do grupo.

A lógica se repete entre quem votou em Tarcísio de Freitas para governador em 2022. Entre os eleitores do chefe do Executivo paulista, o ex-coach detém 41% das preferências, e Nunes, 28%. No dia 8 de agosto, Marçal tinha 25% nesse segmento, enquanto o prefeito era escolhido por 42%.

O Datafolha ouviu 1.204 eleitores paulistanos entre os dias 21 e 22 de agosto. A margem de erro é de três pontos porcentuais, e o índice de confiança, de 95%. O levantamento está registrado no TSE sob o número SP-08344/2024.

Paraná Pesquisas

De acordo com levantamento do Paraná Pesquisas divulgado nesta sexta-feira, 23, Nunes registra 24,1% das intenções de voto, em empate técnico com Boulos, que soma 21,9%. Pablo Marçal, por sua vez, aparece com 17,9%, configurando um empate técnico com o candidato do PSOL, mas não com o emedebista.

A margem de erro do levantamento é de 2,6 pontos percentuais, para mais ou para menos. Considerando a margem, Nunes e Boulos oscilaram para baixo desde a última pesquisa, divulgada em 8 de agosto: o prefeito recuou um ponto percentual e Boulos, 1,3%. Enquanto isso, no mesmo período, Pablo Marçal subiu 5,4 pontos.

Há de se observar que, no levantamento anterior, Marçal estava numericamente atrás de José Luiz Datena: o ex-coach detinha 12,5% e o tucano, 15,9%. Agora, enquanto o empresário foi a 17,9%, o jornalista caiu para 13,2%.

O núcleo de intenção de votos em Datena está no eleitorado com grau de instrução até os ensinos fundamental e médio. Ainda que o apresentador de TV se mantenha representativo no estrato, Marçal subiu e já figura em empate técnico com o candidato do PSDB, incomodando-o em seu "core" eleitoral.

No levantamento anterior do Paraná Pesquisas, Datena era citado por 20,8% dos entrevistados com formação até o ensino fundamental, enquanto Marçal era a opção de 5,3% do segmento. Em duas semanas, Datena oscilou para baixo nesse grupo, indo a 19,5%, enquanto o ex-coach cresceu 7,3 pontos porcentuais, indo a 12,6%. Ou seja: o apresentador de TV manteve-se estacionário, e o influenciador está em ascensão.

Fenômeno similar ocorre no eleitorado com grau de instrução até o ensino médio: há duas semanas, eram 17,3% os que votariam em Datena, e 14,8% os que preferiam Marçal, configurando empate técnico. A vantagem, agora, é de Marçal, que é opção de 20,7% dos entrevistados do grupo, enquanto o tucano é o candidato de 15,6%.

O Paraná Pesquisas ouviu 1.500 eleitores por meio de entrevistas pessoais entre os dias 19 e 22 de agosto. A margem de erro é de 2,6 pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número SP-06659/2024.

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O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, optou nesta segunda-feira, 3, por pausar toda a ajuda militar à Ucrânia. A pausa ocorre dias depois de um bate-boca entre Trump e o presidente ucraniano na Casa Branca.

Um funcionário da Casa Branca afirmou à Associated Press que a pausa na ajuda deve continuar até que Zelenski esteja disposto a negociar um acordo de paz com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Segundo o funcionário, trata-se de uma "revisão" para entender se a ajuda a Kiev estava "contribuindo para que a solução seja encontrada".

De acordo com informações da Agência Bloomberg, todo o equipamento militar dos EUA que estiver a caminho de Kiev não seria entregue aos ucranianos, incluindo armas em trânsito.

Pausa foi decidida depois de reunião com gabinete

Segundo informações do jornal Washington Post, a decisão foi tomada em uma reunião na Casa Branca nesta segunda-feira, 3, que incluiu o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Defesa Pete Hegseth, a diretora de Inteligência Nacional Tulsi Gabbard e o enviado para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

A medida segue uma ordem dada na semana passada por Hegseth para que o Comando Cibernético dos EUA suspendesse as operações ofensivas de informação e cibernética contra a Rússia enquanto as negociações para encerrar a guerra estiverem em andamento.

A decisão sobre a ajuda militar ocorre no mesmo dia em que Trump afirmou durante uma entrevista coletiva que Zelenski deveria "apreciar mais" a ajuda econômica e militar que Washington forneceu a Kiev ao longo dos três anos da guerra da Ucrânia. O republicano também acusou Zelenski de não querer realizar um acordo para acabar com a guerra.

"Se uma pessoa não quer fazer um acordo, ela não vai ficar muito tempo em evidência. O povo ucraniano quer um acordo, eles sofreram mais do que qualquer um", apontou Trump.

Mais cedo, Trump voltou criticar Zelenski após o presidente ucraniano afirmar que a guerra entre Ucrânia e Rússia estava "muito longe de acabar".

Discussão

Este é mais um capitulo da polemica entre os dois líderes que começou na sexta-feira, 28, após uma discussão no Salão Oval da Casa Branca. O bate-boca foi iniciado por discordâncias envolvendo um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Durante o encontro, o presidente dos Estados Unidos pediu que a Ucrânia aceitasse "concessões".

Zelenski, por sua vez, exigiu que não houvesse condescendência com o presidente russo, a quem chamou de "assassino", e mostrou fotos da guerra iniciada há três anos, após a invasão de seu país. De repente, o tom mudou. O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, interveio, defendendo a "diplomacia" - o pontapé da discussão.

Após o diálogo tenso, Trump publicou um comunicado em suas redes sociais no qual disse que o ucraniano Volodmir Zelenski não está pronto para uma paz que envolva a participação americana. "Tivemos uma reunião muito significativa na Casa Branca hoje. Aprendemos muito que jamais poderia ser entendido sem uma conversa sob tanto fogo e pressão", escreveu o presidente em sua plataforma de mídia social, o Truth Social.

O presidente ucraniano havia viajado a Washington para assinar um acordo que permitiria que os Estados Unidos explorassem terras raras da Ucrânia. Mas após a briga, o acordo foi cancelado e Zelenski foi expulso da Casa Branca.

Ajuda dos EUA a Ucrânia

Em diversas ocasiões, Trump reclamou que os EUA forneceram cerca de US$ 350 bilhões em ajuda econômica e militar à Ucrânia ao longo dos três anos de guerra, mas na realidade os números são bem mais baixos.

O valor da ajuda de Washington para a Ucrânia até agora foi de US$ 120 bilhões (cerca de R$ 693 bilhões na cotação atual), segundo dados do Instituto Kiel para a Economia Mundial (IfW Kiel).

A ajuda militar fornecida por Washington consistiu em mísseis Patriot, mísseis Atacms, HIMARS (Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade), munições antidrones e minas terrestres antipessoal.(Com agências internacionais)

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, optou nesta segunda-feira, 3, por pausar toda a ajuda econômica e militar à Ucrânia. A pausa ocorre dias depois de um bate-boca entre Trump e o presidente ucraniano na Casa Branca.

Um funcionário da Casa Branca afirmou à Associated Press (AP) que a pausa na ajuda deve continuar até que Zelenski esteja disposto a negociar um acordo de paz com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O oficial apontou que todo o equipamento militar dos EUA que estiver a caminho de Kiev não seria entregue aos ucranianos, incluindo armas em trânsito. Segundo o funcionário, trata-se de uma "revisão" para entender se a ajuda a Kiev estava "contribuindo para que a solução seja encontrada".(Com AP)

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou no domingo, 2, que a guerra entre Rússia e Ucrânia "ainda está muito, muito longe de acabar". As declarações de Zelenski ocorreram depois de um bate-boca com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira, 28, sobre o futuro do conflito. O presidente ucraniano também afirmou que está confiante em uma manutenção do relacionamento entre Kiev e Washington.

"Acho que nosso relacionamento com os EUA continuará, porque é mais do que um relacionamento ocasional", disse Zelenski no domingo à noite, referindo-se ao apoio de Washington nos últimos três anos de guerra. "Acredito que a Ucrânia tem uma parceria forte o suficiente com os Estados Unidos para manter a ajuda militar e econômica", disse ele em um briefing em ucraniano.

O presidente ucraniano se mostrou otimista, apesar da briga diplomática entre países ocidentais que têm ajudado a Ucrânia com equipamentos militares e ajuda financeira. A reviravolta dos eventos é indesejável para a Ucrânia, cujo Exército está tendo dificuldade na luta contra os russos.

Zelenski participou de uma cúpula com líderes europeus em Londres no final de semana. O consenso é que a Europa terá que aumentar o seu financiamento militar e econômico a Ucrânia.

A Europa desconfia dos motivos e da estratégia de Trump para acabar o conflito. Friedrich Merz, o provável próximo chanceler da Alemanha, disse nesta segunda-feira, 3, que não acreditava que a discussão no Salão Oval fosse espontânea.

Merz apontou que assistiu à cena repetidamente. "Minha avaliação é que não foi uma reação espontânea às intervenções de Zelenski, mas aparentemente uma escalada induzida nesta reunião no Salão Oval", disse Merz. "Eu defenderia que nos preparássemos para ter que fazer muito, muito mais pela nossa própria segurança nos próximos anos e décadas", disse ele.

O político alemão afirmou que estava "surpreso" com o tom da discussão, mas que houve "uma certa continuidade no que estamos vendo de Washington no momento".

Trump rebate Zelenski

Após a declaração de Zelenski, Trump rebateu o presidente ucraniano. "Esta é a pior declaração que poderia ter sido feita por Zelenski e os EUA não vão tolerar isso por muito mais tempo!", disse o presidente americano em uma publicação em sua plataforma Truth Social.

"É o que eu estava dizendo, esse cara não quer que haja Paz enquanto ele tiver o apoio dos Estados Unidos", destacou Trump. O presidente americano também afirmou que a Europa não tem capacidade de fornecer ajuda militar suficiente para dar uma chance a Kiev em sua luta contra Moscou. "A Europa, na reunião que teve com Zelenski, declarou categoricamente que não pode fazer o trabalho sem os EUA. Está não é uma grande declaração para ser feita em termos de demonstração de força contra a Rússia".

Discussão

O bate-boca entre Trump e Zelenski começou durante uma reunião aberta para a imprensa no Salão Oval na sexta-feira. O republicano cumprimentou o presidente ucraniano com um aperto de mãos antes de fazer uma piada sobre seu traje de estilo militar. Durante o encontro, o presidente dos Estados Unidos pediu que a Ucrânia aceitasse "concessões".

Zelenski, por sua vez, exigiu que não houvesse condescendência com o presidente russo, a quem chamou de "assassino", e mostrou fotos da guerra iniciada há três anos, após a invasão de seu país. De repente, o tom mudou. O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, interveio, defendendo a "diplomacia" - o pontapé da discussão.

Após o diálogo tenso, Trump publicou um comunicado em suas redes sociais no qual disse que o ucraniano Volodmir Zelenski não está pronto para uma paz que envolva a participação americana. "Tivemos uma reunião muito significativa na Casa Branca hoje. Aprendemos muito que jamais poderia ser entendido sem uma conversa sob tanto fogo e pressão", escreveu o presidente em sua plataforma de mídia social, o Truth Social.

"É incrível o que se revela por meio da emoção, e determinei que o presidente Zelenski não está pronto para a paz se os Estados Unidos estiverem envolvidos, porque ele acha que nosso envolvimento lhe dá uma grande vantagem nas negociações. Não quero vantagem, quero PAZ. Ele desrespeitou os Estados Unidos da América em seu estimado Salão Oval. Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz."

Em meio à discussão, a planejada assinatura de um acordo entre os Estados Unidos e Ucrânia sobre minerais raros não aconteceu, segundo um assessor de imprensa da Casa Branca. O acordo que seria assinado permitiria que os Estados Unidos tivessem acesso recursos do subsolo ucraniano, como exigiu Trump, em compensação pela ajuda militar e financeira desembolsada nos últimos três anos.(Com AP)