'É hora de derrotar os dois candidatos de Bolsonaro em 2024', diz Boulos em SP

Política
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Em comício realizado em São Miguel, zona leste de São Paulo, na tarde deste sábado, 24, o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) nacionalizou a disputa eleitoral ao reforçar a necessidade de "derrotar o bolsonarismo" na capital paulista e alfinetar seus dois maiores adversários da corrida: Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB).

"É hora de derrotar os dois candidatos de Bolsonaro em 2024", declarou Boulos em fala encurtada, por conta da chuva. "O prefeito Nunes está há três anos e meio, é o legado dele é pior que nada". "Do lado de lá, candidato que fez carreira e ganhou a vida dando golpe bancário em aposentado", disse em seguida, referindo-se a Marçal.

"Não vamos deixar o incompetente do Ricardo Nunes governando São Paulo no ano que vem, e não vamos deixar o bandido do Pablo Marçal nem chegar perto da Prefeitura de São Paulo", reiterou o deputado.

Ao contrário do evento realizado pela manhã, no segundo comício teve a presença o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT). O ex-prefeito de São Paulo, em seu discurso, alfinetou Marçal, citando um "sujeito que quer fazer teleférico". "Todo mau-caráter quer se passar por louco, mas não deixa de ser mau-caráter. E tem mau-caráter disputando a Prefeitura", declarou Haddad.

Lula disse que a eleição de Boulos seria um "presente" para ele, ao dizer que o segundo turno seria realizado no dia de seu aniversário, 27 de outubro. "Se me amam mesmo, me deem de presente a eleição de Boulos em outubro."

"Não estou apenas apoiando o Boulos. Estou trabalhando para ele ser o futuro prefeito. Nossos adversários trabalham na calada da noite. Eles trabalham nas redes digitais inventando mentiras", destacou o presidente, e disse que fará tudo o que for possível para Boulos vencer o pleito.

Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, também estiveram no comício desta tarde. Marta Suplicy (PT), candidata a vice na chapa de Boulos, fez discurso típico de campanha, reforçando seus principais feitos enquanto prefeita da cidade.

A presença de Lula nos eventos deste sábado é percebida como uma tentativa de atrelar cada vez mais a imagem do antigo líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) à imagem do presidente. Em contrapartida, o principal adversário de Boulos, Ricardo Nunes, encontra resistência ao tentar se mostrar como o único candidato apoiado pelo opositor do petista, Jair Bolsonaro (PL), já que Marçal também disputa o eleitorado bolsonarista de São Paulo.

Lula mandou recado a petistas

Pela manhã, o presidente Lula participou de outro comício de Boulos. Nele, levou três ministros de seu governo. No discurso, Lula mandou um recado o PT, avisando que a candidatura do PSOL também deve ser abraçada como se fosse uma candidatura dos petistas. "A gente tem que tratar o Boulos não como um candidato do PSOL, mas candidato do PT, do PSOL, do PCdoB, do PV, do PDT, de todos os partidos". afirmou, lembrando: "Essa é a primeira vez que venho a São Paulo para pedir voto para um candidato que não é do PT".

Pela primeira vez, os petistas não têm candidato próprio à Prefeitura de São Paulo. Em 2020, Jilmar Tatto teve baixo desempenho e nem sequer foi ao segundo turno, que acabou disputado entre Boulos e Bruno Covas (PSDB). Neste ano, diante da popularidade do nome do PSOL, os petistas venceram a resistência do grupo de Tatto e embarcaram na campanha do aliado com Marta como vice.

Junto com Lula foram os ministros do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e do Meio Ambiente, Marina Silva. Inicialmente era esperada a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas ele não compareceu.

Em seu discurso pela manhã, Boulos afirmou que, se eleito, contará com parcerias com o governo federal para investimentos na cidade e mirou sobretudo nos adversários que estão empatados com ele na liderança da corrida, segundo a última pesquisa Datafolha: o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o coach Pablo Marçal (PRTB).

"Eu não vou deixar um prefeito incompetente como o Ricardo Nunes continuar naquela cadeira ano que vem. E também não vou deixar um bandido como o Pablo Marçal chegar perto da Prefeitura de São Paulo. Que vá lá para Goiás", discursou Boulos.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, recepcionaram o presidente da China, Xi Jinping, no Palácio Itamaraty na noite desta quarta-feira, 20. A recepção ocorre após ambos terem se reunido e firmado 37 acordos, porém, sem adesão formal à nova Rota da Seda.

A chegada ocorreu por volta das 18h40. Após a recepção de Lula e Janja, o líder chinês cumprimentou o vice-presidente Geraldo Alckmin, a segunda dama, Lu Alckmin, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco, e a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco do Brics, Dilma Rousseff. Também estão previstos ministros e autoridades no jantar.

O dia de Lula foi focado na visita do chinês. Às 10h, o petista recepcionou o líder no Palácio da Alvorada, que foi seguida de uma reunião bilateral entre ambos e, depois, um encontro ampliado. No começo da tarde, houve uma agenda de assinatura de atos e uma coletiva de imprensa.

Entre os acordos assinados hoje, está uma parceria conjunta de investimentos criada sob medida para evitar os desgastes geopolíticos que uma adesão plena à Iniciativa Cinturão e Rota (conhecida como a Nova Rota da Seda) poderia trazer ao País. Na prática, isso quer dizer que os dois países desenvolverão projetos e investimentos conjuntos.

Do lado chinês, a parceria contará com a execução, no Brasil, de alguns projetos presentes na Rota da Seda. Já do lado brasileiro, estão previstas parcerias com o plano Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Rotas da Integração Sul-Americana e o Plano de Transformação Ecológica.

Discursos

Na fala desta manhã, Xi Jinping pediu apoio de Lula para que o Brasil defenda o "verdadeiro multilateralismo" ante a "confrontação" e a "hegemonia", na esteira da eleição do ex-presidente Donald Trump nos Estados Unidos. O líder chinês realiza uma visita de Estado a Brasília e discursou no Palácio da Alvorada. O petista disse que ambos países privilegiam o diálogo em um mundo de conflitos e tensões.

"A China está disposta a trabalhar com o Brasil para defender firmemente o verdadeiro multilateralismo. Juntos, vamos emitir uma voz alta da nova era e buscar desenvolvimento, cooperação e justiça em vez de pobreza, confrontação e hegemonia. E vamos construir um mundo melhor", afirmou o líder, sem menção direta ao norte-americano.

Um navio chinês que navegou sobre dois cabos de dados rompidos no Mar Báltico, no período em que foram cortados, foi parado pela marinha dinamarquesa. A ação faz parte de uma investigação internacional sobre o que a polícia diz ser um possível ato de sabotagem.

Os dois cabos de dados de fibra óptica foram rompidos no domingo e na segunda-feira, causando pequenas falhas no tráfego da Internet e desencadeando uma operação envolvendo investigadores na Suécia, Dinamarca, Finlândia e Alemanha, de acordo com várias autoridades.

A detenção de uma embarcação estrangeira sem um mandado é incomum. No entanto, um artigo raramente usado em uma convenção centenária poderia dar aos dinamarqueses a autoridade legal para deter o Yi Peng 3, disse Kenneth Øhlenschlæger Buhl, analista militar e especialista em direito marítimo do Royal Danish Defense College.

Várias autoridades familiarizadas com a investigação disseram que a Rússia é suspeita de estar por trás da sabotagem, e que seus agentes poderiam ter usado o navio registrado na China para fornecer uma negação plausível. Duas autoridades disseram que era improvável que o governo chinês estivesse ciente da conspiração.

Hoje, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou o envolvimento da Rússia, dizendo que era "absurdo" apontar o dedo para a Rússia na ausência de provas.

O presidente da China, Xi Jinping, deixou o Palácio Itamaraty após jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que durou cerca de 1h30. O petista não quis falar com a imprensa, mas disse que irá marcar um café com jornalistas para uma conversa.

A agenda de hoje à noite ocorreu após ambos terem se reunido e firmado 37 acordos, porém, sem adesão formal à nova Rota da Seda. Além dos chefes de Estado, diversos ministros e autoridades participaram do jantar.

O dia de Lula foi focado na visita do chinês. Às 10h, o petista recepcionou o líder no Palácio da Alvorada, ato que foi seguido de uma reunião bilateral e, depois, um encontro ampliado. No começo da tarde, houve uma agenda de assinatura de atos e uma coletiva de imprensa.

Entre os acordos assinados hoje, está uma parceria conjunta de investimentos criada sob medida para evitar os desgastes geopolíticos que uma adesão plena à Iniciativa Cinturão e Rota (conhecida como a Nova Rota da Seda) poderia trazer ao País. Na prática, isso quer dizer que os dois países desenvolverão projetos e investimentos conjuntos.

Do lado chinês, a parceria contará com a execução, no Brasil, de alguns projetos presentes na Rota da Seda. Já do lado brasileiro, estão previstas parcerias com o plano Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Rotas da Integração Sul-Americana e o Plano de Transformação Ecológica.