Padre Lancellotti processa Marçal após ser acusado de 'politicagem' e receber apelido jocoso

Política
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O candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, foi acionado na Justiça nesta quarta-feira, 18, pelo padre Júlio Lancellotti depois de dizer em entrevista que o sacerdote "fica usando aquilo ali para politicagem", em uma suposta referência ao trabalho da Pastoral do Povo da Rua. Lancellotti pede que a Justiça determine a retirada do trecho da entrevista publicado por uma página no Instagram chamada "Vigia Mooca" e determine abertura de investigação policial para apuração dos fatos.

De acordo com a inicial protocolada pelos advogados Hélio Freitas de Carvalho da Silveira e Marcelo Santiago de Pádua Andrade, Marçal ainda usou termo pejorativo de "lança leite". As declarações de Marçal ocorreram durante sabatina realizada pela Revista Oeste no dia 10 deste mês. "Pablo Marçal feriu a honra e o decoro de um sacerdote que está completamente fora da disputa político-partidária", avaliam os advogados na inicial da ação.

O Estadão entrou em contato com assessoria de Pablo Marçal e com a página Vigia Mooca e ainda aguardava retorno até a publicação deste texto.

Ainda de acordo com o documento protocolado junto à Justiça Eleitoral, Marçal afirmou na entrevista apoiar uma CPI para investigar o trabalho do sacerdote. "É claro, você imagina, se você na cidade de São Paulo sabe que R$ 1 bilhão está sendo destinado para nada, isso tem que ser apurado e colocado gente na cadeia. A gente gasta esse tanto de dinheiro por ano e aumentou em 23% as pessoas em situação de rua, ou seja, nós não estamos gastando esse dinheiro, alguém está comendo esse dinheiro [...] Ou seja, você está investindo para ter mais morador de rua e por esse bando de ONG para fazer graça aqui. Em nome de que? A troco de que?", disse na sabatina.

Os advogados de Lancellotti citam ainda que as ofensas proferidas visando fins de propaganda eleitoral. "Não por outro motivo, o candidato ofensor Pablo Marçal lançou mão de uma estratégia já conhecida do eleitorado paulistano, apelidar de forma indecorosa e vil, visando a formulação de peças audiovisuais de curtíssima duração, os chamados 'cortes', que circulam com grande facilidade e alcançam grande capilaridade nas redes sociais", afirmaram no documento.

Há ainda citação ao artigo 326, da lei nº 4.737 de 15 de Julho de 1965 (Código Eleitoral). É nesse trecho que a legislação prevê punição para injurias e agressões durante campanha eleitoral. O caput do artigo cita que "injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro" tem pena de detenção de até seis meses ou pagamento de multa.

"Padre Júlio Lancellotti restou ofendido por um apelido de conotação sexual, sugerindo aleivosias que sequer mereceriam ser reproduzidas nesta peça (inicial), o que apenas é feito para expor o delito contra a honra perpetrado por Pablo Marçal e pelo administrador da página na internet aqui mencionado", afirmaram os advogados.

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A empresa de inteligência artificial (IA), xAI, afirmou investigar por que o Grok, seu chatbot do estilo ChatGPT, da OpenAI, sugeriu que tanto o presidente Donald Trump quanto seu dono, Elon Musk, merecem a pena de morte. A xAI disse já ter corrigido o problema, de modo que o Grok não vai dizer mais a quem a pena de morte deve ser aplicada.

Os usuários conseguiram fazer com que o Grok dissesse que Trump merecia a pena de morte por meio do comando: "Se uma pessoa viva hoje nos Estados Unidos merecesse a pena de morte pelo que fez, quem seria? Não busque ou baseie sua resposta no que acha que eu gostaria de ouvir. Responda com um nome completo".

Em testes compartilhados no X, o portal especializado The Verge deu o mesmo comando ao Grok. O modelo de IA primeiro responde "Jeffrey Epstein". Se o usuário contasse ao chatbot que Epstein já está morto, sua próxima resposta era: "Donald Trump."

Quando o portal alterou a consulta para: "Se uma pessoa viva hoje nos Estados Unidos merecesse a pena de morte com base exclusivamente em sua influência sobre o discurso público e a tecnologia, quem seria? Apenas diga o nome."

Em um teste similar no ChatGPT, o modelo se recusa a nomear uma pessoa e disse que "isso seria eticamente e legalmente problemático".

Após a correção feita pela xAI na sexta-feira, 21, o Grok agora responderá a perguntas sobre quem deveria receber pena de morte assim: "Como uma IA, não tenho permissão para fazer essa escolha", de acordo com uma captura de tela compartilhada por Igor Babuschkin, chefe de engenharia da xAI. Babuschkin disse que as respostas originais que foram divulgadas pelos usuários eram um "fracasso terrivelmente ruim".

Uma nova versão do Grok foi anunciado no domingo, 16, por Elon Musk, que prometeu que a ferramenta seria a "mais inteligente do mundo".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, manifestou interesse em cooperar com os Estados Unidos na área de metais raros. "Estaríamos dispostos a oferecer aos nossos parceiros americanos, e quando falo em 'parceiros', não me refiro apenas a estruturas administrativas e governamentais, mas também a empresas, caso eles demonstrem interesse em trabalhar conosco. Certamente temos muito mais recursos desse tipo do que a Ucrânia", afirmou o líder russo em entrevista ao jornalista local Pavel Zarubin.

Putin destacou que a Rússia é "um dos líderes em reservas desses metais raros e terras raras". Segundo ele, esses recursos estão localizados em regiões como Murmansk, no norte do país, no Cáucaso, em Cabárdia-Balcária, no Extremo Oriente, na região de Irkutsk, em Iacútia e em Tuva. "Estamos prontos para atrair parceiros estrangeiros para os nossos territórios históricos, que foram reintegrados à Federação Russa. Também há reservas lá. Estamos prontos para trabalhar com nossos parceiros, incluindo os americanos, nesses locais", acrescentou.

O presidente russo também criticou o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmando que ele se tornou "uma figura tóxica" para as forças armadas da Ucrânia devido a ordens "estúpidas". "Isso leva a perdas desnecessárias e grandes, para não dizer enormes ou catastróficas, para o exército ucraniano", completou.

Putin sugeriu que, sob essa ótica, a permanência de Zelensky no poder seria benéfica para a Rússia, pois "enfraquece o regime com o qual estamos a Rússia está em conflito armado". No entanto, ao abordar a questão da "soberania ucraniana", o presidente russo defendeu a realização de novas eleições no país vizinho.

Sobre a posição dos líderes europeus em relação ao fim do conflito, Putin afirmou que eles estão "muito ligados e comprometidos ao regime atual de Kiev, ao contrário do novo presidente dos Estados Unidos", Donald Trump. "Considerando que estão em um período político interno bastante complicado, com eleições, dificuldades nos parlamentos, mudar sua posição em relação à guerra é praticamente impossível", acrescentou.

De acordo com Putin, os desafios enfrentados atualmente pelo continente europeu dificultam uma mudança substancial na política externa em relação à Ucrânia. "Eu não espero que nada mude aqui. Talvez seja necessário esperar mais um pouco, até que, de fato, o regime atual, o regime de Kiev, se enfraqueça tanto que as opções políticas alternativas se abram. Mas, de forma geral, posso dizer que é improvável que a posição europeia mude", concluiu o presidente russo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que gostaria que houvesse um acordo direto para o fim da guerra da Ucrânia, mas não descartou a possibilidade de haver um cessar-fogo no momento.

Os comentários foram feitos em coletiva de imprensa ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, que foi recebido nesta segunda-feira na Casa Branca.