Promotoria diz que vereador Dunga tem ligação com PCC na 'esquina maluca' de Araçatuba

Política
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O Ministério Público de São Paulo vê "perigosa proximidade" entre o PCC e o vereador Antônio Edwaldo Dunga Costa (União Brasil), policial civil aposentado que já foi cinco vezes presidente da Câmara de Araçatuba, no interior, cidade localizada a 510 quilômetros da capital paulista. Dunga é diretor da Associação dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo.

O Estadão pediu manifestação do gabinete de Dunga. O espaço está aberto.

Nesta sexta-feira, 6, a Promotoria e um forte aparato policial deflagraram a Operação 'Ligações Perigosas', para apurar o "grau de penetração" da facção no mandato de Dunga. Promotores e policiais militares e civis saíram às ruas para cumprir 35 ordens de prisão temporária e vasculhar 104 endereços em 13 cidades de São Paulo e de Mato Grosso do Sul.

Os investigadores suspeitam que Dunga "se envolve diretamente em questões afetas ao crime organizado" na região de Araçatuba. A Promotoria vê infiltração do PCC na 'cena política' da região.

Segundo os promotores do Gaeco - braço do MP que combate o crime organizado - há evidências de que um assessor próximo de Dunga - Paulo Giovane de Aguilar - seria integrante do PCC.

Aguilar teria atuação direta no tráfico de drogas na cidade, "tudo com o conhecimento do vereador e sua complacência". O Estadão busca contato com a defesa.

A investigação atribui a Aguilar relação com a 'Esquina Maluca', boca de venda de drogas do PCC em Araçatuba situada a "poucos metros" de duas escolas municipais.

Aguilar foi preso nesta sexta-feira, 6, assim como seu irmão, que também integraria o PCC. Ambos são investigados sob a acusação de tráfico e associação para o tráfico de drogas e organização criminosa.

O MP destaca citações a um outro assessor de Dunga em interceptações telefônicas da Operação Ligações Perigosas. Esse outro aliado do vereador, identificado apenas como Arlindo, seria próximo de traficantes da "Esquina Maluca". Ele teria a tarefa de cuidar de um dos líderes da biqueira.

A Promotoria vê indícios de que Arlindo ofereceu uma arma de fogo a um traficante - o que os investigadores visam esclarecer com as buscas realizadas nesta sexta.

Dunga entrou na mira do Ministério Público de São Paulo após seu nome ser mencionado por Felipe Malaquias, o 'Cocão', apontado como responsável pelo 'Progresso' do PCC - tráfico de drogas - em São José, um bairro de Araçatuba.

Em uma conversa, Felipe citou Arlindo, que estaria dando apoio ao irmão de Paulo Aguilar, que é um dos alvos da Operação 'Ligações Perigosas' sob suspeita de "envolvimento direto" com o PCC e o tráfico de drogas.

Seu irmão, o "Lê" ou "Jogador", é integrante do PCC e um dos líderes do tráfico na 'Esquina Maluca', sustenta a Promotoria. Seu grupo rivaliza com os traficantes do 'Paredão', controlados por outra família.

Segundo o MP, Aguilar é associado ao irmão e outros traficantes da 'Esquina Maluca'. A Promotoria cita uma 'guerra' entre as duas quadrilhas, envolvendo tentativas de homicídio e um "ciclo de vingança" que gerou uma onda de mortes na cidade e na região.

Os promotores do Gaeco dão ênfase a uma ligação interceptada no dia 12 de julho, quando Aguilar relata uma tentativa de homicídio ligada à guerra pelo controle do tráfico de drogas no bairro São José. Segundo a Promotoria, o diálogo "demonstra que os principais criminosos do local atuaram de forma ativa na campanha de Dunga, que possui plena ciência da atividade criminosa de Paulo Aguilar e de seu irmão".

Os investigadores também resgataram uma conversa em que Aguilar repassa um pedido de 'Malaquias', liderança do PCC e da 'Esquina Maluca', a Dunga.

Grampos telefônicos também fizeram a Promotoria levantar suspeitas sobre outros crimes atribuídos a Dunga. Segundo o MP, o vereador usa seu cargo e consegue favores a terceiros por meio da influência que teria na prefeitura de Araçatuba.

Os investigadores citam casos em que o parlamentar teria interferido para agilizar um exame criminológico e atuado para liberar a vistoria de um prédio.

De acordo com o MP, as conversas indicam a possibilidade de atos de improbidade e crimes contra a administração pública praticados por Dunga.

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Jatos israelenses atingiram os subúrbios do sul de Beirute nesta quarta-feira, 16, pela primeira vez em seis dias, informou a mídia estatal libanesa. Pelo menos cinco pessoas morreram após o ataque, incluindo prefeito de Nabatieh, Ahmad Kahil.

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O relatório concluiu que as violações dos direitos humanos perpetradas durante o período eleitoral seguem o padrão de ataques generalizados e sistemáticos contra a população civil, para silenciar, sufocar e desencorajar a oposição, o mesmo tipo de repressão identificada em relatórios anteriores.

Diferença

A missão da ONU, no entanto, chama a atenção para a mudança no perfil das vítimas, que agora vai além dos líderes políticos e atores da sociedade civil. "Após as eleições, a repressão também incluiu o público em geral, alvo simplesmente por demonstrar discordância com as posições do governo ou com os resultados da eleição."

Nem os menores escaparam das prisões. "A missão obteve informações sobre a detenção de 158 menores de idade (130 meninos e 28 meninas), acusados de crimes graves, como terrorismo. Este é um fenômeno novo que preocupa."

Os observadores destacam ainda o envolvimento das forças de segurança nas violações dos direitos humanos. "Principalmente detenções arbitrárias; uso excessivo da força para reprimir protestos, às vezes em colaboração com grupos civis armados; tratamento cruel, desumano ou degradante; além de violência sexual e baseada em gênero".

Nessas detenções arbitrárias, há violações sistemáticas do devido processo legal: sem mandado, sem base legal clara ou sem que o preso soubesse a razão de estar sendo levado. A análise é acompanhada por casos concretos, como relatos de detidos ameaçados, inclusive com atos de tortura, para confessar crimes graves - o que tende a elevar as penas.

Críticas

A missão foi estabelecida pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2019 para apurar possíveis violações na Venezuela e teve o mandado renovado para dar continuidade às investigações.

A ditadura de Maduro vem em uma escalada autoritária desde que se comprometeu a realizar eleições contra uma oposição unida e fortalecida. Durante o processo, impediu o registro de candidatos, prendeu críticos e praticamente impediu que os imigrantes venezuelanos se registrassem para votar. Depois, recorreu às instituições cooptadas pelo chavismo para declarar vitória sem nunca apresentar os dados das urnas e reprimiu os protestos contra a fraude.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Elon Musk disse que realizará uma série de discursos na Pensilvânia em um esforço para atrair pessoas para votar em Donald Trump para a eleição dos Estados Unidos. A Pensilvânia é um dos Estados considerados curinga para a vitória no pleito.

"Amanhã à noite (quinta-feira, 17) até segunda-feira, darei uma série de palestras em toda a Pensilvânia", Musk escreveu em um tuíte. "Se você quiser participar de uma das minhas palestras, não há taxa de participação. Você só precisa ter assinado nossa petição apoiando a liberdade de expressão e o direito de portar armas", disse.

Ele não listou os eventos que realizará na Pensilvânia. Os eleitores no Estado podem solicitar cédulas pelo correio em um escritório eleitoral do condado e preenchê-las naquele momento ou enviá-las mais tarde. Fonte: Dow Jones Newswires.