Datena adere à reação contra Pablo Marçal lembrando 'farinata' de João Doria

Política
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O apresentador e candidato à Prefeitura de São Paulo José Luiz Datena aderiu à reação contra o adversário Pablo Marçal (PRTB), que cresceu nas pesquisas eleitorais, relembrando o episódio da proposta de uso da "farinata" por João Doria, ex-governador paulista pelo PSDB.

Datena publicou um vídeo nesta segunda-feira, 26, citando a sugestão do atual coordenador do plano de governo de Marçal, Filipe Sabará (Republicanos), de servir o composto feito com base em alimentos próximos à data do vencimento nas merendas escolares da capital, na época em que compunha a gestão de Doria na Prefeitura de São Paulo, como secretário de Assistência e Desenvolvimento Social.

"Veja com quem tu andas que eu direi quem tu és", disse o tucano criticando a sugestão de Sabará de "servir comida de cachorro" para os estudantes. "É brincadeira, com tanta criança morrendo de fome em São Paulo e no Brasil, você ter do seu lado quem pensa desse jeito", afirmou o candidato do PSDB. Procurado pelo Estadão, Doria não quis se manifestar sobre a publicação de Datena.

A "farinata" gerou polêmica durante a gestão do tucano João Doria. Em 2017, o Programa de Alimentação Solidária incluiu o composto produzido a partir de alimentos que estariam perto da data de vencimento e processado em formato de biscoito e macarrão como item da merenda das escolas municipais da capital paulista.

O uso do composto foi criticado por especialistas e questionado pelo Ministério Público Estadual (MPE). Na época, Doria chegou a discutir com a oposição, afirmando que a proposta havia sido alvo do "aspecto ideológico" após as manifestações do PT e PSOL. A proposta fez com que um grupo de mães de alunos organizasse um ato na Avenida Paulista em protesto contra a distribuição da "farinata". Após a repercussão negativa, o ex-prefeito pelo PSDB recuou e desistiu de utilizar o composto nas merendas um dia depois do anúncio.

Adversários tentam barrar crescimento de Marçal

Com o crescimento de Pablo Marçal nas pesquisas de intenção de voto, os adversários do candidato tentam barrar o avanço do ex-coach com publicações nas redes sociais sobre os processos e escândalos que envolvem o postulante do PRTB. Tabata Amaral (PSB) produziu vídeos citando a condenação de Marçal por envolvimento com uma quadrilha que desviava dinheiro de contas bancárias e relacionando o ex-coach ao crime organizado.

As publicações têm como objetivo "expor quem é Pablo Marçal" e ampliar a visibilidade da candidata nas redes sociais, evitando que o adversário domine o espaço.

Guilherme Boulos (PSOL) também publicou vídeos contra Marçal após receber críticas de apoiadores que reclamaram da inércia do psolista. Nas publicações, Boulos representou integrantes do PRTB e MDB com cápsulas de projéteis de fuzil e mencionou as acusações de envolvimento do presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, com o crime organizado.

Já o prefeito Ricardo Nunes chamou Marçal de 'moleque lacrador' e diz que partido dele está envolvido 'até o nariz' com PCC nesta segunda-feira. O ex-coach não se manifestou.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.