PL irá apoiar presidente da Câmara que pautar anistia aos presos do 8/1, afirmam deputados

Política
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A oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados diz que apoiará algum candidato à presidência da Câmara se essa pessoa se comprometer a pautar a anistia aos presos que participaram dos ataques golpistas contra as sedes dos Três Poderes, no 8 de Janeiro. A proposta de anistia está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e poderá ser votada já nesta terça-feira, 10.

O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, é o partido com o maior número de deputados: são 92, dos 513 - um grupo que pode ser crucial para definir o vencedor da disputa, que ocorrerá em fevereiro de 2025, que ainda não tem franco favorito. Para a grande maioria dos bolsonaristas na Casa, esse indulto é visto como a "pauta mais importante".

O 2º vice-presidente da Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), cobrou que o projeto da anistia seja votado. "Lira precisa pautar (a anistia) ainda este ano para nós", ao site G1. "O PL da Anistia é uma oportunidade de restaurar os direitos daqueles que foram injustamente perseguidos", afirma a presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC). Nikolas Ferreira (PL-MG) reforçou a cobrança no 7 de Setembro. "Se o presidente Lira deseja ter os votos da direita para o seu candidato à presidência da Câmara, que paute ainda este ano a anistia para os presos políticos", afirmou.

A bancada bolsonarista no Congresso planeja demonstrar força após a manifestação do 7 de Setembro, que ocorreu no sábado.7, em São Paulo. A partir desta semana a oposição entra em obstrução, tentando barrar votações de demais projetos no Congresso Nacional.

Essa ação tem o objetivo de pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que paute um pedido de impeachment feito por eles contra ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

"A anistia é a pauta mais importante (para nós)", diz Júlia Zanatta (PL-SC). "Ou aprovamos a anistia ou não tem conversa com quem quer que seja."

Em sua maioria, os bolsonaristas dizem que os detidos por terem participado dos ataques que vandalizaram o Palácio do Planalto, o STF e o Congresso Nacional no dia 8 de janeiro de 2023 são "presos políticos" e que grande parte dos presentes naquele dia nada fizeram.

"Qual foi o crime que a maioria daquelas pessoas cometeram? Nenhum. O pecado do cara foi questionar o resultado da eleição, o que deveria ser normal numa democracia, e andar sobre o gramado na Esplanada dos Ministérios", afirma José Medeiros (PL-MT). "Isso é coisa para 15, 16, 17 anos de cadeia?"

Em manifestação na Avenida Paulista sábado, além dos costumeiros ataques a Moraes, bolsonaristas reforçaram o pedido por anistia.

"Se um bandido é 'descondenado' e assume a Presidência da República e tem a sua liberdade, quanto mais baderneiros também merecem ter a sua liberdade", disse Nikolas Ferreira.

Neste momento a oposição pode se favorecer do cenário de indefinição sobre o futuro presidente da Câmara. O atual chefe da Casa, Arthur Lira (PP-AL), disse que anunciaria quem iria apoiar ainda em agosto, mas o cenário incerto o levou a, até este momento, não tomar uma decisão.

Antes, o favorito era Elmar Nascimento (BA), líder do União na Câmara e um dos parlamentares mais próximos do alagoano. Por enquanto, porém, Lira indica que pode apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB), por ser um candidato de mais consenso na Casa e por ter melhor recepção no governo.

Elmar, porém, sinaliza que não deve abrir mão da candidatura e pode ir para a disputa. O próprio Elmar já sinalizou que poderia pautar a anistia. Foi ele quem articulou para escolher o relator do projeto de lei da anistia aos presos no 8 de Janeiro, que está na CCJ.

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Em resposta ao anúncio de um cessar-fogo de três dias feito pela Rússia para marcar o aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou nesta segunda-feira, 28, o Kremlin de manipulação e exigiu um fim imediato e duradouro à guerra Rússia-Ucrânia.

"Agora, mais uma vez, vemos uma nova tentativa de manipulação: por alguma razão, todos deveriam esperar até 8 de maio e apenas então cessar o fogo, para garantir silêncio para Putin durante o desfile de comemoração do fim da Segunda Guerra", afirmou Zelensky. "Nós valorizamos a vida das pessoas, não desfiles."

O líder ucraniano destacou que qualquer trégua deve ser incondicional e prolongada, não apenas simbólica. "O fogo deve ser interrompido não por alguns dias, para depois voltar a matar, mas sim de forma imediata, completa e incondicional. E por no mínimo 30 dias, para que seja garantido e confiável. Só assim será possível criar uma base para uma diplomacia real", disse.

Zelensky também denunciou novos ataques russos contra civis, mesmo diante dos apelos internacionais pelo fim da guerra. "Mais uma vez, a Rússia atacou um alvo que não tem relação com a guerra, mas com as pessoas. E isso aconteceu em meio às exigências do mundo para que a Rússia encerre esta guerra", afirmou. "Cada novo dia é uma nova e clara prova de que é necessário aumentar a pressão sobre a Rússia, pressionar de forma significativa, para que, em Moscou, sejam obrigados a pôr fim a esta guerra, uma guerra que apenas a própria Rússia quer."

O presidente ucraniano reiterou a disposição do país em buscar a paz, mas acusou a Rússia de sabotar os esforços diplomáticos. "Sempre deixamos claro que estamos prontos para trabalhar o mais rapidamente possível com todos os parceiros que possam ajudar a estabelecer a paz e garantir a segurança. A Rússia rejeita constantemente essas iniciativas, manipula o mundo e tenta enganar os Estados Unidos", afirmou.

O Kremlin afirmou nesta segunda-feira, 28, que as relações com a Coreia do Norte continuarão a se desenvolver "dinamicamente em todas as áreas", após a participação de tropas norte-coreanas no combate a uma incursão ucraniana na região russa de Kursk. Em comunicado oficial, o governo russo destacou que suas Forças Armadas "derrotaram completamente" os grupos ucranianos que invadiram o território, encerrando o que classificou como uma "provocação criminosa" de Kiev.

A Rússia expressou confiança de que os laços entre Moscou e Pyongyang, "aprofundados no campo de batalha", seguirão se fortalecendo. "Estamos certos de que a amizade, a boa vizinhança e a cooperação entre nossas nações se desenvolverão com sucesso e dinamismo em todas as direções", afirmou o texto.

Segundo o Kremlin, unidades do exército da Coreia do Norte participaram ativamente da operação, em conformidade com o "Tratado de Parceria Estratégica Abrangente" assinado entre os dois países em junho de 2024. O comunicado citou o artigo 4 do acordo, que prevê "assistência militar imediata em caso de ataque armado" a uma das partes.

"Os amigos coreanos agiram com base em um senso de solidariedade, justiça e verdadeira camaradagem", destacou o Kremlin, acrescentando que a Rússia está "profundamente grata" ao líder Kim Jong Un, ao governo e ao povo norte-coreano. Moscou também elogiou o "heroísmo, treinamento e dedicação" dos soldados da Coreia do Norte, que lutaram "ombro a ombro" com as tropas russas.

"O povo russo nunca esquecerá o feito dos combatentes de elite coreanos. Honraremos eternamente seus heróis, que deram suas vidas pela Rússia e por nossa liberdade comum, assim como nossos irmãos de armas", concluiu o comunicado.

O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, afirmou neste domingo, 27, que Pequim está acompanhando de perto o desenvolvimento da situação entre a Índia e o Paquistão, reiterando que a China entende as preocupações e apoia a segurança paquistanesa, mas que o conflito não atende aos interesses fundamentais dos países e nem é propício à paz e estabilidade regional.

Wang teve uma conversa telefônica com o vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Ishaq Dar. "Esperamos que ambos os lados consigam exercer moderação, chegar a um acordo e trabalhar para acalmar a situação", disse ele em comunicado.

O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Muhammad Asif, declarou hoje que uma incursão militar da Índia é iminente após um ataque mortal a turistas na Caxemira na semana passada, que resultou na morte de 26 pessoas.

Nesta segunda-feira, 28, pelo menos mais sete pessoas foram mortas e 16 ficaram feridas depois que uma bomba potente explodiu do lado de fora do escritório de um comitê de paz pró-governo em um antigo reduto do Talibã paquistanês, informou a polícia.