Para analistas, Nunes foi quem perdeu o debate da TV Globo desta quinta

Política
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Para analistas ouvidos pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) foi quem perdeu o debate promovido pela TV Globo na noite de quinta-feira, 3. Atacado por todos os outros candidatos, o emedebista manteve-se na defensiva durante o encontro e perdeu protagonismo para seus principais adversários, Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB).

A mais recente pesquisa Datafolha divulgada na tarde de quinta aponta uma leve vantagem do psolista com 26%. Nunes caiu acima da margem de erro de dois pontos, de 27% para 24% e empatou numericamente com o ex-coach, que cresceu de 21% para 24%.

Nesse sentido, o prefeito precisava demonstrar segurança ao defender sua gestão diante de questionamentos dos concorrentes. Porém, de acordo com o cientista político e professor Carlos Melo, do Centro de Políticas Públicas do Insper, o emedebista permaneceu acuado e apático.

"Quem perdeu foi o Ricardo Nunes, que teve de ficar na defensiva o tempo todo e em vários momentos foi até desprezado. Faltou brilho", disse Melo. "Com relação ainda a quem perdeu, o Marçal foi obrigado a ser o que ele nunca foi durante a campanha toda por conta da rejeição. Me pergunto se não seria tarde demais", ponderou.

Ainda segundo a pesquisa, o ex-coach detém o maior índice de rejeição entre os postulantes ao Palácio do Anhangabaú, com 53% de paulistanos que não votariam nele de jeito nenhum. Em seguida, aparecem José Luiz Datena (PSDB) com 39% e Boulos com 38%. Nunes tem apenas 23%.

Nesse sentido, os vencedores do debate seriam o deputado federal do PSOL e a candidata Tabata Amaral (PSB). "Eles foram muito bem, foram programáticos. O Boulos deu uma incitada no Nunes, porque interessava a ele enfraquecer o prefeito. Tabata continuou sendo propositiva e incisiva", explicou o professor.

Boulos exibir exame toxicológico foi importante

De acordo com o cientista político e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e da Fundação Escola de Sociologia de São Paulo (FESPSP), Paulo Niccoli Ramirez, o fato de Guilherme Boulos mostrar o exame toxicológico na parte final do debate foi simbolicamente importante. "Ele rompeu qualquer preconceito contra ele sobre uso de cocaína, por ele ser de esquerda", explicou.

Ramirez também destacou que o movimento deve dar fôlego ao deputado federal nesses dias finais antes do primeiro turno, quando não há propaganda eleitoral televisiva, frente ao ex-coach, que domina o engajamento nas redes sociais. Dessa forma, Ricardo Nunes também estaria em desvantagem, porque ele é o mais fraco entre os líderes no ambiente digital.

Já Carlos Melo acredita que a estratégia foi preventiva. "Parece que havia uma apreensão sobre o que Pablo Marçal poderia fazer no último debate sem que houvesse tempo de Boulos reagir", explicou.

"Ele poderia ter perguntado para Marçal se ele iria apresentar provas sobre as acusações que fez, mas preferiu apresentar o ônus da prova de uma vez", afirmou Melo. "Ele tomou uma reprimenda, mas eu diria que ficou barato. Boulos poderia ter sido advertido e perdido tempo. Então, foi algo satisfatório."

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O presidente da Argentina, Javier Milei, aproveitou uma brecha na Constituição e preencheu duas vagas da Suprema Corte por decreto durante o recesso do Congresso. A manobra controvertida foi publicada em Diário Oficial nesta quarta-feira, 26, e enfrenta o primeiro desafio legal. Em petição apresentada à Justiça, uma organização da sociedade civil pede a nulidade das nomeações.

Sem força para aprovar as indicações de Manuel García Mansilla e Ariel Lijo à mais alta Corte de Argentina, a Casa Rosada se utilizou do artigo da Constituição que prevê a nomeação "em comissão", ou seja, de forma interina durante o recesso do Congresso. Para os críticos, contudo, o mecanismo deveria ser usado em casos excepcionais.

Em petição à Justiça, o Centro de Estudos para a Promoção da Igualdade e da Solidariedade (CEPIS) solicitou a anulação do decreto, além de medida cautelar que anule os seus efeitos. No caso, encaminhado a tribunal federal em La Plata, a organização denuncia a "arbitrariedade e ilegalidade" do decreto e aponta para violação de "disposições constitucionais, bem como tratados internacionais que garantem a independência do Poder Judiciário".

No campo político, o líder da União Pela Pátria, José Mayans, ameaçou que a oposição peronista no Senado derrubaria as indicações de Milei no retorno do Legislativo, mês que vem. E até mesmo o PRO, de Mauricio Macri, que tem ministério no governo, se posicionou contra o nome de Ariel Lijo para Suprema Corte. Após reunião da alta cúpula, o partido sinalizou que a maior parte dos seus senadores votaria contra a nomeação, embora tenha decidido não emitir uma declaração pública sobre o encontro.

A Casa Rosada, se defende dizendo que o decreto visa normalizar os trabalhos da Suprema Corte e acusa o Senado de politizar as escolhas de Javier Milei para o Judiciário. "O Senado, em vez de ter realizado uma análise séria e objetiva da adequação dos candidatos propostos, optou repetidamente por adiar seu pronunciamento com base em considerações motivadas por conveniência política", acusou o governo no decreto.

As indicações de Javier Milei para ocupar duas das cinco vagas existentes na Corte enfrentam resistência tanto dos peronistas, quanto de aliados ocasionais do governo. O impasse se arrasta há quase um ano. As críticas recaem especialmente sobre a escolha de Ariel Lijo, acusado de atrasar investigações sobre corrupção envolvendo empresários e políticos. O juiz nega.

Sem conseguir os dois terços do Senado necessários para aprovar as indicações, a Casa Rosada apelou para o decreto. Nesse caso, as nomeações são interinas. Para garantir a vaga na Corte, os juízes precisam ser confirmados pelo Senado até o fim da próxima legislatura, em março de 2026. Antes disso, os argentinos renovam parte do Congresso nas eleições de meio de mandato e espera-se que o partido de Milei, A Liberdade Avança, amplie a sua bancada.

Em meio às críticas, o governo argumenta que está amparado pela Constituição e promete manter as negociações para garantir aprovação de Manuel García Mansilla e Ariel Lijo no Senado. O último presidente argentino a nomear juízes da Suprema Corte por decreto foi Mauricio Macri, que acabou recuando diante da repercussão negativa e agora critica publicamente a escolha de Lijo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje a revogação das concessões concedidas ao regime de Nicolás Maduro, da Venezuela, por meio de um acordo sobre petróleo firmado durante o governo de Joe Biden. Assinado em 26 de novembro de 2022, o acordo tinha como objetivo principal a retomada parcial das atividades de exploração de petróleo na Venezuela, com a Chevron, uma das maiores petroleiras dos EUA, entre as beneficiadas. Em contrapartida, o regime de Maduro se comprometeria a implementar reformas políticas, incluindo a realização de eleições livres e justas, além da libertação de prisioneiros políticos.

"Estamos, por meio deste, revertendo as concessões que o desonesto Joe Biden fez a Nicolás Maduro", escreveu Trump em seu perfil na Truth Social. De acordo com o republicano, o regime venezuelano não cumpriu as condições estabelecidas, especialmente no que diz respeito à realização de eleições democráticas e à devolução de "criminosos violentos enviados ao nosso país". Trump afirmou que Maduro não tem cumprido a promessa de retornar esses "criminosos com a rapidez com que haviam acordado".

Em sua publicação, Trump também anunciou a decisão de encerrar o que chamou de "ineficaz e não cumprido 'Acordo de Concessão' de Biden". O presidente americano determinou que o acordo será encerrado na data da opção de renovação prevista para 1º de março de 2025.

O Escritório de Administração e Orçamento dos Estados Unidos e o Escritório de Gestão de Pessoal solicitaram de maneira conjunta que as agências federais enviem "planos de reorganização" e se preparem para iniciar demissões em larga escala, a pedidos do presidente do país, Donald Trump, segundo memorando divulgado nesta quarta-feira, 26.

No documento, é mencionado que o governo federal é "caro, ineficiente e profundamente endividado" e não está produzindo resultados, o que exige que a medida seja colocada em prática. "O dinheiro dos impostos está sendo desviado para financiar programas improdutivos e desnecessários que beneficiam grupos de interesse radicais enquanto prejudicam cidadãos americanos trabalhadores", justifica a nota.

O comunicado cita que o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês) instruiu as agências a "eliminar o desperdício e o inchaço" dos trabalhadores, como parte da "transformação crítica da burocracia federal".