Oposição mantém pressão contra decretos que flexibilizam acesso às armas

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A oposição ao governo Jair Bolsonaro mantém a pressão nas redes sociais nesta segunda-feira (15) para criticar medidas do governo federal que flexibilizam o acesso às armas de fogo. Na noite de sexta-feira (12), o governo federal alterou quatro decretos de 2019 que regulam a aquisição de armas de fogo. Nas novas publicações, o governo ampliou o número de armamentos e munições permitidas por pessoa, flexibilizou a emissão de laudos e facilitou o acesso à armas de pressão.

O senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou que irá recorrer ao Ministério Público Federal (MPF) para impugnar os atos assinados por Bolsonaro que flexibilizam a compra de armas letais. "Esta medida é insana e fomenta a formação de grupos armados ilegais, num aceno claro às milícias já formadas no País", escreveu o senador pelas redes.

Entre argumentos utilizados pela oposição para questionar prioridades do governo federal está a falta de doses de vacina contra a covid-19 que prejudica o combate à pandemia. O ex-ministro da Saúde e vice-líder do PT na Câmara, deputado Alexandre Padilha (SP), escreveu: "é um absurdo! Os Estados estão suspendendo a vacinação contra a Covid-19 por falta de vacinas. O Brasil não tem insumos e, ao invés de salvar a população, Bolsonaro facilita o acesso às armas. GE-NO-CI-DA!".

Segundo o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), estão felizes com o novo decreto do presidente "a indústria que fabrica e vende armas", "milícias e quadrilhas, pois haverá mais armas circulando no mercado", "quem pode pagar R$ 3.000 ou mais por armas" e "malucos que sonham com uma nova ditadura no Brasil".

Para o vice-líder da minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Bolsonaro está "sitiando a democracia" no País. "Liberação de armas em massa, bolsonarização das polícias através da sua autonomia em relação aos Estados, excludente de ilicitude para militares em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), uso da Lei de Segurança Nacional contra opositores. O presidente da República está sitiando a democracia brasileira", escreveu no Twitter.

No início do mês, quando havia anunciado as medidas, Bolsonaro afirmou que os decretos editados protegeriam os cidadãos contra a tirania, citando como exemplo as medidas de distanciamento social. "A arma evita que um governante de plantão queira ser ditador. Eu não tenho medo do povo armado, muito pelo contrário, me sinto muito bem, estar ao lado do povo de bem armado no nosso Brasil", disse Bolsonaro durante evento em Cascavel (PR).

Em outra categoria

Ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo disse nesta terça-feira, 25, que o presidente Donald Trump, após ouvir teorias, concluiu que os déficits bilaterais são ruins.

"Ele teve pessoas conversando com ele, ouviu todas as diferentes teorias e, no final, concluiu que déficits comerciais menores, bilaterais com as nações, seriam melhores para os Estados Unidos da América", disse o ex-secretário ao participar nesta terça-feira da CEO Conference, evento anual realizado pelo Banco BTG Pactual. Então ele irá nessa direção", disse Pompeo. "Não há dúvida sobre isso. Existem ideias compensatórias, certamente até dentro da administração", complementou o ex-secretário de Estado.

Para ele, Trump, durante os próximos quatro anos, irá abordar quase todos os países que tenham um déficit comercial material ou excedente comercial com os Estados Unidos, na perspectiva desse país, e procurará corrigi-lo através de alguns meios, sejam tarifas ou a redução de subsídios.

Comércio Norte-Sul

Na avaliação do ex-secretário, a criação de comércio "é realmente algo incrivelmente valioso". Ele disse ter falado sobre o comércio Norte-Sul quando era secretário, e no quanto a iniciativa faz a diferença. "Espero que o secretário Marco Rubio consiga, já que todos dizem que ele é o primeiro secretário de Estado de língua espanhola", afirmou.

Ele acrescentou que está feliz com isso, porque Rubio conhece a região e se preocupa com ela, assim como o presidente Trump.

Segundo ele, o comércio dos Estados Unidos com o México não é bom nem para um país, nem para o outro. "Espero que continue encontrando espaço para fazer o que fez nos primeiros dias. Que venha até a região, ouça, escute, envolva-se de maneira real. E então espero que possamos conseguir que o investimento do setor privado americano venha e faça parte disso. Na verdade, eu vejo isso", disse.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, espera a assinatura de acordo sobre minerais com a Ucrânia logo, disse a secretária de imprensa, Karoline Leavitt, em coletiva nesta terça-feira, 25, na Casa Branca, citando que não houve novidades em relação ao que o mandatário afirmou na véspera sobre as negociações sobre o tema.

"Um bom acordo significa que os dois lados deixam a mesa um pouco infelizes", disse Levitt, em resposta a uma pergunta sobre se as negociações para a paz na Ucrânia demandarão algum tipo de concessão do lado russo. Em encontro com Trump na véspera, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse, na segunda-feira, que a paz não pode significar rendição da Ucrânia.

Leavitt comentou ainda que o presidente está trabalhando em conjunto com o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk. "DOGE se mostrou bem sucedido em tornar o Executivo mais produtivo", salientou.

Leavitt disse que o pedido para que funcionários públicos listem cinco atividades que fizeram na semana passada em um e-mail para seus chefes serve para confirmar que estão executando o trabalho para o qual são pagos com dinheiro dos contribuintes. Musk ameaçou demitir funcionários que não prestarem conta de suas atividades.

A secretária afirmou ainda que o time de imprensa da Casa Branca definirá quem terá acesso aos briefings e coletivas com o presidente.

O comentário foi feito à luz do impedimento a um jornalista da Associated Press para que tivesse acesso a evento na Casa Branca após agência de notícias se recusar a usar o nome "Golfo da América" no lugar do Golfo do México.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta terça-feira, 25, que o mundo testemunha um processo de desglobalização, políticas protecionistas, fragmentação comercial, barreiras não econômicas e a reconfiguração das cadeias de suprimentos ameaçam aprofundar as desigualdades globais. Ele fez a citação durante pronunciamento em inglês a sherpas dos 11 membros do Brics, que se reúnem nesta terça-feira e na quarta-feira, 26, em Brasília, conforme áudio obtido pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Os sherpas são os negociadores dos membros do bloco. O embaixador não cita em nenhum momento os Estados Unidos ou o presidente norte-americano, Donald Trump.

Para o chanceler, o Brics deve resistir a essa fragmentação e defender um sistema de comércio multilateral aberto, justo e equilibrado, que atenda às necessidades do Sul Global e promova uma ordem econômica multilateral genuinamente multilateral.

"Um aspecto fundamental dessa transformação é a reforma da arquitetura financeira", defendeu o ministro brasileiro. "O sistema existente foi projetado para uma era diferente e muitas vezes falhou em abordar as realidades enfrentadas pelas nações em desenvolvimento", continuou.

Banco dos Brics

Vieira também defendeu que o bloco continue a promover mecanismos financeiros alternativos, como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês, mais conhecido como Banco dos Brics).

A instituição, segundo o chanceler, desempenha um papel vital no financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável. "A resposta mais eficaz à crise do multilateralismo é mais multilateralismo."