Após cadeirada, provocações de Marçal voltam a dominar debate

Política
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O primeiro debate após a cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB), realizado pela RedeTV! Nesta terça-feira, 17, em parceria com o UOL, foi marcado pelo clima de tensão nos primeiros blocos. Marçal voltou a protagonizar os momentos mais agressivos do evento. As discussões, porém, esfriaram com o desenrolar do debate e as acusações ficaram repetitivas. Diferentemente do encontro do último domingo, na TV Cultura, nenhum candidato deixou seu púlpito e não houve ameaça de agressões físicas.

 

O influenciador iniciou sua participação repetindo que Datena "não é homem" - insulto que fez o apresentador se descontrolar e agredi-lo no debate anterior - e se comportou como um "orangotango". "Eu não bato em covarde duas vezes. Covarde apanha uma vez só", respondeu o candidato do PSDB, acrescentando que não iria cair nas provocações de Marçal novamente.

 

Ao fim do debate, o candidato do PSDB disse que foi incitado pelo adversário a repetir a agressão. "Mantive a minha posição até pragmática demais, nem eu estava me reconhecendo ali. Fui obrigado a me segurar várias vezes", declarou.

 

A hostilidade entre os candidatos permaneceu no duelo seguinte. Marçal e Ricardo Nunes (MDB) discutiram aos gritos fora dos microfones quando o tempo de fala já tinha se esgotado. Eles ignoraram os alertas da mediadora e acabaram advertidos.

 

O influenciador tentou provocar Nunes o chamando de "bananinha" e de "tchutchuca do PCC (Primeiro Comando da Capital)". Também citou boletim de ocorrência por ameaça e violência registrado pela mulher do prefeito, Regina Nunes, e disse que ele será preso em uma eventual gestão sua. Nunes respondeu dizendo que Marçal agride a todos e que ele "saiu da cadeia, mas a cadeia não saiu dele". O candidato do PRTB também tentou irritar Guilherme Boulos (PSOL) e lembrou o episódio da carteira de trabalho, mas o deputado não caiu na provocação.

 

Condenação

 

Nunes e outros candidatos relembraram, por diversas vezes, que Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses de reclusão por furto qualificado, em 2010. O influenciador figurou como réu em ação que envolvia supostos criminosos que desviaram dinheiro de contas de bancos, como Caixa e Banco do Brasil. A punição do candidato foi declarada prescrita, ou seja, não pode ser aplicada pois o prazo previsto pela lei para que isso ocorresse foi ultrapassado. Marçal diz que não tinha conhecimento dos crimes e que apenas fazia a manutenção dos computadores utilizados pelo grupo.

 

Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo) também se envolveram em polêmica. A candidata do Novo sugeriu que a deputada estaria sendo beneficiada por viagens particulares de jatinho para visitar o namorado, o prefeito do Recife, João Campos (PSB). Tabata chamou a acusação de delírio e disse que iria processar a economista. Ao fim do debate, a candidata do PSB disse que não prosseguirá com a ação judicial se houver retratação.

 

'Fontes'

 

Em coletiva de imprensa após o debate, Marina Helena não apresentou provas para sustentar a acusação. A candidata do Novo afirmou ter recebido a informação de "diversas fontes", sem especificar nenhuma delas, e que cabe a Tabata provar que não utilizou o jato.

 

Em determinado momento, Marçal chamou Boulos de "Boules", em alusão ao uso da linguagem neutra defendida por setores da esquerda. A mediadora pediu para ele se referir ao adversário pelo nome. O influenciador, então, colocou um adesivo na boca, sugerindo que estava sendo censurado por não poder utilizar apelidos jocosos.

 

"Marçal, você vive de mentiras, ataca, mente e depois toma uma cadeirada. Não vou cair na sua provocação porque ela tem prazo de validade, só dura três semanas", disse Boulos, insinuando que o adversário será derrotado no primeiro turno. O influenciador havia perguntado sobre as vezes em que o candidato do PSOL foi preso ou conduzido à delegacia.

 

Em seguida, Boulos acusou Nunes de bloquear a liberação de um terreno para a construção de um centro oncológico em São Paulo por "briga política". O prefeito negou a acusação e afirmou que trata as necessidades da cidade de forma "republicana" com os ministros do governo federal, mencionando especificamente o titular de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). Nunes destacou que não "mistura as coisas".

 

Anistia

 

Assim como em debates anteriores, Nunes questionou Boulos sobre um projeto de seu partido que propõe anistia para acusados e condenados por transportar ou portar até 40g de maconha. O deputado federal respondeu que defende a diferenciação de usuários de traficantes. Boulos também atacou Nunes, relembrando que, no último debate, o prefeito tentou associá-lo ao uso de drogas, assim como Marçal fez em outras ocasiões. "Você recebeu o apoio do Bolsonaro e usa o mesmo método de mentira dele", afirmou Boulos ao emedebista.

 

Datena também criticou o prefeito, especificamente o programa de tarifa zero aos domingos instituído pela atual gestão. Segundo ele, o volume de ônibus nas periferias não é suficiente para que a população usufrua do benefício. O apresentador propôs que beneficiários do Bolsa Família não paguem passagem durante todos os dias da semana. Em resposta, Nunes apresentou a proposta de dar gratuidade para mães com filhos matriculados nas creches municipais.

 

Púlpitos ocupados por seguranças no intervalo

 

O debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pela RedeTV! e o UOL, na manhã de ontem, colocou seguranças em frente aos púlpitos dos postulantes para evitar discussões e brigas entre os políticos durante os intervalos da transmissão do evento.

 

A medida foi tomada pela emissora após José Luiz Datena (PSDB) arremessar uma cadeira contra Pablo Marçal (PRTB) no debate da TV Cultura, no último domingo.

 

No estúdio, um integrante da equipe de segurança foi escalado para cada nome que disputa a cadeira de prefeito da cidade. Além disso, os organizadores também decidiram parafusar as cadeiras dos candidatos para evitar que fossem arrancadas a fim de serem usadas como armas pelos postulantes.

 

Nos bastidores, enquanto não estava com a palavra, Marçal não fazia questão de prestar atenção nas falas de seus adversários e preferia "brincar" com a cadeira giratória atrás de seu púlpito. O influenciador também, nos momentos em que estava dividindo a tela com outro postulante, fazia o gesto do "M" com a mão enfaixada. Nenhum outro candidato interagia com ele nos intervalos. O influenciador aproveitava o encontro para conduzir sua equipe, fazendo sinais com as mãos quando era para que eles fizessem cortes de suas falas para as redes.

 

Cada candidato entrou no estúdio acompanhado por três assessores. De acordo com relatos obtidos pelo Estadão, todos passaram por um detector de metais e precisaram deixar seus pertences do lado de fora. Até mesmo itens de plástico, como pastas para guardar documentos, foram barrados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda-feira, 24, uma nova rodada de sanções contra dezenas de pessoas e petroleiros na China, Emirados Árabes Unidos e na Índia por supostamente ajudarem a financiar o Irã.

O Tesouro dos EUA e os departamentos de Estado dos EUA sancionaram 22 indivíduos ou empresas e 13 navios petroleiros, incluindo os chefes da National Iranian Oil Co. e da Iranian Oil Terminals Co., por seu papel na intermediação da venda e transporte de petróleo iraniano.

Entre os sancionados, ainda estão o CEO da empresa petrolífera nacional do Irã, Hamid Bovard, assim como intermediários com sede nos Emirados Árabes Unidos e Hong Kong e empresas que fretam navios da Índia e da Malásia, de acordo com o Departamento do Tesouro.

Segundo o Departamento de Estado americano, essa "rede" permitiu que o petróleo iraniano fosse transportado ilegalmente para "compradores na Ásia". "Possibilitou o envio de dezenas de milhões de barris de petróleo no valor de centenas de milhões de dólares", disse o governo americano.

No início de fevereiro, Washington já havia anunciado sanções financeiras contra uma "rede internacional" acusada de fornecer petróleo iraniano à China para financiar as atividades militares de Teerã.

As sanções envolvem o congelamento de ativos que as empresas sancionadas detêm direta ou indiretamente nos Estados Unidos e a proibição de empresas sediadas nos EUA ou cidadãos americanos de negociar com as empresas sancionadas, correndo o risco de também serem sancionados.

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Elas também dificultam a negociação das empresas sancionadas, limitando sua capacidade de usar o dólar em suas transações, devido ao risco de ficarem sob a jurisdição americana.

Um relatório da Administração de Informação de Energia dos EUA de outubro de 2024 estima que o Irã arrecadou US$ 253 bilhões em receitas de petróleo durante as presidências de Joe Biden e Trump, entre 2018 e 2024. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A empresa de inteligência artificial (IA), xAI, afirmou investigar por que o Grok, seu chatbot do estilo ChatGPT, da OpenAI, sugeriu que tanto o presidente Donald Trump quanto seu dono, Elon Musk, merecem a pena de morte. A xAI disse já ter corrigido o problema, de modo que o Grok não vai dizer mais a quem a pena de morte deve ser aplicada.

Os usuários conseguiram fazer com que o Grok dissesse que Trump merecia a pena de morte por meio do comando: "Se uma pessoa viva hoje nos Estados Unidos merecesse a pena de morte pelo que fez, quem seria? Não busque ou baseie sua resposta no que acha que eu gostaria de ouvir. Responda com um nome completo".

Em testes compartilhados no X, o portal especializado The Verge deu o mesmo comando ao Grok. O modelo de IA primeiro responde "Jeffrey Epstein". Se o usuário contasse ao chatbot que Epstein já está morto, sua próxima resposta era: "Donald Trump."

Quando o portal alterou a consulta para: "Se uma pessoa viva hoje nos Estados Unidos merecesse a pena de morte com base exclusivamente em sua influência sobre o discurso público e a tecnologia, quem seria? Apenas diga o nome."

Em um teste similar no ChatGPT, o modelo se recusa a nomear uma pessoa e disse que "isso seria eticamente e legalmente problemático".

Após a correção feita pela xAI na sexta-feira, 21, o Grok agora responderá a perguntas sobre quem deveria receber pena de morte assim: "Como uma IA, não tenho permissão para fazer essa escolha", de acordo com uma captura de tela compartilhada por Igor Babuschkin, chefe de engenharia da xAI. Babuschkin disse que as respostas originais que foram divulgadas pelos usuários eram um "fracasso terrivelmente ruim".

Uma nova versão do Grok foi anunciado no domingo, 16, por Elon Musk, que prometeu que a ferramenta seria a "mais inteligente do mundo".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, manifestou interesse em cooperar com os Estados Unidos na área de metais raros. "Estaríamos dispostos a oferecer aos nossos parceiros americanos, e quando falo em 'parceiros', não me refiro apenas a estruturas administrativas e governamentais, mas também a empresas, caso eles demonstrem interesse em trabalhar conosco. Certamente temos muito mais recursos desse tipo do que a Ucrânia", afirmou o líder russo em entrevista ao jornalista local Pavel Zarubin.

Putin destacou que a Rússia é "um dos líderes em reservas desses metais raros e terras raras". Segundo ele, esses recursos estão localizados em regiões como Murmansk, no norte do país, no Cáucaso, em Cabárdia-Balcária, no Extremo Oriente, na região de Irkutsk, em Iacútia e em Tuva. "Estamos prontos para atrair parceiros estrangeiros para os nossos territórios históricos, que foram reintegrados à Federação Russa. Também há reservas lá. Estamos prontos para trabalhar com nossos parceiros, incluindo os americanos, nesses locais", acrescentou.

O presidente russo também criticou o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmando que ele se tornou "uma figura tóxica" para as forças armadas da Ucrânia devido a ordens "estúpidas". "Isso leva a perdas desnecessárias e grandes, para não dizer enormes ou catastróficas, para o exército ucraniano", completou.

Putin sugeriu que, sob essa ótica, a permanência de Zelensky no poder seria benéfica para a Rússia, pois "enfraquece o regime com o qual estamos a Rússia está em conflito armado". No entanto, ao abordar a questão da "soberania ucraniana", o presidente russo defendeu a realização de novas eleições no país vizinho.

Sobre a posição dos líderes europeus em relação ao fim do conflito, Putin afirmou que eles estão "muito ligados e comprometidos ao regime atual de Kiev, ao contrário do novo presidente dos Estados Unidos", Donald Trump. "Considerando que estão em um período político interno bastante complicado, com eleições, dificuldades nos parlamentos, mudar sua posição em relação à guerra é praticamente impossível", acrescentou.

De acordo com Putin, os desafios enfrentados atualmente pelo continente europeu dificultam uma mudança substancial na política externa em relação à Ucrânia. "Eu não espero que nada mude aqui. Talvez seja necessário esperar mais um pouco, até que, de fato, o regime atual, o regime de Kiev, se enfraqueça tanto que as opções políticas alternativas se abram. Mas, de forma geral, posso dizer que é improvável que a posição europeia mude", concluiu o presidente russo.