Bilionário custeia quase metade de campanha de candidato no interior do Ceará

Política
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O candidato à prefeitura de Iguatu, no Ceará, Roberto Filho (PSDB) recebeu até agora R$ 621,8 mil para a campanha eleitoral - quase a metade, R$ 300 mil, é relativa a uma doação do bilionário Rubens Ometto, fundador do grupo Cosan. É o maior valor doado pelo empresário, que destinou a mesma quantia à candidata a vereadora em Curitiba Rafaela Lupion (PSD). Ao todo, Ometto já repassou mais de R$ 5,1 milhões a candidatos nestas eleições.

Na cidade de 100 mil habitantes no interior cearense, o limite de gastos para os candidatos à prefeitura é de R$ 691,7 mil. Portanto, a doação do bilionário é quase a metade do total que Roberto Filho pode gastar para conquistar o voto do eleitorado do município. Partido do candidato, o PSDB doou a metade do montante destinado pelo empresário para a campanha, R$ 150 mil. Procurado pelo Estadão para comentar a doação, Rubens Ometto não retornou até a publicação deste texto.

O candidato recebeu ainda uma doação de R$ 150 mil de Edson Queiroz Neto, presidente do conselho administrativo do Grupo Edson Queiroz, que tem empresas nos ramos de energia e telecomunicações. Estreante nas eleições, Roberto Filho foi vice-presidente do grupo e deixou o cargo para ingressar na política. Ele se filiou ao PSDB em abril de 2024.

Para divulgar a candidatura a prefeito da cidade de Iguatu, Roberto Filho se apoia na experiência administrativa que adquiriu trabalhando no grupo. "Ao longo dos últimos 20 anos, eu trabalhei, me capacitei. Tenho meu crachá, tenho minha carteira de trabalho assinada. Trabalhando no grupo, aprendi a lidar com pessoas e resolver problemas", afirmou, em vídeo publicado no perfil dele no Instagram.

A família do candidato tem história na política da cidade. O pai dele, Carlos Roberto Costa, foi prefeito em 1993, e morreu durante o mandato em um acidente de carro, e a mãe, Rossana Costa, foi vereadora de 2001 a 2004.

Em 2019, em entrevista à imprensa local, Roberto Filho disse que não pensava em concorrer a um cargo eletivo e que estava "totalmente focado" para realizar o trabalho que os acionistas e o presidente do grupo confiaram a ele.

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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.

Na preparação para a eleição parlamentar nacional, o governo interino de Portugal anunciou que planeja expulsar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem autorização.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, neste sábado, 3, que o governo de centro-direita emitirá aproximadamente 18 mil notificações para que as pessoas que estão no país de maneira ilegal saiam.

O ministro afirmou que, na próxima semana, as autoridades começarão a emitir os pedidos para que cerca de 4,5 mil estrangeiros nesta situação saiam voluntariamente dentro de 20 dias.

A medida foi anunciada às vésperas das eleições parlamentares. O endurecimento das regras de imigração tornou-se uma das principais bandeiras de campanha do governo de centro-direita da Aliança Democrática, que busca a reeleição.

Portugal realizará uma eleição geral antecipada em 18 de maio. O primeiro-ministro, Luis Montenegro, convocou a votação antecipada em março, depois que seu governo minoritário, liderado pelo Partido Social Democrata, conservador, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou.

Portugal foi pego pela onda crescente de populismo na Europa, com o partido de extrema-direita na terceira posição nas eleições do ano passado.