Bolsonaro sugere que Marçal é 'amor de verão' e diz que direita em SP está 'iludida'

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu, em live realizada nesta sexta, 4, que Pablo Marçal (PRTB) é "amor de verão" do eleitorado de direita em São Paulo que, na visão dele, está "iludido" com o personagem criado pelo ex-coach. A ideia é atrelar de maneira mais firme seu nome ao de Ricardo Nunes (MDB) nesta reta final, usando o coronel Mello Araújo (PL), candidato a vice, como intermediador entre o emedebista e ele. O antigo chefe do Executivo nacional também reforçou que as eleições paulistanas neste ano estão sendo marcadas por candidatos "oportunistas", sem citar o ex-coach diretamente.

"Quem esta batendo asas por aí, está iludido com o que está acontecendo, é o que eu chamo de 'amor de verão'. Vê se você está escolhendo com razão, e não com emoção", declarou. Evitando citar nominalmente Marçal, o ex-presidente destinou partes de seu discurso a atacar o influenciador. "Você pode não gostar dele (Nunes), é um direito seu. Mas tem muito oportunista nesse momento. Gente que nunca teve nada de repente é o salvador da pátria."

O ex-comandante da Rota, enviado ao Rio de Janeiro para participar da live desta sexta, disse que foi "tentado" por outros candidatos para compor chapa neste pleito. "Teve candidato que queria que eu fosse o vice e eu não aceitei. Teve candidato que tentou me comprar: 'olha, vem trabalhar comigo, eu te pago o dobro do que você está ganhando'. O diabo vai tentando a gente", revelou.

Bolsonaro ainda pediu aos eleitores para terem "razão" ao escolher o próximo prefeito da capital paulista, e disse que não ganha nada com a reeleição do Ricardo Nunes. Ele também mencionou que não tem preocupações em receber "carguinho" em um eventual novo mandato do emedebista. "Eu peço até pelo Tarcísio. Não deixem o Tarcísio ensanduichado entre governo federal e municipal", disse o ex-presidente ao citar a possibilidade de vitória de Guilherme Boulos (PSOL), caso o deputado vá ao segundo turno com Marçal.

"Se você entregar esse 'trem' para a esquerda, para o Boulos, você vai ver o que é o inferno. Se esse invasor, se esse petista piorado, chegar, ele vai usar a máquina do Estado pra botar todo tipo de gente que não presta na Prefeitura", afirmou o ex-presidente. O policial militar voltou a dizer, em seguida, que o único candidato que consegue "derrotar a extrema esquerda" é Ricardo Nunes. "Não tem outro que possa ganhar."

Trechos da fala de Bolsonaro também foram direcionados ao deputado federal Ricardo Salles (Novo). "Tem um montão de estrategista intergaláctico em São Paulo dando palpitinho, já preocupado em 2026. Que se exploda, venha candidato ao Senado. Com o meu apoio, não. Senado, em São Paulo, para não ter dúvida: uma vaga é minha e outra vaga é do Tarcísio. E o resto vai se brigar", enfatiza.

A declaração de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro a apenas dois dias da eleição ocorre após o apelo de aliados que estão preocupados com a desidratação de Nunes entre os eleitores bolsonaristas nesta reta final. Na terça-feira, 1º, durante um café da manhã em Guarulhos (SP), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu para que o ex-presidente se envolvesse pessoalmente na disputa em São Paulo.

Bolsonaro, no entanto, comentou com pessoas próximas que não havia clima para gravar uma mensagem de apoio a Nunes, afirmando que se sentiu desprezado pela campanha do prefeito durante toda a corrida eleitoral. Aliados do ex-presidente destacam que o entorno de Nunes, temendo a rejeição de Bolsonaro na cidade, não se esforçou para promover uma agenda conjunta.

Outra reclamação feita em particular pelo ex-presidente é o fato de não ter sido contatado por líderes partidários da coligação do prefeito para discutir a declaração de apoio na reta final.

Na manhã desta sexta-feira, Bolsonaro foi convencido a gravar uma mensagem de apoio à campanha de Nunes durante uma conversa telefônica com aliados, que reforçaram a importância de uma declaração pública. Um aliado próximo apresentou pesquisas que sugerem que Nunes pode ficar fora do segundo turno se Marçal conseguir atrair mais votos bolsonaristas.

Além disso, destacou que, segundo os dados, em um eventual segundo turno entre Boulos e Marçal, o líder sem-teto teria boas chances de vitória. Bolsonaro sinalizou que falaria sobre a campanha em São Paulo, enfatizando que Mello Araújo é seu representante na cidade.

A três dias das eleições para a Prefeitura de São Paulo, o novo levantamento do instituto Datafolha mostrou que Nunes ainda não conseguiu se firmar como o candidato apoiado oficialmente por Bolsonaro nesta disputa. Entre os eleitores que votaram no ex-presidente no último pleito, 32% declararam intenção de votar no atual prefeito. Por outro lado, Marçal soma 51% das intenções dos bolsonaristas. A margem de erro dessa pesquisa é de dois pontos porcentuais.

Há uma semana, o ex-coach tinha 43% ante 39% do emedebista entre esse público. A diferença a favor de Marçal, que antes era de quatro pontos porcentuais, agora é de 19 pontos.

O instituto realizou 1.806 entrevistas presenciais na capital paulista, com eleitores de 16 anos ou mais, entre os dias 1º e 3 de outubro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, e o índice de confiança é de 95%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo SP-09329/2024.

No cenário geral, a pesquisa aponta que o deputado federal psolista tem 26% da preferência do eleitorado, seguido pelo prefeito, com 24%, e pelo influenciador, que também registra 24%. Os índices apontam para empate técnico triplo dentro da margem de erro. A deputada federal do PSB tem 11%, enquanto José Luiz Datena (PSDB) registra 4% e Marina Helena, do Novo, figura com 2% de menções. Bebeto Haddad (DC), Ricardo Senese (UP), Altino (PSTU) e Pimenta (PCO) não pontuaram. São 6% os que pretendem votar branco ou nulo, e 3% estão indecisos.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, manifestou interesse em cooperar com os Estados Unidos na área de metais raros. "Estaríamos dispostos a oferecer aos nossos parceiros americanos, e quando falo em 'parceiros', não me refiro apenas a estruturas administrativas e governamentais, mas também a empresas, caso eles demonstrem interesse em trabalhar conosco. Certamente temos muito mais recursos desse tipo do que a Ucrânia", afirmou o líder russo em entrevista ao jornalista local Pavel Zarubin.

Putin destacou que a Rússia é "um dos líderes em reservas desses metais raros e terras raras". Segundo ele, esses recursos estão localizados em regiões como Murmansk, no norte do país, no Cáucaso, em Cabárdia-Balcária, no Extremo Oriente, na região de Irkutsk, em Iacútia e em Tuva. "Estamos prontos para atrair parceiros estrangeiros para os nossos territórios históricos, que foram reintegrados à Federação Russa. Também há reservas lá. Estamos prontos para trabalhar com nossos parceiros, incluindo os americanos, nesses locais", acrescentou.

O presidente russo também criticou o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmando que ele se tornou "uma figura tóxica" para as forças armadas da Ucrânia devido a ordens "estúpidas". "Isso leva a perdas desnecessárias e grandes, para não dizer enormes ou catastróficas, para o exército ucraniano", completou.

Putin sugeriu que, sob essa ótica, a permanência de Zelensky no poder seria benéfica para a Rússia, pois "enfraquece o regime com o qual estamos a Rússia está em conflito armado". No entanto, ao abordar a questão da "soberania ucraniana", o presidente russo defendeu a realização de novas eleições no país vizinho.

Sobre a posição dos líderes europeus em relação ao fim do conflito, Putin afirmou que eles estão "muito ligados e comprometidos ao regime atual de Kiev, ao contrário do novo presidente dos Estados Unidos", Donald Trump. "Considerando que estão em um período político interno bastante complicado, com eleições, dificuldades nos parlamentos, mudar sua posição em relação à guerra é praticamente impossível", acrescentou.

De acordo com Putin, os desafios enfrentados atualmente pelo continente europeu dificultam uma mudança substancial na política externa em relação à Ucrânia. "Eu não espero que nada mude aqui. Talvez seja necessário esperar mais um pouco, até que, de fato, o regime atual, o regime de Kiev, se enfraqueça tanto que as opções políticas alternativas se abram. Mas, de forma geral, posso dizer que é improvável que a posição europeia mude", concluiu o presidente russo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que gostaria que houvesse um acordo direto para o fim da guerra da Ucrânia, mas não descartou a possibilidade de haver um cessar-fogo no momento.

Os comentários foram feitos em coletiva de imprensa ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, que foi recebido nesta segunda-feira na Casa Branca.

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que um acordo sobre os minerais ucranianos pode ajudar a garantir a soberania da Ucrânia. "Avançamos em passos significativos em nosso encontro. Conversamos sobre desejo de paz duradoura", afirmou Macron, em entrevista coletiva ao lado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o recebeu nesta segunda-feira, 24, na Casa Branca após o republicano abrir espaço em sua agenda para o encontro.

Reiterando que compartilha do desejo de paz duradoura, Macron ressalvou que a paz não pode significar a rendição da Ucrânia. "Ninguém quer viver em um mundo em que os fortes podem violar fronteiras".

"Precisamos garantir paz para a Ucrânia e toda a região", afirmou, Macron. "Europa está comprometida com a paz duradoura. Europeus estão dispostos a fazer mais e ir mais longe", completou.