Horário eleitoral em SP começa com ataque de Boulos a Pablo Marçal, ignorado pelos demais

Política
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O candidato do PSOL na disputa pelo comando da Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, destinou parte de seu primeiro programa eleitoral de rádio nesta sexta-feira, 30, para atacar o influenciador Pablo Marçal (PRTB), que não terá espaço na propaganda gratuita. O candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o único dos concorrentes no pleito paulista a citar o ex-coach, que registrou um avanço nas intenções de voto apurada nas últimas pesquisas, o que acendeu o sinal de alerta nas campanhas adversárias.

O período de exibição do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV vai até o dia 3 de outubro. As campanhas a prefeito tem 20 minutos de exibição em cada mídia, divididos em dois blocos diários de 10 minutos. A primeira faixa de propaganda foi veiculada no rádio, das 7h às 7h10.

Marçal não terá espaço no horário eleitoral pois seu partido, o PRTB, não atingiu a cláusula de barreira nas eleições gerais de 2022. Além de Marçal, não participam do horário eleitoral Marina Helena (Novo), Bebeto Haddad (Democracia Cristã), João Pimenta (PCO), Altino Prazeres (PSTU) e Ricardo Senese (UP).

Ricardo Nunes

O primeiro bloco exibido foi o de Ricardo Nunes (MDB), que conta com dois terços da minutagem em cada faixa de exibição, tanto no rádio quanto na TV. Como mostrou o Estadão, a coligação em prol da reeleição do prefeito, com mais de uma dezena de partidos, garante a Nunes o horário eleitoral mais dominante em um pleito na capital paulista desde o ano 2000.

Em sua participação no bloco, Ricardo Nunes saudou o ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), de quem era vice. Covas faleceu em maio de 2021, vítima de um câncer no aparelho digestivo. "Eu tive a honra de ser vice-prefeito do Bruno Covas, que infelizmente nos deixou", disse Nunes.

Em seguida, o prefeito destacou que assumiu a Prefeitura da cidade "no momento mais difícil", durante o pico da pandemia de covid-19. O programa também saudou a experiência de Nunes na Câmara Municipal de São Paulo, entre 2013 e 2020, com foco na participação do então vereador na elaboração do orçamento do município.

José Luiz Datena

O apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) fez um ataque velado a Ricardo Nunes, criticando quem "promete o que já não cumpriu". "O que tem de gente contando mentira por aí, batendo no peito e dizendo que vai fazer coisa que não tem coragem para fazer, não está no gibi. Prometem o que já não cumpriram. Mentir é muito mais fácil, não custa nada, falar a verdade custa caro", disse o tucano no bloco.

Tabata Amaral

Ao contrário dos demais candidatos, Tabata Amaral (PSB) não participou diretamente do seu programa no rádio. O áudio veiculado fez menção a problemas na fila do ônibus e de exames médicos e se dirigiu ao ouvinte da periferia da cidade. "Está cansado de morar na periferia e nunca ser prioridade?", disse o locutor do programa do PSB.

A estratégia de Tabata para o horário eleitoral foi adiantada pela Coluna do Estadão. Enquanto publica vídeos com ataques contundentes a Pablo Marçal em suas redes sociais, o tom beligerante não deve ser replicado pela candidata do PSB em suas faixas de exibição no rádio e na TV. Como apurou a coluna, Tabata teme que um ataque ao ex-coach resulte na concessão de direito de resposta a Marçal, o que extinguiria o tempo da candidata no horário eleitoral.

Guilherme Boulos

No início de seu programa, Guilheme Boulos prometeu apresentar propostas para a capital paulista no horário eleitoral. Em seguida, contudo, ao invés de apresentar os projetos, o candidato do PSOL passou a discursar contra Ricardo Nunes e Pablo Marçal.

"Essa eleição vai ser fundamental para o futuro da nossa cidade, porque São Paulo já derrotou o bolsonarismo em 2022 e, agora, essa ameaça vem de novo. A ameaça da incompetência, da grosseria, da desumanidade", disse Boulos.

O candidato do PSOL atacou dois adversários de lados opostos, "mas no mesmo time". "Tem dois candidatos que representam esse projeto. De um lado, o prefeito atual: uma figura covarde, que herdou o cargo faz três anos e meio e só decidiu aparecer agora na véspera da eleição e, mesmo assim, tudo que ele faz é mal feito ou suspeito", disse o deputado federal, referindo-se a Nunes.

"Do outro lado, mas no mesmo time, um candidato oportunista, que tenta iludir as pessoas com discurso de prosperidade, mas que prosperou mesmo foi no mundo do crime. Escolher qualquer um desses dois é entregar São Paulo nas mãos do bolsonarismo e do crime. Nosso caminho é outro, é o da esperança e das oportunidades para todos", disse, em referência a Marçal, sem citar o nome dele.

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Os Emirados Árabes Unidos pediram que Israel não tome medidas que possam agravar as tensões no Oriente Médio em declaração divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do país neste domingo, 20. Na declaração, o ministério responsabiliza as autoridades israelenses pela interrupção do cessar-fogo na região e pediu que se abstenham de medidas que possam agravar as tensões. No comunicado, os Emirados Árabes Unidos também afirmam "rejeição categórica a todas as práticas que violem o direito internacional e ameacem levar a uma maior escalada" do conflito na região.

A declaração dos Emirados Árabes Unidos ocorre após ameaças de invasão e fechamento da mesquita de Al-Aqsa, localizada em Jerusalém e foco histórico de tensões entre judeus e muçulmanos. Na declaração, os Emirados Árabes Unidos afirmaram haver necessidade de "proteção total aos locais sagrados islâmicos e cristãos" e de impedir violações no complexo da mesquita.

"Os Emirados Árabes Unidos condenam nos termos mais fortes os apelos extremistas para bombardear a Mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha e cometer violações contra os cristãos em Jerusalém. Também condenam veementemente as violações de Israel contra os cristãos em Jerusalém durante o Sábado Santo, incluindo a negação de acesso às igrejas e agressões físicas, alertando sobre as sérias repercussões dessas práticas arbitrárias, que ameaçam aumentar ainda mais as tensões na região", disse o país na declaração emitida pelo Ministério das Relações Exteriores.

Por fim, os Emirados Árabes Unidos apelaram à comunidade internacional por esforços para alcançar uma paz abrangente com base em dois Estados. A manifestação ocorre também depois de novos ataques das forças israelenses no Líbano, com Israel intensificando as ações militares na região.

Os Emirados Árabes Unidos são um dos países que atuam como mediadores do conflito em Gaza.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou neste domingo, 20, que as forças ucranianas lançaram ataques noturnos na região de Donetsk, apesar do cessar-fogo de Páscoa. "Durante a noite do #CessarFogoPáscoa, o regime de Kiev lançou 48 drones, incluindo um sobre a Crimeia. Tropas ucranianas atingiram posições russas com armas e canhões 444 vezes e realizaram 900 ataques com drones do tipo quadricóptero", informou o ministério em publicação na rede social X.

Segundo o ministério, houve "mortos e feridos entre a população civil". O ministério afirma que as tropas russas observaram rigorosamente o cessar-fogo. Autoridades instaladas pela Rússia na região ucraniana parcialmente ocupada de Kherson também disseram que as forças ucranianas continuaram seus ataques.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou no sábado uma trégua temporária nos ataques pelo exército russo durante o fim de semana de Páscoa. De acordo com o Kremlin, o cessar-fogo durará das 18 horas, horário de Moscou, de sábado, até a meia-noite do domingo de Páscoa.

Putin não ofereceu detalhes sobre como o cessar-fogo seria monitorado ou se abrangeria ataques aéreos ou batalhas terrestres, que ocorrem 24 horas por dia.

No sábado, poucas horas após anunciar o cessar-fogo, Putin participou de uma missa de Páscoa na Catedral de Cristo Salvador, em Moscou, liderada pelo Patriarca Kirill, chefe da Igreja Ortodoxa Russa e defensor da guerra na Ucrânia. A trégua temporária declarada ocorre em meio à ameaça dos Estados Unidos de abandonarem as negociações para um cessar-fogo entre os países, caso não haja um progresso em breve.

A Ucrânia também acusa a Rússia de não respeitar o cessar-fogo. Desde que a trégua temporária foi anunciada por Putin, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirma que as ações militares russas continuam.

Mais cedo, Zelensky acusou a Rússia de violar o cessar-fogo e contabilizou 26 ataques em 12 horas. O governo ucraniano propõe a extensão do cessar-fogo para 30 dias após a Páscoa.

*Com informações da Associated Press

Opositores do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizaram protestos em várias cidades dos Estados Unidos no sábado, 19, denunciando o que classificam como "ameaças aos ideais democráticos do país". Os organizadores afirmam se opor ao que chamam de violações dos direitos civis e constitucionais de Trump, incluindo os esforços para deportar dezenas de imigrantes e reduzir o governo federal, demitindo milhares de funcionários públicos e efetivamente fechando agências. Os protestos acontecem apenas duas semanas após manifestações semelhantes em todo o país.

As manifestações incluíram uma marcha pelo centro de Manhattan e um comício em frente à Casa Branca. Em Boston, manifestantes se concentraram na reconstituição das Batalhas de Lexington e Concord, alegando que o país vive um momento perigoso para sua liberdade.

Em Denver, centenas de manifestantes se reuniram no Capitólio do Estado do Colorado com faixas expressando solidariedade aos imigrantes e dizendo ao governo Trump: "Tirem as Mãos!". Milhares de pessoas também marcharam pelo centro de Portland, Oregon, enquanto em São Francisco, centenas soletraram as palavras "Impeach & Remove" em uma praia de areia ao longo do Oceano Pacífico, também com uma bandeira dos EUA de cabeça para baixo. As pessoas protestaram pelo centro de Anchorage, Alasca, com cartazes feitos à mão listando os motivos pelos quais estavam protestando.

Em outros lugares, protestos foram planejados em frente a concessionárias da Tesla contra o bilionário e conselheiro de Trump, Elon Musk, e seu papel na redução do governo federal. Outros organizaram eventos mais voltados para o serviço comunitário, como campanhas de arrecadação de alimentos, palestras e trabalho voluntário em abrigos locais.

Em Washington, manifestantes citavam preocupações com as ameaças aos direitos ao devido processo legal, protegidos pela Constituição, à Previdência Social e a outros programas federais de segurança. Em Columbia, Carolina do Sul, centenas de pessoas protestaram na sede do governo estadual segurando cartazes com slogans como "Lute Ferozmente, Harvard, Lute".E em Manhattan, manifestantes se reuniram contra as contínuas deportações de imigrantes enquanto marchavam da Biblioteca Pública de Nova York em direção ao Central Park e passavam pela Trump Tower. Fonte: Associated Press